Desporto

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Piropo e ressabiamento feminista

     Esta história da criminalização do piropo ilustra bem o estado de insanidade da politica portuguesa atual e dos tiques totalitários da esquerda em particular. Confesso que o caso não me suscita grande interesse; compreendo o processo de captação das franjas do eleitorado pela esquerda radical e da sua necessidade de palco permanente, percebo que mulheres "ordinárias" se sintam ofendidas com piropos ordinários, entendo que  mulheres "decentes" gostem de galanteios, compreendo que as lésbicas detestem os homens, entendo que as feministas vejam nisto mais um passo na emancipação do género. Mas também sei que a natureza que faz uma mulher produzir-se para agradar e, ou seduzir os outros é a mesma que impele o homem à aproximação vital. De qualquer forma, acredito que a criminalização do piropo é redundante, por sobreposição ao crime de injúria já contemplado na legislação vigente. 
 
   Porém, aprendi algo novo; afinal, talvez a imposição da burka pela sharia não constitua uma restrição às liberdades femininas mas  vise, tão somente, protege-las dos "insultuosos" galanteios masculinos. Et voilá!
 
   Talvez seja algo prematuro legislar impondo a burka às mulheres portuguesas, mas como sei que, com prisão ou sem prisão, os piropos jamais acabarão (Ui!, estou com veia poética), sugiro às mais pudicas o uso voluntário de tal vestimenta avançando desde já as minha sugestões.
 
   Haja paciência!

Giuseppe di Stefano "Je crois entendre encore" Les pecheurs de perles ...

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Naufrágio da Lancha Primavera (Buarcos)

 
 
 
 
 
 

   João Barreto, meu avô, sobreviveu.  Meu tio José Barreto, com 16 anos, morreu amarrado ao pai com a cinta preta dos calções de baeta, após tentar ir a nado à Praia da Vieira, pedir ajuda.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Bartolomé de Las Casas (documento publicado pela Universidade de São Paulo)

Bartolomé de Las Casas - Carta ao Imperador Carlos I- (c. 1548)

Bartolomé de Las Casas
 
 
Em Defesa dos Índios (c. 1548)
 
Ilustre Príncipe:
 
[...]  Julguei aconselhável trazer à atenção de Vossa Alteza que chegou às minhas mãos uma certa sinopse curta, em espanhol, de uma obra que dizem ter Ginés de Sepúlveda escrito em latim. Nela ele apresenta quatro razões, cada uma das quais, em sua opinião, prova de maneira irrefutável que a guerra contra os índios é justificada, desde que seja empreendida da forma apropriada e que as leis de guerra sejam observadas, assim como, até o presente, os reis de Espanha têm ordenado que seja empreendida e lutada. [...]
 
[...] Se a opinião de Sepúlveda (de que as campanhas contra os índios são legítimas) for aprovada, a mais sagrada fé de Cristo, para vergonha do nome cristão, será odiosa e detestável a todos os povos do mundo que tiverem conhecimento dos crimes desumanos que os espanhóis infligem a essa raça infeliz, de modo que nem no presente nem no futuro irão aceitar nossa fé sob qualquer condição, pois vêem que seus primeiros arautos não são pastores mas saqueadores, não são pais mas tiranos, e que aqueles que a professam são ímpios, cruéis e impiedosos em sua inclemente selvageria. [...]
 
[...] [P]or ora, como uma espécie de ataque ao primeiro argumento da posição de Sepúlveda, devemos reconhecer que existem quatro tipos de bárbaro, segundo o Filósofo diz nos Livros I e III da Política e no Livro VII da Ética, e segundo São Tomás e outros doutores em diversos lugares.
 
Primeiro, bárbaro no sentido amplo e livre da palavra significa um homem cruel, desumano, selvagem e impiedoso, que age contra a razão humana por raiva ou por disposição natural, de modo que, deixando de lado a decência, a mansidão e a moderação humana, ele se torna duro, severo, briguento, intolerante, cruel e se lança cegamente em crimes que apenas os animais mais selvagens da selva cometeriam. Falando desse tipo de bárbaro, o Filósofo diz na política que, assim como o homem que obedece à reta razão e às leis excelentes é superior a todos os animais, assim também, se ele abandona o caminho da reta razão e das leis, ele é o mais fraco, o pior e o mais desumano dos animais[1]. [...]
 
[...] De fato, nossos espanhóis não estão desacostumados de diversas dessas práticas. Ao contrário, nas coisas absolutamente desumanas que fizeram às nações que subjugaram, superaram todos os outros bárbaros. [...]
 
[...] O segundo tipo de bárbaro abrange aqueles que não têm língua escrita que corresponda à falada, como a língua latina em relação à nossa, e portanto não sabem como expressar nela o que querem dizer. Por essa razão, são considerados incultos e ignorantes das letras e do conhecimento. [...]
 
[...] O terceiro tipo de bárbaro, no sentido próprio e estrito da palavra, compreende aqueles que, ou por seu caráter malévolo e perverso ou pela aridez da região onde vivem, são cruéis, selvagens, beberrões, estúpidos, e alheios à razão. Não são governados pela lei ou direito, não cultivam amizades e não possuem Estado ou comunidade política organizada. Ao contrário, não têm governante, leis e instituições. [...]
 
[...] Bárbaros desse tipo (ou melhor, homens selvagens) raramente são encontrados em alguma parte do mundo e são poucos em número quando comparados com o resto da humanidade, como observa Aristóteles no começo do livro sétimo daÉtica. [E]ste tipo de bárbaro é selvagem, imperfeito, e o pior dos homens, e constituem erros da natureza ou aberrações de uma natureza racional. [...]
 
[...] E, visto que uma natureza racional é dada e guiada pela providência divina para seu próprio bem de uma maneira superior à das outras criaturas, não só no que concerne às espécies, mas também a cada indivíduo, segue-se evidentemente que seria impossível encontrar numa natureza racional tal aberração ou erro da natureza, isto é, um que não se ajuste à noção comum de homem, salvo muito raramente e em muito menos situações do que em outras criaturas. Isso porque o bom e todo-poderoso Deus, em seu amor pela humanidade, criou todas as coisas para uso do homem e protege aquele que foi dotado de tantas qualidades com uma afeição e cuidado singular (como dissemos), e guia suas ações e ilumina a mente de cada um e predispõe-o à virtude de acordo com a capacidade que lhe foi dada. [...]
 
[...] Outrossim, se crermos que essa imensa porção da humanidade é bárbara, seguir-se-ia que o plano de Deus em grande parte fracassou, com tantos milhares de homens privados da luz natural que é comum a todos os povos. E assim haveria uma grande redução na perfeição de todo o universo - algo que é inaceitável e impensável para um cristão. [...]
 
[...] Julgamos que os homens em sua maior parte são inteligentes, previdentes, diligentes e talentosos, de modo que é impossível que toda uma região ou país seja ignorante e estúpida, infantilizada, ou sofra de semelhantes defeitos ou anormalidades naturais. [...]
 
[...] O Filósofo [Aristóteles] acrescenta que é legítimo capturar ou caçar bárbaros deste tipo como animais selvagens para que possam ser conduzidos ao modo correto de vida. Dois pontos devem ser observados aqui. Primeiro, forçar os bárbaros a viverem de modo humano e civilizado não é legítimo para qualquer um e todos, mas apenas para monarcas e governantes de Estado. Segundo, deve-se ter em mente que os bárbaros não devem ser compelidos com rudeza, da maneira descrita pelo Filósofo, mas sim persuadidos gentilmente e levados docilmente a aceitar o melhor modo de vida. Pois somos ordenados pela lei divina a amar o próximo como a nós mesmos, e visto que queremos corrigir e extirpar docilmente nossos próprios vícios, devemos fazer o mesmo com nossos irmãos, mesmo que sejam bárbaros. [...]
 
[...] De Cristo, a verdade eterna, recebemos a ordem "Amarás o teu próximo como a ti mesmo [2]". E também São Paulo diz "O amor não busca seus interesses" [3], mas busca as coisas de Jesus Cristo. Cristo busca almas, e não propriedade. Ele que- é o único e imortal rei dos reis não anseia riquezas, nem bem-estar e prazeres, mas a salvação da humanidade, pela qual, amarrado ao madeiro da cruz, ofereceu sua vida. Aquele que deseja que grande parte da humanidade seja de tal modo que, seguindo os ensinamentos de Aristóteles, possa agir como um carrasco feroz contra eles, forçá-los à escravidão, e através deles enriquecer, é um senhor despótico, e não um cristão; um filho de Satã, e não de Deus; um saqueador, e não um pastor; uma pessoa que é guiada pelo espírito do demônio, e não pelo céu. Se procura índios para que de maneira dócil, mansa, tranqüila e humana, e de forma cristã possa instruí-las na palavra de Deus e por seu trabalho trazê-los ao rebanho de Cristo, imprimindo o manso Cristo em suas mentes, realiza a obra de um apóstolo e receberá uma imperecível coroa de glória de nosso cordeiro sacrificado. No entanto, aqueles que agem pela espada, fogo, massacres, trapaça, violência, tirania, crueldade e uma desumanidade pior do que a bárbara, destruindo e saqueando povos totalmente inofensivos, que estão prontos a renunciar ao mal e receber a palavra de Deus, esses são filhos do demônio e os mais horríveis saqueadores de todos. Cristo disse: "O meu jugo é suave e o meu fardo é leve [3]", Impondes fardos intoleráveis e destruís as criaturas de Deus, vós que deveríeis ser a vida para o cego e a luz para o ignorante. Escutai Dionísio: "Deve-se ensinar o ignorante, e não torturá-la, assim como não crucificamos o cego mas o conduzimos pela mão"; e mais adiante: "É extremamente chocante, portanto, que alguém a quem Cristo, a mais extrema bondade, procura quando perdido nas montanhas, chama de volta quando se extravia e, após achado, carrega sobre seus sagrados ombros, seja atormentado, rejeitado e desprezado por vós". [4]
 
 
Esse foi o modo pelo qual os Apóstolos divulgaram o evangelho e trouxeram o mundo inteiro aos pés de Cristo, como está claro nos Atos dos Apóstolos. [...]
 
[...] Agora que mostramos que entre nossos índios das costas ocidentais e meridionais (admitindo-se que os chamemos de bárbaros e que sejam bárbaros) há importantes reinos, grande número de pessoas que vivem vidas estáveis em sociedade, grandes cidades, reis, juízes e leis, pessoas que se dedicam ao comércio, a compra, venda, empréstimos e a outros contratos das leis das nações, não estaria provado que o Reverendo Doutor Sepúlveda falou errônea e viciosamente contra pessoas como essas, ou por maldade ou por ignorância do ensinamento de Aristóteles, e, portanto, difamou-as falsamente e talvez de maneira irreparável perante o mundo inteiro? Do fato de que os índios são bárbaros não deriva necessariamente que sejam incapazes de governo e que tenham de ser governados por outros, salvo de serem ensinados sobre a fé católica e admitidos aos santos sacramentos. Eles não são ignorantes, desumanos ou bestiais. Ao contrário, muito antes de ouvirem a palavra "espanhol" tinham Estados adequadamente organizados, sabiamente governados por excelentes leis, religião e costumes. Cultivavam a amizade e, unidos em comunidade, viviam em cidades populosas nas quais administravam sabiamente os negócios tanto da paz quanto da guerra de forma justa e eqüitativa, governados verdadeiramente por leis que, em muitíssimos pontos, superavam as nossas. [...]
 
[...] São tão habilidosos em toda arte mecânica que com todo direito deveriam ser postos à frente de todas as nações do mundo conhecido nesse aspecto, tão belíssimas são em qualidade técnica e artística as coisas que esse povo produz na graça de sua arquitetura, sua pintura e seu bordado. [...]
 
[...] Nas artes liberais que aprenderam até agora, tais como gramática e lógica, são notavelmente versados. Com todo tipo de música encantam os ouvidos de suas platéias com uma suavidade maravilhosa. Escrevem com habilidade e com bastante elegância, de modo que com muita freqüência ficamos embaraçados para saber se os caracteres são escritos a mão ou impressos. [...]
 
[...] Visto que toda nação pela lei eterna tem um governante ou príncipe, é errado uma nação atacar uma outra sob o pretexto de ser superior em sabedoria ou destruir outros reinos. Pois assim age contrariamente à lei eterna, como lemos nos Provérbios: "Não removas os limites antigos que fizeram teus pais" [5]. Isto não é um ato de sabedoria, mas de grande injustiça e uma desculpa mentirosa para saquear outros povos. Por isso, toda nação, não importa quão bárbara seja, tem o direito de defender-se contra uma mais civilizada que quer conquistá-la e tirar-lhe a liberdade. E, além disso, pode punir legitimamente com a morte a mais civilizada como um agressor selvagem e cruel contra a lei da natureza. E essa guerra é certamente mais justa do que aquela que, sob pretexto de sabedoria, é empreendida contra eles. [...]
 
[...] O argumento final de Sepúlveda de que qualquer um pode ser forçado, mesmo contra a vontade, a fazer aquelas coisas que lhe são benéficas, se tomadas sem qualificação, é falsa ao extremo. [...]
 
[...] A fé cristã traz a graça do Espírito Santo, que elimina toda maldade, sujeira e estupidez dos corações humanos. Isso está claro no caso do povo romano, que procurou promulgar leis para todas as outras nações a fim de dominá-las e que era, ao mesmo tempo, altamente louvado por sua reputação em habilidade e sabedoria política. Ora, este próprio povo foi governado por vícios hediondos e práticas detestáveis, especialmente em seus jogos e espetáculos realizados no circo e nos sacrifícios obscenos a Priapo e a Baco. Nesses tudo era tão vergonhoso, feio e repugnante à razão sensata que ultrapassaram em muito todas as outras nações em insensibilidade da mente e em barbárie. Isso é explicado claramente e à exaustão por Santo Agostinho e por Lactâncio quando fala sobre a religião de gregos e romanos, que queriam ser considerados mais sábios do que todas as outras nações do mundo. Ele [Lactâncio] escreve que habitualmente cultuavam e reverenciavam seus deuses mediante a prostituição de seus filhos nos gymnasia a fim de que qualquer um pudesse abusar deles como lhe aprouvesse. E acrescenta: “Há algo de surpreendente no fato de que todas as práticas vergonhosas se originaram desse povo para quem esses vícios eram atos religiosos, coisas que não só não foram evitadas mas também até mesmo encorajadas"[6] [...]
 
[...] Quando, portanto, aqueles que são desprovidos da verdade cristã tiverem afundado em vícios e crimes e se afastado da razão de muitas maneiras, não importa quão versados possam ser nas artes do governo, e certamente todos aqueles que não cultuam Cristo, ou porque não ouviram suas palavras nem de passagem, ou porque, tendo-as ouvido, rejeitaram-nas, todos esses são verdadeiros bárbaros. [...]
 
[...] Em conformidade com o que Paulo diz: “Não há potestade que não venha de Deus” [7], Contudo, enquanto os infiéis não aceitem a fé cristã ou sejam limpos pelas águas do batismo, e especialmente aqueles que nunca ouviram algo sobre a Igreja ou o povo católico, não são de forma alguma recipientes predispostos ou proporcionados ao exercício do poder do Papa ou de sua jurisdição contenciosa. Isso parque ele é deficiente nesse caso. E mesmo que não seja, o que poderia fazer, já que é o poder que Cristo outorgou a seu Vigário para erigir a Igreja? Há também a ausência do "como" e do "quando", que são circunstâncias necessárias para o exercício do poder apostólico, pois os infiéis ainda não são súditos capazes de receber devida e corretamente atos jurisdicionais.
 
Conseqüentemente, as outras circunstâncias necessárias para o exercício correto e adequado dos atos acima mencionados estão ausentes, isto é, um povo sujeito e a matéria sobre a qual [esses atos] pudessem ser exercidos. Isto é a posse habitual de jurisdição, com respeito ao que é, para algumas pessoas que ainda não estão sujeitas, mas que, ao se tornarem tais, são uma matéria adequada sobre a qual os atos de jurisdição podem ser devidamente exercidos. Por exemplo, se um professor é o reitor de uma faculdade que ainda não foi fundada, ele tem jurisdição habitual. Mas, depois que a faculdade foi estabelecida e completada, ele pode realmente exercer essa jurisdição. Esse é o ensinamento daqueles que são versados no direito quando dizem que a jurisdição é possuída, por assim dizer, habitualmente e realmente. É o caso igualmente do pastor de uma igreja que não tem paroquianos. Ele é habitualmente um pastor e reitor, mas quando sua paróquia tem paroquianos, ele pode realmente usar e exercer sua jurisdição, porque então há uma questão, um sujeito, um povo adequado ao exercício dessa jurisdição, e a partir dessa potência ou hábito ele pode dar realidade à sua jurisdição.
 
O Papa, portanto, não tem este sujeito-material (isto é, um povo ou paroquianos) entre os infiéis que estão totalmente fora da competência da Igreja, porque nada tem com julgar os que estão de fora [8]. Logo, ele não tem qualquer jurisdição real sobre essas pessoas. Entretanto, tão logo ingressem no aprisco de Cristo pertencem à jurisdição da Igreja cristã, são uma parte e membros do povo cristão, como é evidente do que foi dito. E então o Papa pode julgá-las por seu poder e, no que está contido na lei, compeli-Ias por sua jurisdição! [9].
 
Os infiéis que estão inteiramente fora da Igreja não estão sujeitos à Igreja, nem pertencem a seu território ou competência. [...]
 
[...] [N]ossa principal conclusão é provada principalmente pelo fato de que não compete à Igreja punir os adoradores de ídolos [os índios] por causa de sua idolatria sempre que não for de sua competência punir a descrença, porque a descrença dos judeus e dos sarracenos é muito mais grave e condenável do que a descrença dos idólatras [os índios]. No primeiro caso, a definição de descrença e a gravidade do pecado são realmente comprovadas, enquanto no último há o obstáculo da ignorância e da privação com referência a ouvir a palavra de Deus (como já explicamos). Os judeus e os sarracenos ouviram as palavras de Cristo, e a pregação dos homens apostólicos e as palavras da verdade dos evangelhos bateram diariamente contra seus corações endurecidos. Mas, visto que não abraçam o ensinamento do evangelho por causa da já mencionada pertinácia e insolência de suas mentes, eles são culpados de uma maldade perversa. Entretanto, os adoradores de ídolos, pelo menos no caso dos índios, a propósito de quem essa disputa foi empreendida, nunca ouviram o ensinamento da verdade cristã nem de passagem; portanto, pecam menos do que os judeus ou os sarracenos, pois a ignorância desculpa até um ponto muito pequeno. [...]
 
[...] Portanto, visto que a Igreja não pune a descrença dos judeus mesmo que vivam em territórios da religião cristã, muito menos punirá idólatras que habitam uma imensa porção da terra, de que não se ouvia falar nos séculos anteriores, que nunca foram súditos da Igreja nem seus membros, e que sequer sabiam o que é a Igreja. Pois, um argumento que vale para o maior [é também válido para o menor], como é evidente no Filósofo e entre os doutores. [...].
 

Quem tem medo de Vale e Azevedo?

   À conta do Benfica, Vale e Azevedo foi condenado em dois processos - Ovchinnikov/Euroárea e transferências de jogadores - a uma pena de prisão total de 21 anos, e a uma indemnização de 7 milhões de euros (notícia do CM de ontem).

   Espanta-me a violência das penas tendo em conta as que têm sido aplicadas em casos de homicídio e pedofilia noticiados na comunicação social. O Tribunal é soberano, mas nem os juízes estão imunes às fraquezas humanas; a desproporcionalidade das penas e a intransigência quanto à concessão de liberdade condicional levam-me a concluir que, neste caso, a justiça foi além da missão que lhe compete. "A Justiça julga os casos e os casos julgam a Justiça". A atitude persecutória motivada pelo ódio de alguém, desprestigiou a Justiça! 

   Vale e Azevedo não matou nem violou ninguém, parece que burlou o Benfica em sete milhões de euros e tal valeu-lhe o equivalente, quanto a mim, à pena de morte!, Digam-me por favor, quantos milhões foram esbanjados pelas direções seguintes em obras faraónicas de interesse duvidoso - estádio - e em jogadores nunca utilizados ou que se revelaram rotundos fracassos!

   Algo mais haverá contra Vale e Azevedo além do alegado desvio de verbas do clube a que presidia. Lembro que aquele dirigente deixou o clube, sensivelmente, com a dívida que transitou da anterior Direção. Lembro que o congelamento das contas do Benfica pelas entidades bancárias nacionais levaram-no a cometer alguns ilícitos, que agora se lhe revelaram fatais. Lembro que perdeu as eleições graças a promessas não cumpridas dos seus opositores, que tiveram o descaramento de prometer Jardel aos adeptos sabendo que não tinham condições de o fazer. Lembro que esses mesmos dirigentes, por não terem condições financeiras para assumir o clube, "hipotecaram"  os direitos desportivos, ao principal inimigo de Vale e Azevedo e do Benfica, Joaquim Oliveira. Lembro que essa mesma Direção desmantelou uma equipa onde figuravam alguns dos melhores jogadores de Portugal, da Europa e do Mundo - Marchena, Van Hoydonk, João Tomás, e outros. Lembro que esses supostos "salvadores" do Benfica, despediram aquele que viria a afirmar-se unanimemente como o melhor treinador do mundo! Lembro que Vale e Azevedo tinha preparada a constituição da SAD e um financiamento de cem milhões de euros, com parceiros internacionais. Lembro que Manuel Vilarinho considera Joaquim Oliveira - portista militante - "boa pessoa" e que Filipe Vieira acha que lhe devemos gratidão! Lembro que, com Filipe Vieira, temos muito betão e - no que mais interessa, o futebol sénior - poucos títulos. Lembro que as entidades financeiras que asfixiaram o Benfica de Vale e Azevedo, são as mesmas que, mais uma vez, viabilizaram a Sport TV e o SCP, com financiamentos e, ou, perdões de dívida dissimulados, que ameaçam atirar novamente o Benfica para mais trinta anos de agonia.

  Por tudo isto, enquanto sócio, acionista e investidor do clube - não de cem ações - acuso as Direções envolvidas no processo de condenação de Vale e Azevedo, de desumanidade, crueldade e antibenfiquismo! E acho miserável que se vangloriem disso!

   O Benfica devia ser uma família! E uma família resolve os seus problemas internamente; ao estalo, se tiver que ser, mas dentro de portas!, Para fora, os seus membros, defendem-se uns aos outros. ISTO É QUE É BENFIQUISMO! 

  Não tragam a cabeça de Vale e Azevedo numa bandeja de prata e esperem o meu aplauso! JAMAIS!

   PS: Segundo noticia o CM, a banca - BCP e Novo Banco - diferiu para 2026 o reembolso de 55 milhões de euros que venciam a 17 de Janeiro de 2016, - relativos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis emitidos pelo SCP - a troco de uma taxa de juro de 4% condicionada à distribuição de dividendos da respetiva SAD; ou seja, 55 ME a dez anos, sem juros nem reembolso! Mas não é tudo, estas são as condições de outro empréstimo realizado pela SAD leonina e já aceite pelas mesmas entidades, no valor de...80 ME!, note-se que a mesma SAD cedeu os direitos televisivos no valor de 21,8 ME àquelas entidades. Mas atenção; a SAD do "leão" está autorizada a pedir mais 55 ME aos mesmos bancos! E tudo isto, pasme-se, parece cumprir os requisitos de supervisão  bancária da UE, apesar de ambos os bancos estarem financeiramente em maus lençóis! O BCP foi financiado com 3500 ME no âmbito do PAEF e luta desesperadamente para equilibrar a sua exploração vendendo ativos, fechando agências, despedindo e reduzindo salários aos funcionários! O Novo Banco, para mim, banco ladrão, fundou-se sobre as "cinzas" de depositantes, acionistas e investidores do BES que ficaram sem as poupanças de uma vida, e sob a garantia dos contribuintes cujo governo avalizou um empréstimo de 4900 ME ao Fundo de Resolução Bancária! 

   Eis a razão pela qual o campeonato está a correr como se vê; a contratação de Jorge Jesus e classificação do SCP constitui nada mais nada menos que a garantia de que os bancos necessitavam para justificar esta operação financeira! Agora, ninguém duvida que o atual campeonato e os seguintes, serão ganhos pelo SCP, eventualmente, com algumas trocas com o FCP!

   O Benfica paga e perde; o SCP e o FCP, recebem e ganham! Da Direção encarnada, ninguém fala! Provavelmente sabem e estão de acordo! A aposta em Rui Vitória e na formação nada mais é do que a preparação dos adeptos para o jejum dos próximos anos. Na próxima recontagem de sócios, veremos o resultado, mas, não creio que recuperemos os cem mil perdidos, graças a Jorge Jesus e à austeridade.

   O Benfica precisa de uma nova Direcção! Uma Direcção que una os benfiquistas, que não tenha medo de nada e não deixe dúvidas quanto às suas intenções! O Benfica é fantasia, paixão, ambição, arte, fúria, coragem, lealdade, vitórias...mas não, necessariamente, betão e carneirismo! Filipe Vieira não é dono do Benfica!, ou defende-o ou sai!  RUA!

PS2; Vale e Azevedo, não lhe posso valer, mas aqui vai o meu abraço solidário e a minha gratidão por ter enfrentado e aterrorizado os inimigos do Benfica! Tenho orgulho na sua coragem, e isso, Tribunal nenhum lhe pode tirar!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Setúbal-Benfica (2-4)

     Não vi o jogo; li as crónicas do "Correio da Manhã", de "A Bola" e do  "Minha Chama", que é documenta muito bem as principais incidências dos jogos.

   O jogo seria uma "prova de fogo" para os encarnados relativamente à efetiva viabilidade da sua recandidatura à renovação do título, tendo em conta a qualidade do desempenho que a equipa do Setúbal, surpreendentemente, tem evidenciado esta época - com um honroso quinto lugar, apesar da embrulhada financeira e institucional em que se encontra.

  Fiquei com a impressão de que, lentamente, serenamente, a equipa vai consolidando as ideias do Treinador e que este, efetivamente, sabe o que quer, apesar da sua postura aparentemente passiva. O que é certo é que Rui Vitória não se atrapalha com a ausência dos habituais titulares; Luisão, Gaitan, Samaris, Semedo, etc., está determinado em apostar, responsavelmente, na formação e lida bem com as críticas. 

   Já sabíamos que André Almeida é uma boa opção para a direita e parece que esteve bem. Lisandro, passe a imodéstia, nunca me "enganou", jogo após jogo, parece afirmar-se como um central da alto nível. Também sabíamos que a posição natural de Pizzi era a extremo direito, onde finalmente foi colocado, melhorando o seu desempenho, desta vez coroado com um belo golo e uma assistência para mais um de Jonas. Mitroglou, mais uma vez, comprovou a sua condição de matador; em meia oportunidade pode fazer golo. Finalmente, Djuricic jogou uns minutos e fez uma boas assistências ofensivas; não tenho dúvidas da sua qualidade técnica e tem-me parecido estranho que, estando a equipa carecida de um armador de jogo, não tenha recorrido mais cedo ao talento deste excelente jogador. Veremos.

   Parece que, depois do 0-3, a equipa desacelerou e tal revelou-se algo perigoso, uma vez que os sadinos, a quem felicito, mantiveram a postura ofensiva e marcaram dois tentos. Controlar um jogo sem bola, é uma característica das grandes equipas que o Benfica tarda em adquirir e necessária para as suas aspirações. Encontrar em Portugal, adversários que, efetivamente, disputem o jogo, como parece que fez o Setúbal, é raro, e de enaltecer.

   Esse dispensário de "sicuta" diário que é o Correio da Manhã, cujos proprietários têm ligações ou conotações ao Sporting, titula na notícia da capa relativa a este jogo, ter ao Benfica saído a taluda, alegando "abébias" infantis dos centrais sadinos!, nada a que não estejamos habituados; não falha!, para esta "boa" gente, as vitórias do Benfica, invariávelmente, devem-se a défice dos adversários. Enfim, devem ser orientações editoriais.

   Palpita-me que a equipa vai fazer uma segunda volta muito forte; à consolidação das rotinas junta-se o regresso dos lesionados com influência no jogo, um ou outro reforço de que a equipa necessita - fala-se em Grimaldi para defesa esquerdo - e a gradual dissipação da desconfiança associada à contratação de Rui Vitória.

   Claro que nada disto resultará se os principais rivais continuarem, jornada após jornada, a beneficiar de erros grosseiros das equipas de arbitragem e da complacência das instituições desportivas.

   Fora das quatro linhas, o anúncio público de Filipe Vieira de alocar as receitas do contrato com a "Nos", à amortização da totalidade do passivo do grupo Benfica, constitui uma grande satisfação para todos os benfiquistas. Às questões de honra junta-se a viabilidade da sustentabilidade competitiva; vai ser possível manter os grandes jogadores mais tempo na equipa e, então sim, poderemos, finalmente, voltar a pensar num Benfica campeão europeu.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Benfica - Atlético de Madrid (1-2)

   Podia ter sido pior, mas...soube a pouco!, não se justificam os salamaleques dos comentadores à equipa madrilena!, com efeito, esta, apresentou-se com um futebol tipicamente defensivo, jogando em bloco, com muita gente no meio campo, pressionando alto e metendo todos os jogadores em frente da sua área quando perdia a posse da bola! Um futebol, afinal, típico das pequenas equipas portuguesas. Foi à Mourinho!, primeiro impede-se o adversário de jogar, depois, aproveita-se as oportunidades que o destino possa proporcionar. Não foram capazes de jogar olhos nos olhos; tiveram medo do Benfica. De facto, os golos do Atlético resultaram daquela que constituíu  a diferença decisiva entre as duas formações; disciplina tática, algo que esta equipa do Benfica ainda não tem durante os noventa minutos.
 
   Simeone "trancou" as alas criando condições para bloquear qualquer dos extremos com três ou quatro jogadores. Nalgumas ocasiões, sobretudo na parte final, o Atlético chegou a meter dez jogadores na sua área!, no entanto, também subiam em bloco, com grande disciplina tática. Por acaso, apesar de não gostar deste tipo de futebol, é o que defendo para esta equipa do Benfica, para já.
 
   Aos encarnados faltou mais intensidade e imprevisibilidade, sobretudo na primeira-parte, como ficou demonstrado na etapa complementar. Então, os "colchoneros", começaram a abrir espaços no seu meio campo e na sua defensiva e as oportunidades surgiram. Gaitan andou, inadvertidamente a "cortar" relva, graças ao ímpeto implacável de "nuestros hermanos". Júlio César esteve soberbo, com duas ou três defesas de alto gabarito e Renato fez pela vida, por vezes muito só, tentando transportar a bola e até o rematar de meia-distância. Mitroglou  marcou à ponta de lança e poderia ter marcado outro, tal como Jimenez, desta feita, num cabeceamento em que a bola saíu rente ao poste.
 
   Longe de mim "armar-me" em "ténico", mas julgo que para este posicionamento do adversário deve iniciar-se o ataque pela zona central de forma a abrir espaços para a entrada dos extremos e os mortíferos cruzamentos. Enfim, há ainda um longo caminho a percorrer, mas sinto que as coisas começam a consolidar-se. O regresso de Sálvio tornará a equipa mais forte.
 
   Quanto ao árbitro, fez bem o seu trabalho; talvez não tão bem no capítulo disciplinar.

   Mais ambição, precisa-se de mais ambição! 

Os admiráveis ingleses!

   "A mãe do rei Ricardo II, enviou ao arcebispo uma carta censurando qualquer condenação final a Wycliffe e, no meio dos procedimentos, a multidão abriu caminho pela rua e declarou que o povo de Inglaterra não toleraria qualquer inquisição em Inglaterra."
 
(Breve História da Civilização, Will Durant)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Do Portugal Profundo: O Governo do MES

"Uns e outros, retomam a política estatista, de desprezo do trabalho, inimiga da criação de riqueza, e promotora do ócio. E regressam à política relativista de perseguição da família e dos valores, sagradose profanos, entranhados no povo, e das instituições que os promovem, como a Igreja e as instituições da sociedade civil. Enquanto erguem uma megamesquita em Lisboa, derrubam os pilares de sustentação da sociedade portuguesa.

Este (des)Governo durará o tempo que cada componente desta coligação instável quiser e o dinheiro permitir. Mas, entretanto, ferrosos e socratinos (um dos advogados de Sócrates, Miguel Prata Roque, foi colocado novértice de Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros), os socialistas tentarão limpar rapidamente a justiça dos magistrados incorruptíveis, com destaque para o juiz Carlos Alexandre, e dos procuradores implacáveis." (Do Portugal Profundo, António albino Caldeira)

(Tela de Ticiano, renascentista veneziano)


Do Portugal Profundo: O Governo do MES: Mural do MES. Unidade do povo contra o fascismo, pelo poder popular . 1975. Na noite de 24 de Novembro de 1975 , enquanto os militan...

domingo, 6 de dezembro de 2015

Benfica-Académica (3-0)

  Não foi um jogo fácil, até porque os "estudantes" se apresentaram bem organizados e concentrados, com Paciência e Ivanildo a provocarem sérias dores de cabeça aos encarnados, apesar de não terem criado uma única situação de golo clara.
 
   Pareceu-me que as novidades da equipa encarnada a tornaram mais homogénea e perigosa; Lisandro consolida a sua posição ao lado de Jardel, Renato preenche bem os espaços a meio campo, faz boa distribuição de jogo e é um perigo para as balizas adversárias, Pizzi parece feliz na direita donde lança vistosos slaloms em direção à baliza contrária. Renato ameaça restaurar uma velha tradição benfiquista, a recordar; a marcação de golos do meio da rua!, e nem é preciso lembrar Eusébio, Coluna ou Néné;, basta-nos recordar Carlos Manuel, Diamantino, Valdo e muitos outros!
 
   Posto isto, a equipa ainda não consegue sincronização satisfatória, donde resulta previsibilidade e falhas de passe, como se verificou, sobretudo, o derradeiro.
 
   Julgo que é necessária maior disciplina defensiva, em especial nas laterais e maior amplitude ofensiva, com mais dinamização das alas, como pedem o tipo de pontas de lança que temos, com Jonas à cabeça. Saiam de lá os cruzamentos executados a preceito, da esquerda ou da direita, que os golinhos logo aparecem.
 
   Fiquei estupefacto por terem sido assinaladas duas grandes penalidades a favor do Benfica, apesar de justas!, julguei que, estas, tinham sido abolidas do regulamento informal!, mas, depois de ler o "Minha Chama" acabei por perceber; se os mais diretos rivais já tinham as vitórias garantidas e o Benfica já está a oito pontos do primeiro lugar, porque não assinalar -lhes uns penaltizinhos de vez em quando, para desfazer a ideia já estabelecida de que o campeão foi decidido antes de o campeonato começar? Ainda assim, ficou outro por assinalar!
 
  Nota positiva; é o segundo jogo consecutivo em que nenhum jogador do Benfica vai parar ao hospital! Uau!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O Benfica "acelera e mata a velha"!

"O contrato terá início na época 2016/2017 e uma duração inicial de três anos, podendo ser renovado por decisão de qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas, ascendendo a contrapartida financeira global ao montante de 400.000.000 euros, repartida em montantes anuais progressivos", refere o comunicado da NOS enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). (Correio da manhã)
 em: http://www.cmjornal.xl.pt/tv_media/detalhe/nos_compra_jogos_do_benfica_por_400_milhoes.HTML
 
Finalmente, a Sport TV, Pinto, Bruno, Proença & Cª  "no bolso"!
 
Parabéns a Luís Filipe Vieira e os meus agradecimentos! Agora, há que investi-lo em ganhos de competitividade desportiva através da redução drástica do passivo, que permitirão libertar meios para segurar os "craques".

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Raul Solnado - Concerto de violino

Breve História da Civilização (Will Durant, ed. Clube do Autor)

 Uma edição bem cuidada, iniciação ideal à História da Civilização. Escrita conforme o AO, não se me revelou desconfortável.

“O homem é o último animal doméstico da mulher, apenas parcial e relutantemente civilizado.”

“Uma guerra bem-sucedida é a forma que uma nação tem de se alimentar.”

“A civilização é a ordem social que promove a criação cultural.”

“A passividade colhe mais vitórias que a ação.” (Lao-Tsé, 604 ac)

“É característico do pensamento chinês não falar de santos mas de sábios.”

“Restaurar a moralidade e a ordem social por meio da difusão da educação.” (filosofia de Confúcio, 551 ac)

“Todo o caos é uma transição. No final, a desordem cura-se e equilibra-se com a ditadura…”

“O Ódio acaba apenas pelo amor.”

“O nirvana não é um paraíso depois da morte, é a satisfação tranquila da superação do egoísmo.” (Buda)

“Inesperadamente, uma mulher politicamente popular declarou uma moratória à democracia e assumiu o controlo autocrático do governo, da economia e da imprensa da índia.”

“As artes industriais no Antigo Egipto estavam tão avançadas e eram tão variadas como as da Europa antes do Renascimento.”

“O código moral egípcio não levantava qualquer objeção ao incesto.”

No Antigo Egipto…”a propriedade era transmitida por linha feminina.”

No Antigo Egipto…”As mulheres gozavam de estatuto legal superior e uma maior liberdade moral e social do que em qualquer estado europeu anterior à nossa época, com exceção, talvez, da Roma imperial.”

“A arte egípcia rivaliza com as artes grega e romana, mas precedeu-as mil anos e numa centena de obras foi precursora.”

“Amenhotep IV (Akhenaton)…”com a sua audácia de poeta, rompeu os compromissos e anunciou que essas divindades e as cerimónias eram uma idolatria vulgar e que havia apenas um rei, Áton, o Sol.”

“…tendo Amurabi elaborado cerca de 1940 a.C. , um extraordinário código de leis racional.

“O bem parecido e harmonioso David, que fora capitão da guarda-real, assumiu o trono cerca de 1000 a. C, conquistou e uniu todas as regiões de Israel e escolheu esposas dessas tribos para cimentar o seu governo; fez de Jerusalém a sua capital, reinou durante 36 anos e deixou tal memória de prosperidade que os judeus, em desditosos tempos posteriores, ansiavam por um “messias” - um descendente de David -, que  restaurasse o esplendor e a felicidade do governo de David.

“Nesse livro da lei, no livro chamado Levítico está a maior, a mais ousada e a mais breve formulação da ética cristã; “ama o próximo como a ti mesmo”.

“Carlyle referiu-se ao livro de Job “um dos melhores textos alguma vez escrito…Não há nada escrito, penso eu, na Bíblia ou fora dela, de igual mérito literário”. Os eruditos datam-no entre 500 e 300 a. C.

“Em Mileto, 600 anos a. C. Tales estabeleceu a primeira escola de filosofia grega e deu um forte impulso à geometria e à astronomia gregas.”

Heraclito: “ A guerra é a justiça”. “A competição entre indivíduos, grupos, instituições, estados e impérios constitui o tribunal supremo da natureza, de cujo veredicto não há apelo.”

Pitágoras:  “… deu à geometria a sua forma clássica, dois séculos antes de Euclides...descobriu as relações numéricas das notas musicais como as das notas de uma harpa.”

“Em Siracusa nasceu Arquimedes (287 a.C.) o maior dos matemáticos gregos.”

“A revolução pacífica de Solon é um dos milagres mais encorajadores da história.”

“…mas nem Sólon conseguiu calar a língua ativa de Atenas, onde o boato e a difamação se afiguravam essenciais para a democracia.”

Solon: “…achava que a indiferença do público é a ruina do Estado.”… “ordenou que os filhos daqueles que morressem na defesa do seu país fossem criados e educados a expensas do Governo.”…”que a lei é uma teia de aranha que apanhava as pequenas moscas e deixa escapar os grandes insetos.”…Foi um bom aluno de Aristóteles, antes de Aristóteles ter nascido.”

“Nunca antes o mundo vira direitos civis tão liberais e poder político tão alargado.” (Grécia sob a égide de Clístenes, desde 507 a. C. a 308 a. C).”

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A Destreza das Dúvidas: Regresso ao escudo

A Destreza das Dúvidas: Regresso ao escudo: "Rei morto, rei posto!" Agora que o PS formou governo, já notei que várias pessoas, inclusive analistas que aparecem na TV e que e...

(Tela de Paula Rego; Anjo)

domingo, 22 de novembro de 2015

ARQUIVO BRANDÃO FERREIRA: APRESENTAÇÃO DO LIVRO “EM NOME DA PÁTRIA”


"Que acabámos por soçobrar é um facto. Agora que tenhamos que assumir as razões dos nossos inimigos, ou ser forçados a engolir mentiras no discurso oficial ou nos livros de História é que já me parece intolerável. Recuso-me mesmo a aceitar tal estado de coisas. E este é, de facto, um dos problemas que tenho tido: é que ao contrário de muitos com quem me cruzei na vida, eu nunca me conformei com esta derrota ignominiosa. "

ARQUIVO BRANDÃO FERREIRA: APRESENTAÇÃO DO LIVRO “EM NOME DA PÁTRIA”: 28/10/2009 Gostaria de começar por vos mostrar uma missiva que o Duque de Wellington enviou ao governo de S. Majestade: Mensagem do Duque d...

(Retrato de Gentil Homem de Giorgio da Castelfranco)

A "Nova Pide"!

    Com serena e invulgar coragem, no seu estilo elegante, claro e fundamentado, Eduardo Cintra Torres, mostra, no seu artigo de hoje do Correio da Manhã, como a democracia portuguesa não passa de uma ilusão terceiro mundista onde se torturam e aniquilam pessoas, sem as prender fisicamente, conforme os interesses dos ocultos poderes dominantes que se apropriaram das estruturas do Estado. 

"Que as secretas tenham espiões é o que se espera. Mas as nossas secretas cospem na Constituição e espiam os concidadãos ao serviço de interesses obscuros, certamente políticos. Os serviços secretos portugueses são também, portanto, uma polícia política. Não prendem e torturam, como a PIDE, mas vigiam portugueses por causa da sua profissão, das suas fontes, das suas opiniões. Destroem pessoas por meios que não a prisão e a tortura. Nesta atividade ilícita, a nossa polícia secreta é, assim, uma PIDE adaptada a um regime democrático. Esta nova PIDE está ao serviço de interesses que desconhecemos, embora desconfiemos."

 http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/eduardo_cintra_torres/detalhe/portugal_tem_nova_pide.HTML
 

Está quase!, na próxima empatamos!

   Do tempo regulamentar do jogo dos 16 avos de final da Taça de Portugal, Sporting-Benfica, ganho pelo primeiro por 2-1, fiquei com duas certezas; A primeira é que Rui Vitória não está à altura das ambições do clube; não é capaz de "mexer" no jogo mesmo quando a sua equipa está a levar uma "coça"; em quatro meses foi incapaz de implementar um modelo de jogo e não tem capacidade de empolgamento, nem dos jogadores e nem dos adeptos. Essa qualidade que faz a diferença e que nos faltou ontem. A segunda é que os "astros" conjugaram-se para que este seja o ano do Sporting! Já o disse antes; os adeptos deste clube são imprescindíveis à solvabilidade do futebol nacional e esta é a forma de os atrair. Porém convém não esquecer que quando a manta é curta, ao tapar os pés destapa-se a cabeça e vice versa. E a manta é mesmo muito curta e demasiado esburacada.
   
   Jorge de Sousa fez a diferença e tal não me surpreendeu!, começou a desenhar-se cedo. O método não falha nem engana. No final, sim, tornou-se descarado com a não marcação da grande penalidade que poderia ter dado o empate aos encarnados, já com dez jogadores em campo devido à expulsão de Samaris que constituíu o "partir de pernas" da equipa. Slimani marcou o golo da vitória, mas não devia, visto que deveria ter sido expulso muito antes. Jorge Jesus mostra atributos que não revelou ou não lhe permitiram implementar no Benfica; dar pancada nos jogadores mais influentes do adversário; Gaitan, Júlio César e Luisão!, pelo menos dois deles tiverem de recorrer a assistência hospitalar!  
   Há uma ou mais "cabeças" dentro ou fora das superestruturas do futebol, que decidem as classificações. Com a "falência" da Justiça o futebol nacional tem os dias contados.

Filipe Vieira!, com punhos de renda seremos enxovalhados dentro e fora do campo sem dó nem piedade! O exemplo vem de cima!