Desporto

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Notas saltitantes

   A exibição do Benfica contra o Marítimo mostrou uma nova dinâmica ofensiva, em muito, devido ao contributo de Carcela que acrescenta criatividade, profundidade, e precisão nos cruzamentos e assistências, aumentando o grau de incerteza na defensiva adversária, criando espaços para a entrada dos colegas ou induzindo o adversário a cometer faltas fatais. 

   Carcela, Jonas e Jimenez, entenderam-se muito bem, faltando apenas mais concentração a este último nos dois lances em que tinha só o GR pela frente. Contudo, falharam-se muitos passes e, na primeira meia hora, cometeram-se erros defensivos que poderiam ter mudado a história do jogo.
 
   Não é necessário andar aos gritos por tudo e por nada nem violentar a autoestima, mas, atletas e adeptos, têm que ver um líder no seu Treinador. Nesta matéria, RV não tem sido eficaz apesar dos bons sinais no lançamento deste jogo.
 
   Jorge Jesus, ainda embevecido com os êxitos que conseguiu nos dois últimos anos no Benfica e os recentes "sucessos" no Sporting, não pára de dizer patetices; já se esqueceu que seria hoje um treinador de meia-tigela se o Presidente do Benfica não tivesse dado o corpo às balas apoiando-o. Revela ingratidão para quem o levantou do chão. Nem sequer se apercebe das baboseiras que profere; por que carga de água se incomoda a fazer sair da "toca" alguém a quem não reconhece estatuto de treinador? Gaba-se de ter ganho três jogos aos encarnados esta época fingindo ignorar que a sua equipa beneficiou da fase de transição técnico-tática daqueles e de ajudas suplementares. Fica sabendo que não voltará a consegui-lo esta época. 
 
   Vai uma grande barafunda pela invicta relacionada com o tráfico de droga e a segurança ilegal. Oxalá, desta vez, a Justiça não se deixe subverter por infiltrados  e cumplicidades e faça o que lhe compete; julgar e condenar os culpados dos crimes em causa. É que, nós, simples cidadãos, sem conhecermos os casos em concreto, percebemos-lhes os contornos desde há décadas. Quem se atreve a não beneficiar um clube que tem ligações, ainda que informais, a uma rede de malfeitores que, impunemente, espalha o terror pelo país, ameaçando, agredindo e, segundo consta, matando pessoas?  Como se compagina isto com a democracia moderna? É a credibilidade do Estado que está, mais uma vez, em causa, pois parece que a Justiça não é geral e universal.
 
   O Novo Banco, que despede e arruína milhares de pessoas, tem uma "bota" para descalçar; vai ser interessante ver a solução que vai adotar quanto aos 55 ME do empréstimo ao Sporting, que vencem no próximo dia 27!, como se trata de obrigações convertíveis, e, naturalmente, não estão interessados em envolver-se na gestão do clube, palpita-me que irão anuir às pretensões de Bruno de Carvalho. Naturalmente, contarão com a benevolência dos comentadores, grande parte deles, afetos ao "universo" verde. Depois do "escândalo" político no caso da redução das taxas da Câmara de Lisboa relativamente ao museu Cosme Damião, imagino o foguetório que seria se o caso fosse com o Benfica! Obrigações convertíveis, com juros condicionados à distribuição de dividendos? Com o banco envolvido em situação crítica e os portugueses com o credo na boca? É demasiado óbvio! E escandaloso! Tenham vergonha!
 
Foto de José Manuel Antunes em A Bola http://www.abola.pt/clubes/ver.aspx?t=3&id=591283

“O Benfica é e sempre foi um clube extraordinário e admirável."

   O recente naufrágio do arrastão Olivia Ribau à entrada da barra da Figueira da Foz trás à memória um outro episódio com quase 60 anos. Na altura, o naufrágio da traineira "Nova Leirosa" trouxe grande consternação e o Sport Lisboa e Benfica, nessa já distante época de 1958/59 colocou-se à disposição da Associação Naval 1º de Maio, clube com fortes ligações aos pescadores e tradicionalmente apoiado por estes, para honrar a memória dos falecidos e angariar verbas para apoiar as suas famílias. 


   Assim sendo, deslocou-se pela quarta vez na sua história à Figueira da Foz para defrontar o clube navalista, sendo a primeira em que entraria no Estádio José Bento Pessoa.
 
   Na foto podemos ver José Águas a entregar uma oferta ao filho de um dos falecidos na tragédia. 
Perante um estádio lotado, o Benfica, já com a base do futuro Bicampeão Europeu, venceria por 5-1.
Mais uma vez, o Sport Lisboa e Benfica conquistaria o coração dos figueirenses.
  
   Aos mais distraidos, era por vezes difícil de explicar o porquê de tão grande concentração de Benfiquistas na Figueira da Foz, ora bem, várias coisas contribuiram para tal, a começar pelo facto de dois dos constituintes da célebre "trindade navalista" terem actuado no Benfica, o gr Pinto Machado e o central António Maria, sendo que o outro elemento, Tó Pinto, era um reconhecido Benfiquista. Este jogo, bem como o de 1951, assim como a cedência de Bastos para que jogasse pela Naval também num jogo de cariz solidário, bem como as ligações do extraordinário ciclista figueirense Alves Barbosa ao Benfica, do qual chegou a ser treinador, ajudam também a explicar este facto.
 
   Muitos anos mais tarde, em 1997, a sede da já então centenária Associação, arderia por completo. Mais uma vez, o Benfica se deslocaria à Figueira da Foz para um jogo solidário.
 
   O Benfica não é só campeão em campo, é também o maior dos campeões por inúmeras atitudes como estas. Ser do Benfica é ser campeão na vida! “