Desporto

domingo, 26 de junho de 2022

Boa sorte Benfica

 

Boa sorte Benfica

  

   Iniciaram-se os trabalhos de preparação da nova época futebolística. A equipa técnica parece unida e otimista. Um técnico estrangeiro tem a vantagem de estar fora do alcance da teia, pessoal e institucional, que condiciona o desporto em Portugal desde há cerca de 40 anos. Por outro lado, sendo alguém respeitado na comunidade internacional funciona como dissuasor de “manobras” mais grosseiras por parte da dita “máfia do futebol” luso.

   Esperemos que Roger Schmidt, com essa liberdade traga a disciplina, a força física e mental que caracteriza o futebol alemão e a cultura tática do futebol holandês onde a criatividade tem papel predominante. Agrada-me o regresso, agora como adjunto, de Javi Garcia, um jogador que ficou no goto dos adeptos pela combatividade e benfiquismo que demonstrou enquanto representou o clube.

   Porém é necessário que os dirigentes do clube se entendam com os responsáveis da FPF e da LPFP, a fim de pôr cobro à discriminação de que o clube tem sido alvo, em especial nos últimos anos. De facto, os casos suscitados pelo VAR, legitimam o adepto comum a questionar-se se este instrumento não terá sido implementado em Portugal, precisamente com o intuito de mais eficazmente prejudicar o Benfica. Quem pode considerar natural que, em 34 jogos tenham sido assinalados apenas dois penaltis a favor do Benfica, já com o campeão decidido, enquanto um dos rivais teve 16 e o outro, salvo-o-erro 12? Como é possível que as autoridades não tenham investigado esta anormalidade? Como é possível que não se tenham indignado os habituais comentadores desportivos nas mais variadas plataformas? Serão todos cúmplices? Em nome de quê? Da justiça desportiva? Da democracia? Não me parece! É tempo de acabar com ressentimentos e frustrações e aceitar o Benfica como é e sempre foi; o maior, melhor e mais titulado clube português.

 Estão de parabéns as equipas femininas de hóquei e de futsal, ambas um exemplo de talento e determinação, vontade de vencer até ao fim. E ganharam, respeitando os respetivos adversários. Assim é que é!

   No hóquei masculino ainda estamos na luta. A equipa deve manter a determinação e não se deixar condicionar pelo ruído e insultos habituais do Dragão-Caixa. Apesar de desfalcados a vitória é possível; não seria a primeira vez que, de lá trouxemos a vitória.

   No futsal masculino, apesar de grande réplica, acabámos de perder para o Sporting, que ganhou todos os jogos, pela margem mínima e com grande dificuldade. Do que vi, o vencedor está ligeiramente acima do Benfica. A diferença, quanto a mim, reside no guarda-redes, na dinâmica, na disciplina tática e na intensidade e agressividade. Nota-se alguma desconcentração defensiva devido a mau posicionamento e lentidão de reação da equipa encarnada. Porém, nunca desistiram, perderam com dignidade. Faltam uns “pozinhos” para superarmos e equipa verde-branca. Vamos a isso.

   NO andebol masculino demos um grande salto com a conquista de um trofeu europeu e batemo-nos muito bem com os rivais diretos. Há que continuar o processo de evolução melhorando ainda mais.

   Porém, não basta melhorar o desempenho desportivo das equipas; é necessário acompanhar o desempenho das equipas de arbitragem de forma a garantir a sua neutralidade. Por exemplo, em qualquer das modalidades anteriores houve pormenores “curiosos”: no jogo de andebol com o Sporting, segundo creio na final da Taça, Alexis Borges, um dos melhores jogadores da equipa, foi expulso quando, já próximo do final, a contenda estava equilibrada. Resultado, ganhou o Sporting! No primeiro jogo da final de futsal, com o resultado ainda em discussão, Jacaré, agredido pelos adeptos leoninos, acabou afastado do jogo e dos restantes jogos. Resultado; ganhou o Sporting! No recente jogo de hóquei com o Porto em que o Benfica equilibrou a contenda, foram castigados dois dos melhores jogadores do Benfica, Nicolia e Alvarez que, naturalmente, estarão impedidos de jogar a “negra”! Esperemos que, desta vez, seja diferente e, ainda que jogue o roupeiro, o Benfica ganhe!

   Apesar do absurdo, parece que as entidades que regulam as competições desportivas em Portugal, por um qualquer ”desígnio superior”, estão empenhadas em impedir o Benfica de ganhar! Será preconceito? Ajuste de contas? Democratização à força? Não sei, mas sei o que parece!

   Hoje realizou-se, no pavilhão Fidelidade a 40ª edição da Gimnáguia, um evento anual que junta gente de todas as idades, crianças, meninos e meninas, adultos, séniores, etc, todos a fazer ginástica, cada um ao seu nível; as criançada, meio trôpega a dar saltinhos, a meninada a dar saltinhos e cambalhotas, os adultos a apresentarem números de ginástica elaborada, e a velhada a fazer exercícios de manutenção. Algo que me encheu de satisfação e até um pouco orgulhoso; que bonito é ver o meu clube a levar tanta e tão variada gente a fazer desporto alegremente! Se pudesse recomendaria a comunidade política da Câmara de Lisboa, com destaque para a Srª Roseta, do Governo e partidos políticos em geral, para verem e avaliarem a dimensão social do Benfica! Duvido muito de que, quer a Câmara de Lisboa quer o Governo, façam pelo desporto nacional, tanto como o Benfica. Só por isso deveriam respeitar este clube.

                                                                        Gimnáguia 40


Peniche, 26 de Junho de 2022

António Barreto

sábado, 25 de junho de 2022

Um Pouco de História (5)

 

Um Pouco de História (5)

  

      O quarto período vai de meados do século VI ao primeiro quartel do seguinte da era romana (554-625; 299 a.C-128 a.C.). É a época de maior esplendor da República em que, vencida Cartago (em 553; 200 a. C, dissolução final em 680; 73 a. C), Roma submete toda a Espanha e todo o Oriente helénico.

   Esta expansão territorial não foi consequência de uma planificação política preconcebida, como sucedeu com Alexandre e com D. João II. A tradição da República, Catão e a maioria dos romanos eram contrários à ideia imperialista defendida pelo grande Cipião.

   De um lado a espectativa de prosperidade com a expansão territorial, como nas campanhas da Ásia, do outro as complicações diárias com a posição da Itália no Mediterrâneo. A ausência da ideia de equilíbrio internacional e a tradição de impérios universais, conduziram Roma a transformar em províncias dependentes da metrópole, todos os antigos Estados mediterrânicos. Algo semelhante às modernas colónias europeias, afinal, uma imitação do anterior império cartaginês, que se estendia por todo o norte de África até ao Egipto, a Sicília, a Sardenha e a Espanha.

   Tal como as colónias europeias do século XVI influenciaram as respetivas metrópoles, em especial as da Península Ibérica, também as províncias romanas modificaram os costumes de Roma, pervertendo-os; a escravidão, fenómeno normal na vida familiar primitiva, transformou-se numa exploração desalmada; a grande a especulação comercial, com a expansão súbita da riqueza, provocou uma séria de transformações sociais caracterizadas pelo atrofiamento da classe média, pela destruição das pequenas granjas, pelo aparecimento da burguesia capitalista e pelo aumento dos privilégios da antiga ordem equestre.

   Uma nova fidalguia substituiu a antiga, institucionalizando-se. A nobilitas dos cavaleiros, organizada em parcerias comerciais e bancárias, constituiu-se numa plutocracia dos tempos modernos, sustentando a sua influência governativa na arrematação dos impostos Provinciais e nos fornecimentos do Estado. Autênticos Estados perante o Estado tinham a seu cargo todos os serviços públicos como os bancários, a rede viária, o abastecimento de águas, etc. Ao Estado restava a agitação política, sempre estéril quando se separa da ação económica.

   A entropia social e económica característica deste período, resultante da expansão territorial e consequente prosperidade, foi a causa das revoluções sociais que se seguiram, tal como ocorreu na Europa nos séculos XVII, XVIII e XIX, pelas mesmas razões.

                                 Corunha (Galícia) – O farol romano mais antigo do mundo


Créditos a:

História da República Romana

Oliveira Martins

Peniche, 25.06.2022

António Barreto

sábado, 18 de junho de 2022

Um Pouco de História (4)

 

Um Pouco de História (IV)

 

     "É este o terceiro período, que vai desde o fim do V século até o meado do VI - 490-553 (263-200 a.C.).É durante este período que as guerras púnicas lançam a república numa vida nova. Aníbal acorda os sentimentos particularistas dos italianos, e as sedições internas, combinadamente com os resultados das vitórias sobre os inimigos externos, trazem consigo a paralisia do movimento de assimilação nacional.

   

Era fatal que Roma se chocasse com Cartago e a vencesse; mas essa oportunidade excelente importava, importou, gravíssimas consequências. A assimilação dos povos italianos na nação latina ou romana, assimilação que procedia gradualmente como todas as coisas naturais orgânicas, paralisando, desorientou a política romana cuja originalidade, e cuja força portanto, estavam na ideia nacional. Ofuscada esta, a república teve de imitar o tipo cartaginês, o próprio tipo dos vencidos, petrificando numa oligarquia que desorganiza a ordem social interna e domina tirânica ou imperialmente sobre províncias sem outro nexo com a Itália metropolitana além o da dependência e do imposto. Nos impérios antigos governava um homem; em Cartago imperador era uma cidade; em Roma foi uma nação embrionária, entregue também às mãos de uma oligarquia aristocrática.

   Um tal facto impediu que a nação, fundada já como ideia e como sentimento, viesse a encontrar a consagração necessária de instituições adequadas; e daí se seguiu a ruína inevitável da república, a sua dissolução num Império, e o abortamento do plano tão extraordinariamente iniciado; porque só nos tempos modernos as nações puderam achar instituições representativas mais ou menos adequadas no congresso dos procuradores das cidades, as cortes medievais.

   Todavia ainda neste acidente a história romana, desencaminhada do seu desenvolvimento próprio pelas condições do local em que se deu, é um paradigma das histórias de muitos povos; e entre esses, do povo hispano-português, cuja evolução foi também sufocada pelo imperialismo que, achando no ouro ultramarino um apoio, reagiu no nosso XVI século contra o movimento normal orgânico dos concelhos, fazendo abortar o fomento da vida local democrática. Os conflitos entre as duas evoluções, a interna ou orgânica e a externa ou expansiva, são de todos os tempos. A conquista do mundo mediterrâneo pelos romanos é como a descoberta das Índias e das Américas: as consequências e os resultados imediatos sobre o organismo nacional são idênticos. Ao mesmo tempo que se paralisa a evolução nacional, perverte-se a economia social; o poder petrificado torna-se pessoal - oligarquia em Roma, absolutismo monárquico nos tempos modernos; a ponderação da riqueza na mediania da vida agrícola desaparece perante o grande comércio; forma-se um Capitalismo mais gravemente opressor do que o poder político, e com o Capitalismo aparece sistematizada a exploração da maioria dos homens - escravos na Antiguidade e na Renascença, proletários hoje em dia.

   O velho que n’Os Lusíadas condena a viagem de Vasco da Gama no ato da partida das naus, parece uma evocação de Catão, o Censor, condenando pela boca da Roma antiga o desvairamento da nova república imperial cipiónica."

História da República Romana

Oliveira Martins

    
                              Aníbal cruzando os Alpes, detalhe de um afresco de 1510, 
                                                   nos Museus Capitolinos, Roma   

Buarcos, 18 de Junho de 2022

António Barreto


quinta-feira, 16 de junho de 2022

Um Pouco de História (3)

 

Um Pouco de História (3)

 

     O segundo período protrai-se até ao fim do V século romano (490: 263 a.C.), iniciando-se ainda antes de encerrado o antecedente, com a primeira guerra importante contra os Équos e Volscos em 323 (430 a.C.): abrange pouco mais de século e meio. Durante ele a democracia militar regida por uma aristocracia - tal é o carácter da sociedade romana nesta época – exercendo já em todo o Lácio uma hegemonia que tende a transformar-se em unificação, apresenta o espetáculo de um corpo social homogéneo, equilibrado, forte, e por tudo isso expansivo. A sociedade latina, tendo a sociedade romana por capital, obedece às leis naturais da propagação e expansão, leis comuns a todas as sociedades de todos os tempos, e tão óbvias que escusado é insistirmos em demonstrá-las. A população cresce, e, numa república de pequenos lavradores, esse crescimento ocasiona guerras só evitáveis pela emigração, fenómeno todavia mais geral em épocas mais adiantadas.

   Expandindo-se, a República Romana submete ao seu domínio a Itália inteira, e a invasão dos epirotas de Pirro precipita o movimento de anexação - facto tão frequente nos tempos antigos e modernos, que a intervenção eficaz das invasões estrangeiras no sentido de determinarem as unificações de povos pequenos e rivais se pode considerar uma lei de dinamismo internacional.

   Mas o traço singular e eminente da história romana, neste período, é a invenção de um tipo novo de agregação social, tipo sem precedentes nas sociedades indo-europeias. O tipo federal e o tipo imperial - isto é, as ligas de cidades autónomas e o regime pessoal e militar congregando povos sem outro laço de união além da obediência comum a um soberano e de um imposto universal – tinham sido até aí os moldes em que se vazara a força expansiva das sociedades.

   Ora no seio de um mundo que todo ele girava em torno de duas ideias de agregação social, a federal e a imperial, Roma teve esta fortuna incomparável de conceber espontaneamente, e como dedução óbvia da suas instituições abstratas primitivas uma ideia nova – a de Nação; ideia que gerou um sentimento também até aí desconhecido - o Patriotismo; ideia e sentimento abstratos, sem relação fixa com o solo nem com o sangue. Romano era todo o habitante da cidade legal, fosse qual fosse a sua estirpe: o patriciado dos quirites tornara-se já obsoleto. Roma era, não só a cidade do Tibre como todas as do Lácio a que o foro romano se transmitira. A Pátria e o patriotismo tinham assim como base, não uma terra ou um sangue comum, mas sim uma comunidade de direitos e aspirações. A Terra deixou de significar a Pátria, desde que a abstração inventava mais de uma Roma; o sangue deixou de a encarnar também, desde que na cidade generalizada, todos, até o estrangeiro, eram cidadãos.

   A invenção de um semelhante estado mental é uma obra tão prodigiosa que, a vinte e cinco séculos de distância, todos nós, europeus – os iberos e os celtas latinizados, os teutões e mais os eslavos – vivemos socialmente dos sentimentos elaborados em Roma e somos sem dúvida romanos.

   Criada assim, no campo das ideias e dos sentimentos, mas não ainda no das instituições, a Pátria romana, e abrangendo no seu seio a Itália peninsular ítalo-grega, o progresso da expansão não pára. A área da nação novíssima abrange inteira uma região, e desde que se estende a toda essa região que é marítima, e desde que se estende a toda essa região que é marítima, o mar chama-a, pondo-a em contacto e portanto em conflito com a Inglaterra de então - Cartago, ao tempo a senhora de todo o mediterrâneo.”

História da República Romana

Oliveira Martins

                                              Breno e sua parte dos despojos, por Paul Jamin 


Peniche, 16 de Junho de 2022

António Barreto

domingo, 12 de junho de 2022

Um Pouco de História (2)

 

Um Pouco de História (2)

   “No fim deste primeiro período (387 da “era romana”, 366 a.c.), Roma apresenta-nos o espetáculo de uma sociedade constituída politicamente, isto é, homogénea nas suas classes e nas suas tradições; sociedade democrática, pois a constituição franqueia o acesso de tudo a todos, mas regida por instituições aristocráticas. É uma república semelhante à de Veneza; mais ainda talvez à monarquia representativa inglesa, onde também os foros da igualdade política provêm de conquistas de facto e não de afirmações jurídicas, à maneira do que sucede desde 1789 no continente, onde também uma aristocracia regeu quase até aos nossos dias o corpo social agora democratizado.”

História da República Romana

Oliveira Martins

Monarquia Romana

Peniche, 12 de Junho de 2022

António Barreto


domingo, 5 de junho de 2022

O Benfica é uma "avalanche" desportiva e social

 

O Benfica é uma “avalanche” desportiva e social

 

   Não sei quantos clubes haverá, na Europa e no mundo, com um nível de ecletismo idêntico ao do Benfica. É impressionante, admirável e gratificante ver a quantidade de modalidades que se praticam no clube; futebol, futsal, hóquei em patins, andebol, basquetebol, rugby, polo aquático, canoagem, atletismo, natação, judo; miúdos e graúdos, homens, mulheres, rapazes, raparigas, meninos e meninas, enfim, uma verdadeira multidão a praticar desporto, em Lisboa, nas escolas espalhadas pelo país e estrangeiro!

   A excelência da atividade desportiva praticada pelo clube é adornada por inúmeros títulos nacionais e internacionais conquistados pelas suas equipas e atletas em cerca de 118 anos de existência, granjeando-lhe o respeito no mundo do desporto, a nível interno e externo.     

   A Fundação Benfica, sempre pronta a contribuir no apoio às populações vítimas de catástrofes - Madeira, Haiti, Pedrógão, Cabo Verde, Ucrânia, etc. - desenvolve intenso trabalho social nos bairros periféricos da capital e outras cidades, incentivando, motivando e apoiando os jovens a frequentar a escola e a estudar.

  Ontem a equipa de andebol conquistou um feito inédito no clube ao sagrar-se campeã da Europa - Taça EHF -, derrotando uma das melhores equipas da atualidade. Tal foi o culminar dum trabalho coletivo abnegado, paciente, persistente, inteligente, ano após ano, sem desfalecimento apesar dos sucessivos inêxitos.

   E é isto que muito me orgulha no meu clube e que tem ocorrido em todas as modalidades; esta capacidade de enfrentar e superar as derrotas, com abnegação, mais trabalho, mais união, mais competência, sempre com a vitória em mente, que, cedo ou tarde acaba por acontecer.

   O Benfica é um fenómeno social inigualável em Portugal, uma torrente interminável de prática desportiva, que congrega a simpatia e apoio de grande parte da população portuguesa e a admiração do mundo do desporto em geral.

   Não se percebe pois o clima de hostilidade ao clube que se instalou, nas últimas décadas, na Comunicação Social em geral, nas instituições desportivas, judiciais, em certas franjas políticas e até em alguns governos.

   Como é possível que o nome do clube tenha sido enxovalhado na Praça Pública, com documentação roubada e truncada, durante quase um ano, sem que as autoridades policiais e judiciais o impedissem? Como vai ressarcir-se o clube dos danos que lhe foram causados? Como e quando vão ser punidos os responsáveis, diretos e indiretos de tal ação?

   Em matéria desportiva é óbvia a diferença de tratamento das incidências dos jogos, em geral, mas no futebol em especial, com prejuízo recorrente para as equipas do clube:

   Como é possível que num campeonato com 34 jogos tenham sido assinaladas duas grandes penalidades a favor da equipa de futebol principal do Benfica, uma das mais ofensivas na Europa, já com o campeão decidido, sem que tal tenha provocado a estupefação geral e a atuação das autoridades desportivas e judiciais?

   Como é possível que se tenha anulado um golo à equipa de futebol sénior do Benfica, por fora-de-jogo de 2 cm, alegadamente mal assinalado, sem suscitar indignação geral e a atuação das autoridades competentes?

   Não sei qual é a resposta a estas perguntas, mas o que parece é que, por razões diversas, estratégia ou doença do foro mental de alguns dirigentes adversários, militância ativa negativa de grande parte da Comunicação Social e preconceito ou estratégia política de alguns setores partidários, se estabeleceu um consenso geral quando à necessidade de travar o crescimento desportivo e social do Sport Lisboa e Benfica em género de ajuste de contas.

   Cabe aqui recordar que dois ex-presidentes do clube foram presos, um deles em pleno exercício de funções, contrastando com a benevolência com que dirigentes de outros clubes foram bafejados em casos muito graves.  

   Na verdade a minha teoria é que o Benfica, paradoxalmente, é visto por alguns setores desportivos e políticos como símbolo do salazarismo e do centralismo e como tal, um alvo a abater.

   Por tudo isto, e porque ainda vivemos numa sociedade livre, defendo a necessidade de os adeptos e simpatizantes do clube tomarem consciência desta realidade e, no pleno uso das respetivas prerrogativas cívicas, agirem decididamente na defesa do clube. Ninguém mais o fará.



Peniche, 05 de Junho de 2022

António Barreto