Desporto

terça-feira, 30 de junho de 2015

Aquecimento Global; contraponto

   Bjorn Lomborg, cientista político dinamarquês, professor na Copenhagen Business School, fundador e Director do Copenhagen Consensus, ex-director do Instituto de Avaliação Ambiental de Copenhaga, autor de "O Ambientalista Cético" e "Calma", entre outras obras, com vários artigos publicados no "The New York Times" e "The Wall Street Journal", nomeado em 2004 pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo, dedica-se, no âmbito do Grupo Consenso de Copenhaga, que dirige, com uma vasta equipa de economistas, a identificar os maiores desafios atuais da humanidade e propor soluções correspondentes. Na sua obra "Cool It" aborda de uma forma inteligente, corajosa e vastamente fundamentada, o tema do Aquecimento Global, mostrando que não se trata do "cataclismo" que tem sido anunciado e  que, utilizando uma pequena parte dos gastos astronómicos em curso no âmbito de Quioto, obter-se-iam benefícios muito superiores para a humanidade.
 
   Bjorn, recorrendo a trabalhos científicos atualizados de múltiplas fontes, reconhece o tendência do aquecimento global do planeta, afirmando contudo que é excessiva a previsão do aumento de temperatura média de 2,5 ºC até ao final do século, e que a humanidade já demonstrou capacidade para lidar com tal fenómeno sem grandes complicações. Tal tem-se verificado nas grandes cidades que constituem ilhas de temperatura face às temperaturas médias, nas quais as comunidades se adaptaram, quer recorrendo à tecnologia, quer ao equilíbrio urbanístico.
 
   Diz Bjorn Lomborg que, se todos os países implementassem as medidas preconizadas no Protocolo de Quioto, tal implicaria gastos astronómicos, com o consequente empobrecimento dos povos, entenda-se; menor capacidade de acumulação e difusão de riqueza, enquanto o resultado seria o de retardar em cerca de 3 a 4 anos os efeitos do Aquecimento Global, relativamente ao que se verificaria se nada fosse feito! Surpreendente!
 
   Ao cotejar em profundidade, a solidez da argumentação catastrofista relativamente às consequências do Aquecimento Global, mostra a outra faceta do fenómeno, habitualmente esquecida e, afinal, positiva para a humanidade. Defende sim, a adopção de medidas moderadas de controlo das emissões, como por exemplo a taxação do carbono, mas, sobretudo, defende que a melhor forma de proteger as populações das consequências do AG, consiste em aumentar o seu nível de riqueza, através de investimentos de natureza social, como sejam, o combate do HIV e da malária, a execução de infraestesturas de saneamento e de abastecimento de água, a melhoria das condições de nutrição das populações, etc.
 
   Um trabalho que vale a pena conhecer, que enquadra de forma mais abrangente o assunto em causa e  do qual farei breves sínteses em artigos subsequentes. Toda a histeria que se tem verificado em torno do assunto, com consequências drásticas para as economias de muitos países deve ser objeto de reserva e de avaliação crítica. É o que faz Bjorn Lomborg, neste trabalho exemplar.  

domingo, 28 de junho de 2015

Artur Correia, "O Russo"

  

   O nosso "russo" acabou de ser submetido a uma cirurgia delicada, que enfrentou com a coragem que lhe conhecemos. Importa que saiba que não o esquecemos, lhe desejamos as melhoras e lhe enviamos um grande abraço. É um dos que ajudou a construir o nosso clube, mesmo tendo passado pelos rivais. Deliciosas são as muitas histórias que tem para contar, algumas das quais referiu há tempos na nossa BTV; a trolitada no Rivelino e as picardias semicómicas e carinhosas com o nosso querido Chalana! - Russo, estamos contigo. Aguardamos nova visita à nossa BTV para nos contares mais histórias no nosso clube. Grande, grande abraço.

sábado, 20 de junho de 2015

O novo dogma

   Reconheceu recentemente o Papa Francisco os malefícios do Aquecimento global (AG), em especial sobre os mais pobres, admitindo a origem humana do alegado fenómeno. Ora aqui temos a materialização "oficial" da ascensão da  teoria do AG a dogma, ao nível dos ensinamentos de Jesus Cristo, tal como doutrinou Al Gore, o grande profeta, e agora aplaude Obama. Quer isto dizer que os dissidentes desta teoria baixam à categoria de "pecadores" e vêm de antemão "justificado" o ostracismo profissional a que são votados.
 
   Emmanuel Kant deve dar voltas na sepultura! O homem, através da ciência, ergueu-se ao nível de Deus! No mínimo, é necessário ouvir e refletir sobre outras teses; seja a de que os ciclos climáticos são naturais, ou a de que o efeito dos gases antropogénicos é marginal, ou, pelo contrário, a de que Terra iniciou uma nova era glaciar.
 
   Que a revolução tecnológica subjacente à prevenção do AG favorece os países tecnologicamente desenvolvidos, confrontados com o fim dos privilégios resultantes da Revolução Industrial e da Colonização, é uma verdade. Que a implementação das medidas de prevenção preconizadas por Quioto implica custos astronómicos e o retardamento do desenvolvimento dos países pobres também é verdade. Que o custo de oportunidade é avultadíssimo também ninguém tem dúvidas - Bjorn Lomborg no seu "Cool It", defende que o investimento no combate aos males que afetam os países pobres seria bem mais eficaz.
 
   Seja como for o Papa Francisco deu um passo em falso ao reconhecer origem humana ao aquecimento global. Há demasiada gente idónea contra que deve ser ouvida e ponderados os seus argumentos; defender os pobres sim, apoiar os alarmistas e oportunistas não!
 
   Na foto, John-Daly-Pic, um cientista irlandês que contesta o método de medição das temperaturas da Terra que deu origem ao famoso hóquei-stick, que por sua vez sustenta a tese da acção humana.

Empréstimos de jogadores

      Noticia hoje a imprensa que foi aprovada na LPFP a regulamentação dos empréstimos de jogadores, limitando ao máximo de três por clube recetor e interditando a utilização dos atletas nos jogos contra o seu clube de origem. Apesar de disciplinar o regime dos empréstimos, evitando exageros e as suspeitas sobre jogadores e clubes, na verdade, sanciona a injustiça competitiva subjacente. De facto, os clubes com maior poder financeiro, os que acedem às competições europeias, beneficiam do enfraquecimento do adversário a quem tenham emprestado jogadores, face aos restantes concorrentes que terão de os defrontar. No limite, tal poderá ocorrer em quase todos os seus jogos, o que é um absurdo, uma vez que, três jogadores podem ser decisivos numa equipa! Como é que isto é possível? Sabemos que esta é uma velha estratégia, usada maciçamente por certos clubes, a que é necessário pôr cobro, mas será esta medida adequada? Não!, porque é uma forma de os clubes poderosos subornarem os concorrentes; além de defrontarem os adversários desfalcados, provavelmente, estes, agradecidos, ainda facilitarão o jogo!
 
  O problema de fundo, que urge enfrentar, reside na falta de capacidade financeira de grande parte dos clubes, que não lhes permite constituir com independência dos seus adversários, um plantel competitivo. E isto tem a ver com muitos fatores, desde a estrutura económico-financeira dos clubes, ao modelo de comercialização e distribuição das receitas dos direitos desportivos dos mesmos, até ao modelo de distribuição de receitas das competições organizadas pela UEFA e pela FIFA. A dinâmica em curso na europa, que consiste na criação de condições para a concentração competitiva nos grandes clubes, acabará por afastar os adeptos, cansados de verem as taças transitarem sucessivamente pelas mesmas mãos. Isto não ajuda ao futebol, visto que liquida a ambição e o sonho dos outros clubes e dos correspondentes adeptos, agravado pela recorrente proteção das equipas de arbitragem dos grandes clubes.
 
   Parece-me que, a questão dos empréstimos, implica a imposição efetiva de critérios económico-financeiros  mais exigentes aos clubes bem como a proibição de empréstimos entre clubes do mesmo escalão. É evidente que tal não resolve o problema da corrupção; basta a promessa de compra ou pseudo venda de atletas no final da época, o controle indireto dos fluxos financeiros ou a capacidade de influência dos órgãos desportivos, mas seria bem mais eficaz que as regras agora noticiadas.
 
   Quanto ao resto, são casos de polícia; investiguem-se os indícios credíveis e proceda-se à acusação, julgamento e condenação, se for caso disso. Perdeu-se uma grande oportunidade com o caso do Apito Dourado, mas, finalmente, o caso em curso na FIFA, veio devolver uma nova esperança aos adeptos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Nova era no futebol luso?

   Notícias de hoje referem a despromoção de Marco Ferreira e provável perda de insígnias da FIFA, por tentativa de coação de um observador ao jogo Porto-Setúbal, no qual passou sem sanção, uma falta passível de grande penalidade contra os azuis. Consta que Marco Ferreira terá tentado demover o observador de o referir no relatório.  
 
   Oxalá a notícia se confirme visto que Marco Ferreira, pelo que tem feito nos últimos tempos, revela falta de competência grosseira, ou, sabe-se lá o quê! No último campeonato quase que decidia o campeão!, seis pontos perdeu o Benfica nos jogos arbitrados por tal personagem; contra o Braga e contra o Rio Ave, ambos com vários incidentes penalizadores para os da Luz.
 
   Quem supervisiona a arbitragem tem de ter em conta que os tremendos esforços dos Dirigentes e adeptos dos clubes para os manter competitivos, não podem ser defraudados num ápice, pela incompetência de quem tem por missão fazer cumprir com isenção e zelo as regras do jogo. E não me venham com a história de que errar é humano. É sim senhor, mas quem comete erros grosseiros e graves, seja em que área for, deve baixar de escalão ou sair do setor.
 
   Há décadas que o futebol necessita de uma limpeza, de alto a baixo; pode ser que seja desta, uma vez que o próprio Presidente da FIFA caiu do seu pedestal.

domingo, 14 de junho de 2015

Pleno para o hóquei feminino do Benfica!

 
 

 
PARABÉNS CAMPEÃS!

Mais um título para o Benfica!

 
 
 

 
 
PARABÉNS CAMPEÕES!
 
CARREGA BENFICA!

sábado, 13 de junho de 2015

"Habeas Pinho": poema que marcou a vida do poeta Ronaldo Cunha Lima

Em 1955 um grupo de boêmios de Campina Grande fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu… o violão!…

Poder | Em 08/07/12 às 15h13, atualizado em 08/07/12 às 15h32 | Por Hyldo Pereira
Foto: Internet
Ronaldo Cunha Lima morre aos 76 anos

O Poeta, como ficou sendo chamado carinhosamente em toda Paraíba, Ronaldo Cunha Lima sabia e narrava sempre, com sua mente prodigiosa e de forma descontraída, incontáveis “causos” do nosso folclore político e interiorano.

Cunha Lima lançou em concorridas noites de autógrafos, cerca de 15 livros de poesias,muitos versando sobre amor. 

Amigos que conviveram de perto com Ronaldo relataram que o poema “Habeas Pinho” foi um marco na vida do poeta. Os versos bem construídos integram o pontapé inicial da carreira jurídica de Ronaldo Cunha Lima.

Documentos revelam que em 1955 um grupo de boêmios de Campina Grande fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu… o violão!…

Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, na época recentemente saído da Faculdade, e que também apreciava uma boa seresta.

Ele peticionou em Juízo, para que fosse liberado o violão.

Aquele pedido ficou conhecido como "Habeas Pinho" e enfeita as paredes de escritórios de muitos advogados e bares de praia, no Nordeste Brasileiro.

Eis a famosa petição:
HABEAS PINHO
Exmo. Sr.
Dr. Artur Moura,
Meritíssimo Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca,

O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola.
É simplesmente, Doutor, um violão!

Um violão, Doutor, que, na verdade,
Não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade.
Ao crime ele nunca se mistura.
Inexiste, entre os dois, afinidade.

O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida,
Que cantam as mágoas e que povoam a vida,
Sufocando, assim, suas próprias dores.

O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém, seu destino o perpetua:
Ele nasceu para cantar, em plena rua,
E não para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo, pelo Amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.
Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito!
É crime, porventura, o infeliz,
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado,
Derramando na rua as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza, já, do seu acolhimento.
É somente liberdade, o que pedimos
E, nestes temos, vemPEDIR deferimento!

Assinado:
Ronaldo Cunha Lima, advogado.


O juiz  por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha Lima: o verso popular.

 
Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.
 
Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no universo.
 
Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte á rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.

Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
VenhaTOCAR à porta do Juiz.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Campeões séniores de hóquei feminino!

 
 

 
PARABÉNS A TODAS E À EQUIPA TÉCNICA, EM ESPECIAL AO PAULO ALMEIDA!

domingo, 7 de junho de 2015

Campões Nacionais de Juvenis!

 
 
 
PARABÉNS AOS JUVENIS DO BENFICA, AO SEU TREINADOR E AO JAIME GRAÇA
 
    Com uma brilhante vitória no Seixal por 2-1, sobre a excelente equipa do Porto, os Juvenis do Benfica sagraram-se, merecidamente, campeões nacionais. A equipa joga muito bem; os jogadores demonstraram boa capacidade técnica no controle da bola e no passe e muita genica. Lá está; queriam ganhar! O Porto tem também uma bela equipa, mas os encarnados é que não se ficaram nas covas; sabiam o que estavam a fazer! A vencer por 1-0 com um autogolo a culminar brilhante jogada ofensiva, viram o árbitro penalizá-los com uma grande penalidade, a meu ver sem razão. Vieram os azuis para cima dos encarnados, assediando a sua baliza, mas o excelente guarda-redes respondeu com categoria a vários remates perigosos. Até que, mesmo ao cair do pano, já nos descontos, José Gomes, num sprinte de cerca de quarenta metros em despique com o defesa, na cara do guarda-redes, por sinal, também excelente, não titubeou e...vai buscar Tafarel! Benfica campeão! Parabéns a todos!
 
Lá está! Sou dum clube lutador!

sábado, 6 de junho de 2015

A parábola do vintém

   Jorge Jesus pode ter todas as legítimas razões para não ter renovado pelo Benfica; pecuniárias, de incompatibilidade com o novo projeto, de incompatibilidade com dirigentes ou atletas, enfim, o que mais houver, mas nada, jamais, apagará a desconsideração que, com a sua atitude, teve para com os adeptos do Benfica! Nada! Ficará como uma mancha indelével na sua carreira, por mais brilhante que venha a ser. 
 
   Longe de suscitar consensualidade desde o primeiro momento e apesar de alguns amargos de boca, os adeptos não lhe regatearam o apoio que, como ele próprio reconheceu por diversas vezes, foi fundamental para os sucessos alcançados. Apesar de o saberem sportinguista, ganharam-lhe afeto revelando nobreza de caráter; viam-no como um ícone do clube, defenderam-no...e foi esse afeto, essa nobreza, que Jorge Jesus traiu, não por ter saído do Benfica, mas pela forma como o fez. Falta de coragem e desprendimento afetivo, ingratidão e mercenarismo, caracterizam a sua atitude revelando a fraqueza de caráter que muitos lhe atribuem.
 
   Nestes seis anos à frente dos destinos da equipa sénior do Benfica há pelo menos dois momentos em que o afastamento de Jorge Jesus deveria ter sido equacionado:
 
   Um aconteceu na 2ª época, que se iniciou com grande turbulência devido ao assédio de que vários jogadores foram alvo na sequência da sua participação no mundial, mas também devido à estúpida insistência do Treinador em Roberto, excelente guarda-redes que apenas necessitava de algum tempo de adaptação à equipa e ao país. Mas foi o ultimato de natureza remuneratória que parece ter feito ao Presidente do Benfica por indução de Pinto da Costa, que o pretendia nas suas fileiras,  que abalou a confiança dos jogadores e degradou o entusiasmo e a competitividade que caracterizaram a época anterior.
 
  O outro foi na antepenúltima época, em que poderíamos ter ganho tudo e tudo perdemos! Ainda hoje pairam muitas dúvidas no ar, mas houve uma circunstância que teve efeitos especialmente negativos na equipa; o excessivo tempo que levou a renovação do contrato com o Treinador! A 2ª volta realizou-se sob esta permanente dúvida e tal não foi benéfico para a moral da equipa pelas mesmas razões aduzidas anteriormente. Hoje poderemos perguntar-nos se Jorge Jesus teria renovado caso o desfecho desportivo tivesse sido outro. Estou convencido que não.
 

   Luís Filipe Vieira apostou na continuidade e ganhou, como todos reconhecemos, mas por elevado preço; veremos se não demasiado. O Benfica chegou a ter nas suas fileiras, 103 jogadores!, uma barbaridade!, alguns deles nem os vimos, outros foram fracassos totais, outros ainda, inexplicavelmente, foram borda fora, enquanto os da formação ficavam apeados, com uma ou outra exceção. O projeto de formação de futebol do Benfica tem que ter continuidade, controlada embora, na equipa principal, e se Jorge Jesus não estava disponível para participar, fez bem em ir embora. Nenhum benfiquista aceitou a saída, entre outros, de Bernardo Silva, um génio da bola e um fervoroso adepto do clube. Gonçalo Guedes estava na calha de saída!


   Quanto aos amargos de boca já referidos, recordo a exigência de afastamento de Chalana e Diamantino, figuras emblemáticas do clube, de cuja sombra Jorge Jesus parecia ter medo, tal como agora de Inácio; a copiosa derrota em Liverpool por opção estratégica do Treinador e que afastou a equipa da final para desgosto dos adeptos, onde teria uma palavra a dizer; A saída precoce de Quim, que desestabilizou a equipa nessa época; a não demarcação inequívoca das insinuações de Pinto da Costa, deixando pairar a dúvida acerca da sua lealdade; a final da Taça perdida para o Guimarães onde o desempenho da equipa foi afetado pelo afastamento de Melgarejo devido, ao que constou, a incompatibilidades pessoais com o Treinador; o campeonato perdido para o Porto nos últimos instantes da partida pela simples razão de ter mandado subir a equipa, supostamente à procura da vitória, mas sem apoio defensivo adequado, queimando a carreira de um jogador promissor como era Roderik; o empurrão a Shéu numa das muitas escaramuças que o caracterizaram; o desencorajamento dos jovens da formação e de todo o correspondente projeto, com a referência pateta às célebres nove vidas a que tão bem respondeu Bernardo Silva, etc. Resta ainda saber qual a origem do aparente apagamento de Rui Costa e do rumor da sua saída do clube, não sendo disparatado supor tratar-se, mais uma vez, de incompatibilidades com Jorge Jesus, que não tem capacidade de integração num projeto coletivo. Tal como resta saber se a aversão deste aos atletas da formação tem a ver com opções técnicas, com vantagens de natureza pecuniária, ou com preconceitos clubistas. Hoje, todas as dúvidas são legítimas.


   Porém, este caso constitui um alerta para Filipe Vieira relativamente às suas criticadas opções, pela contratação de pessoas com ligações afetivas a outros clubes, cuja importância sempre desvalorizou fiado nas suas relações pessoais. As características humanas que Jorge Jesus agora revelou relativamente ao Benfica e também a Marco Silva, estavam lá desde o início, atenuadas posteriormente, estou certo, por imposição da Direcção, funcionando como uma espécie de "colete de forças" de bom comportamento. Sob o manto do falso benfiquismo e da hipócrita gratidão fermentava o oportunismo abjecto. Por várias vezes me perguntei, na sequência dos repetidos fracassos nos momentos decisivos, se toda a gente no grupo de trabalho estava, efetivamente, empenhada em ganhar. E essa dúvida permanecerá!


   A mística do Benfica reside nos benfiquistas, não nos adeptos de outros clubes!Salvaguardando as questões da competência técnica e a importância de trazer para o clube novas experiências e conhecimentos, o benfiquismo traz consigo o empolgamento de jogadores e adeptos com as consequentes sinergias alavancadoras da competitividade.  

   Por experiência própria, sei que o risco de fracasso de uma contratação é bem menor quando se define com precisão o perfil técnico, humano e social necessários à função e se identifica com competência o correspondente candidato. 

   Defendo a contratação de Marco Silva, apesar de reconhecer perfil a Rui Vitória pelas provas dadas na formação e no campeonato da época transata, porque:
  • Demonstrou competência técnica invulgar, sobretudo no Estoril, construindo rapidamente equipas competitivas com jogadores desconhecidos, valorizando-os, mas também no Sporting, conseguindo dar alguma coerência desportiva a um conjunto fustigado pela instabilidade e a descrença.
  • Demonstrou lealdade ao seu empregador, como ficou patente pelo campeonato que nos "roubou" com o empate na Luz no jogo que antecedeu a fatídica derrota com o Porto.
  • Demonstrou resiliência e elevação, desenvolvendo sem desfalecimentos o seu trabalho num ambiente fortemente hostil, unindo os jogadores e conduzindo-os a uma vitória considerada perdida por quase todos, na recente edição da Taça de Portugal.
  • Demonstrou capacidade de liderança invulgar pelas razões já aduzidas.
  • Tem rara capacidade de identificação do potencial desportivo dos jogadores e de os adaptar à sua ideia de jogo.
  • Tem o carisma necessário ao empolgamento dos adeptos, multiplicador da competitividade.
  • Inverteria o recente efeito de deceção em prejuízo dos nossos rivais, provocando-lhes instabilidade e ao seu Treinador.
  • É BENFIQUISTA! 
SOU DE UM CLUBE LUTADOR!
PS: Ponham lá a figura do homem onde estava, junto da equipa. Apesar da decepção, não deixaremos de recordar os bons momentos que nos proporcionou, sendo que, tal, se deve menos ao seu trabalho e mais à alteração da conjuntura desportiva em Portugal.

sexta-feira, 5 de junho de 2015