Desporto

sábado, 29 de junho de 2013

ESTA NOITE, A LIBERDADE!

O título é de uma obra apaixonante que relata a epopeia de Gandi na luta sem tréguas que travou pela independência do seu povo, que constituíu o princípio do fim do império inglês. Serve de metáfora à recuperação pelo Benfica da posse dos seus direitos desportivos, pois, além de representar a sua própria "libertação", poderá vir a ser o princípio do fim do império portista.

De facto, o advento da democracia em Portugal, induziu, no desporto em geral e no futebol em particular, um paradoxo, visto que a suposta democratização das instituições desportivas assegurou o domínio das respetivas superestruturas pela maior associação desportiva do país, donde resultou uma gestão pseudo-tolatitária das mesmas em proveito dos associados desta. Tal é a evidência da composição dos quadros competitivos principais e das correspondentes classificações. No fundo é, nada mais nada menos, que a antítese do processo democrático, apesar de os beneficiários do "sistema" afirmarem, precisamente, o contrário.

Este domínio, beneficiando da convergência de interesses vários, nomeadamente económicos e políticos,  estendeu-se a múltiplas áreas, entre as quais a da comunicação social e em particular da TV, onde  o escandaloso monopólio da Olivedesportos permitiu influenciar a competitividade dos clubes concorrentes pela via económica, da qual tem beneficiado, ostensivamente, um dos participantes; o Futebol Clube do Porto!

Exaurido financeiramente na vã tentativa de combater aquele domínio, sucessivamente afastado dos lugares cimeiros da tabela classificativa pelos calheiros desta vida, também o Benfica, apesar da sua grandeza, caíu nas garras de gente sem escrúpulos, vendendo a alma de todos os Benfiquistas por meia-dúzia de tostões, vitais, à época!

Este evento resgata o orgulho, a alma Benfiquista, constituindo a demonstração da força do Benfica, o corolário de uma longa e dura batalha pela liberdade e, simultâneamente, ao abanar um dos principais pilares em que tem assentado o domínio portista.

É, estou convicto, o princípio do fim de uma era no futebol português; uma era em que o espectador, pela simples observação dos jogos se apercebe da falta de lealdade em muitos deles e, por consequência, se vai afastando dos estádios, enquanto, irónicamente, os corruptos celebram as vitórias da vergonha.

Hoje, todos os clubes passaram a ter uma alternativa à comercialização dos seus direitos desportivos donde resultará maior competitividade ao futebol nacional.

Agradeço aos dirigentes do meu clube e em particular, ao seu Presidente!