Desporto

sábado, 3 de dezembro de 2016

Encostados na frente

  
 
 
   Ouvi o relato na rádio e o comentários na BTV. Os jogos na Madeira, seja com que clube for, são sempre difíceis. Assim foi com este em que o Marítimo infligiu a primeira derrota ao Benfica, no campeonato em curso. Certamente que haverá deficiências a apontar aos encarnados, jogadores e equipa técnica; remates à baliza foram muitos, ora defendidos pelo guarda redes adversário, ora falhando a baliza. Haverá certamente algum mérito do lado dos verde rubros; marcar dois golos num jogo a esta equipa do Benfica não é tarefa fácil, e a sorte não entra nestas coisas. 
 
   Há porém padrões detetáveis por quem já viu muito futebol. Vasco Santos, árbitro portista regressado de longa travessia no deserto mas conhecido pelas tropelias anti Benfica que protagonizou no passado, consentiu o primário antijogo dos jogadores do Marítimo, com muita violência e múltiplas paragens por simulação de lesões. É um facto que esta é uma característica persistente do futebol nacional só justificável pela teia de interesses que disso tira partido. É a diferença de qualidade resultante da falta de meios e da tacanhez de alguns técnicos que está na origem da tática do antijogo. Devem definir-se critérios mais exigentes e canalizar meios de financiamento dos clubes mais pequenos, a partir das receitas do futebol europeu e nacional. 
 
   Fechar espaços, num 7-3-0 recuado, é feio, mas admite-se; simular sucessivas lesões e praticar jogo violento ainda é mais feio, mas até compreende. O que não se compreende é a displicência do árbitro, ou melhor; compreende-se na perspetiva da "armadilha" a que, na sequência da da época passada - sem sucesso, neste caso com o Veríssimo como protagonista - foi submetida a equipa do Benfica. São demasiadas coincidências, vejamos; Filipe Vieira é castigado trinta dias praticamente na véspera, com justificações absurdas, Meirim veio a público dizer que nada teme e que o processo de inquérito de Bruno de Carvalho pelo incidentes no túnel de alvalade vai levar meses - entenda-se, nunca no decurso do presente campeonato -, os processos interpostos pelo Benfica contra dirigentes leoninos estão engavetados por falta de pessoal, o Boavista vê o golo do empate não validado, no jogo contra os leões, tendo jogado desfalcado de cinco jogadores - salvo erro -, castigados no túnel do Bessa por desacatos provocados pelo guarda-redes do Vitória de Guimarães - que parece ter um acordo qualquer com o Sporting -, O Vitória de Setúbal também jogou contra o mesmo Sporting desfalcado de vários jogadores. No âmbito do futsal e da pseudo confusão dos títulos o comportamento da FPF  tem sido miserável. O caso do arranjo de jogos que veio a público na época passada, foi silenciado. Do doping, deixou de haver notícias desde a guerra de Horta com Madail. Há dinheiro a rodos no Sporting desconhecendo-se a sua proveniência mas comprometendo um banco sob garantia do Estado - banco que está à venda e apresentou em 2015 um prejuízo superior a 800 milhões de euros, com a curiosidade do silêncio de Helena Roseta e Ana Gomes, tão prestimosas a atacar o Benfica por bagatelas.
 
   Tendo em conta o que se passou no último terço da época anterior, parece que o Sporting vai de passeio até final desta. É demasiado óbvio. Tal como é demasiado óbvia a inação das instituições desportivas e judiciais. Bem sabemos que os verde-brancos estão falidos e concordamos na sua recuperação, mas não atropelando os outros clubes criando-lhe sucessivas dificuldades artificiais.
 
   No meio de tudo isto, julgo que é altura de os dirigentes do Benfica reverem a sua estratégia de ação. É necessário mais firmeza na defesa do clube e talvez seja altura de questionar publicamente as instituições acerca do seu interesse na participação das equipas do Benfica nas provas nacionais. Da retórica progressista vingou a hostilidade aos encarnados pela associação ao Estado Novo, que sistematicamente tem sido feita, seja pelos seus adversários, seja pelos políticos que necessitam de um símbolo do mal para se apresentarem como salvadores do povo e paladinos da democracia e da liberdade. Tal como referiu Alçada Batista relativamente a cada um de nós, também as democracias necessitam dos seus pobrezinhos.
 
Força, Benfica! 

PS: Quebras de rendimento nos jogos anteriores e posteriores a compromissos europeus, são habituais e sucedeu também neste caso. No entanto confirmaram-se as minhas suspeitas relativamente aos jogos Porto-Braga e Sporting-Setúbal de sábado; Carlos Xistra entregou a vitória aos azuis  expulsando um adversário e prolongando o jogo até marcarem o golo da vitória; quanto ao Sporting, beneficiou de um vitória desfalcado em ritmo de passeio. Por alguma razão os clubes beneficiados apoiam Pedro Proença, o árbitro que, com erros grosseiros, impediu  o Benfica, por várias vezes, de ser campeão.
   Não tem nada que saber; castigando-o, impedem Filipe Vieira de protestar na fase em que decidiram "arrumar" com o Benfica. No entanto, é preciso erguer a voz na defesa do clube, dos adeptos e do futebol, que teima em não sair do lamaçal