Desporto

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Benfica-Spartak (2-0) e Rio Ave-Benfica (01)


O jogo realizado na Luz com o Spartak de Moscovo mostrou a superioridade do Benfica, apesar da qualidade técnico-tática e agressividade demonstrada pelo adversário bem patente no jogo de Moscovo.

Depois do abalo resultante da saída de última hora de jogadores nucleares, como eram Javi Garcia e Axel Witsel, agravado pelo castigo “supersónico” ao esteio da equipa que é Luisão a que se somaram as inoportunas lesões de Carlos Martins e Aimar, o grupo de trabalho revelou considerável ganho de competitividade resultante de melhor adequação da sua estrutura  às exigências das competições atuais.

De facto, começa a desvanecer-se o pânico que sempre ocorria entre os adeptos, resultante do afastamento de qualquer atleta da equipa, que se verificou também com o caso da adaptação de Melgarejo a defesa esquerdo, já ultrapassado. Jardel mostrou estar muito bem entrosado na manobra do conjunto, o mesmo sucedendo com Matic que já faz esquecer o saudoso Javi.

Enzo Perez revela dotes surpreendentes; de facto, a sua excelência técnica ficou bem patente desde o início, pela forma como tratava a bola, na receção, finta e passe. A instabilidade que se seguiu à recuperação da grave lesão, com a sua determinação em regressar ao clube de origem e lá permanecer, fez-me duvidar do seu caráter, tendo-o considerando mais um caso perdido. Felizmente, enganei-me; Enzo tem-se revelado um atleta talentoso, empenhado, lutador e concentrado, assumindo a posição de “armador de jogo”, varrendo o campo de área a área, com profundidade, amplitude e assistências “mortíferas”, que se têm revelado decisivas. Um crédito devido às Equipas Médica e Técnica, bem como à Direção Desportiva.

Mas, é na frente de ataque que se verifica maior evolução relativamente à época anterior. Com Sálvio, Ola John e Lima, a equipa, não só adquiriu profundidade de jogo na ala direita, como reforçou a ala esquerda e o poder de fogo no eixo do ataque, ao juntar-se aos magníficos Nolito, Gaitan, Cardozo e Rodrigo. Os resultados estão à vista; uma frente de ataque demolidora, capaz de fazer tremer qualquer equipa.

Noutro plano, mais uma vez ficou demonstrada a incompetência da UEFA para dirigir o futebol europeu; como é possível que tenha permitido a realização do jogo em relvado sintético sabendo que tal beneficiaria uma das equipas? Tal atitude, à semelhança, aliás, do que sucedeu na época anterior no jogo com o Zénit realizado num campo de “betão” onde Rodrigo se lesionou com gravidade para o resto da época com prejuízo grave para si próprio e para o clube que representa, alimenta a convicção cada vez mais generalizada entre os adeptos da sua conivência com a corrupção que alastra no futebol, desacreditando as competições e as instituições, ameaçando dessa forma a viabilidade do mesmo.

De facto, é imperioso criar uma alternativa às atuais estruturas que gerem o futebol, que agem com total impunidade, cientes de que ninguém lhes pedirá contas pelo que quer que seja, por mais grave e grosseiro que seja.

Do jogo com o Rio Ave, só vi as fotos e o resumo. Excelente vitória, num campo tradicionalmente difícil, proporcionada por um golo de laboratório onde cada um dos atores conhecia exatamente o seu papel, do qual destaco a “bomba” fulminante do Lima.

Extraordinária a última defesa do Artur, revelando concentração e reflexos inigualáveis, apesar do lance ofensivo irregular, “dizendo” aos colegas algo que já sabíamos; que podem contar com ele. Fantástico.

Porém, pareceu-me que, durante a primeira parte, faltou concentração na concretização de alguns lances, que poderia ter resolvido o jogo mais cedo. Uma matéria a rever.

Uma palavra de simpatia para o Rio Ave, equipa que não vira a cara à luta, para o João Tomás que continua a perfumar os estádios com o seu futebol e para o seu Treinador que julgava capaz de “alinhar” nos acordos de bastidores que têm proporcionado muitas vitórias vergonhosas ao mostrengo.

Da jornada, destaco, o SCP-Braga, no qual, mais uma vez, Proença mostrou quem manda. Porque não mudar o nome do campeonato para Liga-Proença? Estaria mais de acordo com a realidade.

AB