Desporto

sábado, 8 de agosto de 2015

A propósito de desemprego (tela de Abel Manta)

      Vai por aí uma "guerra" a propósito da queda do desemprego para 11,9% segundo publicação do INE. As oposições ficaram tão ofendidas que mais parece que desejam o contrário, aduzindo vários factores susceptíveis de alterar aquele resultado; como a emigração, os estagiários, os formandos, os desistentes, etc. 

 Claro que, conclusões exaustivas, só poderão tirar-se após análise detalhada de todos os factores inerentes ao processo de cálculo. Parece no entanto fora de duvida que a tendência é de queda do desemprego, como bem demonstram José Manuel Fernandes (JMF) e José Villaverde Cabral no Observador bem como Carlos Guimarães Pinto no Insurgente e outros. É um facto que os governantes tentam mascarar o desemprego com artifícios vários, mas parece que, desde há tempos, há um método comum definido pela inevitável UE, insusceptível de ser afectado por tais habilidades.

    A verdade é que se inverteu o ciclo económico, com o PIB finalmente em crescimento, embora moderado, e as receitas fiscais a registarem ganhos significativos. Não custa pois acreditar no decréscimo do desemprego global apesar do desespero a que assistimos diariamente à nossa volta. Desde logo, os dados do INE também mostram uma redução significativa do número de ativos; gente que se viu forçada a emigrar à falta de futuro no seu país, o que, por si só, é suficiente para nos fazer repensar toda a terceira república. De tudo o que li, foi José Manuel Fernandes, com a seriedade e competência que o caracterizam, a ir mais longe na análise, identificando uma particularidade relevantíssima; a de que, há mais pessoas qualificadas empregadas! Ora isto quer dizer que, aparentemente, a tal "geração mais qualificada de sempre" está a chegar ao mercado de trabalho, o que anuncia um potencial de ganhos de competitividade de que a nossa economia desesperadamente carece. 

   Mas há uma particularidade que parece ter escapado a JMF e que Eugénio Rosa há uns anos identificou; é que a maior qualificação dos empregados foi obtida não pela qualificação dos trabalhadores no activo, mas pela exclusão dos activos menos qualificados! Ora esta realidade tem tanto de racional como de desumana e mostra a verdadeira face do projecto democrático em curso em Portugal e na europa. Um projecto que, contrariamente ao estabelecido, por exemplo, na Constituição Portuguesa quanto à ausência de descriminação de qualquer espécie e do direito ao trabalho dos cidadãos, promove sistematicamente, sob os mais variados pretextos - aquecimento global, eficiência energética, sustentabilidade das pescas, etc - , a implementação de processos destinados a criar reserva de mercado aos poderes instalados.

   É revoltante verificar a panóplia de regulamentos para Técnicos e empresas que Governo e Comissão europeia debitam continuamente e cujo resultado se traduz, essencialmente, na restrição do acesso ao trabalho, diga-se, ás riquezas nacionais do cidadão comum. É pois sem qualquer surpresa que li, ontem mesmo, que o saldo comercial da Alemanha aumentou em cerca de 36%!

   Mas há uma faceta ainda mais sórdida nisto que remete para o "multiplicai-vos" da Ministra das Finanças; é que, na origem das políticas públicas não está o propósito de proporcionar a felicidade das pessoas, mas tão somente, o superior desígnio de obtenção de mais receita para financiamento do sector público, seja a que preço for! Só assim se compreende o tenebroso poder conferido a algumas entidades públicas, que tem destruído a vida de muitas pessoas, muitas vezes por pequenos delitos, omissões, simples distracções, ou mesmo equívocos de valor inicial marginal. Casos não faltam na comunicação social nos quais está patente a subjugação total dos direitos das pessoas ao Estado, característico, afinal, dos regimes fascistas. Um paradoxo que, não surpreendendo, impõe reflexão sobre o rumo nacional europeu.

   Tudo isto para dizer que, nenhum progresso vale a pena se não incluir o respeito por cada cidadão, da sua liberdade, da sua soberania, da sua propriedade, do seu trabalho, da sua capacidade de sonhar, de estar e de viver, no respeito pela liberdade dos outros. A função do Estado consiste precisamente, através da lei, moderar, conciliar, os direitos de cada um e nunca de proporcionar a subjugação de uma parte da população por outra, dentro ou fora do Estado.

   O debate acerca da Liberdade é permanente.

Benfica!a!

   
Em vésperas do primeiro jogo oficial da nova época, o perfil desportivo dos principais candidatos ao título de campeão nacional está quase definido, adivinhando-se ainda algumas mexidas nos plantéis até final do período de transferências. Porto e Sporting investem fortemente, como lhes compete, sem que se perceba muito bem a origem dos respectivos capitais de investimento ficando no ar a ideia do elevado risco de exploração que ambos correm. Cabe aqui salientar o tema dos fundos, extintos por alegada proveniência obscura do correspondente financiamento numa pretensa luta pela transparência e fair-play desportivo. O exemplo português mostra que, afinal não é bem assim; trata-se sim de dificultar a competitividade de uns clubes em detrimento de outros. Sintomático é constatar que, as entidades que perdoaram parcialmente e, ou, reestruturaram as dívidas de Sporting e Porto, que lhes permitem, hoje, relançar os respectivos projectos desportivos, são as mesmas que asfixiaram o Benfica de Vale e Azevedo. Clube este que, cumprindo escrupulosamente os seus compromissos financeiros sem favores de entidades bancárias ou outras, enfrenta os seus adversários em condição de desigualdade. Como dizia o outro, o fair-play é uma treta!

   Porém, parece que poucos se aperceberam, ou fingem ignorar, a exuberante demonstração de competência da Direcção encarnada ao mudar radicalmente o modelo de financiamento do clube/SAD em simultâneo com o sucesso na gestão desportiva da equipa, num campeonato disputado palmo a palmo. A liderança de gestão organizacional e desportiva do  Benfica é uma evidência demonstrada pela contratação de Casilhas - reconhecimento do efeito Júlio César - e de Jesus - cuja evolução muito deve à Direcção encarnada. A liderança desportiva é consequência daquela. 

   A mudança de Jorge Jesus para o Sporting, acrescenta maior expectativa e interesse para a época que se avizinha, já que, aparentemente, confere àquele clube efectivo estatuto de candidato. O futebol nacional necessita de todos os adeptos, em especial dos dos principais clubes, e de incerteza dos resultados; só assim poderão maximizar-se as receitas globais associadas e a competitividade dos clubes.

   Inevitáveis são os excessos por parte de alguns dirigentes, treinadores e órgãos de comunicação social, cada um com os seus motivos; sejam de afirmação pessoal, de atenuação de fracassos recentes, ou de captação de receitas em época de defeso. Criou-se um grande e demorado alarido à volta dos rivais do Benfica subestimando-se  este clube, em consequência dos alegados fracos resultados que obteve lá pelas américas, contagiando até, muitos dos seus adeptos. No entanto, a racionalidade do plano em curso dos Dirigentes encarnados é incontestável;consolidado o projecto da formação com a ascensão de cinco jovens ao plantel principal, os dirigentes aguardaram o resultados do périplo americano para ouvirem o Técnico acerca das necessidades da equipa. Identificadas estas, precede-se às contratações necessárias. Isto é que faz sentido. Os últimos movimentos no mercado mostram que os Dirigentes encarnados estão atentos. Até ao fecho do mercado haverá ainda muitas novidades esperemos que o Benfica se reforce com êxito. A equipa parece necessitar de num defesa esquerdo de raíz, um médio criativo e mais um avançado, especialmente se Gaitan sair.

   Habituados à exuberância e às calinadas, então engraçadas e empolgantes, do anterior Treinador, os adeptos encarnados vêm na sobriedade de Rui Vitória um cinzentismo incapaz de motivar o mesmo empolgamento. No entanto, lembro, por exemplo, o caso de Erikson, pessoa discreta, cordial e serena, que construiu uma equipa talentosa e motivada graças, apenas, à sua competência técnica e humana.

   Filipe Vieira lançou já o repto da vitória à equipa, exigindo-se concentração e determinação. Somos melhores mas temos de querer ganhar.

Força Benfica!      

Vozes ousadas

"Daí um novo atrevimento: como seria a educação se o Estado não se tivesse ocupado dela de forma directa (educação estatal) e indirecta (escolarização obrigatória e regulação de cursos e planos de estudos)? Como seriam os modelos e os métodos de ensino sem a mão perversa e centralista dos políticos-burocratas que impedem a diversidade e a emergência de formas alternativas? Nesta como em outras áreas, estou com Ramón Rallo: não deveria prevalecer uma presunção a favor da liberdade de escolha: "In dubio pro libertate"? " (José Manuel Moreira, Económico)

http://economico.sapo.pt/noticias/morder-a-mao-que-te-da-de-comer_225719.html