Desporto

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Benfica quer ganhar

    
Depois da passagem vitoriosa por Moreira de Cónegos, a equipa do Benfica vence a equipa do Braga com uma exibição convincente, mostrando-se determinada a lutar pelo título. Perante um Braga táticamente bem orientado e dotado de bons jogadores, os jogadores encarnados apareceram confiantes e determinados, no novo modelo tático, concretizando por três vezes em lances bem definidos de grande primor técnico. Pressionando em todo o campo retirou iniciativa ao adversário. Criatividade e intensidade foram os outros ingredientes para levar de vencida os arsenalistas. Apenas nos cerca de vinte minutos finais a inesperada pressão do Braga fez vacilar os encarnados, rendendo um golo aos minhotos, que ameaçaram mais estragos. Um lance de antologia já nos descontos, alardeando a garra e talento dos benfiquistas, pôs fim ao "susto", estabelecendo o resultado final.
 
   Notam-se ainda erros primários, como alívios defensivos para a zona frontal, passes ao adversário, retenção inoportuna da bola, centros mal medidos e, ainda, alguma desarticulação no setor defensivo - como foi o caso do golo sofrido (algo parecido ao do Sporting). Julgo que terá faltado, também, melhor gestão do esforço, uma vez que, na ponta final, alguns defesas parecia terem "falta de pernas". Há margem de progressão, assim o Treinador e Dirigentes consigam manter o balneário blindado ao "estardalhaço" que anda por fora.
 
   Varela saíu em falso, não sei porquê, Ruben Dias continua a aliviar para zonas perigosas e Grimaldo falhou a marcação no lance do tento arsenalista. De resto, todos bem, com Cervi, Krovinovik, Sálvio e Jonas endiabrados e Raul a justificar mais minutos.
 
   Soares Dias, não esteve bem. Parece condicionado. Ele, e os colegas em situação idêntica, deviam recusar apitar, explicando os seus motivos. Assim é que não é nada.
 
   A interrupção Estoril-Porto ao intervalo pode justificar-se pelas razões aduzidas - de segurança -, mas o que é certo é que, tendo em conta as personagens envolvidas e o resultado desfavorável aos azuis, fica sempre a dúvida. O que é certo é que, quando a Justiça falha, o crime se perpetua.
 
(Cândido Portinari - Lampião e Maria Bonita, 1947)