Desporto

domingo, 1 de novembro de 2015

O sim e as sopas!

      Após quatro anos de dura austeridade, e mesmo nalguns casos, de "terrorismo de Estado " - notificações e penhoras automáticas da Segurança Social e das Finanças por qualquer montante em suposta dívida, mesmo que desconhecida do contribuinte - o espectro da ingovernabilidade e do caos económico e social paira sobre Portugal expondo-o à irrelevância e ostracismo internacional e ao ao "orgulhosamente sós" de Salazar, com a diferença da ausência de dívida pública relevante nessa época e do, até ao momento, total fracasso das independências saídas da descolonização de Abril, à exceção de Cabo Verde.

   Porém esta clarificação vem com um atraso de quarenta anos! Não há democracia num país em que a sua constituição prescreve o caminho para o socialismo! Nem há Socialismo Democrático!, Este nada mais é que uma reinvenção de Mário Soares para sobreviver politicamente ao radicalismo de Álvaro Cunhal e do Partido Comunista que ameaçava subjugar tudo e todos ao imperialismo soviético. 
   O Partido Socialista esteve sempre politicamente "refém"  do Partido Comunista e, mais recentemente, do Bloco de Esquerda, na disputa do eleitorado associado ao funcionalismo público e ao Estado Social, dando "uma no cravo outra na ferradura", que lhe garantiram acesso à governação e lhe permitiram "atar grande parte dos nós" que hoje nos asfixiam a quase todos. Frustrada a expectativa da tão almejada e "fatal" maioria absoluta na sequência duma "truculenta"  governação dos seus opositores, recusando-se a aceitar e interpretar as sucessivas sondagem que precederam o ato eleitoral, o Partido Socialista, percebeu que tinha perdido a "guerra" ao centro e radicalizou-se, associando-se ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda. Com isso traiu não só o seu eleitorado como grande parte dos seus militantes, como vem sendo público, demonstrando que se tornou num Partido não confiável, imprevisível, cuja clarificação interna se impõe, urgentemente, sob pena de arrastar Portugal para o mesmo "destino". É necessário, sim, que os militantes socialistas se pronunciem sobre os alegados compromissos assumidos com os partidos radicais. Mas também é imperioso que os portugueses se pronunciem sobre o atual programa do Partido Socialista.
   É hora de os portugueses decidirem se querem uma política de consensos ou preferem uma política de convicções; de assumirem o seu próprio destino sabendo de antemão das correspondentes consequências. Quarenta anos de "socialismo democrático", com três intervenções externas a evitarem a bancarrota, são suficientes para um povo inteligente e diligente atingir a maturidade política e cívica; para recusar em definitivo a propensão para o velho paternalismo absolutista, próprio da ignorância, do comodismo ou da prepotência, incompatíveis com a Democracia e justa aspiração de Liberdade de cada um.

Emissões para que vos quero

   O recente escândalo relacionado com o falseamento da declaração de emissões de CO2 da Volkswagen e ao que parece, também da Audi, Seat, Samsung e outros, representa o destapar do véu das verdadeiras causas por detrás da promoção da "origem antropogénica" do Aquecimento Global (AG). As emissões de CO2 têm um efeito marginal no AG, que se traduziriam num diferimento de cerca de seis anos no acréscimo de 2ºC para o final do século, preconizado pelos "cientistas" do IPCC - Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas - se todas as medidas do Protocolo de Kioto fossem implementadas, consumindo verbas astronómicas - ver em Coll It de Bjorn Lomborg . Não surpreende que o logro seja proveniente dos países desenvolvidos "por acaso" os que mais defendem o controlo de emissões e o comércio de CO2.

   Confrontados com o potencial tecnológico e económico das potências emergentes, como o da Índia e o da China, destituídos do instrumento colonial e do monopólio do conhecimento que sustentou durante séculos as suas economias,  os países Ocidentais dominantes, inventaram o dogma do CO2 para condicionarem e até impedirem o desenvolvimento dos países pobres com a finalidade de perpetuarem a sua dependência tecnológica, precisamente onde reside o maior valor acrescentado das economias.

   Chegámos ao absurdo de ver destacados dirigentes ocidentais invocarem o argumento do CO2 para justificar o desencorajamento do desenvolvimento agrícola de países pobres! Deixa-te estar; vende-nos a tua quota de CO2 que nós vender-te-emos o de que necessitas! É este o novo modelo de colonialismo que se propaga como fogo em palha seca graças ao poder que as ONG do setor adquiriram junto  de organismos internacionais considerados, por enquanto, de referencia; como a ONU, a OMS, ou a EPA. 

   Por cá o pretexto da redução de emissões tem servido para extorquir os proprietários, impondo-lhes as famigeradas certificações energéticas, os profissionais dos vários ramos conexos e correspondentes empresas promovendo a exclusão profissional, a sustentação do parasitismo associado à "formação profissional" e a criação de reserva de mercado para as empresas dominantes; sejam as protegidas do regime sejam as "europeias" cujos governos, via UE, impõem as regras da nossa desgraça. Brevemente, se nada for feito, o ramo alimentar nacional sofrerá um abanão histórico cujas consequências se revelarão dramáticas para o emprego.  
   Esta manipulação, como aliás já ocorreu ao nível da recolha e tratamento dos dados de temperatura média do planeta, bem como na ocultação do decrescimento da mesma nos últimos vinte anos, - John McIntire, Clima Audit - desacredita quem a promove e as respectivas intenções.  

Um caso que justifica a acção do TPI!

Além do horizonte

   Fiquei surpreendido quando, no final daquela fatídica época, em que a equipa de futebol sénior do Benfica, tudo perdeu, quando tudo poderia ter ganho e Filipe Vieira decidiu manter o desacreditado treinador, que parecia ter perdido a confiança dos seus jogadores e dos adeptos. Adivinhava-se, como consequência imediata da profunda deceção, a deserção ou simples afastamento de grande massa adepta benfiquista. Tudo parecia recomendar a tomada de medidas drásticas rompendo com o fracassado projeto Vieira-Jorge Jesus. Na verdade, a recente recontagem de sócios revelou uma redução significativa, mesmo descontando as causas naturais. Por outro lado, Jorge Jesus afirmou em entrevista recente, que, nessa ocasião, já tinha para onde ir. Parecia pois que iríamos assistir a uma debandada persistente de benfiquistas da "indústria" do futebol nacional e, pareceu-me, que isso mesmo terão  comcluído os altos responsáveis da bola lusitana. O passo lógico seguinte foi considerar que tal conduziria ao colapso da "indústria", dada a sua evidente precariedade económica, impondo-se a tomada de medidas urgentes de recuperação do "mercado" encarnado. Essas medidas consistiriam na garantia de moderação dos condicionamentos desportivos associados ao desempenho das equipas de arbitragem, historicamente hostis às equipas do Benfica. E foi ao que assistimos nas duas épocas seguintes; os encarnados da Luz, foram menos prejudicados do que nas anteriores, sucedendo-se as vitórias, para gáudio dos seus diletos, que, assim, relativizaram mágoas passadas.

   É óbvio que a viabilidade económica do futebol nacional depende da capacidade dos seus agentes conquistarem a adesão de todos os que são sensíveis ao espetáculo desportivo, fundamentalmente os adeptos e simpatizantes dos três grandes clubes nacionais. Chegou a vez de reconquistar os adeptos do Sporting; jornada após jornada, os indícios vão-se sucedendo, consolidando a temerária suspeita. Nesta jornada, mais uma vez, o Sporting ganha com uma grande penalidade mal assinalada, como parece ter acontecido no jogo com o Tondela. Mesmo no recente jogo da Luz foi-lhe perdoada uma falta para castigo máximo, cometida sobre Luisão, ainda com o nulo no resultado. Bruno de Carvalho não precisa de fazer tanto alarido; basta-lhe assumir uma pose de "Estado", afirmando-se como o grande visionário verde, poupando sérios embaraços aos sportinguistas decentes. A vitória parece certa! E pode ter sido esta a verdadeira razão da saída de Jesus; saiu do Benfica por cima sabendo que vai ganhar no Sporting. 

   O mais grave de tudo isto é que, a ser verdade, Filipe Vieira teria conhecimento da moscambilha; daí a aposta na formação. Perde-se agora e preparam-se as vitórias para quando chegar a nossa vez!

   Tudo isto pode parecer uma grande patetice mas a verdade vai-se insinuando, episódio após episódio, na mente de muitos adeptos, que a vão pressentindo. Juntando os conhecidos casos de corrupção, as confissões do uso de estupefacientes por parte de alguns ex-praticantes, a insolvabilidade da maioria dos clubes nacionais, a concorrência de outros campeonatos, o fim do "mito" Mourinho, os casos em curso na FIFA, os muitos escândalos no futebol internacional e as obscuras oportunidades financeiras associadas, pode bem ocorrer num futuro não muito longínquo, o total descrédito do futebol português e o consequente afastamento da generalidade dos espectadores, cansados de tanta mentira e manipulação.

A verdade, chegará, seja ela qual for.

(Tela de Amadeo Modiglianni)