Desporto

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A nova época desportiva

 
 
Diego Rivera - Cancionero tocando cítara, 1938
 
Antes demais é de salientar e felicitar a equipa de andebol do Benfica pela conquista da supertaça, derrotando a valorosa equipa do ABC para a qual perdera o Campeonato Nacional e a Taça Challenge na época transata. É de enaltecer a abnegação e superação de todos, atletas, equipa técnica e dirigentes, que lhes permitiu ascender ao patamar competitivo dos principais rivais, dois dos quais, Porto e Sporting, bateram em momentos decisivos. Mesmo as vitórias do ABC não foram categóricas; em qualquer das duas finais a vitória poderia ter pendido para os encarnados.

Cheguei a duvidar da competência de Mariano Ortega, mas enganei-me; a serenidade que ostenta é a do conhecimento. Também duvidei da eficácia da formação, mas voltei a enganar-me; se há talento, o atleta-adepto junta algo mais ao seu desempenho. Consta que os rivais se reforçaram bem para a época que se inicia, em especial o Sporting, mas também o Porto, que se consideram os "reis" da modalidade. Como se viu tal pode não ser suficiente. Há que fazer melhor nesta época. Cá para mim, reforçava a baliza e a meia distância.
 
Parece-me necessário fazer algo na equipa do futsal para superar o rival Sporting; seja no plantel, seja na equipa técnica, seja a nível institucional. Na verdade à vitória dos verde-brancos na época anterior não foi alheio o seu comportamento desestabilizador nem a complacência da respetiva secção da FPF, que já preparou nova e absurda gracinha para enfraquecer os encarnados no próximo embate. Falta competência ou seriedade na FPF. Nada de novo. Os Dirigentes encarnados devem indagar junto de quem de direito se querem o seu clube a disputar a modalidade em Portugal...ou não.
 
Vólei e Basquete, terão que fazer mais e melhor esta época identificando e corrigindo as razões do insucesso relativo na época pretérita. Pareceu-me que, nos dois casos, houve, sobretudo, mérito dos adversários; o Fonte Bastardo pareceu-me possuir uma equipa ligeiramente mais sólida, muito graças à excelência de um dos seus jogadores que ganhou muitos pontos decisivos na extremidade da rede devido a uma técnica muito apurada. Na equipa de basquete do Porto a diferença, tangencial, deveu-se, especialmente, ao contributo de um jogador americano extremamente sereno e muito eficaz na meia-distância. Também a lesão de Andrade nos jogos decisivos foi crucial para os azuis. Mais eficácia nos três pontos e maior concentração a defender parece-me serem os principais desafios para esta época.
 
No hóquei há que resistir à fatal displicência que costuma atingir os que chegam ao topo. Exemplos não faltam. Esqueçam-se que ganharam tudo na época passada. À viva!
 
A equipa B de futebol sénior depois de duas jornadas meio manhosas - atenção aos homens do apito -, encarreiraram com dois excelentes triunfos fora revelando grande caracter, especialmente devido à valia dos adversários.
 
Nas camadas jovens de futebol já deu para ver que andam por lá alguns miúdos com grande talento. Veremos como se irão sair. Fiquei desolado com a derrota dos iniciados no Seixal contra o Sporting na época época transata, que lhes valeu o título, e fiquei convicto que a viragem nesse jogo foi obra do senhor do apito. Coisas da FPF, que mais parece um quartel general do anti-benfiquismo.
 
O futebol sénior arrancou com um padrão algo semelhante à época anterior; o Sporting vai ser campeão. Dizem. E, a julgar pela violência com que os seus jogadores continuam a empregar no terreno de jogo bem como à "vista grossa" que os senhores do apito têm feito, é bem capaz de ser possível. O trabalho de desestabilização fora das quatro linhas continua; deste vez, o alvo é o Luisão. Está velho e querem pô-lo na rua. Juram. As tentativas de retaliação prosseguem, desta vez com o caso Rafa. Juram que não e contratam Marcovick, um ex-benfiquista "ajuramentado", julgando fazer mossa no porta-aviões. Há porém uma mudança; Bruno de Carvalho mudou o discurso relativamente aos árbitros. Coitados; passaram a ser gente boa, à procura de fazer melhor! Significa que foram feitas as mudanças que lhe interessavam e está seguro disso. Benfica e Porto, perderam pontos com arbitragens polémicas nas três jornadas iniciais. Ah!, mas agora, nem dirigentes, nem comentadores, nem taxistas, nem mulheres a dias podem criticar as arbitragens! Filipe Vieira, mal abriu a boca em privado e em jeito de desabafo - falando para si próprio -,  vai já levar um castigo exemplar! Agora não! Agora não se pode empurrar nem agredir árbitros, nem chamar-lhes nomes feios à vista de todos, nem prometer-lhes pontapés naquele sítio logo depois das costas, nem insinuar propinquidades dos mesmos. Agora é a sério! As supremas autoridades estaroladas não permitirão insurgências, nem em pensamento. Diz-se esta gente empenhada na credibilização do futebol. Só se for...do seu futebol!
 
No Porto, a falta de vitórias e o ocaso de Pinto da Costa estão a provocar grande e inevitável turbulência. Veremos qual o novo rumo dos azuis e brancos. Em qualquer caso, serão sempre um adversário temível. Gostaria que, finalmente, encetassem o caminho da credibilidade.
 
Quanto ao Benfica, inicia a época um patamar acima do da época anterior; sem grandes mexidas, bem reforçada, com uma pré-época mais consentânea com a normalidade, com o trauma Jesus e as dúvidas relativas a Rui Vitória superadas. Inevitáveis e incompreensíveis são as lesões que se abateram sobre os jogadores. Nove. Não é azar a mais? Não haverá por aqui um padrão identificável?  Haverá encomendas? O que é certo é que as seleções têm saído bem caras ao Benfica. Espero que estejam a analisar o assunto sob todas as vertentes. Aqui há gato!
 
Absurdo é o prolongamento da época das transferências até tão tarde, já com os campeonatos em andamento! Subverte a justiça competitiva. Deveria terminar após a pré-época, quinze dias antes do início dos campeonatos, mas deveria ser permitido a qualquer clube, em qualquer momento, admitir um jogador por lesão grave irrecuperável até final da respetiva época. Nada mais.
 
Força, Benfica!

PS; O empenho de Rafa em vir para o Benfica é comovente; significa que busca algo mais além da recompensa financeira. Algo mais que o Benfica lhe pode proporcionar. Também me parece. É com este espírito que se cria aquela tal coisa a que chamam mística. Força, Rafa.