Desporto

domingo, 5 de junho de 2022

O Benfica é uma "avalanche" desportiva e social

 

O Benfica é uma “avalanche” desportiva e social

 

   Não sei quantos clubes haverá, na Europa e no mundo, com um nível de ecletismo idêntico ao do Benfica. É impressionante, admirável e gratificante ver a quantidade de modalidades que se praticam no clube; futebol, futsal, hóquei em patins, andebol, basquetebol, rugby, polo aquático, canoagem, atletismo, natação, judo; miúdos e graúdos, homens, mulheres, rapazes, raparigas, meninos e meninas, enfim, uma verdadeira multidão a praticar desporto, em Lisboa, nas escolas espalhadas pelo país e estrangeiro!

   A excelência da atividade desportiva praticada pelo clube é adornada por inúmeros títulos nacionais e internacionais conquistados pelas suas equipas e atletas em cerca de 118 anos de existência, granjeando-lhe o respeito no mundo do desporto, a nível interno e externo.     

   A Fundação Benfica, sempre pronta a contribuir no apoio às populações vítimas de catástrofes - Madeira, Haiti, Pedrógão, Cabo Verde, Ucrânia, etc. - desenvolve intenso trabalho social nos bairros periféricos da capital e outras cidades, incentivando, motivando e apoiando os jovens a frequentar a escola e a estudar.

  Ontem a equipa de andebol conquistou um feito inédito no clube ao sagrar-se campeã da Europa - Taça EHF -, derrotando uma das melhores equipas da atualidade. Tal foi o culminar dum trabalho coletivo abnegado, paciente, persistente, inteligente, ano após ano, sem desfalecimento apesar dos sucessivos inêxitos.

   E é isto que muito me orgulha no meu clube e que tem ocorrido em todas as modalidades; esta capacidade de enfrentar e superar as derrotas, com abnegação, mais trabalho, mais união, mais competência, sempre com a vitória em mente, que, cedo ou tarde acaba por acontecer.

   O Benfica é um fenómeno social inigualável em Portugal, uma torrente interminável de prática desportiva, que congrega a simpatia e apoio de grande parte da população portuguesa e a admiração do mundo do desporto em geral.

   Não se percebe pois o clima de hostilidade ao clube que se instalou, nas últimas décadas, na Comunicação Social em geral, nas instituições desportivas, judiciais, em certas franjas políticas e até em alguns governos.

   Como é possível que o nome do clube tenha sido enxovalhado na Praça Pública, com documentação roubada e truncada, durante quase um ano, sem que as autoridades policiais e judiciais o impedissem? Como vai ressarcir-se o clube dos danos que lhe foram causados? Como e quando vão ser punidos os responsáveis, diretos e indiretos de tal ação?

   Em matéria desportiva é óbvia a diferença de tratamento das incidências dos jogos, em geral, mas no futebol em especial, com prejuízo recorrente para as equipas do clube:

   Como é possível que num campeonato com 34 jogos tenham sido assinaladas duas grandes penalidades a favor da equipa de futebol principal do Benfica, uma das mais ofensivas na Europa, já com o campeão decidido, sem que tal tenha provocado a estupefação geral e a atuação das autoridades desportivas e judiciais?

   Como é possível que se tenha anulado um golo à equipa de futebol sénior do Benfica, por fora-de-jogo de 2 cm, alegadamente mal assinalado, sem suscitar indignação geral e a atuação das autoridades competentes?

   Não sei qual é a resposta a estas perguntas, mas o que parece é que, por razões diversas, estratégia ou doença do foro mental de alguns dirigentes adversários, militância ativa negativa de grande parte da Comunicação Social e preconceito ou estratégia política de alguns setores partidários, se estabeleceu um consenso geral quando à necessidade de travar o crescimento desportivo e social do Sport Lisboa e Benfica em género de ajuste de contas.

   Cabe aqui recordar que dois ex-presidentes do clube foram presos, um deles em pleno exercício de funções, contrastando com a benevolência com que dirigentes de outros clubes foram bafejados em casos muito graves.  

   Na verdade a minha teoria é que o Benfica, paradoxalmente, é visto por alguns setores desportivos e políticos como símbolo do salazarismo e do centralismo e como tal, um alvo a abater.

   Por tudo isto, e porque ainda vivemos numa sociedade livre, defendo a necessidade de os adeptos e simpatizantes do clube tomarem consciência desta realidade e, no pleno uso das respetivas prerrogativas cívicas, agirem decididamente na defesa do clube. Ninguém mais o fará.



Peniche, 05 de Junho de 2022

António Barreto