Desporto

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Nacional-Benfica; 0-1 (TL)

Vitória escassa, sofrida, porém agradável, frente a um adversário que, esta época, já "fez a barba" ao FCP e ao SCP. Escassas oportunidades de golo, para ambos os contendores, com domínio benfiquista durante a primeira parte e nacionalista durante a segunda. Em abono da verdade, o empate não teria escandalizado.

 De facto, na segunda metade do encontro, a equipa madeirense "meteu o pé na tábua" subindo no terreno e sufocando os adversários, impedindo-os de controlar a bola, pensar e desenvolver os lances ofensivos. Felizmente o poste não esteve pelos ajustes e impediu o empate, neutralizando um lance de belo recorte técnico.
 
 
O Benfica não jogou bem, continuando a falhar demasiados passes aparentemente fáceis, evidenciando falta de fluidez no meio-campo, falta de profundidade nas alas e falta de ponta de lança.

Enzo é um jogador que me agrada muito; pela técnica, pela garra e pelo coração, mas...agarra-se demasiado à bola, e como não tem "cabedal suficiente" raramente resiste às cargas, perdendo-se a dinâmica ofensiva. Tem que soltar a bola mais cedo podendo, apesar de tudo, aproveitar aquela característica para suscitar faltas em zonas críticas, de onde Cardozo, Lima, Rodrigo, Gaitan ou ele mesmo, poderão fazer estragos na baliza contrária.

Acredito em Suleimani; trata bem a bola, joga em profundidade, cruza bem, remata bem, parece sereno e mentalmente forte, mas tem que melhorar a condição atlética para desenvolver todo o seu potencial; não percebi - presumo que, por fadiga - porque, já na segunda parte, fletiu para dentro, entregando a bola a um adversário, quando tinha o corredor livre até à linha de fundo donde poderia cruzar para o avançado.

O mesmo se passou logo a seguir, do lado contrário, o direito, com outro colega de equipa!, ora, as camisolas, fazendo parte do jogo, podendo até ter um contributo positivo - só as vermelhas -, não dispensam o empenho do respectivo conteúdo!

Aceito que se jogue sem ponta de lança fixo, mas...no momento certo alguém tem que aparecer no eixo do ataque...seja quem for!, não adianta correr muito, improficuamente, importa sim correr bem e...muito, quando for necessário; à atenção de Lima, Markovick, Rodrigo...e todos os outros à excepção do guarda-redes.

Markovic, tendo notáveis qualidades para jogar em contra-ataque, raramente o faz!, porquê?, julgo que lhe falta mais cultura tática e controle da ansiedade.
 
Oblack tendo tido pouco trabalho, respondeu bem quando foi necessário; é o que se pede a um guarda-redes!, sinto que transmite segurança à equipa e aos adeptos.

Gostei de ver Siqueira; parece bem e ainda bem.

Pena que Steven não tenha jogado; acredito nas suas qualidades para central e desiquilibrador ofensivo.

Não percebi porque não entrou mais cedo, o Ruben; precisámos dele em toda a segunda parte.
 
Oxalá Cardozo e Sálvio regressem em breve e em forma.

Prefiro o pragmatismo com resultados do que à nota artística sem eles...por agora.

Nota à margem; surpreendentemente,  mais uma vez, a cordialidade das gentes do Nacional  para com as gentes do Benfica substituiu a velha hostilidade cúmplice do sistema. Espero que seja o princípio dos ventos de mudança que, inevitavelmente, ocorrerá no futebol português. Já não é sem tempo.
 
 Nacional – Benfica, 0-1: Entrada com o pé direito na Taça da Liga
  

FELIZ 2014, BENFICA




segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Berta Rojas plays Caazapa by Agustin Barrios

 
 
                          

domingo, 29 de dezembro de 2013

O Rei vai Nu; A grande farsa demoliberal (sugestão de leitura)


Anneliese Mosh, neste ensaio atualíssimo, analisa as democracias partidárias ocidentais expondo as suas incongruências, caracterizando-as como oligarquias, ditaduras, ou totalitarismos partidários, sem outro propósito que não seja o da ascensão ao poder e conservação do mesmo pelas respectivas elites, as quais, dirigidas por um restrito grupo de perpétuos lideres, se fazem eleger graças à permanente ação demagógica que exercem sobre a população, com a cumplicidade implícita dos meios de comunicação, que, frequentemente, controlam por via indirecta.
 
Porém, Anneliese, não se limita a denunciar as democracias vigentes no ocidente; recorrendo aos grandes pensadores como Platão, ou Aristóteles, a Locke, J.J Rosseau, Tocqueville, Mostesquieux, Hayeck, aos grandes pensadores portugueses como António Sardinha, Mário Saraiva, Oliveira Martins, Padre António Vieira, São Tomás de Aquino, passando pelo espanhol Gonzalo Fernandez de la Mora, e outros, mostra outras formas de democracia além da partidária. Defende a democracia orgânica, construída de baixo para cima, com base na família, no localismo e no municipalismo onde cada grupo social ou economicamente ativo nas comunidades locais participem, por representação - mediante eleição seguida de sorteio -, no governo destas. Órgãos regionais constituir-se-iam com representantes dos municípios, elegendo, por sua vez representantes para a "assembleia nacional" à qual competiria o poder legislativo e a indigitação do chefe do governo, que escolheria os ministros, após nomeado pelo chefe de estado, presidente - eleito por sufrágio universal e assessorado por um conselho de estado - ou rei - nomeado por sucessão legal pelo conselho de estado ou pelas  cortes.
 
Sem excluir o regime republicano, sustenta o sistema monárquico como o mais eficaz, na medida em que reconhece ao rei superior capacidade de representação dos cidadãos e o considera garante por excelência da continuidade de implementação dos projetos nacionais de médio e longo prazo, contrariamente ao que atualmente se verifica. Interessante o modelo que defende para a nomeação dos conselheiros de estado, donde ressalta a preocupação da efetiva representação das comunidades, bem como a prevenção da constituição e consolidação das aristocracias resultantes do processo eleitoral puro, introduzindo, adicionalmente, o método do sorteio.
 
Sustenta uma constituição não programática - ao contrário da portuguesa atual - consagrando os direitos fundamentais dos cidadãos, o mais relevante dos quais, o famigerado e sistematicamente adulterado direito à igualdade de oportunidades. Defende a descentralização mas rejeita as tendências separatistas  que por vezes têm sido afloradas.
 
"Quanto ao parlamentarismo republicano, a implantação da República poucas modificações veio trazer ao sistema de partidos e à organização interna destes. Além disso, o parlamentarismo republicano sempre se debateu com a multiplicidade de partidos, cuja maior parte carecia de significado ideológico e que continuavam a corresponder a grupos formados em volta de pessoas: o tradicional fulanismo."
 
"Os partidos só apareceram em força depois da revolução de Abril de 1974, proibindo-se contudo qualquer partido direitista, embora se autorizasse a formação de toda a gama de partidos da esquerda e até de toda a extrema esquerda.
De facto, Portugal nunca conheceu o funcionamento normal de um regime de partidos, tal como tem vigorado nos países da Europa central e do norte, ou mesmo em França e na Itália. A breve experiência pré-salazarista foi um desastre e a experiência pós-revolução dos cravos não parece dar melhores resultados."
 
"Até certo ponto, o regime de partidos atenta indiretamente contra a liberdade individual, com a sua distribuição de favores e benefícios. Os partidos transformam assim pouco a pouco, o homem livre, num vassalo enfeudado que tudo deve ao seu partido."
 
"Alem disso a Coroa encarna a instituição da Nação; é ela que goza dos direitos de governo real, que o rei apenas tem a responsabilidade de exercer....A Coroa não pertence ao Príncipe, é o Príncipe que pertence à Coroa.... rei é depositário, não proprietário." 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Porto da Graciosa: Navio "THE WORLD" no Natal.

O Porto da Graciosa: Navio "THE WORLD" no Natal.: THE WORLD:  Crucero y Residencia   Eslora: 196,35     GT: 43188.  É um navio de cruzeiro único em sua classe, porque os passag...

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Porto da Graciosa: Ampliação do canal do Panamá (vídeo)

O Porto da Graciosa: Ampliação do canal do Panamá (vídeo): O programa de ampliação consiste na construção de dois complexos de eclusas de três níveis cada uma com três tanques de reutilização, uma ...

sábado, 21 de dezembro de 2013

Setubal-Benfica 0-2

Setúbal, para o Benfica, é, tradicionalmente, um campo difícil; à motivação acrescida face à grandiosidade do clube, que constitui para todos os clubes nacionais, mesmo todos, uma espécie de catarse, seja para inverter maus desempenhos, seja para consolidar as boas prestações, há em Setúbal uma velha hostilidade fomentada historicamente pelo clube que aspira, em vão, a ser reconhecido como o principal rival do Benfica; o Porto.
 
A nomeação de Paulo Batista para este jogo, com grande quota de responsabilidade no relativo fracasso no campeonato anterior, e o afastamento - mais um - de Enzo, agravaram a espectativa quanto às dificuldades.
 
Não vi o jogo, mas confio na honestidade e competência da Sónia, que refere, na sua crónica no sítio do slb, as maldades que, como era de esperar, o Sr Batista praticou durante o jogo; complacência perante o jogo violento do adversário, perdoando uma expulsão a um jogador setubalense por bárbara e dupla agressão a Gaitan ainda na 1ª parte, e vista grossa a uma grande penalidade favorável ao Benfica.
 
Parece que, o futebol dos encarnados, tendo melhorado na 2ª parte em que aconteceram os golos, não revelou grande qualidade, e tal não deverá ser totalmente imputado à instabilidade tática da equipa, pois o recuo no terreno do adversário, característico do compulsivo e estratégico nivelamento por baixo do futebol nacional, para tal contribuiu. Quando a diferença competitiva dos contendores é demasiada, o jogo deixa de ter interessa; ou há jogo aberto e há goleada desinteressante, ou o mais fraco bloqueia o jogo das mais variadas formas em que os clubes nacionais são peritos. Foi o caso, tal como com o Belenenses, com o Arouca e com o Braga. É o que dá o Portugal dos pequeninos, em que o Porto é o maior deles e o maior especialista no nivelamento por baixo.
 
Oblak, esteve bem, apesar do relativo fraco assédio à sua baliza. E a verdade é que o Benfica precisa, desde há muito, de um grande guarda-redes.

O Porto da Graciosa: FLNG, "Prelude"- O gigante da Shell com 488 metros...

O Porto da Graciosa: FLNG, "Prelude"- O gigante da Shell com 488 metros...:   © Copyright imagem e fonte: Shell Depois de 14 meses de construção , o projeto "Prelude ", um  FLNG ( Floating li...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

portadaloja: Cabotinismo no palácio Ratton

portadaloja: Cabotinismo no palácio Ratton

O BARCO VAI DE SAÍDA-Fausto

 
 
 
                            

Manuel Freire - Pedra filosofal



                         

Zeca Afonso - Canção de Embalar

 
 
 
                         

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA - Canção com Lágrimas

 
 
 
                          

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

portadaloja: Tecnologia, empresas e oportunidades perdidas

portadaloja: Tecnologia, empresas e oportunidades perdidas

Os empresários são os "vampiros" da formação e os coveiros dos clubes (e ainda são condecorados!).

Bruno de Carvalho pede regulamentação para os empresários de futebol

 

O presidente do Sporting criticou hoje a atuação da maioria dos empresários de futebol, considerando ser "vital" regulamentar a ação daqueles agentes desportivos, que estão a inflacionar o custo da formação em Portugal. 

 
Bruno de Carvalho, que falava durante um colóquio sobre dirigismo desportivo,  realizado num universidade de Lisboa, pediu mesmo a intervenção do Governo,  de forma a legislar "tudo o que diz respeito ao desporto nacional".

"Seria absolutamente vital criar uma lei que regulamentasse a situação  dos empresários. Se calhar, toda a gente já percebeu isso, mas não lhes  interessa mudar. Hoje em dia, já não dá para renovar o contrato com um miúdo,  para que ele possa ser nosso. Não estão a meter mão nesta situação dos empresários",  afirmou, em referência às percentagens dos passes de futebolistas detidas  pelos agentes. 

Essa situação, segundo o presidente "leonino", está a inflacionar o  custo da formação nos clubes portugueses, que começam apostar em mercados  internacionais, em detrimento das próprias camadas jovens, pois "torna-se  muito mais caro formar do que comprar". 

"O Sporting gasta, na sua formação, cerca de nove milhões de euros por  ano. Quando vim para o Sporting, não estava à espera de começar a ficar  preocupado com o valor exagerado que custa a formação, por intervenção dos  empresários. Estamos a falar de miúdos de 17, 18 ou 19 anos", referiu. 

Apesar das críticas, Bruno de Carvalho ressalvou que "nem todos os empresários  são iguais" e que o Sporting "não está em guerra" com os agentes de jogadores.

"Nem todos os empresários são iguais, nem todos veem uma fortuna em  cada duas pernas e isso tem-nos permitido trabalhar melhor com uns e não  trabalhar com outros. Há empresários que querem ganhar o seu dinheiro, mas  que também contribuem para ajudar o próprio clube", salientou. 
Ainda assim, o presidente "verde e branco" garantiu que o clube vai  manter a aposta na formação - "é algo que faz parte da essência do Sporting"  -, mas alertou para as consequências futuras da atual conjuntura do futebol  nacional, particularmente no que diz respeito às seleções.

"Um dia não vamos ter jogadores portugueses para fazer as seleções.  Eu vou continuar a denunciar esta situação. Se o futebol português quiser  ganhar alguma coisa, um dia terá de ir buscar muitos jogadores estrangeiros,  porque o nosso sai muito caro", concluiu. 

Assim vai o futebol europeu!

Justiça italiana investiga 28 partidas suspeitas de manipulação; veja lista.

(Retirado do sítio Terra)
Ex-meio-campista Gattuso é um dos investigados em novo escândalo na Itália Foto: Getty Images

      Ex-meio-campista Gattuso é um dos investigados em novo escândalo na Itália
              Foto: Getty Images

A imprensa italiana divulgou que são 28 os jogos investigados pela Procuradoria de Cremona, suspeitos de terem sido manipulados. As partidas são referentes ao período entre maio de 2009 e maio de 2013.

O maior número de incidências foram registrados durante a temporada 2010/11. Na temporada passada, pelo menos três jogos estão sob suspeita.

Há na lista jogos de todas as principais equipes italianas. As autoridades do país já prenderam quatro supostos envolvidos. Outros suspeitos de envolvimento nas armações de resultados são o meia da Lazio, Brocchi, e o ex-volante do Milan, Gattuso.

Lista das partidas sob suspeita:

31/05/09 - Napoli 3 x 0 Chievo
09/05/10 - Inter 4 x 3 Chievo
23/01/11 - Bologna 3 x 1 Lazio
30/01/11 - Brescia 0 x 3 Chievo
01/02/11 - Milan 0 x 0 Lazio
02/02/11 - Chievo 2 x 0 Napoli
15/02/11 - Cagliari 4 x 1 Chievo
20/02/11 - Chievo 1 x 2 Milan
27/02/11 - Brescia 2 x 2 Lecce
06/03/11 - Chievo 0 x 0 Parma
13/03/11 - Milan 1 x 1 Bari
20/03/11 - Inter 1 x 0 Lecce
20/03/11 - Juventus 2 x 1 Brescia
02/04/11 - Brescia 3 x 1 Bologna
23/04/11 - Genoa 4 x 2 Lecce
23/04/11 - Bari 0 x 1 Sampdoria
23/04/11 - Palermo 2 x 1 Napoli
02/05/11 - Lazio 0 x 1 Juventus
08/05/11 - Udinese 2 x 1 Lazio
08/05/11 - Palermo 2 x 1 Bari
09/05/11 - Juventus 2 x 2 Chievo
14/05/11 - Milan 4 x 1 Cagliari
15/05/11 - Sampdoria 1 x 2 Palermo
15/05/11 - Lazio 4 x 2 Genoa
22/05/11 - Lecce 2 x 4 Lazio
14/04/13 - Palermo 1 x 0 Inter
14/04/13 - Roma 4 x 0 Siena
05/05/13 - Parma 2 x 0 Atalanta

Lancepress! 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Olhanense-Benfica 2-3

Do jogo só vi a 2ª parte...e gostei, até porque aconteceu o golo que viria a ser o da vitória; e que golo
 
Olhão é, sempre, um campo difícil e, por outro lado, a indisponibilidade de vários atletas e Técnico fragilizaram o grupo pois, além de dispor de menos opções técnico-táticas, fica sem acesso ao recurso orientador e incentivador do seu Treinador. O que não é pouco.
 
Gostei de ver o Olhanense a bater-se com determinação, bem aberto e com profundidade, não tendo descortinado o malfadado autocarro. Gostei ainda mais de ver os jogadores do Benfica a disputarem com afinco  todos os lances, em defesa alta, procurando consolidar a vitória com o tranquilizador 4º golo, que acabou por não surgir. Foi pois um jogo bem disputado, com muita emoção, requisito necessário à adesão do público e promoção da modalidade.
 
Suleimani vai subindo na fasquia; não fala, não gesticula, mantem-se concentrado, trata bem a bola, vai para cima do adversário com convicção - salvo seja -, joga em progressão, centra bem, remata bem e não se perde em desgastantes rodriguinhos. Foi um belo golo sim senhor, um golo valioso; dizem que foi de trivela, não sei se com o esquerdo ou com o direito.
 
Fantástico também, foi o golo do Matic ainda na 1ª parte; potentíssimo e colocadíssimo, percebendo-se a emoção do jogador na construção do lance. Matic é um dos que gostaria de ver no clube por muitos anos; tem alma Benfiquista.
 
O nosso primeiro golo, tendo sido irregular - Lima, por um microssegundo está fora de jogo -, foi, também ele, um primor de execução; centro milimétrico de Gaitan e cabeceamento fulminante de Lima. Precisão, especialmente no último passe é a melhor receita para bater as sobrepovoadas defesas adversárias.
 
Já os golos adversários, aos quais reconheço mérito, revelam as tradicionais fragilidades defensivas do Benfica, que urge resolver. Para tal, há que estabilizar a equipa e o modelo tático de base.
 
Revelou grande coragem, o Artur, naquela defesa de alto risco, correu mal, mas foi mais uma demonstração da determinação da equipa. Já sei que não é grave e que o regresso é possível já em Setúbal.
 
A inicial apreensão quanto às consequências da substituição, rapidamente foi dissipada pela segurança que Oblak revelou em duas ou três defesas de risco médio. Mostrou que está pronto.
 
Conquistados os preciosos três pontos, esperemos o breve regresso dos lesionados e do Treinador. Já quanto à tradicional e compulsiva fúria punitiva da FPF, há que não lhes dar pretextos para tal. Com a sistemática desculpabilização das equipas de arbitragem, chegámos ao ponto em que os jogos e as provas são decididos por aqueles.
 
Nota: Parece que a melhor maneira de ganhar campeonatos é ameaçar os credores de insolvência.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Aqui é o Paraíso: Hyock Kang e Philippe Grangereau (editora Ulisses)

Um testemunho em primeira pessoa, do modo de vida tenebroso imposto ao povo norte-coreano pela insanidade totalitária de uma elite que, armada até aos dentes, sujeita o povo a um discriminatório e assassino socialismo, perante a quase indiferença internacional.
 
O livro abre com uma citação de Alexandre Soljenitsyne, que nos remete para os primórdios do cristianismo: "Aquele a quem privardes de tudo não está mais em vosso poder. É outra vez completamente livre."
 
Todos os horrores convergem na violência da expressão: "...a desgraça dos outros, mesmo dos nossos, deixa-nos completamente indiferentes quando temos a barriga vazia. O estômago torna-se mil vezes mais importante que a consciência. Rouba-se sem remorsos, até se poderia matar. É isso ou a morte certa, o grande buraco negro escavado á pazada no buraco negro  da montanha."

Sociedade artificialmente estratificada, pena de morte irrevogável aos dissidentes, controlo total das comunidades, manipulação histórica e cultural, ausência de sentimento e culto religioso, xenofobia generalizada, trabalho infantil intensivo, serviço militar obrigatório de treze anos, culto da personalidade exacerbado, isolamento social, fome generalizada excetuando  os membros do partido, inacessibilidade a este da generalidade da população, campos de trabalho assassinos para os dissidentes e até para os autores de pequenos delitos, responsabilidade "criminal" coletiva até à terceira geração, execuções em público, restrição de circulação além do distrito de residência, enfim, total ausência de respeito pelo ser humano.

"Acabavam todos, como eu por sentir uma imensa cólera uma terrível humilhação perante a ideia de terem vivido numa impostura, a ideia de que a  maior parte das coisas que tinham aprendido no Norte não somente não lhes serviam para nada como os estorvava nas suas reflexões. Nada é mais degradante do que medir desse modo a amplitude de uma mentira total, englobando toda a nossa existência, forçando-nos a pôr tudo em causa. Uma vez na Coreia do Sul, toda essa experiência suscitou em mim uma revolta que se transformou em ódio por Kim Jong-il."

"Em Unsong dizia-se que um boi ou uma vaca valia mais que um ser humano, porque esse animal tem dez vezes mais energia que um homem"

"As execuções eram frequentes na nossa pequena cidade. Cinco ou seis por ano. Mas os habitantes nunca se cansavam delas....quando chegava a hora, o condenado era exibido pelas ruas antes de ser conduzido ao local de execução, onde o faziam sentar-se no chão, de cabeça baixa, para que toda a gente o pudesse ver. A multidão era seguidamente mantida à parte durante os preparativos da execução....trata-se de uma farda pardacenta, feita de uma só peça, de algodão macio muito grosso, não penteado mas simplesmente cardado, como o interior dos edredões em casa da minha avó. Desse modo, quando as balas são disparadas, o sangue não jorra, é absorvido por esse tecido especial, que se tinge então de vermelho....o prisioneiro é atado a um poste de madeira com duas cordas ao nível do peito e das pernas. Um militar ordena ao pelotão composto por três soldados: "sentido, apontar, fogo!". Uma primeira salva, disparada sobre o peito, corta a primeira corda. O corpo descai então para a frente. Uma segunda salva de três balas atinge o alto da cabeça, que rebenta literalmente. O cérebro espalha-se para dentro de um grande saco previsto para esse efeito e colocado aos pés do condenado....três outras balas são finalmente disparadas ao nível da corda que prende as pernas. O cadáver cai então para frente, o busto dentro do saco....os meus colegas adoravam este género de encenação. Diziam: "o condenado saúda-nos antes de morrer"....seguidamente, era abandonado num qualquer lugar da montanha, sem ser enterrado, para que os cães o devorassem."

O enforcamento era reservado aos nihilistas (aquele que recusa qualquer opressão social e enaltece a liberdade total)...."é  mais espetacular porque o supliciado é simplesmente alçado por uma corda num poste, como uma marioneta, e a sua agonia dura por vezes vários minutos."

É assim o socialismo na Coreia do Norte, colónia japonesa de 1910 a 1945, a que se seguiu a famosa guerra da Coreia até 1958, com a intervenção de Americanos e Chineses, culminando num impasse de que resultou a atual divisão. Com o atual regime, não admira pois a corrida ao armamento.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Benfica-PSG 2-1

É com gosto que dou os parabéns aos atletas do Benfica pelo jogo de hoje. Foi uma vitória merecida, graças, sobretudo, ao empenho coletivo, contra um adversário com aspirações à final. Foi insuficiente, sim, mas...fizémos a nossa parte; desta vez cumprimos.

Sem alguns dos seus titulares, tal como o Benfica, a equipa do PSG apresentou um futebol de grande qualidade técnico-tática, muito dinâmico, vertical, de grande amplitude, pressionando intensamente muito alto. A qualidade técnica dos seus atletas não permitia displicências. E foi o que aconteceu no lance do primeiro golo, em que me pareceu ver alguma passividade; parecia uma bola perdida. O GR pareceu-me muito bom; na grande penalidade percebeu a direção da bola, denunciada aliás pelo Lima - devido ao posicionamento no momento do arranque. O defesa que agrediu Sílvio deveria ter sido expulso, julgo que não quis jogar a bola.
 
Gostei da equipa do Benfica, apesar da continuação da tendência perdulária na concretização, de alguns passes falhados e de alguma despropositada retenção de bola. Foram valentes na disputa dos lances, ganhando inúmeros duelos individuais, indicio frequente da tendência do jogo. Procuraram o golo com determinação e poderiam ter feito melhor. A intensidade que colocaram no jogo acabou por retirar algum ímpeto ao PSG nos minutos finais e, implícitamente, garantir a vitória. Muito bem.
 
Gostei do Artur; por duas boas defesas e uma mancha perfeita que negou o empate. A defesa esteve bem - salvo no 1º golo -, Luisão e Garay fizeram cortes cirúrgicos decisivos, Sílvio revelou grande coragem, e Máxi esteve no golo da vitória, gizado com grande frieza. Fejsa e Matic trabalharam muito e bem,mas falharam alguns passes que poderiam ter sido fatais. Gaitan deu-nos a vitória numa recarga oportuna e perfumou o estádio em vários lances - pena ter falhado a direção na primeira oportunidade da 1ª parte -, Enzo foi igual a si próprio tendo saído esgotado - ficou na retina o tremendo remate ainda na 1ª parte a que o GR contrário respondeu com grande defesa, num lance muito vistoso, Markovic mostrou os seus já conhecidos créditos dinamitando a defesa com a sua insuperável velocidade - julgo que necessita de melhorar o posicionamento -, Lima bateu bem o penálti, embora denunciado, graças à força e colocação, porém revelou, mais uma vez, reduzido nível de eficácia. Cavaleiro pôs a defesa em sentido graças ao seu posicionamento, força, velocidade e determinação, revelando estar integrado na equipa, Suleimani deu mais um passo no sentido da sua afirmação, tem boa técnica, profundidade, serenidade, coragem, e sabe fazer um centro decente - temos aqui extremo. Claro que se fez sentir a falta de Cardozo; mas a equipa tem que aprender a jogar sem ele.
 
Este jogo deixou patente a razão da apatia no jogo com o Arouca, em que, imperdoávelmente, deixámos fugir mais dois pontos; "-vamos jogar com o Arouca? - vamos; uma equipa que perde os jogos todos e vai em útimo lugar. - É pá, ainda bem; precisamos de descansar um bocadinho para o jogo da champions. - É verdade, veio mesmo a calhar. "
 
Espero que esta vitória, apesar do travo algo amargo, constitua o tónico para a estabilização do desempenho da equipa. Oxalá acabem as malfadadas lesões e tenhamos em breve, todo o plantel operacional.
 
PS: Com o castigo de Enzo, continua a sanha persecutória contra o Benfica; Enzo foi "imolado" na praça pública pela CS, em particular pelo CM!, uma vergonha!, tudo fazem para enfraquecer desportivamente o clube. Há que encontrar caminhos eficazes de lutar contra isto. Talvez passar ao contra-ataque; somos demasiado complacentes.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Futebol talharouco

Mário Figueiredo é, atualmente, o dirigente de futebol mais lúcido e corajoso, o que não deixa de ser surpreendente tendo em conta a sua longa ligação ao gabinete jurídico de Adelino Caldeira e Moreira dos Santos, nada mais nada menos que o braço jurídico de Pinto da Costa, que lhe tem permitido enfrentar com sucesso todos os julgamentos de que foi alvo.

Os projetos que defende, com firmeza e serenidade, quanto aos direitos desportivos e ao modelo competitivo da primeira liga, são os mais adequados à recuperação da credibilidade e da economia dos clubes. O isolamento em que se encontra parece não o atemorizar e denuncia o estado de medo e cobardia que domina a generalidade dos clubes, a todos os níveis. Por muito menos se demitiu Hermínio Loureiro da presidencia da Liga, acabando nos braços do sistema - salvo seja -, no pomposo mas desprestigiante cargo de vice-presidente da FPF, claudicando do seu projeto.

Sabemos que o monopólio dos direitos desportivos escandalosamente detido pela PPTV - salvo erro -, deprecia o valor dos mesmos, minimiza o montante atribuido aos clubes e engorda o concessionário que por sua vez dita a sua lei em benefício de um dos concorrentes. Acabar este estado de coisas é um imperativo para a desejada redução do desnivelamento competitivo dos concorrentes, condição necessária à recuperação económica dos clubes. É obsceno que o concessionário se permita abocanhar cerca de dois terços do total das receitas de comercialização dos direitos!

Quanto ao modelo competitivo, parece-me que o projeto que apresentou iria melhorar a competitividade das equipas, pelo aumento a incerteza nos resultados, abrindo mais as equipas, proporcionando melhor espetáculo e rompendo com o círculo vicioso que caracteriza o futebol nacional das últimas décadas. Infelizmente este projeto foi chumbado e a consequência traduzir-se-á no inexorável nivelamento por baixo das equipas. Uma pena.

Na presente época, à semelhança das anteriores, sucedem-se e repetem-se os jogos em que, um dos adversários, consciente da sua inferioridade, concentra todos os esforços em impedir o adversário de jogar, praticando ostensivamente o designado anti-jogo em todas as suas vertentes. Tem sido, mais uma vez, o caso dos jogos na Luz nomeadamente com o Belenenses, Braga e agora o Arouca. Chegámos ao absurdo de, até na 2ª liga e nos júniores, alguns adversários do Benfica degradarem os respetivos relvados na véspera dos jogos, a fim de nivelarem técnicamente as equipas!, um absurdo inaceitável, tal como inaceitável é a passividade da FPF!, há que premiar quem aposta e investe na qualidade desportiva.

Tal estado de coisas levanta uma questão mais profunda que tem a ver com a representatividade de cada clube nos órgãos desportivos. Tendemos a crer que a democratização das instituições foi uma consequência direta da democratização do regime político, e nem sempre é verdade. Tal é o caso do futebol; como se entende que um clube com, por exemplo cinco mil sócios e dez mil adeptos tenha precisamente a mesma influência que outro com duzentos mil sócios e seis milhões de adeptos?, como se entende que uma associação que represente um certo número de adeptos, tenha mais poder que outra que representa o dobro deles?, não legitima a democracia o poder da maioria?, mas é o contrário que se verifica no futebol português!, são os pequenos clubes que ditam as regras conducentes à degradação da competitividade desportiva e à decadência do futebol, ainda por cima, condicionados pela crónica dependência financeira.

Outra faceta deste absurdo, reside no auto-imposição do silêncio por parte dos dirigentes do Benfica, face à influência duma CS hipócrita e persecutória, induzindo-lhes opção pelo mal menor. E é preciso acabar com isto. não tenhamos ilusões; nada será concedido ao Benfica. Tudo tem que ser conquistado. Tudo!

Mãos à obra.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

O que é a arte?, por Lev Tolstoi (Gradiva)

por António Barreto:

Um interessante ensaio sobre a arte, de leitura agradável, que nos ajuda a refletir sobre esta e outras facetas essenciais das sociedades humanas, tais como a consciência religiosa e a fraternidade universal, desenvolvido durante quinze anos pelo autor e publicado em 1898, numa época de plena expansão da Revolução Industrial. Tolstoi ficou imortalizado pelas suas conhecidas obras Guerra e Paz, Anna Karénina,  a Morte de Ivan Ilitch e Sonata Kreuzer. No ensaio, além desta obra, publicou também Confissão.

Para Tolstoi, a arte não se reduz à busca da perfeição estética, tão-pouco à expressão dos sentimentos do artista, e muito menos à satisfação das classes abastadas. Esta, é a falsa arte, distorção da arte verdadeira, da que brota do povo na vivência quotidiana das suas angústias e alegrias; a arte cultivada pelas classes altas para seu próprio prazer, é destituída de consciência religiosa e por isso, falsa.

A arte traduz-se na capacidade de alguém, por qualquer meio, contagiar os outros com o seu próprio sentimento indutor da fraternidade e união das pessoas, única forma de obter o progresso social coletivo.

Na sua conceção de arte, Tolstoi, concilia, com grande simplicidade, a ciência e a religião, imputando a ambas o dever da prossecução do bem comum e atribuindo à arte a propulsão das sociedades humanas, pela difusão implícita das descobertas científicas conformes aos valores cristãos.

Revelando um conhecimento invulgar da produção multicultural da sua época e dos clássicos, Tolstoi não poupa figuras consagradíssimas como Wagner, Beethoven, Miguel Ângelo, Shakespere, Verlaine, Baudelaire e outros, considerando os seus trabalhos como exemplos de arte decadente.

À semelhança da fusão entre ciência e religião, este ensaio funde os conceitos do romantismo e do realismo, atribuindo à expressão e contágio dos sentimentos do artista, característicos daquele, a função moral da difusão e prossecução do bem comum, próprios deste, deplorando a corrente esteticista, da arte pela arte, dada a sua função restrita de satisfação de grupos sociais abastados, ociosos, dedicados à perpetuação dos seus privilégios.

Numa revelação surpreendente, aparentemente paradoxal, sobretudo para os nossos dias de compulsiva e asfixiante normalização, considera o autor que a profissionalização da atividade artística, os críticos de arte e as escolas de arte, constituem as principais causas de distorção e decadência da mesma, considerando que a arte não se ensina e que, a habituação, pode até fazer as pessoas gostarem da má arte. Porém, defende Tolstoi o ensino da várias técnicas da arte nas escolas primárias, a fim de proporcionar a plenitude da expressão dos genuínos sentimentos artísticos aos que, de entre o povo, tenham talento para tal.

Vejamos como se define Tolstoi:

“Quem sou eu? Um dos quatro filhos de um Tenente-Coronel na reserva, que ficou órfão aos sete anos de idade, tendo sido educado por mulheres e por estranhos e que, sem qualquer preparação mundana ou intelectual, se fez ao mundo aos dezassete anos…. Sou feio, grosseiro, sujo e mal-educado, quando vejo as coisas como o mundo as vê. Sou irascível, chato, intolerante e tímido como uma criança. Sou um labrego com todas as letras. O que sei aprendi-o sozinho, mal, aos solavancos, de modo descosido; e é bem pouco. Sou imoderado, indeciso, inconstante, estupidamente vaidoso e expansivo com  todos os fracos. Coragem é coisa que não tenho. A minha preguiça é tal que a ociosidade se tornou para mim uma exigência. Sou boa pessoa, entendendo por isso que gosto do bem, fico mal comigo quando dele me afasto e é com agrado que volto atrás. Todavia, há em mim uma coisa que pode mais que o bem: a glória. Sou tão ambicioso que, a darem-me a escolher entre a glória e a virtude, receio bem que escolhesse a primeira. Modesto é que não sou, sem sombra de dúvida. Por isso é que me vêem com este ar de cão abatido, por fora, mas se querem saber o que é o orgulho, olhem lá para dentro.”

sábado, 7 de dezembro de 2013

Benfica-Arouca 2-2, a elegia do mau futebol!

Com este Benfica, o Arouca, os aroucas e estas croniquetas, o futebol português está garantido!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Rio Ave-Benfica 1-3

Mais uma vitória, numa exibição sóbria e eficaz onde Rodrigo se afirmou e Lima se reencontrou. Atingimos o topo e agora há que manter o rumo com humildade, inteligência e determinação. O regresso dos lesionados tornarão a equipa cada vez mais forte. Porém, "o sistema" continua a "carburar" como se viu no jogo Académica-Porto e nos Bês Benfica-Porto. Esta gente continua a pensar que manda no futebol nacional, mas...parece que algo está a mudar; a deslocação a Coimbra deveria ter sido mais um passeio, enquanto o jogo anterior, com o Nacional, deveria ter sido uma festa. Oxalá que sim, para bem do futebol Português.

A equipa do Rio-Ave posicionou-se muito bem no terreno, marcando o portador e  o receptor com muita agressividade, trocando bem a bola e explorando as alas, disputando o jogo em todo o terreno. Apesar dos escassos remates à baliza contrária, este modelo valeu-lhe o golo do empate após descompensação da defesa do Benfica, insuficiente porém, face à imediata resposta contrária.

Sem Cardozo, receava a irrelevância ofensiva da equipa, apesar dos três tentos ao Anderlecht. Felizmente enganei-me; Rodrigo e Lima protagonizaram interessantes movimentações que renderam dois preciosos golos, o primeiro e o terceiro, este evidenciando uma dinâmica notável. Já o segundo, resultou da execução primorosa de Lima, de um livre  a uns 20/25 m descaído à esquerda; um lance onde se já se tinha revelado exímio em outras ocasiões.

Pareceu-me que Lima assumiu a responsabilidade ofensiva. De qualquer modo, a equipa necessita urgentemente de variantes ao modelo ofensivo corrente e tal não acontecerá se não forem testadas em competição. A mobilidade de Lima e Rodrigo, seja em profundidade, seja em amplitude, associada ao poder de fogo de ambos, aumenta a incerteza e o receio das defesas contrárias. Se acrescentarmos Markovik à fórmula, consolidadas as dinâmicas e assegurado o pragmatismo, teremos uma frente de ataque temível para qualquer adversário.

Enzo é fantástico; incansável, entrega-se totalmente ao jogo, tal como Matic e Fejsa; contudo, falta criatividade e fluidez ao meio-campo. Gostei de ver as longas sequências de passes, já com o resultado feito; algo que deverá ser melhorado e consolidado, numa perspectiva de racionalização de esforço, imprescindível, dadas as exigências das provas em curso.

As sucessivas lesões dos laterais esquerdos são muito preocupantes!, até parece bruxedo; cruzes canhoto! André Almeida vai fazendo, com brio, a posição; apesar disso, necessitamos urgentemente de estabilizar o lugar. O golo sofrido poderia ter sido fatal e deveu-se a uma descompensação defensiva que não pode ocorrer numa equipa com as aspirações do Benfica.

Contudo estão todos de parabéns; quanto a mim, prefiro exibições sóbrias com vitórias, às exuberantes com derrotas.

Os nossos Bês ganharam concludentemente ao Porto, com três magnificos golos - dois deles na sequência de cantos executados primorosamente por Urreta - e o terceiro na sequência de um tremendo sprint de 4o m de Helder Costa, concluido com um tremendo remate ao 1º poste, surpreendendo o guarda-redes que ficou pregado ao solo perante a impetuosidade do nosso avançado. A nossa equipa apresentou-se mais compacta claudicando apenas no golo de honra portista. O famigerado Cosme Machado ainda assinalou uma grande penalidade sem fundamento, felizmente falhada pelo avançado TóZé - melhor marcador da 2ª liga com 9 golos, 6 deles de GP! Atenção que Steven Vitória está a bater à porta dos às!

Também foi um prazer ver os nossos iniciados B bater os congéneres do SCP, por três tentos  de belo efeito sem resposta, numa exibição madura, convincente e com pinceladas de virtuosismo.

Muito bem; parabéns a todos.

Aquecimento global


Ninguém em seu perfeito juízo colocará em dúvida a necessidade de controlar os efluentes de qualquer tipo que diariamente são descarregados no meio ambiente; em terra, no mar ou no ar.  A urgência deste controle aumenta continuamente, dada a evolução demográfica mundial - já se ultrapassaram as sete mil milhões de almas -, o incessante progresso industrial global, a consequente pressão sobre a produção agrícola e os recursos energéticos.

Multiplicam-se por todo o lado as ONG ambientais e os correspondentes forums, intensificam-se, as declarações de intenções dos mais variados agentes políticos e adotam-se medidas draconianas  em nome da proteção ambiental. Apesar disso, continuam a fazer-se ouvir, cada vez mais consistentemente, opiniões discordantes quanto às causas  “oficiais” do aquecimento global.

Parte maioritária da comunidade científica atribui à atividade humana a origem da anormalidade, devido à consequente e crescente emissão de CO2, responsável pela retenção de parte do calor irradiado pela Terra, gerador do famigerado efeito de estufa e do malfadado aquecimento global, com todas as catastróficas consequências que se anunciam.

Alertam os desalinhados para o facto de, em 2012, se ter verificado um aumento de cerca de 60% da área dos glaciares do ártico, bem como para a estabilização da temperatura atmosférica média nos últimos 15 anos.

Respondem os alinhados, que o acréscimo de calor terá sido absorvido pelos oceanos, esquecendo que, a ser verdade, tal teria produzido o efeito contrário ao verificado no ártico. Por outro lado, interrogando-me acerca do impacto das emissões energéticas e gasosas do leito dos oceanos na temperatura destes, só posso duvidar da viabilidade de quaisquer conclusões e este respeito, que não o tenha em conta, como parece ser o caso.

Seja como for, a verdade é que as medidas de natureza política são muitas vezes paradoxais e perversas, sendo frequentes as contradições entre o discurso e a realidade.  Refiro o caso dos frigorigénios, considerando desastrada a estratégia adotada pela União Europeia, o caso dos transportes - responsável por cerca de 2/3 das emissões de CO2 - em que se tem dado uma no cravo outra na ferradura…e o caso do comércio de quotas de CO2.

Detenho-me um pouco nesta nova economia, segundo a qual são atribuídas quotas de emissão aos vários países, podendo estes transacioná-las mediante acordo bilateral. Imaginemos um pequeno e pobre país em qualquer parte do planeta, que decide prescindir do seu desenvolvimento tecnológico como estratégia fomento do progresso social, em favor da venda a sua quota de emissão de CO2. É certo que tal proporcionará desenvolvimento aparente mais rápido mas também é certo que a ausência de progresso tecnológico o tornará refém permanente dos seus clientes que controlarão a sua economia.

Ainda no âmbito da nova economia, refiro o paradoxo das empresas de captação de CO2, cuja viabilidade económica depende do aumento das emissões do mesmo, fazendo lembrar o que se passa em Portugal no âmbito do consumo global de energia elétrica em que a redução do mesmo abaixo do valor de referencia acarretará, contratualmente, correspondente compensação estatal!

O meu cepticismo relativo quanto ao efeito do CO2 no aquecimento global tem a ver com uma série de outros fatores, quanto a mim, não negligenciáveis, como sejam o da alteração da atividade solar e o da mecânica celeste.

Apesar da relevância do caso, só à cerca de 2 anos - salvo o erro - é que foi enviada, pelos americanos, uma sonda para estudo da atividade solar!, sabemos porém que o nosso astro rei atravessa um ciclo de inversão da polaridade, com considerável impacto na Terra e seus sistemas,  graças às alterações do respetivo campo eletromagnético. Estou em crer que este evento poderá traduzir-se também numa alteração de massa do sol e num correspondente aumento da energia irradiada, com inevitáveis consequências na energia absorvida pela Terra e na sua temperatura média.

Tenhamos em conta que a órbita terrestre resulta do equilíbrio das forças gravíticas e electromagnéticas globais, em particular do Sol e da Terra. Perante o evento referido, parece-me razoável supor que tal poderá estar a ocorrer, até porque a respetiva monitorização não se afigura fácil, tal com a da rotação da Terra e do posicionamento do respetivo eixo.

Lembremos a magnitude das matéria e energia escuras; a matéria e energia que sabemos existirem no universo em quantidades avultadas das quais desconhecemos a origem e a natureza, bem como toda a extensão das respetivas consequências.

Recordemos a incipiência dos atuais modelos matemáticos ambientais da comunidade científica bem como a responsabilidade desta em múltiplas agressões ambientais ao longo da história da humanidade.

Concluiremos que temos razões de sobra para o cepticismo quanto à tese corrente das causas do aquecimento global e para a necessidade de  escrutinarmos cada vez mais e melhor as teses das comunidades científicas, sujeitas, afinal, às mesmas vicissitudes que afetam o mais comum dos mortais.

Até porque, os argumentos dos interesses económicos que os alinhados afirmam suportarem os céticos, aplicam-se a identicamente a si próprios.