Desporto

domingo, 12 de janeiro de 2020

Os "democratas", a censura e a PIDE


 
   “Pela primeira vez na vida, os portugueses tomaram conhecimento do complexo mundo que as duas censuras da mãe pátria lhes tinha ocultado. Descobriram - atónitos – que não fora o Partido Comunista argelino que havia feito a revolução, mas a FLN, anticomunista. Ouviram as queixas contra Cunhal dos nacionalistas angolanos, membros desse MPLA que ainda não era de Neto. Descobriram, enfim, que se podia ser de esquerda e criticar, alto e bom som, os comunistas, sem ser-se apodado de PIDE ou ser-se denunciado à PIDE:”

   Patrícia Mcgowan em, “O Bando de Argel” (Intervenção)
 
 
Piteira Santos e Manuel Alegre

Peniche, 12 de Janeiro de 2020
António Barreto

Afonso Costa (1)


A república, o socialismo e a Igreja:

 

"As leis de Afonso Costa eram, sem sombra de dúvida, de perseguição, de ataque à Igreja, ao clero e à própria religião. Eram leis violentas, revolucionárias. Afonso Costa sabia bem que nenhuma revolução podia ser levada a bom termo, escrever-se com R maiúsculo, sem destruir, primeiro, na sua essência, o poder económico, político e psicológico das religiões organizadas. É um facto que a história tem claramente demonstrado, nos últimos duzentos anos. Bem o compreenderam os dirigentes de outras revoluções - no México, em Cuba, na União Soviética. Onde as Igrejas poderosas não foram vencidas, as revoluções fracassaram. Conciliar esta necessidade de perseguição com a tolerância poética e romântica que constituía um dos tons da geração de 1890-1891, eis uma das grandes contradições que os homens da República não puderam superar.." (A.H. de Oliveira Marques, cadernos do FAOJ, Afonso Costa).

 


 
(Afonso Costa, março de 1921)
 

 

Peniche, 11 de Janeiro de 2020

António Barreto