AS VERSÕES SÃO VÁRIAS. MAS AS PONTAS SOLTAS QUE PODIAM CONDUZIR À VERDADE FORAM TODAS 'APARADAS'.
TALVEZ UM DOS AUTORES NA RETAGUARDA E INDICADO COMO SUSPEITO (VÍTOR CRESPO) ASSUMIRIA IMPORTANTES CARGOS.
O IMPÉRIO E OS SEUS DESTROÇOS CONTINUAM COM AS MÃOS MANCHADAS DE SANGUE. 'WIRYAMUS', ANGOCHE, CAMARATE...
MESMO A ESTA DISTÂNCIA, APÓS O 25-ABRIL, NEM FRELIMO, NEM PCP, NEM MILITARES PORTUGUESES, NINGUÉM SE CHEGA À FRENTE. OS HERÓIS DA NOVA REPÚBLICA NÃO PODEM SER ASSASSINOS, NÃO SE PODE DIZER QUE O NOVO MONARCA VAI NU.
O CENÁRIO:
PORTUGAL, ESTE PAÍS DE MITOS E MISTÉRIOS.
A História de
Portugal regista no seu seio um número considerável de mistérios ou de questões
que até hoje não foram completamente esclarecidos. Revejo uma breve lista para
que me chamaram a atenção – A questão sobre o “milagre” de Ourique; – O que se
passou nas primeiras cortes de Lamego; – As navegações para Ocidente a partir
dos Açores; – O que aconteceu ao espólio do Infante D. Henrique; – O significado
do Políptico de S. Vicente de Fora; – O que se passou em termos de navegações
entre a viagem de Bartolomeu Dias e a preparação da Armada de Vasco da Gama; – O
afastamento de Pedro Álvares Cabral de qualquer vida pública após a viagem em
que descobriu oficialmente o Brasil; – A reforma das Ordens Militares ao tempo
de D. João III; – O desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir; – O
Processo dos Távoras; – A expulsão dos Jesuítas; – O porquê da construção do
convento de Mafra; – A morte de D. João VI; – O assassinato do Rei D. Carlos I;
– O desaparecimento das jóias da coroa portuguesa; – E, mais recentemente, a
morte do General Humberto Delgado e o caso Angoche. E o sempiterno, agora, Caso
Camarate. Mas, vamos ao Angoche:
Em 26 de
Abril de 1971, a "Hermenegildo Capelo" durante a sua comissão em Moçambique
procedeu ao reboque do Navio-Mercante da Companhia Nacional de Navegação
“Angoche” até a entrega deste à guarda do Comando Naval de Moçambique,
encontrando-o à deriva a 50 milhas a Leste da costa de Moçambique entre
Quelimane e Beira, estando parcialmente destruído por um incêndio na popa e sem
vestígios dos 23 membros da tripulação, um passageiro ou da carga de cerca de
100 bombas de 50 kgs e cargas inertes para bombas de Naplam que transportava
para a FAP.
CRONOLOGIA
10-Abril-1971*escala o porto de António Enes.
10-Abril-1971*escala o porto de António Enes.
22-Abril-1971*Um
pedido da Base Militar de Nacala obriga o navio a fazer escala em Nacala. Nessa
altura a sua carga era composta de:Farinha, açúcar, gasóleo, material de guerra
[100 bombas de 50 kgs e cargas inertes para bombas de Napalm que transportava
para a FAP, entre outro], caixas de material aeronáutico, e de engenharia.
23-Abril-1971*parte de Nacala rumo a Porto Amélia.
26-Abril-1971*às
7.30 horas é encontrado a arder ao largo de Mongicul, pelo petroleiro panamiano
Esso Port Dickson. Durante todo esse dia a tripulação do petroleiro combateu o
incêndio, que se calculou ter origem numa explosão, cerca de 12 horas antes. O
comandante do petroleiro manteve absoluto sigilo acerca do achado (tendo
rejeitado ajuda de outros navios) e o Angoche foi abordado pela tripulação, não
tendo encontrado vestígios da tripulação. Com base em relógios de pulso achados
no navio, calculou-se a hora da explosão entre as 10.45 e as 11.20 horas. Nesse
mesmo dia foi dada ao Com. Naval de Moçambique, a notícia de que o navio não
tinha chegado a P. Amélia.
27-Abril-1971*ás
17.00 chega a informação de que tinha sido encontrado pelo Esso Port Dickson,
não tendo sido facultada a sua posição. Nos seis(6) dias efectuaram buscas a
Com. H. Capêlo – uma fragata da classe João Belo, a corveta J.Coutinho e aviões
militares e civis.
3-Maio-1971* a
Hermenegildo Capelo avista o petroleiro que tentava passar o cabo de reboque ao
salvadego alemão Baltic.
6-Maio-1971* chegam
ao porto de Lourenço Marques(Maputo) escoltados pela fragata, iniciando-se as
investigações por parte da PIDE/DGS, que duraram meses sem se chegar a qualquer
conclusão. Marcelo Caetano em comunicado tentou explicar que alguns tripulantes
tinham morrido na explosão, e os restantes ao se atirarem ao mar, haviam sido
comidos por tubarões. Nunca foram encontrados quaisquer corpos. (Artigo de A.A.
Morais, publicado na Revista de Marinha em Janeiro de 1996).
O EMBARQUE:
O navio não era de
passageiros mas levava um passageiro a bordo, a quem se deu uma boleia, o que
era estranho. Houve uma outra coisa curiosa: a mudança, à última hora, do
radiotelegrafista. O radiotelegrafista que era para ir resolveu não ir. Pode ter
sido uma mera coincidência, mas é curioso que assim tenha sido. O comandante e
parte da tripulação eram da Ericeira.
APÓS O INCIDENTE:
Avistado a arder por
um petroleiro. A tripulação deste apaga o fogo.
HÁ MANCHAS DE SANGUE
NO NAVIO. HOUVE INCÊNDIO MAS NÃO EXPLOSÃO.
NÃO HÁ NINGUÉM A
BORDO. HÁ UM CÃO.
O navio é levado
depois pelo rebocador Baltic e entregue às autoridades portuguesas, e fundeia na
baía Espírito santo, defronte a Lourenço Marques.A primeira pessoa que fez a
investigação a bordo do Angoche foi o inspector Casimiro Monteiro (PIDE).
Verificou que as armas não estavam lá.
ONDE PÁRA A
TRIPULAÇÃO?
1 – Levados pela
tripulação da embarcação autora da abordagem/ataque.Fala-se em Nachingweia, o
campo da Frelimo na Tanzânia, e da sua morte aí. Referem-se recortes de um
jornal chinês em que aparecem fotografados, em detenção.
2 – Devorados pelos
tubarões/afogados ao saltarem desordenadamente para as águas ou baleeiras devido
a um incêndio, ou isso e serem depois eventualmente atingidos a tiro pela mesma
embarcação/submarino (soviético?) que abordou o Angoche, no caso de um ataque
por mar. Este cenário cabe ainda noutra versão que refere ter sido o Angoche
bombardeado também a napalm por Fiats G91 da própria força aérea portuguesa
tripulados por contestatários, cenário que a PIDE se esforçou por camuflar por
ser o mais tremendo de todos.
3 – Uma última
notícia relacionada com o navio “Angoche” é de Fernando Taborda, o último
administrador português de Quionga: “Saiba o povo português que, em Março de
1974, foi descoberta, na foz do Rovuma, uma baleeira do navio “Angoche”, com
insígnias começadas por NA confirmada pelo cabo de mar de Palma e que, sobre
ela, nunca me foi dada resposta à circular que mandei para a Capitania de Porto
Amélia.” In Quionga, meu amor
PORQUÊ?
Versão A) Contrariar
a génese de um movimento de guerrilha contra a Tanzânia encabeçado pelo
tanzaniano-moçambicano Óscar Kambona. Algum do armamento do Angoche seria para
esse grupo – a PIDE já trabalhava esse grupo o que é confirmado até por Óscar
Cardoso (PIDE/Flechas) em entrevista: ‘havia informadores na Tanzânia em ligação
a Oscar Kambona, o chefe da oposição a Julius Nyerere. Mas o controlo era feito
através de Lisboa, pela secção central na António Maria Cardoso, chefiada por
Álvaro Pereira de Carvalho’.
B) Révanche a uma
acção de forças sul-africanas ocorrida contra um barco tanzaniano em
Dar-es-Salaam mas em que Portugal ficara como suspeito – afirma o operacional
Orlando Cristina (Renamo/Jorge Jardim/exército português).
C) As hipoteses mais
simples (ou menos conspirativas) apontariam para um acto de loucura de algum
tripulante, que tivesse morto os seus companheiros e depois se atirasse ao mar,
ou coisas desse género(clandestinos a bordo…)
D) Incêndio a bordo.
A tripulação abandona o navio precipitadamente. O incêndio consome o navio. O(s)
salva vidas com a tripulação afunda-se. E) A mais plausível: Afirmação de força
da ARA – Acção Revolucionária Armada (dissidentes extremistas do PCP e a que
estava ligado Vítor Crespo), que demonstra poder sabotar os meios da guerra
colonial. Ligam os vestígios explosivos/incendiários ao mesmo material utilizado
na sabotagem dos hélis em Tancos e na de um navio na doca de Alcântara. “Quem
fez explodir os helicópteros de Tancos, fez explodir o Angoche. É que as duas
explosões foram provocadas pelo mesmo tipo de explosivo, do mesmo lote. Nós
tínhamos um laboratório de polícia no 3º andar da António Maria Cardoso e que
era dirigido pelo dr. Carlos Veloso, que ainda é vivo. Foram aí feitas análises
para apurar responsabilidades, tendo-se concluído precisamente que as duas
acções foram realizadas com o mesmo lote de explosivo. É evidente que o processo
do Angoche desapareceu sem deixar rasto. O processo demonstrava que o crime foi
perpetrado pela ARA, com a conivência de oficiais superiores da Marinha, entre
eles o Vítor Crespo, que nos meios castrenses e não só era também conhecido por
Vítor Copos. É que o PCP teve sempre, e ainda tem, os seus informadores na
Forças Armadas. Ora, foi precisamente através desses informadores que o PCP
soube que o Angoche transportava material de guerra para o norte de Moçambique”.
(…) – Óscar Cardoso / PIDE.
PONTAS SOLTAS
APARADAS
A) Quatro anos
depois, com o golpe militar de 25 de Abril em Lisboa, desapareceu o relatório
secreto da PIDE sobre o assunto.- Tínhamos um relatório secreto sobre o Angoche
que desapareceu da sede da DGS, na Rua António Maria Cardoso, depois do 25 de
Abril, retirado por gente do PCP. Foi um dos processos que desapareceram. O caso
estava a ser investigado…. – Óscar Cardoso/PIDEo prédio 'mira-mortos' onde a
jovem foi 'suicidada'
B) Houve também o
estranho caso de uma rapariga que foi “suicidada” na cidade da Beira, atirada do
prédio ‘mira-mortos’ defronte ao cemitério, e que estava ligada aos meios
esquerdistas da Marinha portuguesa. Esta versão dos factos constou dos nossos
(PIDE) relatórios na altura. Gouvêa Lemos, jornalista na Beira, queria
investigar o ‘suicídio’e exumação do corpo. Morre entretanto de doença cardíaca
no Brasil em 1972. A moça portuguesa artista e não só num cabaret da cidade,
teria sido confidente desse oficial da marinha portuguesa (VC) embriagado, e
estaria agora a usar informação do envolvimento desse no caso Angoche para
extorquir dinheiro. Terá sido estrangulada com um fio e largada da janela de um
dos andares altos do miramortos, prédio da Beira onde vivia e recebia
‘clientes’.
C) (…) Passaram-se
uns tempos e um ajudante de despachante que tinha assistido à largada derradeira
do Angoche, foi morto misteriosamente em sua casa. O assassino, cortou a rede da
janela e matou-o com uma faca. Foi tudo tão silencioso, que a mulher que dormia
ao lado, nem deu por isso. Houve quem relacionasse as duas coisas. Que ele teria
hipoteticamente visto qualquer coisa e o tinham morto para o silenciar. Talvez
fosse verdade, ou não. Na altura, com o terrorismo a dois passos, corriam muitas
notícias a meia voz, algumas verídicas, outras não. – declaração de uma
testemunha do último embarque e carga em Nacala.
D) 18 de Junho de
1975 – Despacho da Presidência do Conselho de Ministros que cria uma comissão de
investigação ao caso do navio “Angoche” constituída pelo primeiro-tenente Luís
Paiva de Andrade (em nome da Armada), comandante Manuel Forbes Beça
(representante da Marinha Mercante), Francisco Grainha do Vale (representante do
Ministério dos Negócios Estrangeiros) e Jorge Gomes Rodrigues (representante de
familiares dos tripulantes)… Mais um inquérito para o arquivo morto e legitimar
o esquecimento.Ainda hoje permanece o mistério sobre o que teria contecido aos
tripulantes e a um provável passageiro, que viajavam a bordo do navio
“Angoche”.
O QUE DIZ A
PIDE-DGS: O caso do navio «Angoche» segundo a PIDE/DGS (1)
Foi há 35 anos que o
cargueiro Angoche andou à deriva na costa moçambicana depois de ter sido alvo de
um ataque, e toda a sua tripulação desaparecido sem deixar rasto. As suspeitas
das autoridades porrtuguesa recaíram sobre a Acção Revolucionária Armada (ARA),
braço armado do Partido Comunista Português. Prevaleceu deste então a ideia de
que a Frelimo se envolvera no caso e que os tripulantes teriam sido levados para
a base militar de Nachingwea, na Tanzânia.
Quatro anos depois
do sucedido, ocorreu em Portugal o golpe de Estado que pôs termo ao regime
monopartidário do então primeiro-ministro, professor Dr. Marcelo Caetano. A
instauração de um regime democrático em Portugal permitiu a consulta dos
arquivos da antiga polícia política do regime, a DGS (equivalente à moçambicana
SNASP do regime monopartidário). Os documentos da DGS, embora contenham
pormenores esclarecedores do caso Angoche, estão longe de fornecer provas
concludentes do que terá na realidade sucedido no distante ano de 1971. De
salientar que de acordo com relatos dispersos da imprensa portuguesa, parte dos
arquivos foi fraudulentamente retirada da sede da DGS, em Lisboa, por elementos
afectos ao Partido Comunista Português, e posteriormente entregues à União
Soviética.
A seguir se
reconstituem os acontecimentos em torno do caso Angoche com base em documentos
da DGS ainda guardados na Torre do Tombo, em Lisboa.
Com 23 tripulantes a
bordo, incluindo 13 moçambicanos, o navio costeiro Angoche, pertença da
Companhia Nacional de Navegação, largou do porto de Nacala no dia 23 de Abril de
1971 pelas 17h30 com destino a Pemba. Para além de carga diversa, o Angoche
levava nos porões material de guerra a ser utilizado pelas Forças Armadas
Portuguesas na guerra contra a Frelimo. Estava prevista a chegada do navio ao
porto de Pemba pelas 05h00 do dia seguinte, mas tal não se concretizaria. No dia
24, o petroleiro «Esso Port Dickinson», com pavilhão americano, encontrou o
navio à deriva e com fogo a bordo, entre Quelimane e a Beira, a 30 milhas da
costa.
Numa mensagem-rádio,
com a classificação de “urgentíssimo”, expedida a 6 de Maio de 1971, o Gabinete
do Director da DGS em Lourenço Marques, informava a sede em Lisboa que depois do
“primeiro exame ao navio verificaram-se vestígios de duas explosões provocadas
por cargas colocadas, uma junto à chaminé do lado estibordo, por cima da ponte
de comando, carga esta que ao explodir destruiu a ponte de comando e todo
sistema de comunicação. A segunda carga foi colocada dentro do ventilador das
máquinas. A primeira carga estava reforçada com granadas de fosfato.” A mensagem
prosseguia:
“As instalações da
tripulação branca, situada ré, completamente pulverizadas. Se tripulação se
encontrava suas instalações momento explosão, não há qualquer possibilidade de
se encontrar viva.”
Referindo-se aos
tripulantes moçambicanos que seguiam a bordo do Angoche, a mensagem-rádio da
DGS, que temos vindo a citar, dizia:
“Na proa onde situam
instalações tripulação cor verifica-se que referida tripulação as abandonou
precipitadamente visto encontrar-se espalhado longo mesmas vestes, tabaco,
sapatos, etc e três coletes salvação, faltando restantes em número que se julga
entre 10 e 16.”
Tanzânia Apontada
como Local de Acolhimento da Tripulação do
Angoche
Numa outra
mensagem-rádio com a classificação de “urgente”, expedida da DGS em Lourenço
Marques para a sede na Rua Augusto Cardoso em Lisboa, a 11 de Maio de 1971,
dava-se conta das medidas tomadas para se apurar a autoria do ataque ao navio
Angoche, nomeadamente o pedido de colaboração dos serviços secretos da África do
Sul (Bureau of State Security, BOSS) e da Rodésia (Central Intelligence
Organization, CIO). A mesma mensagem citava o comandante do navio alemão,
«Castor», que atracara no porto de Lourenço Marques no dia anterior (10 de
Maio), como tendo “recebido notícia de rádio alemã, em género de aviso para toda
a sua navegação, confirmando encontrarem-se em Dar-es-Salaam, 11 tripulantes
vivos e dois mortos.”
Três dias mais tarde
(14 de Maio), a DGS em Lourenço Marques informava a sede ter accionado “todos
nossos meios Dar-es-Salaam e até agora não há confirmação presença tripulação
naquela cidade.” Para além de revelar a presença de agentes seus em
Dar-es-Salaam, a mesma mensagem da DGS indicava a existência de um outro elo de
ligação seu em território tanzaniano: “Elemento nosso destacado Mtwara contactou
funcionário capitania e outros naquela cidade. Todos os contactados ignoram
totalmente qualquer facto.”
Outras fontes,
citadas pela DGS em mensagens anteriores expedidas de Lourenço Marques, faziam
referência ao paradeiro da tripulação. Assim, a 4 de Maio, 11 dias após o
assalto ao navio Angoche, a DGS dizia que “várias fontes referem Rádio
Brazzaville ter noticiado chegada tripulação Angoche Dar-es-Salaam.”
A 6 de Maio, os
serviços de língua inglesa da Rádio Moscovo eram citados como tendo dito que
“tripulação se encontra Zâmbia como reféns consequência sentença tribunal
imposta capitão cubano.” O capitão cubano aqui referenciado era Pedro Rodriguez
Peralta, membro das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, capturado pelo
exército português na Guiné em Novembro de 1969 quando combatia ao lado dos
guerrilheiros do PAIGC.
A Rádio Pequim em
língua inglesa era citada na mesma mensagem como tendo anunciado que a
tripulação do Angoche havia sido “raptada”.
Face às persistentes
referências de um possível envolvimento da Tanzânia, e da própria Frelimo na
acção de sabotagem contra o navio Angoche, o governo tanzaniano viria a ser
citado pelo jornal londrino, «Daily Telegraph», como tendo dito “não ter a
tripulação em sua posse.”
O caso do avio
Angoche segundo a PIDE/DGS (II e último)
Na presente edição
publicamos a segunda e última parte do trabalho sobre a sabotagem do navio
Angoche, ocorrida ao largo da costa moçambicana em Abril de 1971. Permanece
envolto em mistério o destino dado à tripulação do navio, que incluía 13
moçambicanos. A suspeita do envolvimento da Tanzânia e da própria Frelimo no
caso nunca chegou a ser cabalmente esclarecida.
Casimiro Monteiro
apresenta
Relatório sobre
Angoche
O funcionário da
PIDE/DGS, que em 1969 armadilhou a encomenda que viria a causar a morte a
Eduardo Mondlane, também se envolveu nas investigações do caso Angoche. Trata-se
de Casimiro Monteiro, o mesmo, nos finais da década de 50, havia executado o
líder da oposição portuguesa, Humberto Delgado, em território espanhol. Com a
data de 21 de Maio de 1971 e a classificação de “secreto”, Casimiro Monteiro
apresentava um relatório, dando ênfase aos explosivos utilizados na sabotagem do
navio, área, aliás, em que se especializara. Lê-se no relatório de Monteiro:
“Sabotagem, explosivo tipo militar, material militar não atingido; deflagração
entre 22h30 e 22h45 segundo varios relógios encontrados a bordo.” Monteiro
conclui, afirmando que “a carga [explosiva] teria sido colocada antes da saída
do navio de Nacala, accionada por relógio; sem cumplicidade a bordo; houve
feridos pois manchas de sangue contra paredes; fuga precipitada tripulação
indígena.” Tal como o relatório de Casimiro Monteiro deixa transparecer, as
suspeitas da DGS passaram a centrar-se em elementos das Forças Armadas
Portuguesas destacados em Nacala, importante base naval e aérea do regime
colonial. Uma mensagem-rádio expedida pela DGS a 25 de Maio com a classificação
de “secreto”, estabelecia uma ligação entra a sabotagem da Base Aérea de Tancos,
ocorrida em Portugal a 8 de Março de 1971, e o caso Angoche:
“Informo que Ângelo
Manuel Rodrigues Sousa presumível autor sabotagem Tancos, mantinha estreitas
relações amizade com António Vilar Pereira da Silva, seu companheiro inseparável
presentemente furriel miliciano colocado Nacala. Tal facto aliado circunstância
explosivos colocados Angoche serem mesma natureza utilizados Tancos e técnica
empregada ser mesma ou semelhante. Sugere-se que Pereira da Silva deve ser alvo
investigações minuciosas.”
De facto, o referido
furriel miliciano passou a ser vigiado pela DGS a qual, em mensagem expedida a
31 de Maio dava conta de que no “prosseguimento averiguações apurou-se existir
Nampula furriel piloto aviador em serviço no AM [Aeródromo Militar] 52, Luís
António Vilar Pereira da Silva. Chegou província [Moçambique], vindo Tancos, em
2 de Abril findo. Oficialmente, depois 14 Abril, não foi Nacala. Está sob
vigilância, observando-se modo vida, companhias e sua possível deslocação
particular Nacala.” As suspeitas que a DGS tinha em relação a António Vilar
Pereira da Silva são, no entanto, postas em causa numa outra mensagem expedida a
2 de Junho, a qual dizia: “Não pode ser o furriel miliciano Luís António Vilar
uma vez que estava em Mueda” quando se deu a sabotagem do Angoche.
Todavia, as
suspeitas do envolvimento de pessoal militar em Nacala não abrandaram. Uma
mensagem da DGS com a data de 3 de Junho, dizia que no “prosseguimento
averiguações a que se vem procedendo caso Angoche chegou nosso conhecimento que
Batalhão Pára-quedista 32, Nacala, estão proceder averiguações, ignorando-se
motivos. Conseguiu saber-se que as averiguações recaem com maior incidência
sobre indivíduos que tem curso explosivos tirado em França. Deduz-se que assunto
seja caso Angoche.”
O gabinete do
primeiro-ministro, Marcelo Caetano, informava o director da DGS a 29 de Julho de
1971 que “a sabotagem do Angoche foi realizada por um capitão, desertor de
Moçambique.”
Os documentos da
PIDE/DGS disponíveis na Torre do Tombo pouco mais adiantam sobre o caso. Porém,
houve fortes indícios de que a acção fora da responsabilidade da Acção
Revolucionária Armada (ARA) desconhecendo-se ao certo o que terá sucedido após
as explosões verificadas a bordo do Angoche. Já depois da mudança de regime em
Portugal, um jornal português reproduziu, de um periódico chinês, a fotografia
de um dos tripulantes do Angoche, alegadamente tirada em Nachingwea.
Na cidade da Beira
correram rumores de que um oficial da marinha de guerra portuguesa estaria
envolvido ou pelo menos teria tido conhecimento dos preparativos do atentado
contra o navio costeiro. A morte, em circunstâncias obscuras, de uma cidadã
portuguesa, que trabalhava num clube nocturno da urbe, viria a adensar o
mistério. Referenciada como amante do oficial em questão, a cidadã portuguesa
teria cometido o suicídio, lançando-se do último andar do prédio popularmente
conhecido por “mira-mortos” (foto ao lado) por se situar nas traseiras do
cemitério. A autópsia, porém, revelou que a vítima havia sido
estrangulada.
COMENTÁRIOS
NO FACEBOOK DO
XICONHOCA:
Katembe Pesca de Mar
comenta:
Boa noite. Vivia em
Nacala, quando aconteceu o caso Angoche e trabalhava no despachante oficial João
Gomes Pelotas. É rigorosamente verdade que o único passageiro do navio era um
funcionário dos CFM, de nome José Pedro, homem de meia idade, que conseguiu uma
boleia até Porto Amélia, para onde tinha sido transferido, para ele e para o seu
automóvel, que seguiu no convés. O navio transportava para além de víveres algum
material de guerra. Dias depois do desparecimento do Angoche desembarcaram no
aeroporto de Nacala 3 agentes da Pide/DGS vindos da "Metrópole", o que se notava
pela sua cor de pele muito branca que constrastava com a dos residentes, que se
apresentaram como pessoas interessadas na compra de terrenos para fins
industriais. Depois de alguns dias em que conversaram com todo o tipo de
pessoas, passando horas nas poucas esplanadas existentes e em almoços e jantares
com pessoas influentes da pequena cidade, desapareceram conforme chegaram. Mas
não foram sós, com eles levaram 3 pessoas de Nacala, uma delas o sr. Gil, da
Casa Gil, representante da marca de motorizadas Yamaha. Três meses depois o sr.
Gil voltou a aparecer em Nacala, magríssimo, branco e com ar doente, evitando
conversas fosse com quem fosse, mesmo com os seus melhores amigos. Constou que
ele os os outros teriam sido presos e torturados pela Pide/DGS na sequência do
caso Angoche. Outra pessoa que parece ter sido também levada foi o Zeca
Magalhães, um dos filhos do dono da Casa Magalhães, que no entanto voltou a
Nacala muito mais cedo que o sr. Gil. Não me recordo quem foi o terceiro
detido.
MUITO
INTERESSANTE A SEQUÊNCIA DE COMENTÁRIOS NO BLOG ‘BRONCAS DO
CAMILO’.
SERÁ QUE ALGUMA VEZ
ALGUÉM SE VAI CHEGAR À FRENTE COM A VERDADE, ANÓNIMO OU NÃO, COMO PARECE
ACONTECER COM CAMARATE?
TRANSCREVEMOS:
UM SEGREDO BEM
GUARDADO (26 / Abril / 1971) – O que se passou no “ANGOCHE”? O que fizeram aos
seus 22 tripulantes? O que fizeram à mercadoria que transportava? Quem era o
passageiro misterioso? O relatório oficial, detalhado e secreto, conservado na
PIDE/DGS em Lisboa, desapareceu após o golpe militar Lisboeta de 25/Abril/1974.
QUEM SÃO OS ASSASSINOS/TRAIDORES??? – Publicada por Camilo em 3:25 AM 16
comentários:
Anónimo disse… Nessa
data, também desapareceram dos arquivos da PIDE/DGS os processos de muitos
comunistas. Como, por exemplo o do Dr. Álvaro Cunhal. Porque teriam
“desaparecido”?
Domingo, Maio 06,
2007 11:32:00 PM Camilo disse…Amigo “anónimo”: Provavelmente para não sabermos o
nome dos criminosos. Alguns residem em Portugal. (Nunca de cá saíram). Quer
dizer: estiveram “em serviço”, fora, “mas cá dentro”… Os arquivos da PIDE iriam
desmascarar, por exemplo:1- A célebre fuga do Forte de Peniche. Uma “história”
sempre mal contada. Querem fazer-nos crer que a fuga foi um acto heróico dos
elementos do PC. Não, não foi. Foi obra da PIDE/DGS. Totalmente da PIDE/DGS. 2-
A verdade sobre a morte de Humberto Delgado. 3-Os amigos do Dr. Mário Soares.
Quem eram? Quem?!!! Que cargos exerciam na PIDE/DGS???
Terça-feira, Maio
29, 2007 12:41:00 AM Anónimo disse…Jantei a bordo do Angoche por volta das
19h30, 2 horas depois de sairmos de Nacala com o João Tavares e o António Sardo
no dia 23de Abril de 1971.Disse-lhes para se dirigirem para o convês com os
coletes por volta das 22 horas e mandarem os Moçambicanos trazerem as caixas que
diziam “FAP” para cima.
Quinta-feira,
Dezembro 13, 2007 2:37:00 PM rotivsaile disse… Caro Camilo: Estranho este
“ANÓNIMO” vir aparecer no teu Blog com comentários que me parecem mais um
prenúncio de confissão do conhecimento de muitas das respostas que se vêm
fazendo ao longo de todos estes anos. Eu estava em Moçambique quando ocorreu a
explosão no “Angoche”, que jamais foi explicada, pelo facto de não aparecerem
tripulantes, mortos ou vivos, que pudessem deixar surgir um pouco de luz para
este mistério. O “Anónimo” afirma ter jantado a bordo, com um João Tavares e um
António Sardo, a quem pediu que usassem coletes de salvação e mandassem os
Moçambicanos as caixas identificadas com “FAP” para o convés… presumindo eu que
este anónimo será um dos tipos que “derreteu” o “ANGOCHE”… só não se sabendo
“vendido” a que interesses. Parece ser pessoa que sabe muito do assunto e de
outras coisas que ninguém ligará com o caso, mas que estarão relacionadas.Que é
estranho é… mas será alguém que não será cobarde e é competente naquilo que faz,
dado ter cometido este atentado com o êxito que se conhece. Isto de este
estranho “anónimo” é realmente aquilo que penso. Na Força Aérea, em Moçambique,
desenvolveu-se uma teoria,sobre o “ANGOCHE”, mas agora parece-me não ser apenas
uma teoria. Um dia te direi qual. Um abraço do Elias
Sexta-feira,
Dezembro 14, 2007 1:24:00 PM Anónimo disse… Apesar dos anos, lembro-me
perfeitamente. Estava de passagem no Escritório Central do Cais. Era sábado e o
serviço era intenso. Apareceu um estafeta dum despachante oficial com uma nota
de embarque para o Angoche, onde constavam granadas. O taxador fez questão de
saber se elas estavam ou não espoletadas, pois com espoleta eram consideradas
explosivos e pagavam uma taxa mais cara, o que não aconteceria se estivessem
despoletadas. O tipo voltou para trás regressou dizendo que não, não estavam
espoletadas. Ele calculou a nota.Entretanto havia um funcionário dos CFM, já
velhote, que ia para Porto Amélia de boleia, no Angoche. Ele e o carro. Era o
José António.Quando foi dado o conhecimento do desaparecimento do navio, a pobre
da esposa metia dó, tal era a sua aflição. Era de cortar o coração. A coitada lá
ia todos os dias ao Escritório Central falar com o Inspetor, numa vâ esperança
de notícias. Saía de lá a chorar e soube que a sua aflição e desgosto era tão
grandes, que nunca mais se deitou na cama conjugal e dormia num tapete no chão,
ao pé da mesma.Passaram-se uns tempos e um ajudante de despachante que tinha
assistido à largada derradeira do Angoche, foi morto misteriosamente em sua
casa. O assassino, cortou a rede da janela e matou-o com uma faca. Foi tudo tão
silencioso, que a mulher que dormia ao lado, nem deu por isso.Houve quem
relacionasse as duas coisas. Que ele teria hipoteticamente visto qualquer coisa
e o tinham morto para o silenciar.Talvez fosse verdade, ou não. Na altura, com o
terrorismo a dois passos, corriam muitas notícias a meia voz, algumas verídicas,
outras não. Mal sonhávamos nós que três anos depois aquilo ia tudo para o
beleleu, entregue pelo Acordo de Lusaka, de qualquer jeito. Que ironia. Ainda se
tivesse havido um consenso entre todos os que lá estávamos, sem a imposição de
leis marxistas, que hoje estão a ser abandonadas, por incoerência!…
Domingo, Março 30,
2008 5:29:00 PM Camilo disse… Caro “anónimo”, Acontece que também há uma morte
“misteriosa” de uma ‘funcionária’ que terá sido empurrada de uma janela para a
via pública e que teve morte imediata. Fala-se, fala-se evidentemente, que o
alto comissário, empossado pela maldita junta de salvação do pós 25/abrilada,
que estaria “metido” no assunto.Os traidores continuam por aí…Um
abraço.
Segunda-feira, Março
31, 2008 12:56:00 AM Anónimo disse… O funcionário do CFM era José Pedro e não
José António. Quanto ao ajudante de despachante morto em casa era o Tony, que
trabalhava no Despachante Oficial João Gomes Pelotas e constou ter visto o
Angoche zarpar, pelo que hipoteticamente teria sido morto por se ter apercebido
de qualquer coisa. Conhecia-o pessoalmente. Se há excelentes pessoas, o Tony era
uma delas. O taxador era eu e passou-se exatamente assim. Duarte Silva Post
Scriptum: Só não sei como hei-de sair do anônimo!… Vai mesmo assim.
Segunda-feira, Março
31, 2008 1:52:00 PM Anónimo disse… Como Camilo!?Na altura já não estava em
Nacala, mas LM e não soube disso.Já agora: O Alto Comissário não era aquele
oficial da Armada, um tal Víctor qualquer coisa, que montou arraiais na boite
Aquário na Rua Major Araújo, (para quem não sabe, rua de boites, bares e
prostituição) onde, além de fazer presença com os seus marujos, bebia uísque de
manhã à noite, pelo que ficou conhecido como o “vira-copos”, ou esse tocava
outra gaita, além dos copos, claro)? Duarte Silva
Terça-feira, Abril
01, 2008 1:10:00 PM rotivsaile disse…Camilo:Recordo haver alguém em Nacala, com
quem cheguei a falar, por diversas vezes, que tinha o nome do nosso Amigo ex-
“Anónimo”: Duarte Silva.Na verdade o Vitor Crespo, vulgo “Vitor Copos” ou
“Garrafão com pernas”, inefável Alto Comissário em Moçambique, tinha por hábito
fazer da “Aquário” – dancing da Rua Araújo bastante frequentado pelas gentes
deste incorrigível mestre da bebedeira, que nunca de lá saíu pelo próprio pé.Eu
trabalhava na Av. 5 de Outubro e ia frequentemente à Spanos, comprar material de
desenho. Muitas das vezes me cruzei com tão “simpático Almirante”. Muitas vezes
referi, em conversas de amigos, que quer Angola, quer Moçambique haviam ganho o
Almirante que mereciam… mas isso não é verdade, no caso Angolano. Agora em
Moçambique, o desprezo que a população de Lourenço Marques tinha para com os
Militares, veio a saír-lhes muito caro.Tenho pena do que aconteceu ao Angoche,
pois mil e uma questões se puzeram, mil e um culpados se arranjaram, mas a
verdade é que as famílias nem lhes puderam dar a sepultura que mereciam.Foi
traição e assassínio… mas perpetrado por quem? a URSS? a China, a FRELIMO?, A
CIA?, a DGS?quem fez voar aquele barco? O que transportava, na realidade? Como
foi preparado o golpe? Onde? São perguntas sem resposta, infelizmente.Casimiro:
Porque tú, tal como eu, sempre gostámos de dizer as coisas olhos nos olhos,
deves estar satidfeito por se haver quebrado o mistério do “Anónimo do Angoche”.
Por causa dos muitos embarques e desembarques de material das Infras da FAP,
cheguei a comunicar-me com o Sr. Duarte Silva… e muito folgo em ele estar a
falar para o teu blogue.Um abraço a ambos do Victor Elias
Terça-feira, Abril
01, 2008 6:45:00 PM Camilo disse…Eu estava no “Notícia” em Luanda quando
aconteceu o “Caso Angoche”.Fui a Lourenço Marques e vi o navio encostado no
Porto.Anos mais tarde,encontrei em Lisboa um fotógrafo amigo, o Óscar
Saraiva,que era fotógrafo d’”A PALAVRA”. Aqui era fotógrafo da “Gazeta dos
Desportos”.Falámos de várias coisas, das quais, da celebérrima ”DESCOLONIZAÇÃO
EXEMPLAR, S.A.R.L.”O Angoche veio à baila e ele fez-me lembrar que, quando
fotografou o navio ancorado onde eu o vi -em Lourenço Marques- que tinha uma
grande circunferência preta no casco. Portanto, o navio foi pirateado.Ficou de
me mostrar várias fotografias do mesmo, mas estive pouco tempo em portugal e não
houve hipoteses de as ver.Entretanto, (de morte natural) o Óscar Saraiva veio a
falecer de doença prolongada.Descobrir os traidores do Angoche é meio caminho
andado para a consolidação da Democracia neste “à beira mal plantado”.Não o
conseguindo, é a continuidade desta corrupção generalizada.Aliás, o que se passa
hoje… é o reflexo -a continuidade- das traições havidas.
Terça-feira, Abril
01, 2008 10:31:00 PM Anónimo disse…Ora aí vai um abraço Sr. Victor
Elias.Recordo-me de si perfeitamente do Escritório Central. Se é quem eu penso,
costumava levar notas de descarga e embarque da tropa.Eu frequentava muito o AB5
e o BCP32 e toquei naquele célebre conjunto em que o único civil era eu. O resto
era pessoal do AB5. Tenho aí uma foto disso.Claro que os civis em Lourenço
Marques eram muito diferentes de nós, lá no Norte. Se eles eram separatistas em
relação a nós, civis do mato, que fará com os militares! Não era por maldade,
mas por bairrismo. LM era Moçambique e o resto mato. Ainda se lembra do cinema
do Parrô do Ferroviário?Já agora:O Casimiro será filho do Dr. Casimiro, médico
em Nampula?Um grande abraço para todos.Duarte Silva
Terça-feira, Abril
01, 2008 11:04:00 PM Camilo disse…Amigo Duarte Silva,O Elias, por engano,
chamou-me Casimiro.Julgo que foi erro dele.Continue a mandar notícias.Um
Abraço.
Quarta-feira, Abril
02, 2008 1:31:00 AM Anónimo disse…OK e muito obrigado.É um prazer falar com
pessoas que entendem o nosso ponto de vista.Cá destas paragens do Rio Grande do
Sul vos mando um abraço.Duarte Silva
Quarta-feira, Abril
02, 2008 10:13:00 PM Anónimo disse…O caso Angoche tem que ser forçosamente
revelado aos Portugueses com a mesma relevância que a comunicaçaõ social revela
os desmandos do Estado Novo.Estaline não fez um acordo com Hitler que foi sempre
negado pela URSS até á sua queda?Porque é que não são revelados os nomes de
todos os criminosos da dita esquerda Portuguesa, dos crimes que praticaram e que
agora se arvoram em patriotas.Quem tem medo da verdade?Admiro-me porque é que
este e outros casos que ocorreram não são divulgados em reportagens de
investigação nos meios de comunicação social.É preciso chamar os bois pelos
nomes e é uma vergonha que Palma Carlos e outros bandidos sejam homenageados e
todos aqueles que cumpriram com as suas obrigações de patriotas sejam
descriminados e esquecidos.
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