"Sem o medo dos socialistas e da revolução, Bismark nunca teria posto em prática as suas leis sociais. O movimento operário desempenhou, portanto, um papel essencial na formação progressiva de uma classe média com condições de vida decentes. No entanto, essas lutas teriam dado em nada na falta de um crescimento da produção desde há mais de um século, que tornou possível a distribuição. A oferta mantém-se em primeiro lugar; toda a história das origens da Revolução Industrial mostra a importância das trocas, das instituições e da liberdade económica. Nenhuma revolta dos escravos romanos nem nenhuma insurreição dos servos da Idade Média permitiram pôr fim à miséria, muito simplesmente porque não havia nada para repartir, pois nem a pilhagem da riqueza das classes favorecidas, justificada por uma pobreza extrema e por uma exploração feroz, permitiam melhorar o destino dos pobres. É preciso começar por aumentar a produção antes de reparti-la equitativamente e, para aumentar a produção, são necessários incentivos económicos e um sistema de regulação da oferta e da procura que são fornecidas pelo mercado e pelas empresas privadas." (Jacques Brasseul, História Económica do Mundo)