Desporto

domingo, 15 de abril de 2018

Adeus ao penta?

      Oxalá me engane, mas tínhamos que ganhar este jogo para lá chegar. Tudo é, ainda, possível, mas já não depende de nós. A "exemplar" estrutura encarregar-se-á dos detalhes e ninguém estranhará. A "democracia" exige novos campeões.
 
   Quanto ao jogo desta noite, aceito o resultado; a equipa portista não desmereceu a vitória, sendo certo que, esta, poderia ter caído para o lado do Benfica e seria igualmente justo.  
 
  Bateram-se bem as duas equipas, com ascendente do Benfica na primeira parte e do Porto na segunda. Foi um bom jogo. Oportunidades poucas. A sorte dos encarnados ficou selada no remate algo embrulhado de "Pizzi" a proporcionar a defesa "in extremis" de "Casilhas". Há muito poucas oportunidades nestes jogos. Na segunda parte  Conceição, apostando no desgaste físico dos encarnados,  jogou tudo para ganhar - tinha que ganhar para aspirar ao título; -assumiu o controlo da partida, jogou no campo todo, com intensidade, sempre em profundidade, explorando bem ambos os flancos. Os jogadores encarnados bateram-se sempre com galhardia, mas recuaram no terreno. O jogo tático foi decisivo. A entrada de Sálvio bloqueou o flanco esquerdo adversário, secando "Braimi", e ameaçava abrir brecha na sua defensiva. A troca de Pizzi por Samaris, foi um convite à subida dos médios azuis, razão pela qual Herrera apareceu sem marcação na zona da ressaca. E foi fatal, como costuma ser nestas situações. Rui Vitória explicou o que pretendia; lançamentos em profundidade para os avançados desde a defensiva. Podia ter funcionado. Ganhou quem mais ousou; Sérgio Conceição. Sei que, em jogos equilibrados, mexer na equipa é temerário, sobretudo no meio campo. E foi. Com Pizzi e Cervi fora, a defeza azul relaxou libertando gente para o meio-campo, enquanto o Benfica perdeu criatividade. Rui Vitória teve medo; quis aumentar o poder defensivo e, simultaneamente, o ofensivo. Correu mal. A sair Pizzi, teria preferido a deslocação de Rafa para o meio; a sua rapidez e profundidade permitiria dar trabalho ao meio-campo adversário e sair a jogar em apoio a Jimenez. Como disse anteriormente não censuro ninguém no Benfica; jogadores e Treinador, bateram-se muito bem. Há, aqui e ali, alguns pormenores que poderiam ter ditado outro desfecho. No lance do golo, um dos defesas poderia ter-se atirado para a frente do "Herrera". Enfim, são as vicissitudes do jogo. Pena a lesão de Jonas. Estou certo que teríamos ganho.
 
   Artur Soares Dias não merece continuar a arbitrar jogos de futebol. Fez a diferença. Eliminou uns quantos de lances ofensivos ao Benfica, alguns com perigo, e deixou passar sem sanção disciplinar várias faltas dos azuis que a mereciam, culminando com o perdão do penálti aos azuis. Cumpriu a sua superior missão de os proteger. Não falha. E ninguém estranha; andam todos à procura das toupeiras. Está em causa a Liga e seus órgãos, sendo que, quem os lá meteu está agora a colher dividendos. Vitor Pereira tinha que ser corrido. Num regime anormal, jamais haverá um futebol normal.
 
   Espero que os jogadores e técnicos do Benfica não desanimem; portaram-se bem. Há que manter a atitude. Ainda tudo pode acontecer.
 
  
 
   
 Albert Marquet - Venise. La Voile jaune, 1936.
 
 
Peniche, 15 de Abril de 2018
António JR. Barreto