Desporto

domingo, 25 de novembro de 2012

Benfica-Olhanense (2-0)


Uma vitória que não me pareceu fácil, contrariamente à opinião que João Querido Manha (JQM) expressou na sua crónica do Correio da Manhã (CM). Uma boa parte dos atletas do Benfica pareceram-me algo desgastados fisicamente, consequência da recente e exigente disputa com o Celtic; julgo que terá sido Sálvio o caso mais flagrante, apesar de não ter jogado mal. Por outro lado, o Treinador, pela mesma razão, procedeu à rodagem de alguns atletas; casos do Lima/Rodrigo, Enzo/Martins e Máxi/André. Luisão confirmou a boa forma apesar da paragem, coroada com um belíssimo e decisivo golo. 

Julgo que a equipa da Olhanense, cumpriu a estratégia anunciada na véspera pelo Sérgio Conceição, tendo "deixado o autocarro na garagem". De facto, defendeu quando teve que defender, com tudo o que tinha, graças, sobretudo, à impetuosidade ofensiva do Benfica, principalmente na meia-hora inicial, tendo revelado grande disponibilidade de luta no seu meio-campo pela posse da bola, partindo rapidamente para a ofensiva sempre que possível, com lances em profundidade, procurando tirar partido da velocidade e força dos seus avançados. Que me recorde, criou três situações que poderiam ter dado golo, numa das quais negado por uma excelente intervenção do Artur. 

O primeiro golo atenuou o ritmo que estava a ser imposto pelo Benfica e o início da 2ª parte trouxe um Olhanense mais atrevido, pressionando o adversário durante uns bons 10/15 minutos, que chegaram a preocupar, até ao golo tranquilizador de Luisão, na sequência de um pontapé de canto primorosamente marcado pelo Enzo, que, mais uma vez, veio mostrar a chave para a eficácia da conclusão ofensiva; precisão e coordenação.

Efetivamente, a equipa do Benfica tem revelado grande dinâmica ofensiva, com a frente de ataque bem alargada, grande capacidade de penetração pelas alas e grande quantidade de cruzamentos e remates à baliza. Porém, o índice de eficácia é reduzido devido à qualidade do último passe e à deficiente sincronização dos atacantes. Esta dinâmica deverá melhorar com a consolidação do entrosamento geral, algum trabalho específico e, sobretudo, se os resultados desportivos ajudarem. 

Bem esteve o Cardozo na marcação da grande penalidade, marcando-a com a sua melhor opção; remate forte e colocado junto ao poste. 

Mal esteve o árbitro e o atleta da Olhanense que, armado em chico-esperto, ferrou uma valente cotovelada no nariz do Melgarejo, assim a modos que, como quem não quer a coisa!

Mal esteve Sérgio Conceição ao pôr em causa a justeza da grande-penalidade sem qualquer razão pertinente, arriscando-se a perder o respeito de que ainda disfruta por parte de alguns adeptos do bom futebol, visto que, parece replicar a tradicional lambedela de botas ao pinto. 

Mais uma vez senti que os resultados do projeto global que tem sido implementado no Benfica chegaram ao terreno de jogo, graças à aposta na atual estrutura técnica que verticalizou todo o projeto desportivo e diversificou as opções disponíveis de modo a possibilitar a resposta atempada às adversidades que sucessivamente se têm abatido sobre o Benfica como que programadas pelos cúmplices da hidra azul. 

Agora; recuperar, refletir e preparar para o próximo embate, com humildade mas com o destemor que é apanágio deste clube, que respeita todos mas não teme ninguém, seja onde for, seja quem for. 

Já me esquecia; e treinar a meia-distancia que anda muito fraca!
 
AB

 

DIREITO PORTUGUÊS


Por:Fernanda Palma; Professora Catedrática de Direito Penal
Em Macau, onde me desloquei para fazer uma conferência sobre direitos fundamentais e reforma penal, é fácil apercebermo-nos da força do Direito português. No seio de uma civilização milenar e de um país em crescimento económico acelerado, cuja população representa um quinto da Humanidade, sente-se uma influência efetiva do nosso Direito Penal.
 
A pena de morte, encarada como um instrumento indispensável da política criminal pelas autoridades chinesas, é absolutamente proibida na Região Autónoma de Macau. A República Popular da China leva essa proibição muito a sério, não procurando iludi-la com um sistema de transferências expeditas dos arguidos para outras partes do seu território.
Invocando o exemplo de Macau, um professor de Direito da Universidade de Shantou, no Sul da China, defendeu, num artigo de jornal, a abolição da pena de morte: "É impossível dissociar o nosso país da maré global", escreveu Liu Guofu, acrescentando que, "nos círculos académicos, especialmente no campo jurídico, o apoio à abolição da pena de morte se tornou a tendência dominante".
Portugal foi o primeiro país a abolir a pena de morte, na Reforma Penal de 1867. A última execução em território nacional ocorrera 21 anos antes, em Lagos. Ribeiro dos Santos é considerado o primeiro abolicionista português, ao ter defendido que a pena de morte era desnecessária e inconveniente, num artigo publicado no Jornal de Coimbra em 1815.

Num texto entusiástico de 1876, Victor Hugo saudou assim a nossa decisão: "Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio".

Hoje, a Constituição portuguesa consagra a inviolabilidade da vida humana, proíbe a pena de morte e impede a extradição por crimes a que corresponda a pena de morte. Este regime não obsta, porém, à realização da Justiça, uma vez que o Estado português se obriga a julgar e a punir os factos sempre que forem considerados crimes à luz da nossa lei.

Aquela passagem do Talmude, evocada em ‘A Lista de Schindler’ (e aplicável, com inteira propriedade, a Aristides Sousa Mendes), segundo a qual "quem salva uma vida, salva o mundo inteiro", também vale para o Direito. Com todos os seus defeitos e limitações, o Direito português salvou toda a Humanidade em cada execução que "convolou" numa pena diferente.

Coluna segundo as regras do Acordo Ortográfico

JUSTIÇA PARADOXAL


 O caso Vale e Azevedo é um libelo acusatório a uma justiça caduca, podre, decrépita, ao serviço dos poderes paralelos que subjugam e asfixiam a sociedade portuguesa, na prossecução dos seus mais inconfessáveis interesses. Um libelo acusatório a um regime político e seus agentes, dominado por caciques, chicos-espertos, vendedores de fruta, gerentes de caixa e seus serventuários, cúmplices por omissão dos seus deveres de defesa da coisa pública, da igualdade e da garantia de acesso de cada cidadão à dignidade.

Vale e Azevedo, foi julgado, condenado, perseguido e preso, não pelos alegados crimes que lhe são atribuídos, mas por ter sido Presidente do Benfica e por ter enfrentado, denunciado e combatido, sózinho, a peito descoberto, com destemor e veemência, os poderes de facto do futebol e da sociedade portuguesa, que se têm servido da democracia, para subjugar a restante população aos seus interesses.

Aos algozes que o perseguem movidos pela vingança com origem no secular ressentimento que sentem pela grandiosidade do Benfica e não para fazer cumprir a Justiça, que qualquer Estado de Direito garante a todo o cidadão, digo para se lembrarem que estão a ofender esse mesmo Direito e a suscitar, a alimentar, o sentimento de revolta de muitos cidadãos pela discriminação social a que assistem uns e de que são vítimas outros, nomeadamente os Benfiquistas. Até o império romano caiu às mãos dos “bárbaros”, que, não constando que fossem Benfiquistas, incluía os “odiados” mouros.

Aos atuais e antigos Dirigentes do meu clube, digo que acabem com as alusões persecutórias a Vale e Azevedo, limitando-se a deixar à Justiça o que lhe é devido, lembrando-os de que tais alusões fomentam a divisão visceral dos adeptos, os quais, afinal, pretendemos unir para vencermos o mostrengo. Resolvam o que há a resolver no âmbito do clube; dentro de portas, podemos até andar ao tareão, fora delas, somos uma família! É assim que se unem os Benfiquistas; é preciso fazer um desenho? NÃO GOSTO QUE PERSIGAM E HUMILHEM UM PRESIDENTE DO MEU CLUBE E SEI QUE NÃO SOU SÓ EU! À VIVA!

Aos que se servem do Benfica para perseguir Vale e Azevedo, digo para o não fazerem; façam o seu trabalho nos lugares próprios, que são os Tribunais recorrendo às entidades correlacionadas, sem esquecer que há muita gente, incluindo eu, que não acredita que Vale e Azevedo tenha burlado o nosso clube, embora admita que possa ter cometido ilícitos, sabendo que, muitos deles, foram induzidos pela asfixia financeira movida pelos cúmplices que, no setor da banca, apoiam o projeto do mostrengo.

Podem dizer o que quiserem de Vale e Azevedo mas, para mim, para a generalidade dos Benfiquistas, foi um exemplo de coragem inaudita, que identificou e combateu, destemidamente, a hidra que domina e asfixia o futebol português, alimentando-se dos clubes que, um a um, vão caindo na insolvência ou nas mãos do mostrengo, perante a cobardia generalizada, num país onde, dizem, habita a Liberdade!

Foi Vale e Azevedo que pôs em pânico os promotores da nova ordem e por isso está preso!

Eis aqui a opinião de um homem livre!

AB