Desporto

sábado, 12 de outubro de 2013

MAURÍCIO EINHORNE




Roberto Aussel - I - Atahualpa Yupanqui - Milonga, Vidala




A condecoração

      Aproximando-se o momento da retirada de Pinto da Costa da cena desportiva - o homem não é eterno! -, iniciou-se o ciclo de encómios patéticos,  com a iniciativo do seu "velho" companheiro de muitas lutas, Valentim Loureiro, lutas essas que descredibilizaram o desporto nacional e o futebol em particular ao fazê-lo refém dos seus poderes tentaculares, perante a covardia de muitos e a cumplicidade de alguns, constituindo um dos maiores paradoxos da atualidade Portuguesa. Perante toda a informação publicada, hoje, ninguém, além dos respetivos correligionários, tem dúvidas de que, estes, são os principais rostos do tão propalado sistema.

      Valentim Loureiro e o Boavista, serviram de bode espiatório decorrente dos processos do apito dourado e apito final, propiciando a escapatória do FCP e do seu presidente; era imperioso entregar algo à justiça e à indignação popular. Seguiu-se a lenta agonia de VL enquanto dirigente desportivo e a saída da ribalta do Boavista, deixando ao FCP, o ambicionado exclusivo da representação desportiva da cidade ao mais alto nível, com o Salgueiros já reduzido à insignificância capitalizando os ganhos políticos em que tem alicerçado o espúrio sucesso desportivo.

      Não são públicamente conhecidos os, alegadamente relevantes, contributos de Pinto da Costa à cidade de Gondomar que, forçosamente, deveriam suportar tal homenagem, levando-me a concluir que a razão será outra. Provávelmente, VL e PC, em tempo, apertados pela justiça desportiva e cível, terão feito um pacto em que aquele aceitou sacrificar-se e ao seu clube, para salvar este e o seu, numa lógica de mal menor. Tal pacto terá culminado com a decisão de alargamento do campeonato após a patética anulação do acórdão condenatório do Boavista na justiça federativa, que o tinha relegado, falido, para os escalões inferiores. Mais um caso vergonhoso que não deveria passar incólume por muita simpatia que se tenha por este clube, sob pena de ridicularização pública das superestruturas desportivas.

      Significativamente, Joaquim Oliveira aparece como detentor de 22% do capital da SAD do Boavista, o que, por si só, explica toda esta trapalhada dado o seu ascendente no meio desportivo, político e financeiro. Outras homenagens a tão polémico personagem  virão, com origem em outras cidades adjacentes, incluindo a do Porto - cujo atual Presidente é, nada mais nada menos que um fundamentalista portista -, culminando com uma qualquer comenda da República que o seu amigo e colega do Conselho Consultivo Artur Santos Silva, não deixará de recomendar ao PR, pelos "elevados feitos patrióticos na elevação do bom nome de Portugal por esse mundo fora"; seja ou não com fruta, seja com ou sem supermercados, que a causa da região sobrepõe-se aos princípios da decência.

E assim vai a Pátria...de alguns!