Desporto

sábado, 29 de junho de 2013

ESTA NOITE, A LIBERDADE!

O título é de uma obra apaixonante que relata a epopeia de Gandi na luta sem tréguas que travou pela independência do seu povo, que constituíu o princípio do fim do império inglês. Serve de metáfora à recuperação pelo Benfica da posse dos seus direitos desportivos, pois, além de representar a sua própria "libertação", poderá vir a ser o princípio do fim do império portista.

De facto, o advento da democracia em Portugal, induziu, no desporto em geral e no futebol em particular, um paradoxo, visto que a suposta democratização das instituições desportivas assegurou o domínio das respetivas superestruturas pela maior associação desportiva do país, donde resultou uma gestão pseudo-tolatitária das mesmas em proveito dos associados desta. Tal é a evidência da composição dos quadros competitivos principais e das correspondentes classificações. No fundo é, nada mais nada menos, que a antítese do processo democrático, apesar de os beneficiários do "sistema" afirmarem, precisamente, o contrário.

Este domínio, beneficiando da convergência de interesses vários, nomeadamente económicos e políticos,  estendeu-se a múltiplas áreas, entre as quais a da comunicação social e em particular da TV, onde  o escandaloso monopólio da Olivedesportos permitiu influenciar a competitividade dos clubes concorrentes pela via económica, da qual tem beneficiado, ostensivamente, um dos participantes; o Futebol Clube do Porto!

Exaurido financeiramente na vã tentativa de combater aquele domínio, sucessivamente afastado dos lugares cimeiros da tabela classificativa pelos calheiros desta vida, também o Benfica, apesar da sua grandeza, caíu nas garras de gente sem escrúpulos, vendendo a alma de todos os Benfiquistas por meia-dúzia de tostões, vitais, à época!

Este evento resgata o orgulho, a alma Benfiquista, constituindo a demonstração da força do Benfica, o corolário de uma longa e dura batalha pela liberdade e, simultâneamente, ao abanar um dos principais pilares em que tem assentado o domínio portista.

É, estou convicto, o princípio do fim de uma era no futebol português; uma era em que o espectador, pela simples observação dos jogos se apercebe da falta de lealdade em muitos deles e, por consequência, se vai afastando dos estádios, enquanto, irónicamente, os corruptos celebram as vitórias da vergonha.

Hoje, todos os clubes passaram a ter uma alternativa à comercialização dos seus direitos desportivos donde resultará maior competitividade ao futebol nacional.

Agradeço aos dirigentes do meu clube e em particular, ao seu Presidente! 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os inimigos do Benfica

Há muito que denunciei a "santa aliança" entre a PT, a ZON e a Sportinvest, patrocinada pelo atual governo através de Miguel Relvas, percebendo, desde logo, a trama que agora se revelou. Perante o "cheque" dado pelo Benfica à Olivedesportos reagiu esta com os seus aliados de sempre, constituindo um monopólio na área das transmissões de competições desportivas, com o propósito de impedir o Benfica de vender os seus jogos em mercado aberto. Estão lá todos; Belmiro de Azevedo,  Dos Santos (Zon), PT, BES e BCP (estes dois últimos ainda que indiretamente; aquele, acionista das SAD dos três grandes, este, fundado pelo Amorim, seu ex-administrador, tal como Alípio Dias, ambos membros do Conselho Consultivo do FCP, tal como Azevedo. Consta ainda que aqueles bancos perdoaram cerca de 100 milhões de euros de dívida à Controlinveste tendo convertido cerca de mais 130 ME em participações sociais. Foram também estes bancos, que, salvo o erro, "entalaram" Vale e Azevedo congelando as contas do Benfica, quando aquele ameaçou destruir os que viriam a ser os alicerces do império Oliveira em proveito do Porto. São estas as forças que estão por trás do Pinto e que se opõem ao sucesso desportivo do Benfica, pela aspiração de subjugarem o país aos seus interesses, que dizem ser os da região norte. Lá bem em frente ao Estádio da Luz, está um dos símbolos desse poder, o Colombo, que, também por esta via, permite aos inimigos do Benfica tirar proveito financeiro dos seus adeptos. E quanto mais levarem, menos sobra para o Benfica! Essa é que é essa!
 
Espero que os dirigentes do Benfica não cedam a este ataque; não faltarão clientes; as soluções hão-de aparecer. E mesmo que não aparecessem, seria preferível não as vender a essa gente; encher-se-ia o estádio, far-se-ia um rombo na STV, levantar-se-ia o orgulho dos benfiquistas e chamar-se-ia a atenção da comunidade internacional para a disfunção democrática que se vive em Portugal.
 
De todo o modo, compete à Direção do Benfica, à semelhança do que fez o Presidente da Liga - com sucesso num primeiro processo -, fazer queixa a quem de direito contra abuso de posição dominante e monopólio, invocando os seus direitos constitucionais, tal como deveria ter apresentado queixa no Ministério Público contra incertos, relativamente ao jogo Paços de Ferreira - Porto, no qual as incidências do jogo e acontecimentos  posteriores indiciam que pode ter ocorrido "arranjo" entre os contendores, com prejuízo de terceiros, no caso, do Benfica. Investigando-se ou não, provando-se ou não, a convicção da generalidade dos adeptos, incluindo a minha, é que, tal jogo não passou de uma farsa, tal como vários outros em que o Porto participou. Não fiquemos à espera que outros façam o nosso trabalho, tal não ocorrerá.

O futebol nacional é um esgoto a céu aberto!

Valha-nos Deus!

Acaso ou encomenda?

Sob o malicioso título "Sexo trama Artur e polícia Gay", o decadente e persecutório - relativamente ao Benfica - CM de hoje, descreve uma trama de cariz sexual com chantagem, em que, Artur Morais, o guarda-redes do Benfica, parece ter caído, e que terá afetado decisivamente o seu desempenho desportivo a partir daí. De facto, entre vários outros motivos, os erros grosseiros de Artur a partir do jogo na Luz com o clube da fruta, foram decisivos para as aspirações do meu clube. Bastaria que os não tivesse cometido para o Benfica ter sido campeão. Essa é que é essa! São vários, todos decisivos e demasiado primários para um guarda-redes da sua categoria! Entregar a bola ao ponta-de-lança contrário - Porto e Guimarães - que espera por ela mesmo à entrada da área e sem oposição? Deixar passar o esférico mesmo junto ao poste - Estoril -, rematado de ângulo difícil? Ficar pregado ao chão num lance aéreo, lento, numa final europeia, enquanto o adversário, tranquilamente, espera por ela para o remate sem oposição? Dou de barato a meia-fífia do golo do empate na frutaria azul.

Ficámos a saber então que, ao contrário do que o articulista parece sugerir numa provocação insultuosa, Artur Morais gosta de mulheres e tal terá sido o motivo que o fez cair nas garras de criminosos, um dos quais já preso, que o terão chantageado a ponto de perturbar a sua concentração desportiva. Podemos então dizer que, esta época, o Porto foi campeão por uma queca do Artur! Ou seja, em vez de "campeonato do capela", o campeonato transato poderá ser designado pelo "campeonato da queca do Artur". Bolas, como nos saíu cara essa queca! 

Pois, acontece que, nestas matérias, não acredito em coincidências. Este é um dos métodos típicos de arranjo de jogos referido por Declan Hill no seu livro "A Máfia do Futebol" e por Marinho Neves no seu romance "Golpe de Estádio" como dos mais usados pelas "exemplares estruturas" para capturar árbitros, atletas, dirigentes adversários e até políticos. Perante uma mulher bonita, em ambiente próprio, qualquer hetero cai sem apelo nem agravo, não é assim grinaldo telhas? Pois é, e a lusa "exemplar estrutura" não costuma deixar nada ao acaso, não é assim srs estorilistas?, não é assim, srs ferreirenses?  Claro que é! 

Será que a PJ e o MP irão aprofundar a investigação tentando saber se há mandantes envolvidos? Veremos; porém, não me espantaria se tudo ficasse por aqui. Afinal, o roubo dos computadores na sede da FPF não parece preocupar ninguém - teriam informação comprometedora para algum dirigente? -, tal como da misteriosa morte de um alegado dirigente da Porto Comercial parece ter submergido na névoa do esquecimento! Tudo é transparente naquele "reino!" 

A ser verdade, deveria o Artur ter comunicado o sucedido ao seu Treinador e à Polícia - tê-lo-á feito? -, declarando falta de condições para participar nos jogos, o que, ainda assim, não deixaria de constituir um 'handicap' para a sua equipa, porém, menos gravoso; uma coisa é não conseguir defender um remate adversário, outra bem diferente é oferecer-lhe a bola para marcar. É na adversidade que se revela o caráter das pessoas e Artur não foi capaz de defender a sua equipa, os seus colegas, os seus adeptos. Não esteve bem. Não serviu bem o Benfica, como é obrigação de qualquer Atleta do clube. 

Talvez valha a pena acompanhar o desenvolvimento deste caso.

domingo, 23 de junho de 2013

Revolução no futebol?

A necessidade de alteração dos quadros competitivos e modelo de financiamento do futebol quer ao nível da UEFA quer de Portugal é, desde há muito, uma evidência. A nível europeu e nacional, tem-se cavado e um fosso cada vez maior entre a meia-dúzia de grandes clubes e os restantes, que acabará, estou convicto, no declínio desta agora designada indústria. O público gosta de incerteza, gosta de surpresa, gosta de espetáculo autêntico, mágico, gosta de talento genuíno, puro, expontâneo...e não é isso que hoje observa!  De facto, o futebol, é cada vez mais um jogo de bastidores onde mandam os interesses financeiros ou políticos, onde se fabricam e sustentam génios de papel, onde vencedores e vencidos são préviamente definidos pelas superestruturas, infiltradas por gente sem escrúpulos disposta a tudo para fazer vencer os clubes da sua preferência. Ao espectador basta observar o que se pasa nos jogos, seja quanto ao comportamento dos atletas, seja quanto às nomeações, comportamento e classificação dos árbitros. Gere-se o futebol apenas para maximizar as receitas, explorando o incauto adepto, manipulado por uma comunicação social hipócrita, incompetente e corrompida pelos mesmos poderes (salvo exceções). Pelo meio, para salvar as aparências, anunciam-se uns quantos programas de combate à corrupção destinados ao fracasso  que todos sabemos inevitável. Afinal, como se combate uma indústria com um volume de negócios estimado em mais de 50 000 milhões de dólares anuais? Não se combate, "juntamo-nos" a ela!
 
Por cá, apesar de todos os apitos, de todas as pífias condenações da petinguinha, a procissão da corrupção segue no seu cortejo, com os mesmos anjinhos de sempre, os quais, legitimados, implícitamente, pela justiça da treta, já nem se dão ao trabalho de disfarçar. Eles aí vão, dominando, subjugando a maioria dos clubes concorrentes pela dependência financeira e desportiva destes; seja pelas transações de atletas, seja pelas dos direitos desportivos, ambos controlados por interposta entidade, pelo clube vencedor crónico; seja pelos humanóides erros de arbitragem punindo ou  premiando, conforme os interesses do opressor. E nisto estamos, como se vivessemos um ciclo de progresso sócio-desportivo decorrente de uma miserável e sórdida corrupção.
 
E é neste contexto que surge Mário Figueiredo, saído, nem mais nem menos, do covil jurídico do clube usurpador, apoiado pelos designados "pequenos clubes", com projetos inovadores, ameaçando demolir as traves mestras em que assentam as espúrias vitórias do campeão da treta. Não falta quem nele veja o enfabulado "lobo com pele de cordeiro", e, apesar de não pôr completamente de parte esta possibilidade, considero que as suas propostas devem ser analisadas à luz do interesse do Benfica e do futebol nacional. De facto, não são necessárias declarações de amor para se fazerem bons negócios; basta que sejam bons para as partes envolvidas.

O projeto mais sugestivo - entre outros propostos pelo perito holandês na matéria, Pieter Nieuwenhuif -, parece conciliar o que parecia inconciliável; o ansiado alargamento dos "pequenos" com menos folgas competitivas, com a redução de carga desportiva interna desejada pelos outros. Alargamento para 18 clubes divididos em dois grupos - um de 10, outro de 8 - ascendendo os 4 primeiros do grupo de 10 ao grupo dos 8 por troca com os últimos deste, na 2ª fase da prova. Julgo que o futebol tenderia a ser mais aberto, ao contrário das tradicionais práticas hiperdefensivos e caceteiras que o têm caracterizado.

A autonomia financeira dos clubes é fundamental para o desenvolvimento sustentado do futebol, razão pela qual sempre defendi a redução. Está por demonstrar que o modelo proposto melhore o financiamento de cada clube, condição indispensável à sua viabilidade. O aumento gobal de receitas parece evidente, tal como o correspondente aumento de custos! Há que fazer um estudo económico integrando as receitas dos direitos desportivos - cerca de 50% das quais são atualmente desviadas para a olivedesportos e derivados, que por sua vez, controla os clubes concorrentes do FCP -, bem como estudar o modelo de repartição. E aqui é que está o busílis!

Já estou a ver no grupo dos oito, o Porto e suas colónias, com o Benfica à mistura! Direitos desportivos e arbitragem  são os dois pilares que sustentam o atual sistema sem a demolição dos quais nenhum modelo resultará. É certo que a centralização da comercialização dos direitos desportivos num contexto de concorrência efetiva, associado à melhoria da competitividade e aumento da incerteza, fará disparar as receitas, gerando um círculo virtuoso, desde que os custos operacionais sejam controlados. Mas...como se garantiria a independência da arbitragem, indispensável ao sucesso do modelo? Francamente, não vejo como, enquanto estiver no seio da FPF ou da Liga! A arbitragem, deveria ser totalmente integrada no Instituto Nacional do Desporto - recrutamento formação, nomeação e classificação - o qual seria então escrutinado por todos os cidadãos através do voto e não apenas, como hoje acontece, pelos dirigentes do Porto, que indiretamente, decidem quem ganha o quê, quem é, ou não, promovido, quem sobe e quem desce de categoria, quem é ou não internacional. Tudo sob o silêncio cúmplice dos agentes políticos e governantes.

O Benfica não deverá, nunca, confiar em ninguém e nunca, por nunca ser, deverá assumir compromissos de médio ou longo prazo! A reversibilidade deverá ser, sempre, condição sine qua non! Em uma mão o pão e na outra, sempre bem à vista, o chicote!, (passe a metáfora). Não tenho a menor dúvida de que o monopólio do mercado dos direitos desportivos acabará, mas também não tenho dúvidas de que, nesse dia, aparecerão novos concorrentes controlados pelos Belmiros, Amorins, Dos Santos e quejandos, pois são estes os verdadeiros inimigos do Benfica e não o "parvo alegre do Pinto" (salvo seja).

Para jogar neste tabuleiro, o Benfica precisa de parceiros no setor, capazes de assumir e garantir concorrência credível. É hora de os benfiquistas com peso institucional e financeiro fazerem o mesmo que têm feito os portistas, juntando-se ao clube, apoiando-o, cada um com as suas possibilidades. Considero preferível ao Benfica, abdicar à cabeça, de parte da sua receita apoiando os pequenos e garantindo a independência destes, contribuindo para o progresso do futebol, do que abandoná-los à voracidade, prepotência e controlo do clube da fruta.

Mas não é tudo. A grande desvantagem do Benfica relativamente ao Porto é de natureza política e é também neste tabuleiro que teremos que jogar; ignorá-lo é suicídio! De facto, como  já referi em vários trabalhos e em vários locais, o Porto beneficia de um conluio entre algumas elites económicas e políticas da cidade com capacidade para pressionar e até controlar os partidos políticos e os governos, num processo de afirmação regional, apresentando o FCP como bandeira.  É esta a razão do silêncio de todos; o medo!,medo da perda de eleitores - a região norte é a de maior densidade demográfica - e medo da sublevação popular que mantêm controlada consentindo a perpetuação das vitórias do seu clube. Daqui podemos concluir desde já, da necessidade de promoção do equilibrio demográfico do país e, por consequência, do  desenvolvimento económico das terras do sul. Saia pois uma Casa da Música para Grandola, uma Fundação de Serralves para Elvas, um aeroporto José Afonso para Évora, etc., etc. (passe a metáfora).

Portanto, o Benfica tem que assumir políticamente, a sua dimensão social, já que o atual quadro partidário tem consentido, miserávelmente, a discriminação desportiva e até social do Benfica e dos benfiquistas, por um pretenso novo Portugal!, um Portugal de corrupção, de prepotência, de intolerância e...inevitávelmente, de violência...ou de "carneirada". Tal poderá ser feito de várias maneiras; o Benfica tem um projeto desportivo de largo impacto social e competitivo e por isso, tem o direito e o dever de apresentar propostas de desenvolvimento desportivo próprio, de questionar as dos vários agentes políticos, de escrutinar a implementação das mesmas pelos governos e de tudo isso dar conta aos eleitores benfiquistas. Não tem que ser o Presidente do clube a fazer isto, mas convém que seja; meus senhores, o Benfica entende que o projeto desportivo tal e tal apresentado pelo partido tal é o melhor para o nosso clube e para Portugal. Cada um, depois, fará o que entender. Estou certo de que, quando tal acontecer, tudo mudará! Não se brinca com seis milhões de pessoas com uma causa comum! Claro que há outras vias, alternativas ou complementares, mas ficará para outra ocasião.

VIVA O MEU QUERIDO CLUBE; VIVA O BENFICA!

sábado, 22 de junho de 2013

Vitor Pereira, "O basófias""

Vitor Pereira,  trouxe à arbitragem a promessa da mudança mas...em três anos de mandato, só o estilo mudou ! De facto, Vitor Pereira rompeu com o estilo tradicionalmente "pacóvio" e truculento dos dirigentes da arbitragem, apresentando um ar de modernidade e  capacidade de inovação, progresso e justiça, que apaziguou, ou silenciou, os detratores do setor, vítimas ou algozes. Afinal é só fumaça! Tudo ficou como dantes, "quartel General em Abrantes"!

 Às declarações de princípio seguiram-se os projetos e sua implementação...e... tudo ficou como estava! Cometem-se os erros de sempre, pelos protagonistas de sempre, e...ganham os mesmos de sempre...mas agora com estilo!
 
O fato é que, o jornal castrado "A Bola" de 19 de Junho, anuncia , hipócritamente, na 1ª página: "Escândalo na Arbitragem" e logo na 2ª e 3ª: "Ponham a mão nisto!" O caso é que, segundo aquele diário, cerca de 15 árbitros impugnaram as classificações finais por discordarem do inovador método utilizado na época finda, em que "quem apitou mais jogos saíu prejudicado, mesmo que com nota mais elevada nos jogos arbitrados. E, pelo meio, está também a aplicação "subjetiva" do já famigerado grau de dificuldade dos jogos." Realmente "é fruta a mais pró vitó!"
 
Ora então, depois da aplicação de uma "fórmula" - imagino que ainda sem cálculo integral e diferencial -, ainda assim complexa de boa, a classificação final será, finalmente, definida após a atribuição dos graus de dificuldade de cada jogo, óbviamente pelo especialista nestas matérias escolhido pelo Ex-Vice-Presidente do Porto, agora em funções na FPF! E qual o resultado, qual é ele? Quem prejudica o clube azul ou beneficia o Benfica tem garantida a classificação no fim da tabela, acabando despromovido à categoria inferior; por outro lado, quem faz o contrário, arrisca-se a ascender a melhor árbitro do planeta  com direito a finais das grandes competições europeias e mundiais de clubes ou seleções!
 
Por outras palavras; finda a época desportiva, grande parte dos árbitros - cerca de 15 - não sabe o que andou a fazer, nem como deverá proceder na época seguinte. Eis o absurdo; não está em causa, como deveria, o bom juízo do cumprimento das regras do jogo, mas tão sòmente, o critério de avaliação do "avaliador" do grau de dificuldade das arbitragens de cada jogo! Ou seja; as classificações dos árbitros e, indiretamente, dos clubes, está pendente dos critérios deste senhor! Um senhor escolhido pelo ex-dirigente de um concorrente: O FCP! Ou seja: o clube que ganha sempre! Uma vergonha!

Depois de tanta inovação e modernidade, o resultado do método "científico" vai ser corrigido "a olho" tipo: "ora deixa cá ver alfredo, ora deixa cá ver alfredo", isto é um suponhamos...este leva coeficiente 0,5865, aquele...ora deixa cá ver...dez passos, três palmos e um cabo de martelo...0, 6862! Valha-nos Deus! Que pouca vergonha!
 
Senhor Vitor Pereira; demita-se!, perdeu os créditos que detinha para chefiar o setor.
 
Senhor Fernando Gomes; Demita-se!, vá dirigir o seu clube, que é lá o seu lugar.
 
Senhor Presidente do Benfica; abra os olhos e retire o apoio a esta gente! Defenda os interesses do meu clube! Poderá comprar os craques que quizer mas não ganharemos enquanto não enfrentarmos com eficácia a guerra de bastidores. O resto é paleio de "chico-espertos".
O Futebol Português e Europeu é uma anedota!

A FPF é uma anedota, a UEFA é uma anedota!


In sapo de 19 de Junho de 2013:

Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, assume que fórmula classificativa penaliza árbitros com mais jogos.
 
O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) reconheceu hoje, à SportTV, que o método de avaliação em vigor para a classificação dos árbitros prejudica aqueles que apitam maior número de jogos.

«É verdade que os árbitros que apitam maior número de jogos são prejudicados, mas fomos todos surpreendidos com isso, desde o Conselho de Arbitragem, à APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) e aos árbitros”, disse Vítor Pereira, fazendo um “mea-culpa», para o qual tem as suas justificações.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Má Despesa Pública: Alguém se preocupa com a transparência do Orçament...

Má Despesa Pública: Alguém se preocupa com a transparência do Orçament...: Em Janeiro os resultados do Índice de Transparência Orçamental (OBI) foram amplamente divulgados no Má Despesa . Portugal apresenta um pé...

O Porto da Graciosa: Update (No.4): Incident Involving the Containershi...

O Porto da Graciosa: Update (No.4): Incident Involving the Containershi...: © Copyright fotos: MRCC Mombai  Press realese of  Mitsui O.S.K. Lines, Ltd. TOKYO-Mitsui O.S.K. Lines, Ltd. (MOL; President: Koichi M...

terça-feira, 18 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

O FIM DA ILUSÃO de Medina Carreira

Advogado e ex-Ministro, Medina Carreira, cedo percebeu que Portugal caminhava na direção do abismo. Patriota, alicerçando-se em estatísticas irrefutáveis, empenhou-se com afinco na divulgação da realidade económica, com o propósito de alertar consciências e abrir o caminho à exigência de políticas que evitassem o descalabro que haveria de suceder em 2010 com o pedido de assistência financeira externa e o país exangue. Ignorado e enxovalhado pelas principais forças políticas e pela população em geral - que chegaram a apodar de senis, os seus alertas -, Medina Carreira, ciente da sua razão, nunca esmoreceu e continua a sua cruzada por cidadãos, governantes e governados, mais responsáveis, em nome de um Portugal próspero e independente. Um exemplo, para todos os Patriotas.
 
Na verdade, o desfecho económico a que chegámos em 2010 era previsível há cerca de duas décadas a qualquer cidadão que não se tivesse deixado embalar nos cantos de seria partidários e reparasse na persistência das duas grandes tendências "assassinas"; aumento contínuo da pressão fiscal e asfixia crescente da atividade empresarial; uma função decrescente que, mais uma vez, haveria de nos conduzir às portas da insolvência e do opróbrio internacional, desta vez sem a desculpa "fassista", graças à ganância partidária que não hesita em sacrificar a Pátria aos interesses das suas clientelas. Afinal, os autoproclamados campeões da liberdade e fundadores desta democracia, revelam-se agora como lobos em pele de cordeiro, teimando no anúncio de projetos insustentáveis, indiferentes à sorte de Portugal, como se dele fossem donos.
 
"O fim da Ilusão" - edição da "Objetiva" - é uma síntese do pensamento de Medina Carreira e uma compilação de várias crónicas, que resumem o essencial da evolução económica de Portugal dos últimos anos. Destaco:
 
"Numa palavra, o parasitismo clientelar, instalado nos principais partidos, está e vai continuar a devorar o nosso país."
 
"O Estado social não pode sobreviver sem a base financeira mínima que só uma economia dinâmica pode oferecer."
 
"A inevitável assistência financeira internacional chegou demasiado tarde, a situação piorou mais do que o necessário, as dívidas cresceram e, com elas, também as taxas de juros."
 
"Haverá sempre mais austeridade e ninguém saberá dizer-nos quando terminará."
 
"Numa Democracia, num espaço de desejável esclarecimento e de liberdade, para que serviram os partidos, os parlamentares, os comentadores, o acesso previlegiado aos meios de comunicação social, os comícios, os jantares, as conferências de imprensa, as inaugurações, as intrigas, as provocações, as insinuações, os permanentes golpes baixos, os programas televisivos de todos os dias?
   Aparentemente e como se vê, para nada."
 
" O exorbitante número daqueles que têm direito a prestações públicas constitui, finalmente, um grande ambaraço para o nosso Estado social."
 
"Entre 1990 e 2012 a média anual e real do aumento do PIB português foi de 1,8 % enquanto o das 'despesas sociais' foi de 3,9%.
   E no período de 2000 a 2010, o PIB registou +0,6 % anuais as 'despesas sociais' +2,2 %, respetivamente."
 
"Projetando para 2020, com base na economia de 2000-2010, teríamos uma situação inviável: as 'despesas sociais', só por si, corresponderiam a 100 % daquelas receitas - nz; contribuições e impostos - (35% a 36% DO PIB)."
 
" É igualmente inusitada a expansão do universo de servidores e de beneficiários do Estado, como atestam estes números: de cerca de 450 mil funcionários e de 1 780 000 pensionistas em 1980 (2 230 000 no total), passámos a contar, mais recentemente, com cerca de 700 mil funcionários e uns 3 500 000 pensionistas (4 200 000 no total)."
 
"Na totalidade, podemos falar de uns seis milhões de indivíduos que, ainda e durante muitos anos, caberá ao Estado sustentar financeiramente."
 
"É óbvio, para quem saiba analisar o problema, que, 'neste momento, a economia portuguesa não só não consegue sustentar este Estado, como está a ser aniquilada por ele."
 
"A reforma do Estado social português é, portanto, muito urgente."
 
"Efetivamente, das circunstâncias favoráveis existentes quando foi arquitetado o atual modelo de Estado social, já nenhuma vigora hoje."
 
"...e, por fim, o esmagador peso dos impostos, o maior da Europa, se se tiver em conta o rendimento médio de cada português."
 
"Ficou criado mais um sorvedouro de despesas, agora sob a forma de juros, porque os credores não prescindem do seu reembolso."
 
"O problema é demasiado sério para, como habitualmente, os responsáveis (?) encolherem, nesciamente, os ombros, em nome de um otimismo fundado na ignorância e no oportunismo político."
 
"Há assim, sinais claros da nossa presente incapacidade para enfrentar com êxito, e com as políticas atuais, o processo de integração. Isto resulta da perda de competitividade, em boa parte gerada pela reduzida taxa de crescimento da produtividade e pelos elevados aumentos dos custos unitários do trabalho."
 
"O pequeno e o médio empresário refletem, em geral, a própria impreparação que resulta da escola ou, em muitos casos, da falta dela."
 
"Os empresários portugueses de maior dimensão só recentemente vão retomando uma experiência que nasceu muito atrasada e que foi interrompida pelas nacionalizações. De qualquer modo, sem a continuidade nem o hábito de uma concorrência como aquela a que, há muito tempo, estão sujeitos os empresários da 'outra´Europa."
 
"Figuro entre os que rejeitam a ideia de que o mercado resolve tudo."
 
"...as forças partidárias só agem corretivamente quando não há atos eleitorais à vista, ou quando os desiquilíbrios externos se tornam insustentáveis."
 
"Foi o desregramento do gasto público, em geral, conjugado com o gasto privado - estimulado pela queda dos juros - que desiquilibraram a tal ponto a balança externa, proporcionaram a subida da inflação e nos levaram à difícil situação atual das finanças públicas."
 
"Creio estar esgotado o modelo 'aparelhístico' de 'ocupação' do Estado que temos na nossa frente."
 
"A limitação dos mandatos, por outro lado, é indispensável para desencorajar a profissionalização dos políticos, conducente a um calculismo sistemático destinado a assegurar apenas a 'ocupação' do Estado."
 
"E porque não estabelece o exclusivo financiamento público dos partidos?"
 
"É nossa firme convicção que, sem as várias e sérias reformas do sistema político e da Administração Pública, Portugal não conseguirá, no tempo desejável, atingir os níveis de desenvolvimento a que legitimamente aspira."
 
"Aquela - nz; a Justiça -, não funciona de todo em relação à criminalidade económica."
 
"A Educação, com a reserva de alguns casos de excelente qualidade, é uma lástima."
 
"Há trabalho para que não existem executantes e diplomados que servem para tudo menos para o que se diz estarem "oficialmente" habilitados."
 
"O Estado Português está convertido num "pântano", onde ninguém quer exercer a autoridade legítima e onde muitos aspiram apenas a permanecer tanto tempo quanto lhes seja permitido."
 
"Deve ser hoje, o maior devedor do país - nz; o Estado. Não me recordo de uma desordem como esta e talvez seja mesmo necessário recuar à I República para encontrar algo semelhante."
 
"Se a economia crescer mais, a questão da despesa pública fica facilitada; para que esse crescimento ocorra, é preciso que a despesa seja contida."
 
Eis pois, um contributo valioso para compreender a economia portuguesa atual e os caminhos de volta à independência, por todos os que recusam meter a cabeça na areia e se limitan a exigir aos sabastiões ou salazares, a satisfação dos seus anseios, recusando, teimosamente, envolver-se no processo de desenvolvimento sustentado de Portugal e enfrentando a realidade.
 

ETERNA SAUDADE! ( Dilermando Reis)

 

sábado, 15 de junho de 2013

ANGOCHE: QUEM TRAÍU PORTUGAL?

EM ABRIL PASSARAM-SE 41 ANOS SOBRE O 'CASO ANGOCHE'.O QUE ACONTECEU À TRIPULAÇÃO? QUEM FORAM OS AUTORES? PORQUÊ?
AS VERSÕES SÃO VÁRIAS. MAS AS PONTAS SOLTAS QUE PODIAM CONDUZIR À VERDADE FORAM TODAS 'APARADAS'.
TALVEZ UM DOS AUTORES NA RETAGUARDA E INDICADO COMO SUSPEITO (VÍTOR CRESPO) ASSUMIRIA IMPORTANTES CARGOS.
O IMPÉRIO E OS SEUS DESTROÇOS CONTINUAM COM AS MÃOS MANCHADAS DE SANGUE. 'WIRYAMUS', ANGOCHE, CAMARATE...
MESMO A ESTA DISTÂNCIA, APÓS O 25-ABRIL, NEM FRELIMO, NEM PCP, NEM MILITARES PORTUGUESES, NINGUÉM SE CHEGA À FRENTE. OS HERÓIS DA NOVA REPÚBLICA NÃO PODEM SER ASSASSINOS, NÃO SE PODE DIZER QUE O NOVO MONARCA VAI NU.


O CENÁRIO: PORTUGAL, ESTE PAÍS DE MITOS E MISTÉRIOS.
A História de Portugal regista no seu seio um número considerável de mistérios ou de questões que até hoje não foram completamente esclarecidos. Revejo uma breve lista para que me chamaram a atenção – A questão sobre o “milagre” de Ourique; – O que se passou nas primeiras cortes de Lamego; – As navegações para Ocidente a partir dos Açores; – O que aconteceu ao espólio do Infante D. Henrique; – O significado do Políptico de S. Vicente de Fora; – O que se passou em termos de navegações entre a viagem de Bartolomeu Dias e a preparação da Armada de Vasco da Gama; – O afastamento de Pedro Álvares Cabral de qualquer vida pública após a viagem em que descobriu oficialmente o Brasil; – A reforma das Ordens Militares ao tempo de D. João III; – O desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir; – O Processo dos Távoras; – A expulsão dos Jesuítas; – O porquê da construção do convento de Mafra; – A morte de D. João VI; – O assassinato do Rei D. Carlos I; – O desaparecimento das jóias da coroa portuguesa; – E, mais recentemente, a morte do General Humberto Delgado e o caso Angoche. E o sempiterno, agora, Caso Camarate. Mas, vamos ao Angoche:


 
Em 26 de Abril de 1971, a "Hermenegildo Capelo" durante a sua comissão em Moçambique procedeu ao reboque do Navio-Mercante da Companhia Nacional de Navegação “Angoche” até a entrega deste à guarda do Comando Naval de Moçambique, encontrando-o à deriva a 50 milhas a Leste da costa de Moçambique entre Quelimane e Beira, estando parcialmente destruído por um incêndio na popa e sem vestígios dos 23 membros da tripulação, um passageiro ou da carga de cerca de 100 bombas de 50 kgs e cargas inertes para bombas de Naplam que transportava para a FAP.
CRONOLOGIA

10-Abril-1971*escala o porto de António Enes.
22-Abril-1971*Um pedido da Base Militar de Nacala obriga o navio a fazer escala em Nacala. Nessa altura a sua carga era composta de:Farinha, açúcar, gasóleo, material de guerra [100 bombas de 50 kgs e cargas inertes para bombas de Napalm que transportava para a FAP, entre outro], caixas de material aeronáutico, e de engenharia. 23-Abril-1971*parte de Nacala rumo a Porto Amélia.
26-Abril-1971*às 7.30 horas é encontrado a arder ao largo de Mongicul, pelo petroleiro panamiano Esso Port Dickson. Durante todo esse dia a tripulação do petroleiro combateu o incêndio, que se calculou ter origem numa explosão, cerca de 12 horas antes. O comandante do petroleiro manteve absoluto sigilo acerca do achado (tendo rejeitado ajuda de outros navios) e o Angoche foi abordado pela tripulação, não tendo encontrado vestígios da tripulação. Com base em relógios de pulso achados no navio, calculou-se a hora da explosão entre as 10.45 e as 11.20 horas. Nesse mesmo dia foi dada ao Com. Naval de Moçambique, a notícia de que o navio não tinha chegado a P. Amélia.
27-Abril-1971*ás 17.00 chega a informação de que tinha sido encontrado pelo Esso Port Dickson, não tendo sido facultada a sua posição. Nos seis(6) dias efectuaram buscas a Com. H. Capêlo – uma fragata da classe João Belo, a corveta J.Coutinho e aviões militares e civis.
3-Maio-1971* a Hermenegildo Capelo avista o petroleiro que tentava passar o cabo de reboque ao salvadego alemão Baltic.
6-Maio-1971* chegam ao porto de Lourenço Marques(Maputo) escoltados pela fragata, iniciando-se as investigações por parte da PIDE/DGS, que duraram meses sem se chegar a qualquer conclusão. Marcelo Caetano em comunicado tentou explicar que alguns tripulantes tinham morrido na explosão, e os restantes ao se atirarem ao mar, haviam sido comidos por tubarões. Nunca foram encontrados quaisquer corpos. (Artigo de A.A. Morais, publicado na Revista de Marinha em Janeiro de 1996).
O EMBARQUE:
O navio não era de passageiros mas levava um passageiro a bordo, a quem se deu uma boleia, o que era estranho. Houve uma outra coisa curiosa: a mudança, à última hora, do radiotelegrafista. O radiotelegrafista que era para ir resolveu não ir. Pode ter sido uma mera coincidência, mas é curioso que assim tenha sido. O comandante e parte da tripulação eram da Ericeira.
APÓS O INCIDENTE:
Avistado a arder por um petroleiro. A tripulação deste apaga o fogo.
HÁ MANCHAS DE SANGUE NO NAVIO. HOUVE INCÊNDIO MAS NÃO EXPLOSÃO.
NÃO HÁ NINGUÉM A BORDO. HÁ UM CÃO.
O navio é levado depois pelo rebocador Baltic e entregue às autoridades portuguesas, e fundeia na baía Espírito santo, defronte a Lourenço Marques.A primeira pessoa que fez a investigação a bordo do Angoche foi o inspector Casimiro Monteiro (PIDE). Verificou que as armas não estavam lá.
ONDE PÁRA A TRIPULAÇÃO?
1 – Levados pela tripulação da embarcação autora da abordagem/ataque.Fala-se em Nachingweia, o campo da Frelimo na Tanzânia, e da sua morte aí. Referem-se recortes de um jornal chinês em que aparecem fotografados, em detenção.
2 – Devorados pelos tubarões/afogados ao saltarem desordenadamente para as águas ou baleeiras devido a um incêndio, ou isso e serem depois eventualmente atingidos a tiro pela mesma embarcação/submarino (soviético?) que abordou o Angoche, no caso de um ataque por mar. Este cenário cabe ainda noutra versão que refere ter sido o Angoche bombardeado também a napalm por Fiats G91 da própria força aérea portuguesa tripulados por contestatários, cenário que a PIDE se esforçou por camuflar por ser o mais tremendo de todos.
3 – Uma última notícia relacionada com o navio “Angoche” é de Fernando Taborda, o último administrador português de Quionga: “Saiba o povo português que, em Março de 1974, foi descoberta, na foz do Rovuma, uma baleeira do navio “Angoche”, com insígnias começadas por NA confirmada pelo cabo de mar de Palma e que, sobre ela, nunca me foi dada resposta à circular que mandei para a Capitania de Porto Amélia.” In Quionga, meu amor


PORQUÊ?
Versão A) Contrariar a génese de um movimento de guerrilha contra a Tanzânia encabeçado pelo tanzaniano-moçambicano Óscar Kambona. Algum do armamento do Angoche seria para esse grupo – a PIDE já trabalhava esse grupo o que é confirmado até por Óscar Cardoso (PIDE/Flechas) em entrevista: ‘havia informadores na Tanzânia em ligação a Oscar Kambona, o chefe da oposição a Julius Nyerere. Mas o controlo era feito através de Lisboa, pela secção central na António Maria Cardoso, chefiada por Álvaro Pereira de Carvalho’.
B) Révanche a uma acção de forças sul-africanas ocorrida contra um barco tanzaniano em Dar-es-Salaam mas em que Portugal ficara como suspeito – afirma o operacional Orlando Cristina (Renamo/Jorge Jardim/exército português).
C) As hipoteses mais simples (ou menos conspirativas) apontariam para um acto de loucura de algum tripulante, que tivesse morto os seus companheiros e depois se atirasse ao mar, ou coisas desse género(clandestinos a bordo…)
D) Incêndio a bordo. A tripulação abandona o navio precipitadamente. O incêndio consome o navio. O(s) salva vidas com a tripulação afunda-se. E) A mais plausível: Afirmação de força da ARA – Acção Revolucionária Armada (dissidentes extremistas do PCP e a que estava ligado Vítor Crespo), que demonstra poder sabotar os meios da guerra colonial. Ligam os vestígios explosivos/incendiários ao mesmo material utilizado na sabotagem dos hélis em Tancos e na de um navio na doca de Alcântara. “Quem fez explodir os helicópteros de Tancos, fez explodir o Angoche. É que as duas explosões foram provocadas pelo mesmo tipo de explosivo, do mesmo lote. Nós tínhamos um laboratório de polícia no 3º andar da António Maria Cardoso e que era dirigido pelo dr. Carlos Veloso, que ainda é vivo. Foram aí feitas análises para apurar responsabilidades, tendo-se concluído precisamente que as duas acções foram realizadas com o mesmo lote de explosivo. É evidente que o processo do Angoche desapareceu sem deixar rasto. O processo demonstrava que o crime foi perpetrado pela ARA, com a conivência de oficiais superiores da Marinha, entre eles o Vítor Crespo, que nos meios castrenses e não só era também conhecido por Vítor Copos. É que o PCP teve sempre, e ainda tem, os seus informadores na Forças Armadas. Ora, foi precisamente através desses informadores que o PCP soube que o Angoche transportava material de guerra para o norte de Moçambique”. (…) – Óscar Cardoso / PIDE.
PONTAS SOLTAS APARADAS

A) Quatro anos depois, com o golpe militar de 25 de Abril em Lisboa, desapareceu o relatório secreto da PIDE sobre o assunto.- Tínhamos um relatório secreto sobre o Angoche que desapareceu da sede da DGS, na Rua António Maria Cardoso, depois do 25 de Abril, retirado por gente do PCP. Foi um dos processos que desapareceram. O caso estava a ser investigado…. – Óscar Cardoso/PIDEo prédio 'mira-mortos' onde a jovem foi 'suicidada'

B) Houve também o estranho caso de uma rapariga que foi “suicidada” na cidade da Beira, atirada do prédio ‘mira-mortos’ defronte ao cemitério, e que estava ligada aos meios esquerdistas da Marinha portuguesa. Esta versão dos factos constou dos nossos (PIDE) relatórios na altura. Gouvêa Lemos, jornalista na Beira, queria investigar o ‘suicídio’e exumação do corpo. Morre entretanto de doença cardíaca no Brasil em 1972. A moça portuguesa artista e não só num cabaret da cidade, teria sido confidente desse oficial da marinha portuguesa (VC) embriagado, e estaria agora a usar informação do envolvimento desse no caso Angoche para extorquir dinheiro. Terá sido estrangulada com um fio e largada da janela de um dos andares altos do miramortos, prédio da Beira onde vivia e recebia ‘clientes’.
C) (…) Passaram-se uns tempos e um ajudante de despachante que tinha assistido à largada derradeira do Angoche, foi morto misteriosamente em sua casa. O assassino, cortou a rede da janela e matou-o com uma faca. Foi tudo tão silencioso, que a mulher que dormia ao lado, nem deu por isso. Houve quem relacionasse as duas coisas. Que ele teria hipoteticamente visto qualquer coisa e o tinham morto para o silenciar. Talvez fosse verdade, ou não. Na altura, com o terrorismo a dois passos, corriam muitas notícias a meia voz, algumas verídicas, outras não. – declaração de uma testemunha do último embarque e carga em Nacala.
D) 18 de Junho de 1975 – Despacho da Presidência do Conselho de Ministros que cria uma comissão de investigação ao caso do navio “Angoche” constituída pelo primeiro-tenente Luís Paiva de Andrade (em nome da Armada), comandante Manuel Forbes Beça (representante da Marinha Mercante), Francisco Grainha do Vale (representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros) e Jorge Gomes Rodrigues (representante de familiares dos tripulantes)… Mais um inquérito para o arquivo morto e legitimar o esquecimento.Ainda hoje permanece o mistério sobre o que teria contecido aos tripulantes e a um provável passageiro, que viajavam a bordo do navio “Angoche”.
O QUE DIZ A PIDE-DGS: O caso do navio «Angoche» segundo a PIDE/DGS (1)
Foi há 35 anos que o cargueiro Angoche andou à deriva na costa moçambicana depois de ter sido alvo de um ataque, e toda a sua tripulação desaparecido sem deixar rasto. As suspeitas das autoridades porrtuguesa recaíram sobre a Acção Revolucionária Armada (ARA), braço armado do Partido Comunista Português. Prevaleceu deste então a ideia de que a Frelimo se envolvera no caso e que os tripulantes teriam sido levados para a base militar de Nachingwea, na Tanzânia.
Quatro anos depois do sucedido, ocorreu em Portugal o golpe de Estado que pôs termo ao regime monopartidário do então primeiro-ministro, professor Dr. Marcelo Caetano. A instauração de um regime democrático em Portugal permitiu a consulta dos arquivos da antiga polícia política do regime, a DGS (equivalente à moçambicana SNASP do regime monopartidário). Os documentos da DGS, embora contenham pormenores esclarecedores do caso Angoche, estão longe de fornecer provas concludentes do que terá na realidade sucedido no distante ano de 1971. De salientar que de acordo com relatos dispersos da imprensa portuguesa, parte dos arquivos foi fraudulentamente retirada da sede da DGS, em Lisboa, por elementos afectos ao Partido Comunista Português, e posteriormente entregues à União Soviética.
A seguir se reconstituem os acontecimentos em torno do caso Angoche com base em documentos da DGS ainda guardados na Torre do Tombo, em Lisboa.
Com 23 tripulantes a bordo, incluindo 13 moçambicanos, o navio costeiro Angoche, pertença da Companhia Nacional de Navegação, largou do porto de Nacala no dia 23 de Abril de 1971 pelas 17h30 com destino a Pemba. Para além de carga diversa, o Angoche levava nos porões material de guerra a ser utilizado pelas Forças Armadas Portuguesas na guerra contra a Frelimo. Estava prevista a chegada do navio ao porto de Pemba pelas 05h00 do dia seguinte, mas tal não se concretizaria. No dia 24, o petroleiro «Esso Port Dickinson», com pavilhão americano, encontrou o navio à deriva e com fogo a bordo, entre Quelimane e a Beira, a 30 milhas da costa.
Numa mensagem-rádio, com a classificação de “urgentíssimo”, expedida a 6 de Maio de 1971, o Gabinete do Director da DGS em Lourenço Marques, informava a sede em Lisboa que depois do “primeiro exame ao navio verificaram-se vestígios de duas explosões provocadas por cargas colocadas, uma junto à chaminé do lado estibordo, por cima da ponte de comando, carga esta que ao explodir destruiu a ponte de comando e todo sistema de comunicação. A segunda carga foi colocada dentro do ventilador das máquinas. A primeira carga estava reforçada com granadas de fosfato.” A mensagem prosseguia:
“As instalações da tripulação branca, situada ré, completamente pulverizadas. Se tripulação se encontrava suas instalações momento explosão, não há qualquer possibilidade de se encontrar viva.”
Referindo-se aos tripulantes moçambicanos que seguiam a bordo do Angoche, a mensagem-rádio da DGS, que temos vindo a citar, dizia:
“Na proa onde situam instalações tripulação cor verifica-se que referida tripulação as abandonou precipitadamente visto encontrar-se espalhado longo mesmas vestes, tabaco, sapatos, etc e três coletes salvação, faltando restantes em número que se julga entre 10 e 16.”
Tanzânia Apontada como Local de Acolhimento da Tripulação do Angoche
Numa outra mensagem-rádio com a classificação de “urgente”, expedida da DGS em Lourenço Marques para a sede na Rua Augusto Cardoso em Lisboa, a 11 de Maio de 1971, dava-se conta das medidas tomadas para se apurar a autoria do ataque ao navio Angoche, nomeadamente o pedido de colaboração dos serviços secretos da África do Sul (Bureau of State Security, BOSS) e da Rodésia (Central Intelligence Organization, CIO). A mesma mensagem citava o comandante do navio alemão, «Castor», que atracara no porto de Lourenço Marques no dia anterior (10 de Maio), como tendo “recebido notícia de rádio alemã, em género de aviso para toda a sua navegação, confirmando encontrarem-se em Dar-es-Salaam, 11 tripulantes vivos e dois mortos.”
Três dias mais tarde (14 de Maio), a DGS em Lourenço Marques informava a sede ter accionado “todos nossos meios Dar-es-Salaam e até agora não há confirmação presença tripulação naquela cidade.” Para além de revelar a presença de agentes seus em Dar-es-Salaam, a mesma mensagem da DGS indicava a existência de um outro elo de ligação seu em território tanzaniano: “Elemento nosso destacado Mtwara contactou funcionário capitania e outros naquela cidade. Todos os contactados ignoram totalmente qualquer facto.”
Outras fontes, citadas pela DGS em mensagens anteriores expedidas de Lourenço Marques, faziam referência ao paradeiro da tripulação. Assim, a 4 de Maio, 11 dias após o assalto ao navio Angoche, a DGS dizia que “várias fontes referem Rádio Brazzaville ter noticiado chegada tripulação Angoche Dar-es-Salaam.”
A 6 de Maio, os serviços de língua inglesa da Rádio Moscovo eram citados como tendo dito que “tripulação se encontra Zâmbia como reféns consequência sentença tribunal imposta capitão cubano.” O capitão cubano aqui referenciado era Pedro Rodriguez Peralta, membro das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, capturado pelo exército português na Guiné em Novembro de 1969 quando combatia ao lado dos guerrilheiros do PAIGC.
A Rádio Pequim em língua inglesa era citada na mesma mensagem como tendo anunciado que a tripulação do Angoche havia sido “raptada”.
Face às persistentes referências de um possível envolvimento da Tanzânia, e da própria Frelimo na acção de sabotagem contra o navio Angoche, o governo tanzaniano viria a ser citado pelo jornal londrino, «Daily Telegraph», como tendo dito “não ter a tripulação em sua posse.”
O caso do avio Angoche segundo a PIDE/DGS (II e último)
Na presente edição publicamos a segunda e última parte do trabalho sobre a sabotagem do navio Angoche, ocorrida ao largo da costa moçambicana em Abril de 1971. Permanece envolto em mistério o destino dado à tripulação do navio, que incluía 13 moçambicanos. A suspeita do envolvimento da Tanzânia e da própria Frelimo no caso nunca chegou a ser cabalmente esclarecida.
Casimiro Monteiro apresenta
Relatório sobre Angoche
O funcionário da PIDE/DGS, que em 1969 armadilhou a encomenda que viria a causar a morte a Eduardo Mondlane, também se envolveu nas investigações do caso Angoche. Trata-se de Casimiro Monteiro, o mesmo, nos finais da década de 50, havia executado o líder da oposição portuguesa, Humberto Delgado, em território espanhol. Com a data de 21 de Maio de 1971 e a classificação de “secreto”, Casimiro Monteiro apresentava um relatório, dando ênfase aos explosivos utilizados na sabotagem do navio, área, aliás, em que se especializara. Lê-se no relatório de Monteiro: “Sabotagem, explosivo tipo militar, material militar não atingido; deflagração entre 22h30 e 22h45 segundo varios relógios encontrados a bordo.” Monteiro conclui, afirmando que “a carga [explosiva] teria sido colocada antes da saída do navio de Nacala, accionada por relógio; sem cumplicidade a bordo; houve feridos pois manchas de sangue contra paredes; fuga precipitada tripulação indígena.” Tal como o relatório de Casimiro Monteiro deixa transparecer, as suspeitas da DGS passaram a centrar-se em elementos das Forças Armadas Portuguesas destacados em Nacala, importante base naval e aérea do regime colonial. Uma mensagem-rádio expedida pela DGS a 25 de Maio com a classificação de “secreto”, estabelecia uma ligação entra a sabotagem da Base Aérea de Tancos, ocorrida em Portugal a 8 de Março de 1971, e o caso Angoche:
“Informo que Ângelo Manuel Rodrigues Sousa presumível autor sabotagem Tancos, mantinha estreitas relações amizade com António Vilar Pereira da Silva, seu companheiro inseparável presentemente furriel miliciano colocado Nacala. Tal facto aliado circunstância explosivos colocados Angoche serem mesma natureza utilizados Tancos e técnica empregada ser mesma ou semelhante. Sugere-se que Pereira da Silva deve ser alvo investigações minuciosas.”
De facto, o referido furriel miliciano passou a ser vigiado pela DGS a qual, em mensagem expedida a 31 de Maio dava conta de que no “prosseguimento averiguações apurou-se existir Nampula furriel piloto aviador em serviço no AM [Aeródromo Militar] 52, Luís António Vilar Pereira da Silva. Chegou província [Moçambique], vindo Tancos, em 2 de Abril findo. Oficialmente, depois 14 Abril, não foi Nacala. Está sob vigilância, observando-se modo vida, companhias e sua possível deslocação particular Nacala.” As suspeitas que a DGS tinha em relação a António Vilar Pereira da Silva são, no entanto, postas em causa numa outra mensagem expedida a 2 de Junho, a qual dizia: “Não pode ser o furriel miliciano Luís António Vilar uma vez que estava em Mueda” quando se deu a sabotagem do Angoche.
Todavia, as suspeitas do envolvimento de pessoal militar em Nacala não abrandaram. Uma mensagem da DGS com a data de 3 de Junho, dizia que no “prosseguimento averiguações a que se vem procedendo caso Angoche chegou nosso conhecimento que Batalhão Pára-quedista 32, Nacala, estão proceder averiguações, ignorando-se motivos. Conseguiu saber-se que as averiguações recaem com maior incidência sobre indivíduos que tem curso explosivos tirado em França. Deduz-se que assunto seja caso Angoche.”
O gabinete do primeiro-ministro, Marcelo Caetano, informava o director da DGS a 29 de Julho de 1971 que “a sabotagem do Angoche foi realizada por um capitão, desertor de Moçambique.”
Os documentos da PIDE/DGS disponíveis na Torre do Tombo pouco mais adiantam sobre o caso. Porém, houve fortes indícios de que a acção fora da responsabilidade da Acção Revolucionária Armada (ARA) desconhecendo-se ao certo o que terá sucedido após as explosões verificadas a bordo do Angoche. Já depois da mudança de regime em Portugal, um jornal português reproduziu, de um periódico chinês, a fotografia de um dos tripulantes do Angoche, alegadamente tirada em Nachingwea.
Na cidade da Beira correram rumores de que um oficial da marinha de guerra portuguesa estaria envolvido ou pelo menos teria tido conhecimento dos preparativos do atentado contra o navio costeiro. A morte, em circunstâncias obscuras, de uma cidadã portuguesa, que trabalhava num clube nocturno da urbe, viria a adensar o mistério. Referenciada como amante do oficial em questão, a cidadã portuguesa teria cometido o suicídio, lançando-se do último andar do prédio popularmente conhecido por “mira-mortos” (foto ao lado) por se situar nas traseiras do cemitério. A autópsia, porém, revelou que a vítima havia sido estrangulada.
COMENTÁRIOS
NO FACEBOOK DO XICONHOCA:
Katembe Pesca de Mar comenta:
Boa noite. Vivia em Nacala, quando aconteceu o caso Angoche e trabalhava no despachante oficial João Gomes Pelotas. É rigorosamente verdade que o único passageiro do navio era um funcionário dos CFM, de nome José Pedro, homem de meia idade, que conseguiu uma boleia até Porto Amélia, para onde tinha sido transferido, para ele e para o seu automóvel, que seguiu no convés. O navio transportava para além de víveres algum material de guerra. Dias depois do desparecimento do Angoche desembarcaram no aeroporto de Nacala 3 agentes da Pide/DGS vindos da "Metrópole", o que se notava pela sua cor de pele muito branca que constrastava com a dos residentes, que se apresentaram como pessoas interessadas na compra de terrenos para fins industriais. Depois de alguns dias em que conversaram com todo o tipo de pessoas, passando horas nas poucas esplanadas existentes e em almoços e jantares com pessoas influentes da pequena cidade, desapareceram conforme chegaram. Mas não foram sós, com eles levaram 3 pessoas de Nacala, uma delas o sr. Gil, da Casa Gil, representante da marca de motorizadas Yamaha. Três meses depois o sr. Gil voltou a aparecer em Nacala, magríssimo, branco e com ar doente, evitando conversas fosse com quem fosse, mesmo com os seus melhores amigos. Constou que ele os os outros teriam sido presos e torturados pela Pide/DGS na sequência do caso Angoche. Outra pessoa que parece ter sido também levada foi o Zeca Magalhães, um dos filhos do dono da Casa Magalhães, que no entanto voltou a Nacala muito mais cedo que o sr. Gil. Não me recordo quem foi o terceiro detido.
MUITO INTERESSANTE A SEQUÊNCIA DE COMENTÁRIOS NO BLOG ‘BRONCAS DO CAMILO’.
SERÁ QUE ALGUMA VEZ ALGUÉM SE VAI CHEGAR À FRENTE COM A VERDADE, ANÓNIMO OU NÃO, COMO PARECE ACONTECER COM CAMARATE?
TRANSCREVEMOS:
UM SEGREDO BEM GUARDADO (26 / Abril / 1971) – O que se passou no “ANGOCHE”? O que fizeram aos seus 22 tripulantes? O que fizeram à mercadoria que transportava? Quem era o passageiro misterioso? O relatório oficial, detalhado e secreto, conservado na PIDE/DGS em Lisboa, desapareceu após o golpe militar Lisboeta de 25/Abril/1974. QUEM SÃO OS ASSASSINOS/TRAIDORES??? – Publicada por Camilo em 3:25 AM 16
 
comentários:
Anónimo disse… Nessa data, também desapareceram dos arquivos da PIDE/DGS os processos de muitos comunistas. Como, por exemplo o do Dr. Álvaro Cunhal. Porque teriam “desaparecido”?
Domingo, Maio 06, 2007 11:32:00 PM Camilo disse…Amigo “anónimo”: Provavelmente para não sabermos o nome dos criminosos. Alguns residem em Portugal. (Nunca de cá saíram). Quer dizer: estiveram “em serviço”, fora, “mas cá dentro”… Os arquivos da PIDE iriam desmascarar, por exemplo:1- A célebre fuga do Forte de Peniche. Uma “história” sempre mal contada. Querem fazer-nos crer que a fuga foi um acto heróico dos elementos do PC. Não, não foi. Foi obra da PIDE/DGS. Totalmente da PIDE/DGS. 2- A verdade sobre a morte de Humberto Delgado. 3-Os amigos do Dr. Mário Soares. Quem eram? Quem?!!! Que cargos exerciam na PIDE/DGS???
Terça-feira, Maio 29, 2007 12:41:00 AM Anónimo disse…Jantei a bordo do Angoche por volta das 19h30, 2 horas depois de sairmos de Nacala com o João Tavares e o António Sardo no dia 23de Abril de 1971.Disse-lhes para se dirigirem para o convês com os coletes por volta das 22 horas e mandarem os Moçambicanos trazerem as caixas que diziam “FAP” para cima.
Quinta-feira, Dezembro 13, 2007 2:37:00 PM rotivsaile disse… Caro Camilo: Estranho este “ANÓNIMO” vir aparecer no teu Blog com comentários que me parecem mais um prenúncio de confissão do conhecimento de muitas das respostas que se vêm fazendo ao longo de todos estes anos. Eu estava em Moçambique quando ocorreu a explosão no “Angoche”, que jamais foi explicada, pelo facto de não aparecerem tripulantes, mortos ou vivos, que pudessem deixar surgir um pouco de luz para este mistério. O “Anónimo” afirma ter jantado a bordo, com um João Tavares e um António Sardo, a quem pediu que usassem coletes de salvação e mandassem os Moçambicanos as caixas identificadas com “FAP” para o convés… presumindo eu que este anónimo será um dos tipos que “derreteu” o “ANGOCHE”… só não se sabendo “vendido” a que interesses. Parece ser pessoa que sabe muito do assunto e de outras coisas que ninguém ligará com o caso, mas que estarão relacionadas.Que é estranho é… mas será alguém que não será cobarde e é competente naquilo que faz, dado ter cometido este atentado com o êxito que se conhece. Isto de este estranho “anónimo” é realmente aquilo que penso. Na Força Aérea, em Moçambique, desenvolveu-se uma teoria,sobre o “ANGOCHE”, mas agora parece-me não ser apenas uma teoria. Um dia te direi qual. Um abraço do Elias
Sexta-feira, Dezembro 14, 2007 1:24:00 PM Anónimo disse… Apesar dos anos, lembro-me perfeitamente. Estava de passagem no Escritório Central do Cais. Era sábado e o serviço era intenso. Apareceu um estafeta dum despachante oficial com uma nota de embarque para o Angoche, onde constavam granadas. O taxador fez questão de saber se elas estavam ou não espoletadas, pois com espoleta eram consideradas explosivos e pagavam uma taxa mais cara, o que não aconteceria se estivessem despoletadas. O tipo voltou para trás regressou dizendo que não, não estavam espoletadas. Ele calculou a nota.Entretanto havia um funcionário dos CFM, já velhote, que ia para Porto Amélia de boleia, no Angoche. Ele e o carro. Era o José António.Quando foi dado o conhecimento do desaparecimento do navio, a pobre da esposa metia dó, tal era a sua aflição. Era de cortar o coração. A coitada lá ia todos os dias ao Escritório Central falar com o Inspetor, numa vâ esperança de notícias. Saía de lá a chorar e soube que a sua aflição e desgosto era tão grandes, que nunca mais se deitou na cama conjugal e dormia num tapete no chão, ao pé da mesma.Passaram-se uns tempos e um ajudante de despachante que tinha assistido à largada derradeira do Angoche, foi morto misteriosamente em sua casa. O assassino, cortou a rede da janela e matou-o com uma faca. Foi tudo tão silencioso, que a mulher que dormia ao lado, nem deu por isso.Houve quem relacionasse as duas coisas. Que ele teria hipoteticamente visto qualquer coisa e o tinham morto para o silenciar.Talvez fosse verdade, ou não. Na altura, com o terrorismo a dois passos, corriam muitas notícias a meia voz, algumas verídicas, outras não. Mal sonhávamos nós que três anos depois aquilo ia tudo para o beleleu, entregue pelo Acordo de Lusaka, de qualquer jeito. Que ironia. Ainda se tivesse havido um consenso entre todos os que lá estávamos, sem a imposição de leis marxistas, que hoje estão a ser abandonadas, por incoerência!…
Domingo, Março 30, 2008 5:29:00 PM Camilo disse… Caro “anónimo”, Acontece que também há uma morte “misteriosa” de uma ‘funcionária’ que terá sido empurrada de uma janela para a via pública e que teve morte imediata. Fala-se, fala-se evidentemente, que o alto comissário, empossado pela maldita junta de salvação do pós 25/abrilada, que estaria “metido” no assunto.Os traidores continuam por aí…Um abraço.
Segunda-feira, Março 31, 2008 12:56:00 AM Anónimo disse… O funcionário do CFM era José Pedro e não José António. Quanto ao ajudante de despachante morto em casa era o Tony, que trabalhava no Despachante Oficial João Gomes Pelotas e constou ter visto o Angoche zarpar, pelo que hipoteticamente teria sido morto por se ter apercebido de qualquer coisa. Conhecia-o pessoalmente. Se há excelentes pessoas, o Tony era uma delas. O taxador era eu e passou-se exatamente assim. Duarte Silva Post Scriptum: Só não sei como hei-de sair do anônimo!… Vai mesmo assim.
Segunda-feira, Março 31, 2008 1:52:00 PM Anónimo disse… Como Camilo!?Na altura já não estava em Nacala, mas LM e não soube disso.Já agora: O Alto Comissário não era aquele oficial da Armada, um tal Víctor qualquer coisa, que montou arraiais na boite Aquário na Rua Major Araújo, (para quem não sabe, rua de boites, bares e prostituição) onde, além de fazer presença com os seus marujos, bebia uísque de manhã à noite, pelo que ficou conhecido como o “vira-copos”, ou esse tocava outra gaita, além dos copos, claro)? Duarte Silva
Terça-feira, Abril 01, 2008 1:10:00 PM rotivsaile disse…Camilo:Recordo haver alguém em Nacala, com quem cheguei a falar, por diversas vezes, que tinha o nome do nosso Amigo ex- “Anónimo”: Duarte Silva.Na verdade o Vitor Crespo, vulgo “Vitor Copos” ou “Garrafão com pernas”, inefável Alto Comissário em Moçambique, tinha por hábito fazer da “Aquário” – dancing da Rua Araújo bastante frequentado pelas gentes deste incorrigível mestre da bebedeira, que nunca de lá saíu pelo próprio pé.Eu trabalhava na Av. 5 de Outubro e ia frequentemente à Spanos, comprar material de desenho. Muitas das vezes me cruzei com tão “simpático Almirante”. Muitas vezes referi, em conversas de amigos, que quer Angola, quer Moçambique haviam ganho o Almirante que mereciam… mas isso não é verdade, no caso Angolano. Agora em Moçambique, o desprezo que a população de Lourenço Marques tinha para com os Militares, veio a saír-lhes muito caro.Tenho pena do que aconteceu ao Angoche, pois mil e uma questões se puzeram, mil e um culpados se arranjaram, mas a verdade é que as famílias nem lhes puderam dar a sepultura que mereciam.Foi traição e assassínio… mas perpetrado por quem? a URSS? a China, a FRELIMO?, A CIA?, a DGS?quem fez voar aquele barco? O que transportava, na realidade? Como foi preparado o golpe? Onde? São perguntas sem resposta, infelizmente.Casimiro: Porque tú, tal como eu, sempre gostámos de dizer as coisas olhos nos olhos, deves estar satidfeito por se haver quebrado o mistério do “Anónimo do Angoche”. Por causa dos muitos embarques e desembarques de material das Infras da FAP, cheguei a comunicar-me com o Sr. Duarte Silva… e muito folgo em ele estar a falar para o teu blogue.Um abraço a ambos do Victor Elias
Terça-feira, Abril 01, 2008 6:45:00 PM Camilo disse…Eu estava no “Notícia” em Luanda quando aconteceu o “Caso Angoche”.Fui a Lourenço Marques e vi o navio encostado no Porto.Anos mais tarde,encontrei em Lisboa um fotógrafo amigo, o Óscar Saraiva,que era fotógrafo d’”A PALAVRA”. Aqui era fotógrafo da “Gazeta dos Desportos”.Falámos de várias coisas, das quais, da celebérrima ”DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR, S.A.R.L.”O Angoche veio à baila e ele fez-me lembrar que, quando fotografou o navio ancorado onde eu o vi -em Lourenço Marques- que tinha uma grande circunferência preta no casco. Portanto, o navio foi pirateado.Ficou de me mostrar várias fotografias do mesmo, mas estive pouco tempo em portugal e não houve hipoteses de as ver.Entretanto, (de morte natural) o Óscar Saraiva veio a falecer de doença prolongada.Descobrir os traidores do Angoche é meio caminho andado para a consolidação da Democracia neste “à beira mal plantado”.Não o conseguindo, é a continuidade desta corrupção generalizada.Aliás, o que se passa hoje… é o reflexo -a continuidade- das traições havidas.
Terça-feira, Abril 01, 2008 10:31:00 PM Anónimo disse…Ora aí vai um abraço Sr. Victor Elias.Recordo-me de si perfeitamente do Escritório Central. Se é quem eu penso, costumava levar notas de descarga e embarque da tropa.Eu frequentava muito o AB5 e o BCP32 e toquei naquele célebre conjunto em que o único civil era eu. O resto era pessoal do AB5. Tenho aí uma foto disso.Claro que os civis em Lourenço Marques eram muito diferentes de nós, lá no Norte. Se eles eram separatistas em relação a nós, civis do mato, que fará com os militares! Não era por maldade, mas por bairrismo. LM era Moçambique e o resto mato. Ainda se lembra do cinema do Parrô do Ferroviário?Já agora:O Casimiro será filho do Dr. Casimiro, médico em Nampula?Um grande abraço para todos.Duarte Silva
Terça-feira, Abril 01, 2008 11:04:00 PM Camilo disse…Amigo Duarte Silva,O Elias, por engano, chamou-me Casimiro.Julgo que foi erro dele.Continue a mandar notícias.Um Abraço.
Quarta-feira, Abril 02, 2008 1:31:00 AM Anónimo disse…OK e muito obrigado.É um prazer falar com pessoas que entendem o nosso ponto de vista.Cá destas paragens do Rio Grande do Sul vos mando um abraço.Duarte Silva
 
Quarta-feira, Abril 02, 2008 10:13:00 PM Anónimo disse…O caso Angoche tem que ser forçosamente revelado aos Portugueses com a mesma relevância que a comunicaçaõ social revela os desmandos do Estado Novo.Estaline não fez um acordo com Hitler que foi sempre negado pela URSS até á sua queda?Porque é que não são revelados os nomes de todos os criminosos da dita esquerda Portuguesa, dos crimes que praticaram e que agora se arvoram em patriotas.Quem tem medo da verdade?Admiro-me porque é que este e outros casos que ocorreram não são divulgados em reportagens de investigação nos meios de comunicação social.É preciso chamar os bois pelos nomes e é uma vergonha que Palma Carlos e outros bandidos sejam homenageados e todos aqueles que cumpriram com as suas obrigações de patriotas sejam descriminados e esquecidos.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

ABRAÇO AO TONI

 
 


TONI
 
UM CAMPEÃO DO DESPORTO
 
UM CAMPEÃO DA VIDA
 
UM CAMPEÃO DO BENFICA
 
O MEU CAMPEÃO!