Por sua vez, refere que, pelo 2º
ano consecutivo o resultado operacional foi positivo, com um valor superior a
5,1 ME na época 2011/2012, incluindo a venda de atletas, à exceção de Javi Garcia e Axel Witsel.
O pior veio depois, ao anunciar
um resultado líquido negativo de, aproximadamente, 11,7 ME e um capital próprio
negativo, de 14,2 ME, resultante do aumento do ativo para 411,9 ME e do aumento do passivo para 426,1 ME. Contudo, As vendas de Javi e Witsel permitirão, no primeiro trimestre - julho, agosto e
setembro de 2012 -, o regresso do capital próprio a valor positivo.
Por sua vez, o Correio da Manhã
de hoje - 2012.09.22 -, refere um passivo
total de 539,5 ME, considerando os resultados do exercício do clube em 2011/2012,
em que as receitas atingiram os 28,6 ME - queda de 1,3 ME face à época anterior
- e as despesas se cifraram em 41,6 ME - aumento de 6,2 ME face à época
anterior -, resultando num prejuízo do clube de 12,9 ME que, somado ao prejuízo
da SAD de 11,7 ME, totaliza 24,6 ME, ascendendo o passivo acumulado do clube aos 111,8 ME.
Foi pois com alívio que ouvi o
Presidente do Benfica referir em Almada, a necessidade de “vender, baixar a
massa salarial, ganhar com o talento, a entrega e o empenho dos jogadores que
estão no plantel e confiar na capacidade de Jorge Jesus”. Não chega! Espero que anuncie em breve; quanto
vai a SAD amortizar ao passivo já esta época, quando estará pago o Estádio -
inicialmente previsto para este ano - bem como um plano plurianual de
amortização do passivo, com objetivos bem definidos.
A necessidade de redução de
custos operacionais e de estrutura é imperiosa desde há muito e, embora seja
aceitável a “derrapagem marginal orçamental” face à necessidade - pontual – de maximizar
a probabilidade de sucesso desportivo - tal como defende Fernando Tavares - tal
não deve converter-se numa prática corrente sob pena da insustentabilidade de todo
o projeto Benfica. Sugiro mesmo que sejam avaliados os ganhos de fusão entre as
empresas do grupo, pelas sinergias resultantes do aumento de eficiência global.
Por outro lado, é evidente para
todos nós, desde há muito, a necessidade de reduzir os custos operacionais,
libertando a SAD de encargos que não gerem contrapartidas financeiras ou
desportivas, apostando mais na formação interna - tal como anunciou o Presidente
-, recorrendo à contratação externa com assertividade, decorrente de maior
competência na prospeção, bem como a necessidade de aumentar os proveitos da
venda de direitos desportivos do clube para valores consentâneos com a sua
valia comercial, alocando parte dessa receita à amortização do passivo, sem
esquecer o afastamento de qualquer entidade do grupo Oliveira como parceiro de
qualquer sociedade do grupo Benfica, indispensável à sua libertação, sem a qual
não haverá verdadeiro Benfica.
Parece-me também, que deve
considerar-se maior aproximação da SAD à Liga, já que me parecem boas algumas
das propostas que defende, nomeadamente; o fim dos empréstimos de atletas a
clubes do mesmo escalão, quanto a mim, uma das fontes de corrupção; a autonomia
financeira dos clubes profissionais, outra das fontes de corrupção associada à
anterior e o fim do monopólio da Olivedesportos na exploração dos direitos
desportivos dos clubes, condição necessária ao fomento da competitividade, quer
pelo aumento de receitas próprias dos clubes, quer pela redução da influência
do grupo Oliveira em todos os agentes do desporto em geral, da qual apenas um
dos contendores tira proveito, destruindo a credibilidade e rentabilidade do
desporto nacional. Poderia ainda, conquistar o apoio da maioria dos clubes
ditos “pequenos”, necessários para travar as ameaças provenientes da Federação,
que muito têm contribuído para o afastamento do Benfica dos títulos e para a
descredibilização do futebol.
Relevo ainda a necessidade de
preparar medidas suficientemente dissuasoras da estratégia, que tão bons frutos
tem dado ao clube azul, que consiste em dificultar ao Benfica o fortalecimento
competitivo das suas equipas, agravando os respetivos custos operacionais e desviando
para as suas “trincheiras” atletas influentes, ironicamente, descobertos pelo
departamento de prospeção do nosso clube, os quais, a par com os “erros
grosseiros” de arbitragem que todos
conhecemos, lhe tem proporcionado superioridade desportiva há décadas, hipocritamente,
cobardemente enaltecida pela generalidade dos comentadores desportivos e
algumas figuras públicas.
Perante este cenário, é
revoltante assistir “à engorda” obscena dos empresários, à “chantagem”
frequente dos atletas junto dos seus clubes, à indiferença das superestruturas
desportivas, à incompetência do sistema judicial e ao silêncio ensurdecedor das
tutelas governativas.
Afinal, sem clubes não há futebol,
mesmo que disfarçados de azul.
AB