Desporto

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os jovens talentos

   Na sequência do recente excelente desempenho da seleção de futebol de Portugal de sub-20, o Sr Presidente da República, recebeu e condecorou, no Palácio de Belem, atletas e técnicos envolvidos, censurando as equipas Portuguesas por não apostarem mais nos nossos jovens.

   Esta "admoestação" é injusta; não ignora o Sr Presidente que a globalização também chegou ao futebol Português. Os clubes querem os melhores jogadores que o seu dinheiro pode comprar e os atletas querem os clubes que melhor remuneração lhes proporcionam. Acresce que são, efetivamente, os clubes Portugueses, os grandes responsáveis pela formação destes jovens, facultando-lhes infraestruturas, meios humanos e remuneração. Na verdade, em vez de "puxar as orelhas" aos clubes Portugueses, o Sr Presidente deveria ter sensibilizado os jovens condecorados a preferi-los mesmo com sacrifício parcial da remuneração. Isso, sim, seria um ato de gratidão e de Patriotismo.

(Tela de Júlio Pomar)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Violência pelo futebol

Os episódios de violência que todos os dias, dramáticamente, ocorrem, demonstram que, apesar do tremendo desenvolvimento tecnológico, económico e social das sociedades humanas, a natureza humana, na sua essência, parece permanecer imutável. Por outro lado, também a violência tem causas que importa, urgentemente, identificar e prevenir entre as quais se destacam a disputa pelo poder e a defesa da sobrevivência. Legítima defesa, defesa da paz, último recurso na defesa de direitos fundamentais, são circunstâncias que podem justificar o uso da violência.


O episódio, noticiado hoje, da agressão a Pedro Proença por um alegado adepto do Benfica, merecendo o meu veemente repúdio, impõe alguma reflexão no sentido de lhe apurar as causas. O evento parece ter sido ocasional e a sua mediatização deve-se ao facto de Pedro Proença - alegado Benfiquista - ser uma figura pública e o agressor ser adepto do Benfica. A gravidade do caso reside no perigo de alastramento, dado o clima de grande tensão que se verifica no futebol Português e o ambiente geral de grande frustração que o País atravessa - sem fim à vista.


A condenável atitude do agressor não me impede, porém, de identificar outras causas, mediatas:

Desde logo, a passividade das autoridades de segurança, perante inúmeros e reiterados casos de violência associada ao desporto que tem funcionado como incentivo aos agressores e "lastro" de indignação às vítimas e cidadãos comuns. Legitima até a população a ver essa passividade como consentimento tácito ou covardia. Porém, há eventos onde as forças de segurança se mostram lestas a desancar espetadores desportivos a torto e a direito; homens, mulheres e crianças, sem motivo à vista, suscitando indignação pelo desproporcional uso da força, dando a ideia de que, para as autoridades, há violência boa e má dependendo da sua origem. Assim se semeiam os ventos da violência.

Também as autoridades desportivas e os seus órgãos, muitas vezes, se têm demitido da responsabilidade de sansionar com equidade os causadores de graves e repetidas agressões verificadas nos recintos desportivos, contribuindo assim para o clima de impunidade incentivador da violência, frustação dos adeptos e falência do futebol.

A associação dos árbitros tem a sua quota parte de responsabilidade, na medida em que, perante os erros grosseiros dos seus associados, geralmente, assume incondicionalmente, com arrogância e picardia, a sua defesa, em vez de apelar à compreensão geral pela inevitabilidade dos erros, anunciando medidas preventivas e/ou corretivas.

Igualmente responsáveis são aqueles Árbitros que parecem não se preocupar com as consequências dos erros grosseiros que por vezes cometem, destruindo projetos de milhões de euros dos clubes e justas espetativas de milhares ou milhões de adeptos, que sentem nesta atitude uma violenta agressão.

Não podem porém desresponsabilizar-se alguns dirigentes desportivos militantes que, numa atitude persistentemente fundamentalista não hesitam em "crucificar" públicamente todos os que na sua ótica prejudicam o respetivo clube, incluindo árbitros, "esquecendo-se", muitas vezes, de reprovar sem ambiguidades os atos de violência praticados pelos seus adeptos. Ou seja, a nossa violência é boa e a vossa é má.


Igualmente para alguns comentadores desportivos e editores de comunicação social que acicatam a controvérsia desportiva certos do efeito potenciador das vendas que provoca.

Responsabilidades têm também os tribunais ao ilibar arguidos de ilícitos na área desportiva, sem que a fundamentação subjacente seja entendível pelo cidadão comum, corroendo o caráter geral e universal da lei.

E quando um Procurador se demite da função defendendo em pleno Tribunal o arguido que lhe competia acusar está a dececionar o Povo que com ele conta para punir os criminosos.

E mais responsabilidades têm os agentes políticos da área do poder, Governo e oposição, ao fazerem aprovar leis que permitem anular elementos de prova que seriam decisivos para a condenação dos arguidos, ficando a ideia de que, por vezes, se legisla por medida, subordinando o Estado de Direito às conveniências políticas, económicas ou outras.

Concluo, constatando que, a condenável agressão foi apenas mais um episódio no clima geral de intolerância e violência que alguns têm vindo a promover na sociedade Portuguesa e que as autoridades não conseguem apaziguar, certo de que, desta vez, o agressor terá exemplar punição, por ser adepto do Sport Lisboa e Benfica.





sexta-feira, 8 de julho de 2011

Construção Naval em Peniche

Eis o mais recente navio construido nos Estaleiros Navais de Peniche com tecnologia totalmente nacional, no qual a Reclimeq tem a satisfação de ter contribuido com a instalação do respetivo sistema de ar condicionado. Em nome da Reclimeq, obrigado aos ENP e à República Popular de Moçambique.








quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Partido do Norte

Não sei se Portugal precisa de um partido do Norte. Mas não reconheço a Pinto da Costa qualquer espécie de idoneidade para o reivindicar, arvorando-se em alegado defensor dos portugueses do Norte. O protagonismo que tem tido nas últimas décadas nas manobras de bastidores do futebol nacional, retiram-lhe qualquer réstia de autoridade para se queixar do centralismo lisboeta. Não tem credibilidade porque utilizou as prerrogativas democráticas para centralizar no Porto o poder efetivo do futebol nacional, revelando total desprezo pelos adversários, sujeitando-os à sua ilimitada e doentia ambição. No entanto, esta faceta política, constitui um dos pilares centrais da sua estratégia, que tem dado bons frutos ao Futebol Clube do Porto. Esta autoproclamada representatividade do Norte, serve os interesses de vários alegados notáveis do Porto e outros defensores da regionalização, muitos dos quais parecem não hesitar em subordinar as leis da República aos interesses da alegada região Norte e do seu espúrio clube representante. Assim, a principal vantagem do FCP face aos adversários é de natureza política uma vez que, alem do controle efetivo das instituições desportivas de que é beneficiário líquido, goza de uma certa passividade, a meu ver, covardemente cúmplice, das instituições que têm a incumbência de combater a corrupção desportiva. Na verdade, sabem, que o fim da corrupção no futebol traduzir-se-á numa perda desportiva do FCP que será utilizada como instrumento político de afrontamento do Governo e restantes órgãos de soberania, com consequências eventualmente imprevisíveis ao nível da agitação social. Parece pois que, a continuada falta de verdade desportiva no futebol nacional, e não só, é entendida plos principais agentes políticos e económicos como útil e necessária à estabilidade da Pátria. E é assim que muita gente parece pretender construir o progresso. E é também assim que muita outra gente descrê desta nossa terceira República.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nuno Gomes

Se pudesse dáva-lhe um abraço de agradecimento com desejo de felicidades. Protagonizou dos mais belos lances de futebol que vi, foi sempre estoico dentro das quatro linhas perante as frequentes e duras agressões dos adversários e foi sempre um cavalheiro fora delas. Nunca lhe ouvi queixas, intrigas ou acusações a colegas de equipa ou adversários, a técnicos, a dirigentes, a árbitros, etc. Nuno Gomes é "um senhor"; tem o direito de querer acabar em grande a sua bem sucedida carreira desportiva. O Braga poderá proporcionar-lhe a tão ambicionada titularidade que o poderá conduzir à Seleção Nacional. Estou seguro que não vai ser cúmplice da intensa hostilidade que a atual Direção do Braga tem fomentado contra dirigentes, atletas e adeptos do Benfica. Espero não vir a lamentar a sua saída. Boa sorte Nuno Gomes.