Desporto

sábado, 9 de março de 2013

Adriano e José Calvário; e alegre se fez triste!


 
 
 

 Adriano Correia de Oliveira
José Calvário
E Alegre se fez Triste; uma das mais belas canções!

Benfica-Bordéus (1-0); O autogolo da Uefa!

Com exibição sóbria e pragmatismo, o Benfica, venceu o primeiro jogo desta eliminatória, razão para encarar com moderado otimismo o jogo em Bordéus. Dando continuidade à estratégia que tem vindo a ser seguida nos últimos jogos - Beira-mar, Braga, Paços de Ferreira -, num claro processo de gestão de esforço físico e mental, a equipa do Benfica, apresentou um futebol calculista, posicional, de intensidade moderada que, apesar disso, rendeu a magra vantagem, graças a um excente golo de Rodrigo. Nos últimos vinte minutos, as entradas de Lima, Sálvio e Gaitan,  alteraram o perfil da partida, aumentando e diversificando o fluxo ofensivo na busca da inalcançada ampliação do marcador. Manifestou o exigente público adepto insatisfação pela exiguidade da exibição, constrastante com os elevados padrões do seu clube. Tal deverá ser tido em conta pela equipa Técnica e Atletas.
 
Disseram os bardos que o Bordéus é uma equipa de passarinhos, devido à má prestação na Liga francesa em curso, desvalorizando a eliminação nesta Liga Europa, a seus pés, do sempre difícil Dínamo de Kiev. Ora, o futebol francês, como sabemos, é táticamente muito evoluido e mentalmente fortíssimo. Tais qualidades apresentou este adversário. Com um meio-campo muito povoado, pressionando próximo da área do Benfica, o Bordéus dificultou a fluidez do jogo do Benfica, fechando linhas de passe, isolando os atletas adversários, disputando a posse de bola quase sempre em superioridade numérica, trocando-a com qualidade e procurando a baliza contrária com a frente de ataque bem aberta e muito dinâmica, embora algo incipiente na zona de finalização. Ficou na retina o explêndido lance, já na segunda parte, com um avançado a isolar-se após desmarcação soberba pela meia-esquerda - do Benfica -,  a que Artur correspondeu com exemplar eficácia.
 
A tática adotada pelo Benfica é característica de todas as grandes equipas, as quais alteram os ciclos táticos em função da leitura estratégica. Jogar bem e ganhar sem correr demasiado é o paradigma da excelência futebolística que, julgo, Jorge Jesus procura. Há, neste particular, nítidos progressos, mas...ainda não ao nível pretendido. O nosso meio-campo tem sido reiteradamente deficitário, crónicamente em inferioridade quantitativa, carente de elementos capazes de segurar, transportar e entregar o esférico com precisão ao poderoso setor ofensivo sob pena de improficuidade deste. Carlos Martins, com excelente visão de jogo, extraordinária capacidade de luta e de precisão na colocação do esférico a longa distância, ainda não apresenta a qualidade de retenção e transporte de que o nosso meio-campo necessita. Falta-nos, nesta fase crucial das competições, o grande Aimar! Oxalá possa regressar brevemente e em forma. 
 
A qualidade de passe também deixou muito a desejar devido ao posicionamento dos elementos adversários mas, sobretudo, devido à falta de dinâmica dos nossos atletas que, muitas vezes, não abriram linhas de passe ao colega, ficando este "obrigado" a falhar e a  desgastar-se. Como já ouvi a Jorge Jesus, "é mais importante jogar sem bola que com ela"!  Um excesso que, apesar disso, deve ser levado em boa conta.
 
Considero a UEFA ineidónea por múltiplas razões que confluem na descredibilização geral do futebol. Neste jogo, tivémos mais um mau exemplo, revelando atitude paradoxal! Os dinossauros desta entidade - e da FIFA - apesar do alastramento da corrupção, têm recusado a adoção de meios eletrónicos, alegando consequentes prejuízos que induziria no espetáculo. Sendo o golo o zénite do espetáculo futebolístico, sensato seria fomentar os lances de finalização, enaltecendo, na devida proporção, os protagonistas. Ora o lance de golo do Rodrigo foi soberbo! Constitui a razão pela qual os adeptos pagam bilhete e compram as camisolas dos seus ídolos. Porquê a classificação de auto-golo se tal atenua o feito relevante? O contacto do GR com a bola foi involuntário mas compulsivo, resultante da ação do avançado. Considerar-se-ia autogolo caso o GR tivesse desviado insuficientemente bola com a ponta dos dedos? Claro que não! O que se passa com os senhores da UEFA?
 
Parabéns ao Benfica pelo resultado.
 
AB