Desporto

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tempo corrido

 
Defendo há muito a importancia de o Benfica se constituir num centro do debate do desporto nacional. Tal requer a captura de competências multidisciplinares afins; massificação, modalidades, profissionalismo, espetáculo, regulamentação, sustentabilidade, contencioso, promiscuidade política, corrupção e seu combate, doping, etc. Tal desiderato só se conseguirá assegurando a colaboração dos mais competentes nas respetivas matérias, capazes de centrar os debates no essencial, sem medo de romper tabus e de promover confrontos profícuos. Tal como a histeria acéfala, a paz podre nada resolve.  
 
O programa "Tempo corrido" constitui uma excelente iniciativa neste domínio, carecendo de um salto qualitativo. O convidado de hoje foi o Secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre com Luis Filipe a entrevistar. Apesar da oportuna visita, as questões foram colocadas de forma amorfa sem que se percebesse com clareza os seus objetivos, deixando ao convidado todo o espaço para responder de forma inócua.
 
Não sei de que clube é o SED atual. Trata-se de um jurista e consta que é conhecedor da pasta, no entanto, há algo que parece não ter ainda percebido: A preocupação de equidistância não se coloca relativamente a entidades ineidóneas. A preocupação primordial é com a verdade, a leldade, a coesão nacional, a qualidade e o desenvolvimento do desporto Não deve haver pruridos relativamente a agentes de corrupção direta ou indireta . Não há corrupção boa e má. A verdade desportiva não deve fazer cedências às conveniências politicopartidáras.
 
Não vale a pena convidar quem quer que seja, sem estar disponível para tratar do que é essencial, com cordialidade, mas com clarividência e frontalidade. È necessário dizer não à paz podre e estabelecer roturas onde devem ser feitas. O Povo, em particular os Benfiquistas, tem que saber quem é quem! Quem olha para o desporto com fins lúdicos e sociais e quem o usa como instrumento de difusão de ódios, discriminação e de afirmação de um espúrio domínio, não reconhecido precisamente por ser imerecido.
 
Há que identificar os "craques" de cada setor e convocá-los para o debate; elencar os temas fraturantes, eleborar as perguntas, identificar os entrevistados e escolher o jornalista, o qual, depois de tudo muito bem estudado deve ir para o "combate" televisivo, com cordialidade sim, mas com firmeza e pronto a desmantelar tabus. É necessário que estes convidados sintam que não estamos a brincar e que queremos que cada um deles escolha o terreno e as armas do seu combate. Para todos sabermos quem é quem!
 
AB