Desporto

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quo Vadis Benfica?

Benfica-Paços de Ferreira; resultado 3-2, em 09.02.14

Vitória tangencial contra um Paços bem arrumado, motivado e atrevido, que por pouco não pontuou. Um Benfica com muita vontade de vencer mas ofensivamente pouco esclarecido, revelando algumas lacunas defensivas, sobretudo no lado esquerdo, por onde o Paços construiu o seu 2º golo. Destaque para um golaço de Di Maria, de fora da área, num fantástico chapéu ao guarda-redes adversário. Os jogadores do Benfica revelaram fraca concentração, pois “desligaram-se” do jogo logo após as duas vantagens de dois golos. Noto um grande afastamento entre jogadores nos movimentos ofensivos, resultando escassez de linhas de passe e facilidade de isolamento adversário, bem como um défice no corredor direito. Enfim; vitória apetitosa mas a saber a pouco!

Sporting-Benfica; 3-2 em 09.02.22

Vitória justa do Sporting, que fez um belo jogo, sobretudo na 2ª parte onde alardeou grande mobilidade e envolvência ofensiva, completada pelo talento do Liedson e Derlei, com tentos de belo efeito. O Benfica deu grande réplica no 1º tempo, onde chegou a “encostar o adversário às cordas” alcançando o justo empate de grande penalidade, após belo golo de Liedson, num remate cruzado em arco vertical, desferido sem oposição, do bico direito da área. No 2º tempo, após o golo de Derlei, a equipa do Benfica, caiu psicologicamente e não recuperou até final, temendo-se maior desastre, porém, negado pela barra! Ficou na retina o golaço de cabeça Cardoso, “ao lavar dos cestos” a cruzamento alto de Maxi, reivindicando titularidade futura.
David Luiz foi infeliz, uma vez que esteve nos lances dos três golos, ficando claro que em jogos de alto risco as adaptações podem sair caro. Nota negativa para Quique por, ao que consta, estar na origem da saída do Leo, que tanta falta fez neste jogo, e por ter substituído o Yebda, aprofundando ainda mais o “buraco” do meio campo. Derlei e Rochemback abusaram do jogo faltoso merecendo ambos, sanção disciplinar.
Ficou claro para mim que o Benfica precisa de melhor guarda-redes - Moreira não esteve totalmente isento de culpa nos golos -, de um defesa esquerdo, um ala direito e um construtor competitivos. Reitero a minha "fézada" com o Jorge Ribeiro na esquerda, Suazo na ala direita e Cardozo a ponta-de-lança, apoiado por Nuno Gomes ou Aimar. Além disso, é necessário trabalhar quer a concentração após vantagem folgada, quer a determinação após desvantagem em terreno hostil; é necessária efectiva voz de comando nos três sectores.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Qualificação para a incompetência

Dizem que a crise financeira e económica que se abateu sobre todos os países em 2008, é ainda maior que a de 29! Dizem que teve origem nas imparidades de vários produtos financeiros geridos por bancos de investimento criativos sediados nos EUA, que acabaram por se disseminar por todo o lado, arrastando para a insolvência numerosas entidades bancárias em todo o Mundo, gerando, ao mesmo tempo, uma enorme falta de confiança na generalidade dos cidadãos, resultando sério risco de colapso de todas as economias, sendo que, a Finlândia que já anunciou bancarrota.

Os lugares-chave de todas as entidades envolvidas, em especial nas primordiais, são ocupados por pessoas altamente qualificadas no sector, a ponto de se terem tornado referências mundiais. Alan Greensapan - ex-presidente do FED - figura altamente conceituada foi o primeiro a alertar para um risco de grave crise no sector imobiliário nos EUA; saiu antes de a crise rebentar! O Império Medoff ruiu logo que cessaram os novos depósitos, que lhe permitiam remunerar o capital mais antigo, mostrando que, afinal, a genialidade do Financeiro não passava de um mero esquema em pirâmide, qual Dona Branca à americana! Por todo o lado surgem entidades governadas por “gurus” da finança, altamente qualificados, que caíram no logro. Em Portugal, casos como do BCP, BPN e BPP onde pontuaram figuras inspiradoras de todas as hosanas, revelaram-se apenas como gananciosos trafulhas desfrutando da incompetência das entidades fiscalizadoras, também estas geridas pelos maiores autoridades em matéria bancária.

Há muito que a generalidade dos agentes políticos aponta a necessidade da qualificação académica e profissional como instrumento de progresso económico e social, a ponto de instigarem a população para a necessidade da formação permanente.

A importância para a actual crise, de múltiplas personalidades altamente qualificadas, leva-nos porém a reflectir se, afinal, o processo de sofisticada formação vigente, não é apenas o caminho mais difícil para a incompetência colectiva e individual. Os descobridores dos “maravilhosos” produtos financeiros não foram capazes de perceber a inconsistência dos mesmos, nem os investidores subsequentes, nem as entidades reguladoras oficiais e privadas, apesar de toda a teia de regulamentos aplicáveis.

É necessário refundar todo o processo de formação de forma que não sirva apenas para justificar a ocupação das cadeiras de poder em benefício próprio, mas para qualificar para a vida, profissional e social, considerando parte intrínseca a defesa da dignidade alheia. Tanto mais que a influência da moral religiosa católica se tem vindo a diluir nos tempos actuais, perdendo-se a pouco e pouco uma das melhores referências do mundo ocidental.

O velho Marx afinal tem razão! Dizem que não, que foi apenas batota! Não me parece; a necessidade de descobrir produtos financeiros criativos, tem a ver com a crescente dificuldade de remunerar adequadamente o capital - na proporção inversa da sua acumulação - na economia social, aquela que, efectivamente, contribui para o bem estar de toda a população. É aqui que o Socialismo faz sentido. Que novos caminhos se irão desbravar?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Carlos Queirós a Selecção Nacional e o Benfica

Sou um admirador de Carlos Queirós pelo brilhante desempenho enquanto responsável pelas camadas jovens da Selecção Nacional, onde obteve êxitos nunca antes alcançados, descobrindo e potenciando talentos, alguns dos quais de grande sucesso nacional, europeu e até mundial. Se o estudo que então fez sobre o futebol nacional tivesse tido acolhimento adequado pelas entidades responsáveis, estou certo que, hoje, o futebol nacional estaria noutro patamar competitivo e os clubes em melhor condição desportiva e financeira.

Quim vinha a desenvolver uma época muito boa até ao amigável Brasil-Portugal. A nossa Selecção,, “desmantelada” técnica e emocionalmente pela saída de Scolari, deslumbrada com o patético “endeusamento” de Ronaldo, revelara nos dois jogos anteriores fraca qualidade competitiva; falta de atitude, de segurança táctica e de automatismos. Não foi pois sensato o agendamento deste encontro, nesta fase, com uma equipa repleta de génios da bola determinados a mostrar o seu valor a 200 milhões de adeptos - pelo menos -. A derrocada foi total, e os 6 golos sofridos pelo pobre do Quim, atiraram-no para uma angústia de cariz depressivo que se reflectiu nos jogos posteriores ao serviço do seu clube, o Benfica, que, por sua vez, se viu afastado da taça UEFA e com menos dois pontos na Liga Sagres após o jogo com o Setúbal. Foi então Quim, relegado para o Banco de suplentes do Benfica e afastado da recente convocatória para o particular com a Finlândia.

Queirós está em dívida para com Quim, pois deve-lhe um gesto de solidariedade, proporcionando-lhe a possibilidade de reabilitação, convocando-o nem que fosse para suplente. Que diferença para o Scolari que sempre apoiou o Ricardo mesmo quando este estava em baixa no seu clube; foi assim que ganhou a adesão e o afecto dos seus jogadores.

Também não foi inteligente não ter convocado qualquer atleta do Benfica para este particular, suscitando desconfiança entre os seus adeptos relativamente a si próprio e à Selecção. Há no Benfica atletas seleccionáveis; Moreira, Miguel Victor, Ruben Amorim, Carlos Martins e um grande senhor do futebol de seu nome Nuno Gomes. E, nobremente, ninguém se queixa, ninguém lhe declarou “guerra”.

Começo portanto a perguntar-me se o Carlos Queirós não tem antipatia pelo Benfica e pretende, com estas atitudes, diminuir os seus atletas e desvalorizá-los.

Por outro lado, segundo a imprensa noticiou, Queirós dirigiu-se ao Porto logo que chegou a Portugal após o acordo com a FPF. Mas que raio foi lá fazer se a sede da FPF é em Lisboa? Terá ido explicar-se ao “Papa”?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Post de 09.02.10

Porto-Benfica

Resultado 1-1; vi o resumo, li e ouvi comentários vários. Jogo consistente e eficaz do Benfica, que se apresentou com maior coesão táctica, criando várias oportunidades de golo adicionais. Porto habitual, sem conseguir, desta feita, despir o “colete” que o “Benfica lhe vestiu”. Mal, muito mal o Sr Pedro Proença, ao assinalar uma grande penalidade, mais uma, na sequência de errada apreciação de lance que ocorreu no bico direito da área do Benfica, entre Yebda e Lisandro, conforme opinião da generalidade dos comentadores desportivos “oficiosos”. Pois, só à conta do Sr Proença, já lá vão quatro pontos, de que resultaria um avanço actual de cinco pontos relativamente ao FCP; e dizem que é benfiquista! Tudo rapaziada inteligente, a começar pelo González, que o afirmou aos adeptos com gestos ilustrativos!

Contudo, a sensação com que fico é que, este Benfica passou “o seu Bojador”; confirmou-se que tem estofo de campeão. Sobem os níveis de confiança, aprimoram-se os processos tácticos e sobe o desempenho individual de vários atletas que ainda não atingiram o topo da forma. Temos Benfica para discutir o título nas quatro linhas; porém, há que continuar, implacavelmente, com idoneidade e frontalidade, a denunciar as “trafulhices” do costume activando os dispositivos legais aplicáveis. Afinal, trata-se de saber se o FCP é ou não o campeão oficial do regime!

Parece que a PSP do Porto deu mais uma demonstração de autonomia ao dificultar, por excesso de zelo, o acesso ao jogo de milhares de adeptos benfiquistas que só entraram no estádio no final da primeira parte, contrariamente ao que tem acontecido à claque azul sempre que vem a Lisboa; entra superprotegida a horas, agride os outros adeptos e ainda são imputadas responsabilidades ao clube anfitrião. O que terá o Ministro da Administração Interna a dizer? Tudo rapaziada inteligente!
Post de 09.02.06

Braga/Porto

Pouco depois do jogo Braga-Porto, assistimos ao 4º acto da “Ópera-bufa; Porto/Braga 2008/2009”, em sete actos; Andrés Madrid foi emprestado ao FCP, não tendo sido referidos os montantes envolvidos. Até parece recompensa!

Aguardemos então pelo 4º acto, que será o jogo Porto-Braga. Entretanto, recordemos os três actos iniciais:
O FCP dispensa vários atletas ao Braga.
O Braga - nas pessoas dos Treinador e Presidente e Presidente da Assembleia Geral da FPF - protestou veementemente pelos erros de arbitragem cometidos em seu prejuízo, no Benfica-Braga.
No jogo Braga-Porto, os erros de arbitragem, foram ainda mais e mais grosseiros; As mesmas figuras limitaram-se a um protesto envergonhado, ficando por explicar o mistério da inacção defensiva da equipa do Braga no segundo golo portista. Colaboracionismo?
Jesualdo Ferreira, Treinador do FCP, declarou no final do jogo, hipócritamente, que não comentava arbitragens! É por razões deste tipo que perdeu a credibilidade que tinha, quando treinava o Benfica, onde, de facto, não comentava arbitragens, apesar dos frequentes erros grosseiros de que era vítima.

O Sr Mesquita Machado foi um dos dirigentes desportivos que, no passado, mais lutou, sempre com destemor e - com grande admiração minha -, contra “o sistema”. Porém, não sei o que lhe aconteceu; a partir de certa altura calou-se, deixou a Presidência do SCB, instalou-se como Presidente da CMB e deu sinal agora, contundentemente, a propósito dos alegados benefícios ao Benfica no jogo referido. Quando e porquê “o sistema” deixou de merecer o protesto de MM?

Benfica-Rio Ave

Resultado 1-0 e mais três pontos no bornal; futebol aquático, chuva torrencial. Duas equipas honradas, muito lutadoras; Benfica com mais sorte. Sublinho o regresso messiânico de Mantorras; entrando perto do final da partida para, logo no minuto seguinte, concretizar um golo em grande estilo, mostrando-nos, mais uma vez, porque é que o futebol é bonito e os benfiquistas gostam dele. Benfica jogando no campo todo, ainda com alguns passes falhados e alguma insipiência ofensiva, porém, com muita mobilidade, intensidade e mais consistência. Moreira revelou muita segurança até perto do final onde, numa defesa para a frente “ofereceu” o golo ao adversário que, felizmente, falhou: Muita atenção a estes lances; Moreira sabe o que deve fazer. Atenção também aos livres nas duas áreas; dois jogadores a correr para o guarda-redes logo na partida da bola; caramba, podíamos ter marcado, na recarga à “bomba” de Cardozo - que também fez um belo jogo - na marcação de um livre directo.

Benfica-Guimarães

Terreno em melhores condições; sem chuva mas com muito frio. Mais um bom jogo das duas equipas; muito bem o Guimarães - parabéns ao Sr Cajuda -, com destaque para o Assis; muita mobilidade, boa pressão sobre o adversário, boa qualidade de passe, boa gestão dos espaços, boa progressão ofensiva com uso dos flancos. Quase bem o Benfica, consolidando as características do jogo anterior incluindo o défice de qualidade ofensiva, beneficiando de um “belo” autogolo pelo Démarais, e de um grande passe do Katsuranis para requintado e primeiro golo do “Pablito” que continua a subir de forma. Resultado 2-1, e, via aberta para a final da taça da liga. Ficou-me na retina o tremendo e bonito cabeceamento do Cardozo à barra, bem como a “bomba” artesanal que enviou por cima dela. O homem está com falta de sorte mas, breve, breve, virá.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Eu, Benfiquista, me confesso

Realizou-se recentemente a escritura da Fundação Benfica destinada a apoiar prioritáriamente crianças carenciadas, há muito prometida pela actual Direcção da Sad do clube. É uma satisfação enorme ver materializado pelo Benfica tão nobre projecto; gostaria que nele se incluissem, também, ex-atletas do Benfica em dificuldades. Um grande abraço de parabéns a toda a Direcção, em especial ao Presidente, que, paulatinamente, vai reconstruindo com determinação e sabedoria, os alicerces sociais do clube, concretizando uma obra sem paralelo no futebol Nacional dos últimos anos. Muito bonito!
Foi ontem, também, anunciado pela Direcção do Benfica a realização em Abril de mais uma confraternização desportiva, com a realização de provas de atletismo abertas a "atletas" de todas as "perfomances" incluindo alguns valores consagrados da modalidade e figuras públicas do Benfica. Desta vez, tudo farei para estar presente, apesar dos preocupantes 10 Km do percurso. Vai ser divertido!
Concluída a 15ª jornada da liga Sagres, o inevitável FCP ascendeu, finalmente, ao 1º lugar com um ponto de diferença relativamente ao Benfica e SCP, apesar das vicissitudes de alguns dos jogos da jornada, nomeadamente, Belenenses-Benfica (0-0) e Braga-Porto (0-2).
O resultado do jogo Belenenses-Benfica traduz o que se passou no terreno; duas boas equipas, muito empenhadas e "encaixadas", com oportunidades de golo suficientes para qualquer delas ter ganho.
Os jogadores do Belenenses apresentaram-se em boa condição física, gerindo bem os espaços, pressionando em todo o campo, trocando bem a bola e procurando, ora em contra-ataque, ora em ataque sustentado a baliza contrária. Destacaram-se, como habitualmente, o José Pedro, o Silas o Sekituié e o guarda-redes.
Os atletas do Benfica responderam à letra; condição atlética, boa gestão dos espaços - meio campo mais consistente - e bom pressing. Falharam no entanto, na movimentação ofensiva; Suazo, muito só, muitas vezes travado em falta, não conseguiu concretizar, apesar de ter estado muito perto disso. Também Aimar, na sequência de belas jogadas, mais uma vez, desperdiçou duas boas oportunidades, rematando, já na área, à figura do guardião. Nuno Gomes ainda marcou de cabeça, respondendo a mais um centro soberbo do Reys, mas, mais uma vez, caiu na armadilha do fora de jogo, pois a defesa adversária tinha-se adiantado.
Considero a ataque encarnado, "coxo", visto que lhe falta um extremo-direito de raiz. Por isso, defendo que deveria ser constituido pelo Reys à esquerda, Suazo à direita e Cardozo ao centro, com Nuno Gomes nas costas. Gostava de saber que defesa resistiria a este ataque!
Durante o jogo, observando vários erros infantis dos jogadores do Benfica, dei comigo a pensar, que, antes de ser uma grande equipa, o Benfica, tem de ser, uma boa pequena equipa. Isto é; os seus jogadores têm de aprender a fazer bem as pequenas coisas tais como; não falhar passes, abrir linhas de passe sempre que necessário, fazer bem as dobras, arrancar para as recargas logo que a bola sai - valha-me Deus; o livre do Suazo teria dado golo se um/dois jogadores encarnados tivessem "arrancado" logo que a bola partiu -, recuperar posições imediatamente após perdida a posse do esférico, etc.. Corrigindo a 70% estes defeitos, daremos um salto competitivo muito importante.
O Juiz da Partida, Sr Elmano Santos, não fez um bom trabalho; permitiu o jogo violento continuado dos atletas do Belenenses com destaque para Sekituié, perdoou duas grandes penalidades ao Belenenses cometidas sobre o Suazo e expulsou, sem razão, por acumulação de amarelos, o Miguel Vitor, jogador abnegado, mas correctíssimo - depois de "amarelar" toda a equipa do Benfica, à excepção do guarda-redes -, quando, nos minutos finais, o Benfica pressionava tenazmente a equipa do Belenenses à procura do merecido golo, após as entradas de Reys, Nuno Gomes e Carlos Martins.
Confirma-se o que tinha previsto; desde há 4/5 jornadas atrás e até ao final do campeonato, o Benfica terá sempre um/dois jogadores nucleares afastados; por castigo, acumulação de amarelos, vermelho directo ou sumaríssimo. Em que outro jogo, em que outro campeonato foi uma equipa tão "amarelada"?

Quanto ao jogo Braga-Porto, tratou-se de mais uma "ópera bufa" onde o FCP marcou o 1º golo na sequência de um fora de jogo claro e lhe foram perdoadas três grandes penalidades, sendo que o 2º golo foi "oferta da casa" e o que seria o 3º golo, anulado correctamente por fora de jogo. Mais um "Bom trabalho" do Sr Paulo Costa, candidato oficioso a Dragão de Ouro!
O treinador e dirigentes do Braga, evergonhadamente, comprometidos, lá protestaram para que conste! Viu-se-lhes "o rabo".
Mais uma vez se demonstrou que o FCP é o clube da fruta!

AB

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Um Pai às direitas

Também eu considerei Baltazar um oportunista, atribuindo o seu súbito interesse por Esmeralda, fruto de uma relação ocasional, ao “cheiro a dinheiro” que emanava do casal Gomes, pais adoptivos de facto da criança!

Afinal enganei-me; o coração de Baltazar encheu-se de amor logo que confirmou ser Esmeralda sua filha. E não foi de meias medidas; assumiu por inteiro a paternidade, enfrentando todos os que lhe apareceram pela frente; casal Gomes, Tribunais, meios de comunicação e público em geral, bem como todos os encargos e incómodos consequentes - que não devem ser poucos -. De facto, neste tipo de situações, o mais corrente é ver o progenitor fugir às responsabilidades, deixando a mãe com o filho, de pai desconhecido, nos braços. Baltazar não! Tiro-lhe o boné!

Na hierarquia social dos amores, o de Mãe ocupa o primeiro lugar; pois então não é do seu ventre que nasce e se renova continuamente, a esperança da Humanidade? E não é ela que mais ama, ampara e ensina? Porém, Baltazar pôs os pontos nos is; elevou o amor de Pai ao mesmo nível, numa época em que, o aborto legal, ilegal e o infanticídio surgem cada vez com mais frequência, enquanto o “progresso” se vai instalando nas sociedades e a Mulher prosseguindo na sua caminhada pela libertação social total, a qual, porém, só alcançará quando abdicar da sua condição maior; a de Mãe.

A Mãe de Esmeralda, sem meios para cuidar da menina procurou entregá-la para adopção a quem os tivesse; e o casal Gomes parece ter meios económicos e aptidão afectiva! Tiro-lhe o Boné; afinal demonstrou a todos, com singeleza e amor, que há alternativas ao aborto.

O casal Gomes, reagindo tenazmente à antevisão da uma eventual amputação afectiva, julgando defender os interesses da menina, não abdica da sua condição de Pais afectivos, sustentada pelos cuidados e carinho de vários anos, tenta fazer valer os seus pretendidos direitos sobre a menina. Na verdade, também eles dão uma demonstração comovente de amor, Amor Maior - como canta a nossa Amália -; pois não é que, em vez de recorrerem à modernas técnicas de procriação - inseminação artificial, in vitro, barriga de aluguer - perceberam que eram capazes de Amar outro ser que não do seu sangue? Que não da sua carne? Ele há Amor Maior? Eu acho que não!

Só não perceberam que, Pai, há só um e é o Baltazar. Verificada sua a idoneidade e sinceridade por quem de Direito, devem deixar partir a menina pois em nada afectará a sua relação afectiva com ela, sendo que, Baltazar, já declarou publicamente que nunca oporá quaisquer obstáculos a essa relação. E como podia? Afinal ficará uma grande família, onde todos ganharão, em particular, Esmeralda.

Passadas todas estas atribulações, Esmeralda, há-de, um dia, orgulhar-se carinhosamente de todos e ser feliz...se Deus quiser!

Quanto ao nosso sistema judicial, mais uma vez se cobriu de ridículo pela demora e pelos constantes avanços e recuos. Do mal o menos, se, finalmente, decidir em benefício da menina, não deixando de ter em conta a sua vontade e os pareceres de Pedo-psiquiatras idóneos.

Gostaria que os nossos governantes, e a população em geral, percebessem bem o significado de tudo o que está a acontecer e daí tirassem as devidas lições, fazendo-os reflectir nos seus projectos sócio-políticos, deixando para trás as disputas de poder. Evitaríamos muitas “dolorosas cabeçadas”, como a legalização, de facto, do aborto generalizado e a patetice da manipulação genética. Afinal há por esse Mundo muitas crianças a necessitar de carinho e muitos adultos disponíveis para os acolher e amar.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Estatuto Político-Administrativo dos Açores

Foi finalmente promulgado por S. Exª o Sr Presidente da República (PR) Cavaco Silva, o novo estatuto Político-Administrativo dos Açores, o qual introduziu mais uma fractura política grave na Sociedade Portuguesa.

Anteriormente à promulgação, o PR levantou objecções quer quanto à forma, quer quanto ao conteúdo, a saber:
· A alteração por lei ordinária das competências do PR consagradas constitucionalmente, que não contempla a prévia audição das instituições regionais - governo e parlamento - em caso de dissolução de ambas, como agora consagra a nova lei.
· O absurdo de, segundo a nova lei, serem necessárias mais diligências ao PR para dissolver o Parlamento Regional do que a Assembleia da República, numa clara inversão da hierarquia institucional.
· O absurdo da reversibilidade do processo ficar dependente de proposta dos deputados regionais dos Açores, com agravamento da inversão hierárquica.
· A acusação de deslealdade ao PR.
· A acusação de que interesses partidários teriam sido os verdadeiros motivos desta acção.
· A perda de qualidade democrática do regime.

Do lado do PR manifestaram-se vários constitucionalistas de referência, que consideram inconstitucional a nova lei, bem como vários comentadores, que atribuem às tácticas partidárias eleitoralistas este afrontamento institucional, e ainda a ala opositora da actual liderança do PSD a qual declarou que teria votado contra, se liderasse o partido.

Do lado do Governo várias personalidades alegam que o PR sobrevalorizou o assunto relegando para segundo plano matérias bem mais importantes; que o tema é da responsabilidade da Assembleia da República e que, neste processo, cada um cumprirá o seu papel.

A Presidente do PSD dos Açores veio dizer, a propósito da votação a favor dos deputados Açoreanos, que, “os Açores sempre primeiro”, considerando o tema em questão pouco relevante para a região.

O Presidente do Governo Regional dos Açores disse que seria um absurdo não promulgar a lei, depois de ter dito, antes da promulgação, que saberia o que fazer em caso de não promulgação. Já o Presidente do Governo Regional da Madeira disse que se tratava de uma manobra de diversão do PS.

O Líder parlamentar do PSD Nacional declarou publicamente que o seu partido iria pedir a inconstitucionalidade sucessiva do diploma agora aprovado.


Outros comentadores defendem que a matéria não tem relevância para tamanho “alarido”
censurando a crispação do PR.

A minha opinião:

Considero adequados os pontos de vista dos Srs Angelo Correia e Joaquim Aguiar.

Matéria de Soberania Nacional é sempre relevante sendo que, qualquer desenvolvimento neste âmbito tem de envolver descrição, amplo debate e consenso das forças políticas com representação parlamentar.

Neste caso, não houve esta precaução, resolvendo o Governo afrontar o mais alto Magistrado da Nação! Com este procedimento, sai diminuída a instituição Presidência da República, a instituição Parlamento, desprestigiado o Governo e fragilizado o regime político vigente.

Porém, foi o PS coerente com as suas opções e práticas políticas, já que, tem afirmado continuadamente todo o seu apoio ao reforço das autonomias regionais havendo já precedentes de redução dos poderes Presidenciais por via parlamentar, de sua iniciativa.

Diz o povo que “a ocasião faz o ladrão”; o PS teve a oportunidade e não perdeu tempo, apesar da crise, que parece histórica, abriu nova fractura política de consequências ainda imprevisíveis, com o fito de levar por diante o seu projecto político.

Nesta matéria, importa-me, enquanto cidadão, saber até onde o PS apoia o reforço das autonomias e que o Povo disso seja informado, afim de perceber que modelo de Nação defende. Idem para todos os agentes políticos.

Conhecendo ao PS a sua opção pela regionalização, consagrada aliás constitucionalmente, admitindo que será uma inevitabilidade na próxima legislatura, tendo em conta a sua opção pelas autonomias e a irreversibilidade dos caminhos trilhados, embora aos solavancos, bem me parece que caminhamos para o modelo helénico das Cidades-Estado.

Neste modelo, tenho dificuldade em perceber onde estaria a Nação pois, se; “os Açores sempre primeiro”, “a Madeira sempre primeiro”, “o Porto sempre primeiro”, etc., etc., Portugal terá que ficar em último. Não será?

Parece também tratar-se de mais um movimento eleitoralista do PS com vista às sucessivas rondas de 2009, consolidando os eleitorados Açoreano e continental e, simultaneamente, fragilizando e dispersando o seu directo opositor, o PSD, atingindo-o pelo “flanco” ganhando assim “território eleitoral.”

Quanto ao PSD, sai muito, muito mal da fotografia; declarou-se publicamente contra, mas votou, primeiro a favor e depois absteve-se - com excepção dos deputados Açoreanos que votaram a favor -. Como compreender tal atitude a não ser por cobardia e oportunismo político? Sim, pois tenho de concluir que, ao fazê-lo, não quis arriscar o eleitorado Açoreano, apesar da sua convicção política contrária, “vendendo a consciência” por um punhado de votos. Pedir a constitucionalidade sucessiva é uma saída “pífia” para salvar o que resta da face, não falando já das vergonhosas divisões internas. É assim que pretende candidatar-se a governar Portugal? É por estas e por outras idênticas que o nosso País não avança.

A propósito do Parlamento decidir “blindar” a lei neste particular, a vergonha não é menor. Então a casa por excelência da democracia, “onde o povo fala” pela boca dos Srs Deputados, veda aos representantes futuros da Nação a reapreciação desta lei? Valha-nos Deus!

Sobre o Sr Presidente do Governo Regional dos Açores que, antes e depois da promulgação lançou algumas “provocações”, parece-me que ao pôr-se em “bicos de pés” perdeu parte do respeito que tinha granjeado junto de todos os Portugueses!

É que, eu posso até não gostar de um Presidente da República - e não gostei de alguns - mas quando o ofendem, não me sinto bem! Será defeito meu?

Porém este processo revela uma das maiores contradições do nosso regime político; além da falta de maturidade política partidária demonstrada na sobreposição dos interesses partidários e regional aos da Nação:

O Governo, com legitimidade indirecta, controlando o Parlamento que o apoia, impôs ao PR com legitimidade directa e apartidária, a promulgação de uma lei que viola as normas constitucionais e reduz os poderes presidenciais na vertente em causa.

Isto é, O PR, figura apartidária com projecto político próprio, é eleito por sufrágio directo e universal representando equidistantemente todos os Portugueses enquanto os Deputados, integrando vários projectos políticos partidários e sujeitos à disciplina de voto, são também eleitos por sufrágio directo e universal, representando cada um o seu próprio eleitorado.

A constituição atribui ao PR o 1º lugar na hierarquia do Estado, mas simultaneamente permite que o Parlamento imponha ao PR a promulgação de leis mesmo em desacordo com elas, empurrando-o para a dissolução do parlamento, medida excepcional, ou a sujeitar-se a uma humilhação política pública, potencialmente desfragmentadora da estrutura do Estado.

Quando se humilha um Presidente da República eleito pelo Povo, humilha-se também a Nação!