
Para isso, muito tem contribuído o regime de monopólio de comercialização dos direitos desportivos dos clubes - e da seleção nacional -, que os tornou dependentes, financeiramente, da entidade adjudicada, afeta a um dos clubes concorrentes, que, por sinal, tem beneficiado de ostensivas facilidades, proporcionadas, seja por aqueles, seja pelas equipas de arbitragem a cujo financiamento indireto a referida adjudicada não é estranha.
Trata-se pois de um campeonato indigente, onde a hipocrisia, quer das instituições desportivas nacionais e internacionais - Liga, FPF, UEFA e FIFA -, quer da Administração Pública, quer da UE, é, desde há muito, patente. Na verdade, as reiteradas afirmações de fair-lay, de empenho anti-corrupção, internas ou externas, não passam de retórica tapa-olhos, pois a principal razão de perpetuação da corrupção a que temos assistido, reside na verticalidade da mesma, garante da consistente impunidade dos corruptos, afinal, bem conhecidos do grande público.
Não espanta por isso a notícia do CM de 17 de Agosto segundo a qual há clubes falidos a inscrever jogadores, indicando os habituais estratagemas muito característios do chico-espertismo nacional, seja o Sireve sejam as manhosas impugnações de dívida, com consentimento dos credores, curiosamente, constituintes das administrações das SAD falidas. Ou seja, as mesmas entidades que proclamam a solvência financeira e a luta anticorrupção, que elaboram ou mandam elaborar regulamentação com vista à prossecução daqueles propósitos, constituem mecanismos dilatórios que garantem a manutenção do estado atual! Que gente é esta afinal?
É, sem dúvida, gente cúmplice do lóbi portista, gente que não respeita os restantes clubes nem as populações que lhes estão afetas. Gente que, estúpidamente, menospreza a capacidade de percepção e de reação da população em geral.
Começou, assim, o campeonato em que, à semelhança do anterior e antecedentes, os dados estão ostensivamente viciados a favor do crónico e desvergonhoso previlegiado, não restando a grande parte dos restantes concorrentes a cega e covarde obediência, na expectativa da caridade de alguma benesse menor, como a taça da liga, a taça de portugal, a qualificação para a liga dos campeões ou para a liga europa, ou a simples fuga à despromoção.
Neste cenário degradante seja o Benfica fiel a si próprio, derramando galhardamente sobre os relvados, jogo após jogo, minuto após minuto, a força da sua competência, inquebrantável e decidida, como exemplo para um povo corroído pela ganância de quem se arroga o uso da prepotência como pretenso símbolo, afinal paradoxal, da puta da Democracia vigente.
Força rapazes,
Viva o Benfica!