Desporto

sábado, 20 de junho de 2015

O novo dogma

   Reconheceu recentemente o Papa Francisco os malefícios do Aquecimento global (AG), em especial sobre os mais pobres, admitindo a origem humana do alegado fenómeno. Ora aqui temos a materialização "oficial" da ascensão da  teoria do AG a dogma, ao nível dos ensinamentos de Jesus Cristo, tal como doutrinou Al Gore, o grande profeta, e agora aplaude Obama. Quer isto dizer que os dissidentes desta teoria baixam à categoria de "pecadores" e vêm de antemão "justificado" o ostracismo profissional a que são votados.
 
   Emmanuel Kant deve dar voltas na sepultura! O homem, através da ciência, ergueu-se ao nível de Deus! No mínimo, é necessário ouvir e refletir sobre outras teses; seja a de que os ciclos climáticos são naturais, ou a de que o efeito dos gases antropogénicos é marginal, ou, pelo contrário, a de que Terra iniciou uma nova era glaciar.
 
   Que a revolução tecnológica subjacente à prevenção do AG favorece os países tecnologicamente desenvolvidos, confrontados com o fim dos privilégios resultantes da Revolução Industrial e da Colonização, é uma verdade. Que a implementação das medidas de prevenção preconizadas por Quioto implica custos astronómicos e o retardamento do desenvolvimento dos países pobres também é verdade. Que o custo de oportunidade é avultadíssimo também ninguém tem dúvidas - Bjorn Lomborg no seu "Cool It", defende que o investimento no combate aos males que afetam os países pobres seria bem mais eficaz.
 
   Seja como for o Papa Francisco deu um passo em falso ao reconhecer origem humana ao aquecimento global. Há demasiada gente idónea contra que deve ser ouvida e ponderados os seus argumentos; defender os pobres sim, apoiar os alarmistas e oportunistas não!
 
   Na foto, John-Daly-Pic, um cientista irlandês que contesta o método de medição das temperaturas da Terra que deu origem ao famoso hóquei-stick, que por sua vez sustenta a tese da acção humana.

Empréstimos de jogadores

      Noticia hoje a imprensa que foi aprovada na LPFP a regulamentação dos empréstimos de jogadores, limitando ao máximo de três por clube recetor e interditando a utilização dos atletas nos jogos contra o seu clube de origem. Apesar de disciplinar o regime dos empréstimos, evitando exageros e as suspeitas sobre jogadores e clubes, na verdade, sanciona a injustiça competitiva subjacente. De facto, os clubes com maior poder financeiro, os que acedem às competições europeias, beneficiam do enfraquecimento do adversário a quem tenham emprestado jogadores, face aos restantes concorrentes que terão de os defrontar. No limite, tal poderá ocorrer em quase todos os seus jogos, o que é um absurdo, uma vez que, três jogadores podem ser decisivos numa equipa! Como é que isto é possível? Sabemos que esta é uma velha estratégia, usada maciçamente por certos clubes, a que é necessário pôr cobro, mas será esta medida adequada? Não!, porque é uma forma de os clubes poderosos subornarem os concorrentes; além de defrontarem os adversários desfalcados, provavelmente, estes, agradecidos, ainda facilitarão o jogo!
 
  O problema de fundo, que urge enfrentar, reside na falta de capacidade financeira de grande parte dos clubes, que não lhes permite constituir com independência dos seus adversários, um plantel competitivo. E isto tem a ver com muitos fatores, desde a estrutura económico-financeira dos clubes, ao modelo de comercialização e distribuição das receitas dos direitos desportivos dos mesmos, até ao modelo de distribuição de receitas das competições organizadas pela UEFA e pela FIFA. A dinâmica em curso na europa, que consiste na criação de condições para a concentração competitiva nos grandes clubes, acabará por afastar os adeptos, cansados de verem as taças transitarem sucessivamente pelas mesmas mãos. Isto não ajuda ao futebol, visto que liquida a ambição e o sonho dos outros clubes e dos correspondentes adeptos, agravado pela recorrente proteção das equipas de arbitragem dos grandes clubes.
 
   Parece-me que, a questão dos empréstimos, implica a imposição efetiva de critérios económico-financeiros  mais exigentes aos clubes bem como a proibição de empréstimos entre clubes do mesmo escalão. É evidente que tal não resolve o problema da corrupção; basta a promessa de compra ou pseudo venda de atletas no final da época, o controle indireto dos fluxos financeiros ou a capacidade de influência dos órgãos desportivos, mas seria bem mais eficaz que as regras agora noticiadas.
 
   Quanto ao resto, são casos de polícia; investiguem-se os indícios credíveis e proceda-se à acusação, julgamento e condenação, se for caso disso. Perdeu-se uma grande oportunidade com o caso do Apito Dourado, mas, finalmente, o caso em curso na FIFA, veio devolver uma nova esperança aos adeptos.