Desporto

sexta-feira, 23 de março de 2012

O Meu país de Marinheiros

O pequeno barco de madeira "Nagia" surgiu à entrada da barra de Peniche regressado da Mauritânia. Vinha carregado de "peixe grosso" refrigerado no velho porão. Miguel, reparando na erosão do costado, mais uma vez, admirou a coragem determinada de Mestre Zé e seus homens em demandarteimosamente, naquele "velho chinelo", os mares da Mauritânia. Imaginava o inferno a bordo da pequena embarcação durante o mau tempo que se fizera sentir na semana anterior. Miguel conhecia a vida do mar, por isso os admirava.

No cais, perto de si,estava a ti Arminda, mulher do Mestre Zé, com seu filho Jorge pela mão. Ansiosa, recordava as aflições da viagem, das quais tivera conhecimento vía rádio. Tinha já as redes prontas para a viagem seguinte, pagara as contas a todos os fornecedores e mantinha as fazendas tratadas. Olhando com respeito aquela mulher alta, silenciosa, serena e determinada, com seu filho, Miguel percebeu a essência da grandeza do seus "país de marinheiros, de naus, de esquadras e de frotas" de que Nobre, tão emotivamente falara. Ocorreu-lhe então a epopeia do "Aziz" barco também de madeira mas de maior envergadura,onde fizera a sua primeira assistência técnica,capitaneado pelo Mestre Alexandrino, um jovem, mas "velho" guerreiro do mar o qual, não hesitou em regressar ás lides, apesar dos ataques dos guerrilheiros da Frente Polisário, nos quais morrera um camarada e a embarcação ficara semi-destruida! Lembou-se do "Nejma V", um "chinelo" tipo "Najia", que jazia amarrado ao cais recuperando de idêntica destruição por idênticos motivos. Ti Manel, o velho armador que irradiava bonomia, temeu pela vida do jovem filho, mestre da embarcação, e restantes camaradas, mas sonhava já com o dia de regresso á pesca.

Um sentimento de decepção e indignação foi-se apoderando de Miguel, ao constatar a quase total ausência de relevo noticioso destes episódios pelos vários órgãos da comunicação social. Verificava, desgostoso, que os seus heróis não eram os da atualidade. Outros protagonistas suscitavam a atenção dos editores e público, que se mantinha entretido com as intermináveis, estéreis e patéticas "guerras" do futebol e político-partidárias. Percebeu, que a degradação de valores que vislumbrava, haveria de dar mau resultado.

A embarcação "Dário", barco também de madeira, um pouco maior que o já desmantelado "Najia", afundou-se ontem ao largo da ilha da Madeira. O pequeno Jorge, herdara do pai o ofício e a coragem, mantendo a pequena embarcação em atividade, apesar de todas as,perseguições de que se dizia vítima por parte das autoridades marítimas portuguesas. Não percebia porque não o deixavam trabalhar em paz! Miguel gostava dele pelas mesmas razões por que gostara de seu pai e de sua mãe. Uma amizade silenciosa, soliária, não expressa, apesar de presente.

Dário jazia agora no fundo do mar, e com ele o testemunho do seu próprio trabalho e dos seus companheiros. Sorriu com a imagem de um qualquer peixe observando o seu logotipo. Sabia que Jorge voltaria ao mar e não tardaria a entrar-lhe em casa para combinar novas e velhas aventuras. Miguel, afinal, sabia que o "Dário" tinha, desde há muito, o destino traçado, e sabe que, apesar da espuma política malcheirosa que o apoquenta diáriamente, os portugueses de facto, contnuarão Portugal.

Araujo da Silva




Oito pescadores salvos de naufrágio
www.cmjornal.xl.pt
Uma paragem nos motores, devido à entrada de água num tanque de gasóleo, causou ontem o afundamento do pesqueiro ‘Dario’, ao largo da Madeira, e obrigou os oito tripulantes a refugiarem-se numa balsa de salvamento. Três horas após o alerta, foram resgatados com vida por um navio de cruzeiro e depois...

quarta-feira, 21 de março de 2012

“Os inimigos do Benfica”

Já referi em vários fóruns, que, os Benfiquistas, para perceberem a dimensão dos opositores do seu clube têm que ver para além de Pinto da Costa. O atual Presidente da FCP- Futebol Sad, quanto a mim, não passa de um porta-estandarte; uma cortina de fumo permanente, com a missão de manter as hostes unidas, alegadamente, apelando “á intifada azul” anti-Benfica, suscitar as atenções gerais e “desviar” o olhar do verdadeiro poder que sustenta o grupo FCP, o qual se move ao mais alto nível nos bastidores dos mais variados sectores da vida nacional, exercendo, ainda que ocasionalmente e, aceito a contragosto, até involuntariamente, uma influência dissuasora nos vários agentes reguladores de eventuais litigâncias ou interesses que afetam o seu clube.

Enquanto cidadão observador do fenómeno político-social, estou desde há muito convicto de que, os defensores da regionalização, quer da zona do Porto, quer nacionais, vêm no grupo FCP um instrumento de afirmação política regional que, eventualmente, poderá explicar a descriminação positiva de que, quanto a mim e salvo melhor opinião, aquela instituição tem beneficiado desde há largos anos, com prejuízo de todos os outros seus concorrentes.

De facto, vários episódios do conhecimento público referidos na comunicação social (CS), levam-me a supor que existe um entendimento de bastidores entre o Partido Socialista (PS) e os dirigentes do FCP, o qual, eventualmente, poderá estar na base da descriminação positiva que referi, dado o recente e prolongado exercício de poder executivo por este partido. Comentários publicados na CS da época referiram mesmo que, alegadamente, teria sido António Guterres a dissuadir Pinto da Costa de se retirar das lides futebolísticas. Eu e com certeza, muita gente, gostaria de saber se, tal, é ou não verdade. O PS deveria clarificar isto, para sabermos em definitivo quem é quem, já que, a ser verdade, prestou um mau serviço ao futebol e ao pais, revelando falta de respeito pelos concorrentes do clube em questão, eventualmente por motivos de natureza política.

O Partido Social-Democrata, historicamente opositor da regionalização parece ter mudado de posição nesta matéria com a emergência ao poder de nova fação. Efetivamente, aqui e ali, alguns comentadores, atribuem a altos responsáveis políticos, movimentações nesse sentido. Pessoalmente, estou convicto que é um dos propósitos do atual governo. Não tardaremos a percebê-lo. O futuro dirá.

Deixo claro que não sou um opositor da regionalização, pelo contrário, sou um feroz opositor do centralismo asfixiante e prepotente venha de onde vier. E aqui é que está o gato! É minha convicção de que, a maioria dos regionalistas, nada mais pretendem do que, deslocar o centralismo para as suas esferas de influência onde poderão exercer o poder a seu belo prazer.

Os casos da Madeira, Açores e do Futebol são bem o exemplo disso, com os resultados que se conhecem. Hoje mesmo foi noticiado, que a dívida total dos Municípios e Empresas Municipais, já orça os 12 mil ME, contra os 8 mil ME, que se esperavam! Parece que, efetivamente, ninguém sabe a quantas andamos! Paga desgraçado, escravo, contribuinte! É Deprimente e revoltante!

Aqui chegado, é claro para mim que, estando vedado aos clubes a ação política, reconhecendo que o grupo FCP, tanto quanto me apercebo, não a exerce explicitamente, a vantagem deste grupo sobre todos os outros seus congéneres é precisamente de natureza política ainda que de forma implícita ou indirecta, pela convergência de interesses que referi antes. Tal reflecte-se a vários níveis, quer nas instâncias governamentais, parlamentares, desportivas quer até, no desempenho dos Srs. Árbitros, os quais, alegadamente, se sentem mais protegidos quando erram em benefício do FCP e alegados clubes aliados.

Por Tudo isto, é para mim claro que, as estruturas futebolísticas, continuando, alegadamente, “colonizadas” pelo lóbi portista, não terão capacidade para restituir a transparência e justiça desportiva. Por tal razão, os Benfiquistas, se quiserem proteger os efetivos direitos do seu clube, devem transformar o seu peso social em influência política, não para defender privilégios especiais para o Benfica, mas tão-somente, para impor aos governos e candidatos a governo uma agenda que garanta a efectiva igualdade de todos os cidadãos perante a lei bem como o desenvolvimento desportivo de todo o país.

Quando tal acontecer, não hesitarei, em felicitar aqueles que, lealmente, consigam vencer qualquer equipa do meu clube. Faz parte do meu entendimento de Benfiquismo aplaudir todos os que o mereçam. Lamento dizê-lo, mas, salvo casos pontuais, nas últimas décadas, não tem sido o caso do FCP.

Fico por aqui, que a coisa vai longa, mas, obviamente que é para continuar.

PS: Parabéns aos nossos Atletas e equipa Técnica pela excelente vitória de ontem, onde mostrámos que somos, efetivamente melhores dentro das quatro linhas. No entanto, é necessário melhorar o posicionamento e dinâmica de compensações no meio-campo, bem como melhorar a qualidade do passe e rever algumas opções ofensivas onde temos que explorar mais a meia-distância. Como é costume, os nossos adversários revelaram mau perder queixando-se injustificadamente do árbitro e desvalorizando pateticamente esta prova. As declarações de Pinto da Costa na zona mista, foram um exercício patético de tentativa de “intoxicação” dos ouvintes. Contudo, mais uma vez, foi uma lição do Benfica sobre como receber dirigentes adversários em sua casa mesmo quando merecem ser postos no olho da rua. Lição que Pinto da Costa e restantes dirigentes Portistas, fariam bem em aprender de uma vez por todas.

AB

segunda-feira, 19 de março de 2012

Recomendação aos Dirigentes do Benfica

Exmos Srs;

Na qualidade de adepto, sócio do Sport Lisboa e Benfica, acionista e investidor da
Benfica Futebol SAD solicito a V/atenção para as seguintes questões:

1.Quem financiou a construção do Centro de Estágios do Seixal?

2.Quem suporta os encargos de exploração do mesmo centro de estágios?

3.Quem pagou a construção do Centro de Treinos e Formação Desportiva Olival-Crestuma?

4.Quem paga os encargos de exploração deste mesmo centro de treinos?

5.Quem paga os encargos de exploração do Estádio Municipal de Braga?

6.Confirmando-se as discrepâncias que são do conhecimento público nas questões suscitadas anteriormente, e com base no Artigo 80º, alínea f) da Constituição da República Portuguesa, segundo a qual Compete ao Estado “assegurar o funcionamento dos mercados, de modo a garantir a equilibrada concorrência entre as empresas, a contrariar as formas de organização monopolistas e a reprimir os abusos de posição dominante e outras práticas lesivas do interesse geral”, recomendo vivamente;
a.Apresentar queixa fundamentada á Autoridade da Concorrência.

b.Apresentar pedido de investigação á Inspeção Geral do Território para eventuais
irregularidades que estejam a ser cometidas pelas entidades envolvidas.

c.Apresentar uma exposição aos lideres parlamentares, exigindo a reposição da legalidade concorrencial no desporto.

d.Solicitar uma reunião com todos os Srs Deputados Benfiquistas para exposição do assunto e sensibilização dos mesmos para a defesa das leis da concorrência.

e.Apresentar queixa ao Tribunal Constitucional sobre este assunto.

f.Estudar a possibilidade de impugnação de todas as provas em que Benfica e Porto tenham participado desde 2002; ano em que foram concluidas as obras do Centro de Treinos Olival-Crestuma.

g.Analisar a possibilidade de alteração dos estatutos do Sport Lisboa e Benfica em Assembleia Geral Extraordinária a realizar com urgência, contemplando a legitimidade dos seus órgãos para pronunciamento de teor político nas áreas desportivas e adjacentes tendo em conta que vários dos concorrentes desportivos têm uma configuração social eminentemente política.


Os interesses do Sport Lisboa e Benfica e da Benfica Futebol Sad, estão acima de
todos os outros - exceto dos da Pátria -, sejam eles de grupos económicos, de
grupos financeiros, de grupos políticos ou de quaiquer amizades por mais respeitáveis
que sejam. Quem parasita o Benfica não é seu amigo.


Trabalhe-se o tempo que for necessário e recorra-se a apoio externo, se for caso disso. Trata-se de um investimento para o futuro do nosso clube. Sem uma intervenção
dinâmica e intransigente dos órgãos do clube no âmbito doas prerrogativas Democráticas que lhe assistem, o futuro do nosso clube estará comprometido a
médio-prazo, visto estar definitivamente demonstrado que os órgãos desportivos não têm capacidade para restabelecer a igualdade da concorrência nas provas que superintendem, cabendo ao Estado fazer cumprir a Lei fundamental,competindo-nos a nós exigir que o faça. Não há tempo a perder!

Com os melhores cumprimentos,

António Barreto