Desporto

domingo, 29 de outubro de 2023

Rainhas que eram Reis

 

Rainhas que eram Reis


   Mouzinho da Silveira, liberal, monárquico, eminente reformador do século XIX, a propósito da naturalização do marido de D. Maria II - Augusto de Beauharnais - discutida na Câmara do Congresso na sessão de 28.01.1836, fez esta curiosa intervenção:


   “Sr Presidente, parece-me que este artigo deve ser completamente eliminado, porquanto o príncipe, pelo facto de casar com a Rainha fica sendo puramente uma pessoa de direito público, e por direito público é que se devem estabelecer as prerrogativas correspondentes às mulheres com que casam. O marido da rainha não é senão a mulher do rei, e é este o espírito de todas as leis do nosso país, aonde a rainha é, às vezes, reinante - rei - e não se entendiam os monumentos porque todos os adjetivos eram como se fossem do género masculino - por exemplo, diziam à rainha é - sábio -, é - virtuoso -, e não - sábia - e - virtuosa - enfim a rainha é uma pessoa eminentemente diferente das outras; porque é a Rainha de Portugal, e o marido que casar com a rainha fica sendo a - mulher do rei - pelo menos é esta a figura que faz em direito civil, e isto não é preciso declarar-se, porque no direito público lá tem todas as vantagens que lhe são inerentes - e isto é tão certo, que quando ali fosse naturalizado, então também havia de ser consequentemente necessária a habilitação, porque na Carta que nós jurámos, se estabelece que nenhum estrangeiro possa ser cidadão português sem obter a carta de naturalização; e se ele tem necessidade…

(…) este artigo é inaplicável e deve ser eliminado; está é a minha opinião, pois isto não quer dizer senão que não carece ser naturalizado o marido da rainha ou a mulher do rei, como se quiser dizer.”


Mouzinho da Silveira 
Columbano Bordalo Pinheiro

Créditos: “Mouzinho da Silveira, Pensamento e Ação Política”

Peniche 29 de Outubro de 2023

António Barreto


sábado, 28 de outubro de 2023

Ética Republicana em Portugal (2)

 

Ética Republicana em Portugal (2)


Exultante o clarim da Guarda exibiu o sabre manchado do sangue de António Granjo, anunciando novas vítimas aos camaradas que impediam a saída do cadáver de Granjo para o Necrotério.


Com Abel Olímpio - o “Dente de Ouro” - e Manuel José Carlos no comando, a sinistra camioneta arrancou de novo, agora rumo a Santos.


O alvo era, agora, o Capitão de Fragata José Carlos da Maia, fundador da República e maçon - João Afonso, da loja Solidariedade de Lisboa.


Acusado de traição e cumplicidade no envio para África dos marinheiros rebeldes do 8 de Janeiro, Carlos da Maia fora deputado às Constituintes, governador de Macau e ministro da Marinha de Sidónio. E era era inocente.


Aresta Branco, um civil, era o Ministro da Marinha na época dos “crimes”. Carlos da Maia nem sequer fazia parte do Governo. A sede de vingança não compactuava com a verdade.


Constatada a ausência de Carlos da Maia do nº 13 das Janelas Verdes, os “justiceiros da república” arrancaram das mãos da ingénua Palmira Soares - criada da dona da casa que era também, madrinha de Berta Maia -, a nova morada do capitão-de-fragata, em Arroios, na Rua dos Açores nº 47, no 2º andar.


Maia, então com 43 nos, dizia à mulher - com quem casara no regresso de Macau e de quem tinha um filho, Francisco Manuel, de 6 meses - a sua pena por não terem casado mais cedo. Feliz, não suspeitava de que a sua vida estava a chegar ao fim.


Um ruído de botas e armas em atropelo fez-se ouvir na escada, dezena e meia de “valentes” entraram no apartamento, para, em nome da Junta Revolucionária levarem Carlos da Maia. Assim sentenciou o “Dente de Ouro”, afirmando não haver oficiais disponíveis para a detenção.


Berta Maia, chorou e suplicou, mostrando o filho, alguns marinheiros comoveram-se e queriam desisti mas o cabo não cedeu, mentindo duplamente ao afirmar ter sido deportado e que sua mãe morrera por via disso.


Berta, acusou-o de mentir e Maia, depois de sacudir o cabo quando este o tentara agarrar, decidiu acompanhá-lo para poupar a mulher, o filho e a criada, a enxovalhos. Num ato de complacência cínica, o “Dente de Ouro” convidou o capitão-de-fragata a despedir-se do filho.


Carlos da Maia, sem o supor, beija o seu menino pela última vez e entra na camioneta da morte sentando-se entre o motorista e Abel Olímpio.


- Cá está o barbas de chibo”. É preciso liquidar este bandido, foi ele quem deportou os marinheiros!”, foi gritando Olímpio para a turba à chegada ao Arsenal.


O condutor, militar, combatente, depois de protestar recusando-se a ser cúmplice dum assassínio, prosseguiu a marcha sob ameaça de morte.


No túnel do Arsenal, ao cruzar-se com a viatura da Cruz Vermelha onde seguia o seu diretor - Afonso Ornelas - e o corpo de António Granjo, a camioneta pára, descendo Carlos da Maia.


Perguntou-lhe o capitão-de-fragata Luís Ramos a razão da sua presença. Dizendo desconhecê-la, Carlos da Maia foi de imediato insultado por um marinheiro, que, ameaçador, avançou na sua direção ante o seu olhar de indignação.


Levando a mão ao bolso simulando sacar da arma - que não tinha -, Carlos da Maia viu precipitar-se sobre si um bando de marinheiros que, barbaramente o agrediram à coronhada.


Caindo de borco na sala do telefone ao tentar escapar, José Carlos da Maia foi abatido com um tiro na nuca.


Cortês dos Santos e Carvalho Crato, oficiais da Junta Revolucionária, chegaram e repreenderam os assassinos


Estava consumado mais um ato da tenebrosa “ética republicana”.


José Carlos da Maia

Créditos a “Nobre Povo, os Anos da República” - de Jaime Nogueira Pinto

Peniche, 28 de Outubro de 2023

António Barreto


domingo, 15 de outubro de 2023

A Ética Republicana em Portugal

 

A Ética Republicana em Portugal


“-Vocês não têm o direito de me matar!”


A 10 de Julho de 1921 os liberais ganharam as eleições; os democráticos sofreram a primeira derrota em dezasseis anos e Salazar foi eleito, pela primeira vez, pelos católicos.


Vivia-se em intensa turbulência social; escândalos bancários, greves e assaltos. Proliferavam boatos disseminados pela imprensa afeta à várias fações políticas.


Consumada a queda de Barros Queirós por envolvimento no escândalo do Crédit d’Anvers, António Granjo forma governo - o trigésimo primeiro da República - tentando conciliar os partidos eleitos; o liberal, o democrático, o monárquico e o católico.


Na disseminação dos rumores incendiários destacava-se o Imprensa da manhã; acusava o governo de planear o desarmamento da GNR e da Marinha, corporações afetas ao Partido Democrático.


Liberato Pinto, demitido da GNR por irregularidades e aguardando julgamento, sob pseudónimo, alimentava as notícias com “documentos confidenciais”.


António Granjo, Republicano da primeira hora, íntegro, frontal e leal, que se batera contra as forças de Paiva Couceiro durante as incursões monárquicas e nas trincheiras da Flandres, era acusado de conservador, de traidor, de se ter vendido aos barões da economia.


Tudo servia aos derrotados políticos para incendiar a opinião pública; a presença do agricultor Palha Blanco na tomada de posse do Ministro da Agricultura, Aboim Inglês, bastou para o acusar de ter-se vendido aos agrários.


Conspirava-se abertamente; Camilo de Oliveira - demitido da GNR - na Pastelaria Bijou, Procópio de Freitas - o “Pau Real” - na Marinha. António José de Almeida - Presidente da República - alertava a população para a escravatura como consequência da anarquia.


Magalhães Lima - grão-mestre da Maçonaria fundou o Movimento de Salvação Pública a que se juntaram Jaime Cortesão, Ramada Curto, Cunha leal, Leonardo Coimbra e José de Castro.


A Maçonaria - sempre a Maçonaria -, a 15 de Outubro, fez um aviso público a António Granjo afirmando que as “provocações” da GNR não defendiam o povo dos interesses dos “grandes exploradores”.


A 30 de Setembro eclode uma intentona, rapidamente controlada. Vários oficiais da Armada, incluindo Procópio de Freitas, foram presos e soltos a 5 de Outubro. Liberato Pinto fora, entretanto, condenado.


O Imprensa da Manhã, acusa Granjo de embirrar com jornalistas, republicanos - que odiava e perseguia - e marinheiros, esquecendo-se de que estes eram o melhor suporte da República.


A 19 de Outubro eclodiu a “esperada” revolução. A chefiá-la estava o coronel Manuel Maria Coelho, o capitão-tenente Procópio de Freitas, o ex-capitão da GNR Camilo de Oliveira e o Major Cortês dos Santos.


Apoiavam-se os conjurados nos subalternos, nos baixos escalões da Guarda e da Marinha; aqueles, insatisfeitos pelos rumores de desarmamento pelo Governo, estes, pelas humilhações sofridas após a derrota contra Sidónio. Era um movimento desgarrado, fragmentado, mas radicalizado pela propaganda mediática.


Às 5h e 30 da manhã, na Rotunda, a artilharia da Guarda deu as salvas de sinal seguidas pelas da Vasco da Gama, com que a Marinha assinalou a sua adesão à conjura.


António Granjo sem meios de resistência - a aviação da Amadora e a GNR recusaram-se a defender o Governo -, apresenta a demissão ao Presidente, que a aceita prontamente e declara finda a sua missão.


Perante os representantes civis e militares dos revoltosos - Jacinto Simões, Veiga Simões e Camilo de Oliveira - António José de Almeida recusa-se a reconhecer o governo revolucionário e resigna.


Já em casa Granjo foi visitado pelo vizinho Bernardino Simões, maçom, que o aconselha a refugiar-se e lhe ofere a sua casa para o efeito. Vira, na baixa, uma turba armada com más intenções.


Renitente António Granjo acaba por ceder e, acompanhado do amigo Simões, escapando à turba, foi refugiar-se em casa do “inimigo” Cunha Leal, que o recebeu de braços abertos.


A pronta denúncia de uma “zelosa” porteira conduziu o bando de revolucionário à casa de Leal, para levar Granjo. Aquele opôs-se com firmeza, mas nem a sua condição de capitão e deputado os demoveu.


Carvalho Santos e o capitão Agatão Lança, amigos de Leal, com conhecimentos na Junta revolucionária, viram frustrada a sua tentativa de intervenção desta em favor de Granjo.


Por esta altura uma multidão eufórica, e bem bebida, de revolucionários - guardas-republicanos, soldados, marinheiros e formigas -, comemorava a vitória, no Arsenal.


Pedia-se a cabeça de Granjo. Após alguma discussão saíu um grupo, comandado pelo guarda-marinha Benjamim Pereira, para efetuar a detenção do ex-Presidente. O “herói” da noite, o chefe efetivo do bando era o conhecido “dente de ouro”, o cabo Abel Olímpio.


Em casa de Cunha Leal, o bando, em nome da Junta, exigiu a entrega de Granjo para ser conduzido à fragata Vasco da Gama onde Procópio de Freitas o esperava. Bernardino Pereira - o guarda-marinha que na sequência da intentona de 30 de Setembro pedira a intervenção de Leal para não ser preso -, responsabilizou-se pela integridade física do detido.


Leal hesita mas aceita, exigindo acompanhar o “foragido”, temendo o pior. Já na rua, um dos exaltados revolucionários propôs aos camaradas “furar” Granjo ali mesmo. Optaram por embarcar e conduzir as vítimas ao Arsenal.


No Terreiro do Paço confrontaram-se com uma multidão armada de baionetas e pistolas que gritava pedindo a morte imediata do “malandro”. Perante a cobardia dos colegas o tenente Lopes Soares pôs-se ao lado dos dois prisioneiros, protegendo-os, e o valente Leal, enfrentava-os, referindo-lhes a participação de ambos na guerra contra os alemães.


Por toda a Europa Central, entre 1917 e 1919, tinham deflagrado conflitos idênticos. No verdadeiro espírito da luta de classes exaltava-se o terror como meio normal de persuasão dos inimigos de classe. O extermínio era o destino dos inimigos insubmissos.


Tinha sido assim na Rússia, na Alemanha, também na Itália e em Espanha onde tinham deflagrado guerras civis de baixa intensidade. O modelo era o mesmo em todo o lado; líderes da extrema-esquerda, intelectuais burgueses - Lenine, Trotsky, Liebnecket - seguidos por militares revoltados - subalternos ou soldados e marinheiros radicais - contra um corpo de oficiais burgueses de ascendência aristocrática.


A gente da rua - a “canalha” - fazia o trabalho sujo. Fora assim no 5 de Outubro e no 14 de Maio, na repressão aos monárquicos e aos padres e na vandalização dos jornais conservadores; mas também no 5 de Dezembro, contra Costa, e depois no assalto a Monsanto.


A comitiva parou no pátio do Arsenal onde, perante os holofotes dos navios de guerra, e os urros da multidão enfurecida, desceram e os prisioneiros foram separados. Leal, empurrado para a rua foi interpelado e atingido, de raspão no pescoço, pelo “valente” sentinela.


Valeu a Leal, mais uma vez, Benjamim Pereira, que, com outros marinheiros desarmaram o patife. Mesmo ferido, Leal foi à procura de Granjo, que, refugiado na casa da guarda, amarrotado, pisado, enxovalhado, ao vê-lo ferido ficou estarrecido.


Regressou então a turba enfurecida, separando os prisioneiros, determinada a impedir a condução de Leal ao Hospital. Desta vez foi o tenente Agatão Lança que os enfrentou e que, apesar das armas em riste, abriu passagem à força seguindo de automóvel para o hospital de São José.


Aqui, Cunha Leal pediu a Agatão para o deixar e ir salvar António Granjo.


No Alfeite, o ex-Presidente do Conselho António Granjo continuava no pequeno aposento interior do 1º andar da casa da guarda onde alguns oficiais faziam guarda na escada de acesso.


Afonso Macedo tentou parar a turba, furiosa, descontrolada, que vinha em busca de Granjo. Os amotinados responderam-lhe com tiros, um dos quais lhe passou rente à cabeça.


Afastando os oficiais que tentavam chamá-los à razão, os “corajosos republicanos seguiram em busca de Granjo, que se refugiara no quarto 3.


-Estavas aí? Oh…! Salta cá para fora!


- Vocês não têm direito de me matar!” respondeu o ex-Presidente numa última tentativa de os parar.


- Desce os degraus!”, gritaram-lhe. Resignado, António Granjo avançou destemido para a morte certa:


-Aqui me tendes. Matai-me. Matais um republicano.”

Atingido por uma saraivada de balas, já no chão, ainda foi desfigurado com uma coronhada no queixo desferida por um dos “valentes” republicanos.


O clarim da guarda, que chefiava a turba, enquanto a custo, retirava o sabre que espetara no peito do moribundo, exclamava, eufórico, com o sangue a correr em borbotões:


“-Vejam de que cor é o sangue do porco!”


Quando Agatão Lança, com Jacinto Simões, voltou ao Arsenal, tudo estava consumado:

-Um ainda o Sr tenente salvou, agora o outro...mataram-no!”


O nobre tenente regressou a São José onde deu a triste notícia a Cunha Leal:


“-Mataram o Granjo?” Perguntou o capitão.


“-Infelizmente…”


E ali choraram, abraçados, o homem bom que não tinham podido salvar.



A partir de; “Nobre Povo, Os Anos da República” de Jaime Nogueira Pinto.



António Joaquim Granjo


Peniche, 15 de Outubro de 2023

António Barreto


sábado, 7 de outubro de 2023

Em Frente Benfica

 

Em Frente Benfica


A equipa do Benfica - de futebol sénior A -, apesar de estar a praticar bom futebol ainda não atingiu o equilíbrio e o nível competitivo com que iniciou a época transata.


Tal deve-se ao apuramento direto para a Liga dos Campeões e à perda de dois jogadores estruturantes, Grimaldo e Gonçalo Ramos.


Devido aos jogos de apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões e ao novo treinador, a equipa iniciou a época anterior a “cem à hora”; os índices físicos, técnicos, táticos e motivacionais estavam no máximo. Só na ponta final da época vacilou, consequência da longa época, em especial do desgaste provocado pela participação na liga milionária.


A preparação para a época corrente foi mais tardia, a equipa parece dar sinais de quebra física nas segundas metades das partidas. Por outro lado, quer o lado esquerdo da defesa, quer o eixo do ataque, ainda não funcionam com a eficácia precedente.


Há uma clara quebra de quantidade e qualidade dos centros e cruzamentos do lado esquerdo, sem os quais diminuem drasticamente os lances de finalização. Fica em cheque o avançado-centro - e a equipa - condenado a vaguear na frente sem bola ou a recuar para a obter e conduzir a finalização.


Trubin é, claramente, uma “mais-valia”, revelando-se excelente no jogo aéreo, no jogo de pés - coloca a bola a longa distância com precisão - nos tempos de saída e na execução das manchas. Os recentes jogos com o Porto e com o Inter demonstraram-no, tranquilizando equipa e adeptos.


Di Maria, Neres, Korkçu e Neves, em especial os dois primeiros, acrescentam criatividade, mobilidade e diversidade. O primeiro veio ainda reforçar o elo afetivo dos adeptos e a auto-estima e motivação dos colegas.


Tolerância zero, por parte das arbitragens e entidades desportivas, é, mais uma vez, o que a equipa, técnicos e dirigentes, têm por certo esta época, contrastando com a tolerância que tem sido dispensada aos adversários mais fortes.


Continua a verificar-se, claramente, falta de consideração institucional pelo clube e seus adeptos, nos âmbitos desportivo e governativo. Uma realidade que dura há décadas e que tem a ver com o preconceito, de alguns setores políticos influentes, relativamente ao clube.


Tal realidade extravasa para o exterior e reflete-se no habitual desacerto das arbitragens nos jogos internacionais. Verificou-se esta época nos jogos com o Inter e com o Salzburgo, e na época anterior com o primeiro, nos dois jogos.


Ainda tenho frescos na memória os casos das finais com o Sevilha e com o Chelsea, bem como os dos jogos com o Barcelona e com o Bayern, entre outros.


Os dirigentes do clube devem equacionar este tema e encontrar forma de o combater, tornando evidente ao público, em especial aos seus adeptos e simpatizantes, a segregação de que têm sido vítimas.


O estoicismo do silêncio, ao invés de moderar a hostilidade para com o clube e seus adeptos, encoraja-a. Das instituições públicas, desportivas e governativas, nada mais há a esperar.


                                                                      Elliott Erwitt


Peniche, 07 de Outubro de 2023

António Barreto