Desporto

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Uma Proposta de Anteprojecto para o Benfica (2)

    Cont.

A.            A Formação

o   Em todas as modalidades profissionais deverá focar-se primordialmente no fornecimento de atletas de alto nível às respetivas equipas séniores.

o   A base de recrutamento deverá ser tão vasta e diversificada quanto possível, condicionada aos limites naturais do clube - infraestruturas e orçamento - e ao talento nato e disponibilidade mental do atleta.

o   A diversificação deve ter em conta a importação de novas ideias - táticas, técnicas ou metodológicas -, enriquecedoras da cultura do clube.

B.            As alianças

o   Manter atualizado um quadro de alianças com entidades congéneres, nacionais, europeias, sul-americanas, africanas e outras, com o intuito de criar sinergias desportivas e económicas com benefício de ambas as partes.

o   Avaliar a viabilidade de restaurar parcerias históricas do clube, como são os casos do Barreirense, do Salgueiros - alfobres de velhas glórias do clube - e outros.

C.            A responsabilidade social

o   O ecletismo: tão vasto e diversificado quanto as infraestruturas e o orçamento permitam, aberto a todos sem exceção de qualquer ordem, com prioridade aos jovens e inclusão dos séniores.

o   O apoio social direto: aprofundar e diversificar, tanto quanto possível, a ação da Fundação Benfica, com prioridade à integração comunitária dos jovens em situação de risco e a famílias ou pessoas singulares vítimas de tragédias afirmando a preocupação e empenho genuíno do clube.

D.            As infraestruturas desportivas

o   O Estádio da Luz: avaliar a viabilidade de expansão da lotação em mais 15 mil lugares sentados.

o   O complexo do Seixal: integração dos trabalhos e jogos oficiais do futebol feminino e expansão do número de campos de treinos e instalações de apoio à formação com vista à otimização da base de praticantes.

o   O Centro de Alto Rendimento: atualizar o estudo de viabilidade deste projeto, previsto para Oeiras, condicionado aos objetivos desportivos e sociais do clube e à qualidade dos resultados a obter.

E.             As infraestruturas não desportivas

o   Museu: mantê-lo atualizado, em bom estado de conservação e animado, promovendo, primordialmente, a difusão dos feitos desportivos do clube, dos seus atletas e ações de natureza social e cultural diversificadas, enquadráveis na cultura do clube; de solidariedade, de tolerância e de conhecimento.

F.             O Património

o   Material: mantê-lo em bom estado de conservação, identificando intervenções conducentes à redução de custos de exploração, em particular energéticos e de manutenção, e à minimização de impactos ambientais.

o   Imaterial: promover a imagem e cultura do clube e seus maiores, interna e externamente, e defendê-la dos seus detratores com determinação e elevação.

G.           O relacionamento interno

o   Estatutos: revisão e discussão dos mesmos reduzindo a dez anos o tempo de associado para habilitação de candidatura à presidência.

o   Sócios: proporcionar o convívio com velhas glórias e atletas no ativo, otimizar o quadro de benefícios agregados e manter abertos os canais comunicacionais possíveis, num quadro de incentivo ao debate de ideias, com participação regular de quadros dirigentes.

o   Adeptos: difusão regular e universal da atividade e objetivos do clube, incentivando explícita ou implicitamente a adesão ao estatuto de associado.

o   Investidores: manter uma estratégia de persuasão do pequeno e médio investidor à adesão das emissões de dívida, proporcionando segurança e retorno acima do mercado, visando a dispersão do investimento e a independência do mercado bancário.

o   Acionistas: prevenir o acesso de acionistas hostis ao clube cultivando relacionamentos idóneos e solidários portadores de valor estratégico e operacional.

H.            O relacionamento externo

o   Institucional desportivo (clubes): cultivar a cordialidade, num quadro de respeito mútuo, com deferência especial às entidades com vínculo histórico e social ao clube e sua cultura.

o   Institucional tutelar (órgãos de tutela desportiva): manter atualizado o conhecimento dos quadros competitivos e normativos, identificar e denunciar desconformidades e anomalias, debater e propor alterações que se justifiquem adequados na defesa dos interesses do clube e, tanto quanto possível, gerais. Defender intransigentemente o clube, em todas as frentes, dos sistemáticos ataques desferidos pelas várias Federações, Ligas e seus órgãos, sob a forma de sucessivas e pesadas multas, castigos de atletas, interdições dos recintos desportivos, aplicação arbitrária dos regulamentos - nomeadamente disciplinares - e segregação dos seus sócios e adeptos.

o   Institucional Estatal: manter atualizado um plano de articulação dos projetos desportivos do clube com os do desporto nacional e dá-lo a conhecer publicamente. Identificar e denunciar os casos de descriminação do clube, em especial dos que se revelarem preconceituosos, persistentes ou estruturais, desconstruindo a ideia, promovida insistentemente, pelo rival do norte de que o Benfica é um símbolo do Salazarismo e do centralismo, prejudicial à democracia à descentralização.

o   Espaço público: intervenção regular nas plataformas e canais de comunicação nacional na difusão geral dos projetos do clube e na promoção da sua imagem, no exercício do contraditório face a ações hostis, na clarificação de atos que dela careçam e na denúncia de atos lesivos do clube, seus atletas, funcionários, sócios ou adeptos.


Peniche, 20 de Agosto de 2020

António Barreto