Desporto

terça-feira, 25 de junho de 2019

Traições; antes e depois de Abril


   "No decurso da atividade da Comissão, tenho como muito impressivas as situações que decorriam do facto de alguns indivíduos presos pela polícia política, por integrarem forças da oposição à ditadura, terem passado a seus colaboradores. De facto, alguns elementos de grupos organizados como o PC ou outras forças, a determinada altura mediante coacção ou aliciamento passarem a colaborar com a PIDE. Esta é uma das razões essenciais que levam o PC a tentar controlar desde o primeiro dia a Comissão de Extinção, procurando prioritariamente identificar aqueles elementos que tinham traído o partido, mas também ocultar, de alguma forma, denúncias produzidas pelos seus militantes, presos ou não, algumas das quais no quadro de uma estratégia de luta partidária clandestina.
   Há casos em que se verifica um ciclo de "violência" continuada, porque há indivíduos que, sendo presos, são na prisão aliciados, passando de prisioneiros a colaboradores da polícia política, para logo após a Revolução se acharem de novo presos como informadores. Depois há as situações que estão ligadas ao tratamento prisional dos próprios agentes da PIDE. E aí houve exageros de toda a ordem."
 
Transcrito de: Capitão de Abril, Capitão de Novembro por; Coronel Sousa e Castro

Peniche, 25 de Junho de 2019
António Barreto*