Desporto

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Jorge Cafrune - Coplas del Payador Perseguido

Só GANHA quem o QUER CONVICTAMENTE!

Júniores e Juvenis A de futebol, séniores de hóquei, João Coutinho, Rui Gomes da Silva, João Tralhão, Renato Paiva e Luis Sénica, mostram-nos como se ganha; QUERENDO!
 
Foi o que vi nos golos do João Cancelo; não se limitou a rematar à baliza, quis marcar..., quis ganhar..., e ganhou..., o mesmo aconteceu hoje com os juvenis; aquele diabo vermelho que, já no final da partida, a perder, pegou na bola e correu determinado, para a baliza contrária enfrentando todos os adversários que lhe apareceram pela frente...,queria ganhar...e ganhou...,porque o colega que foi marcar a falta tinha o mesmo querer! O mesmo aconteceu hoje no hóquei; o Diogo Rafael quando rematou do "meio da rua", quis marcar e marcou...,apesar do Edu Bosh! É este o primeiro requisito; QUERER VENCER!
 
Este QUERER , antes de mais, deve ser interiorizado pelos dirigentes e difundido a toda a estrutura do clube; dirigentes, funcionários, técnicos e atletas. E tem que ser acompanhado com trabalho competente, especializado, continuado, progressivo, racional, incremental..., quando Rui Gomes da Silva anunciou a intenção de ganhar o título europeu em hóquei, Aguiar riu-se...pois...,parecia excessivo...mas disseminou uma mensagem que a estrutura desportiva assimilou! Coutinho foi o grande construtor da união dos atletas criando as tais sinergias que relativizam a matemática newtoniana. É este o caminho!
 
Por isso detesto - detestei - quando, já com a "praia à vista" os dirigentes lançaram o malfadado slogan "ainda não ganhámos nada", transmitindo a ideia de que seria possível não ganharmos coisa nenhuma, como efetivamente aconteceu! Tratou-se de um tremendo erro motivacional inacreditável a este nível! Correto teria sido o contrário; fazer os atletas acreditarem que poderiam ganhar porque...tinham capacidade para tal! O erro, imperdoável, foi confundir confiança com displicência. Alguém deveria ser demitido.
 
Jorge Jesus, esta época, fez "milagres" restaurando a competitividade da equipa amputada de dois atletas estruturantes - Javi e Witsel - fazendo uma rotação exemplar, mas...cometeu erros fatais...sobretudo no jogo do Porto. Quis ganhar no dragão e isso é louvável, mas...substimou o adversário...e isso foi fatal! É dos livros! As qualidades que todos lhe reconhecem coexistem com vicissitudes crónicas, cuja superação será fundamental quer para a sua carreira quer para a do Benfica. Deverá ser mais flexível nos capítulos tático e estratégico, habituando-se a ouvir opiniões idóneas. Deverá abandonar a obsessão pelos "golpes de génio" como meio de reconhecimento dos seus pares. Deverá abraçar a bandeira do Benfica e senti-la como sua, o que só acontecerá quando for capaz de a beijar com amor. Deverá ser capaz de olhar com respeito para os ex-atletas do Benfica, muitos deles entre os melhores da história do futebol mundial. Disseram-me que chorou no Porto...,e assim foi, é sinal de crescimento...a dor torna-nos mais fortes! Oxalá Jorge Jesus esteja mais forte na próxima época.
 
Porém, algo tem que mudar na qualidade do trabalho da Direção; A mensagem de vitória tem que estar sempre presente e tal não será possível enquanto não se conseguir olhar de frente quem quer que seja, especialmente adversários, jornalistas e governantes. A capacidade de tomar decisões tem de ser efetiva e permanente, evitando o arrastamento dos assuntos, sejam eles quais forem; há um tempo para analisar, um tempo para dialogar e um tempo para decidir. Pior que uma má decisão é a não-decisão, por transmitir a toda a estrutura um sinal de incapacidade, que rápidamente se transforma em descrença e falta de confiança. O arrastamento da renovação com Jorge Jesus foi fatal; fez a diferença! O trabalho de casa tem de ser feito a tempo e horas, nomeadamente quanto à renovação do plantel; não tem justificação a incapacidade de contratar em devido tempo os atletas de que a equipa necessita, desbaratando-se recursos noutros sem qualidade suficiente! É fundamental encontrar o antídoto que impeça os Portistas de desviarem à última hora para as suas hostes atletas que fazem a diferença! Façam-se as contas nos casos que ocorreram e tirem-se conclusões! Além do diferencial competitivo negativo, difunde-se uma mensagem de impotência a toda a estrutura e adeptos, que tem reflexo em toda a época desportiva. É preciso acabar com isto! Não gostei de saber que o Presidente do Benfica não esteve presente no jogo com o Estoril! Se Filipe Vieira não tem tempo para ser Presidente do Benfica, vá-se embora! Um Presidente, seja do que for, é uma bandeira, um simbolo, um estímulo extra..., aquele que, no meio da tormenta, todos procuram, buscando as forças profundas! É isso um Presidente! Como se sentirá um combatente quando procura o Comandante e não o encontra?
 
Filipe Vieira é já um dos maiores Presidentes da história do futebol nacional, mas tem que perceber que o Benfica vive de sonhos...concretizados...que os Benfiquistas apreciam todas as extraordinárias infraestruturas que foram erigidas mas...que as trocariam a todas por vitórias...VITÓRIAS, Sr Filipe Vieira, é essa a razão de ser das infraestruturas, caso contrário...de nada servem!
 
Outras áreas requerem mais atenção por parte da Direção; comunicação social, direito desportivo, lobi institucional quer no âmbito do futebol quer no âmbito dos governos. Isto faz-se com charme, centripetando elementos Benfiquistas através de ideias e projetos claros.
 
Há pois todo um trabalho eminentemente diretivo que tem que ser reequacionado, redirecionado e alavancado, sem o qual não haverá sucesso e...sem ele, terá que haver mudança.