Desporto

domingo, 26 de abril de 2015

Benfica-Porto (0-0)

      Resultado justo que escancara as portas do título ao Benfica. Desta vez, Jorge Jesus controlou o "extase da vitória", contrariamente ao que aconteceu no penúltimo, que perdeu no último instante, ao querer ganhar o jogo, subindo a equipa descontroladamente nos últimos minutos da partida.  Nada de euforias!, há ainda 12 pontos em disputa e bem conhecemos as mil manhas da "exemplar" estrutura.
 
   O jogo foi equilibrado, com apenas duas oportunidades de golo, uma para cada lado. A equipa do Porto, como lhe competia, assumiu a iniciativa, mas, mantendo cinco jogadores no eixo da sua defesa, revelando muito medinho de Lima, Jonas e Cª. A equipa do Benfica, amputado do seu melhor extremo-direito, com Talisca à direita e Gaitan descaído para dentro para o trabalho do meio-campo, equilibrou o jogo na zona central, excepto no período que daria a oportunidade ao porto, mas prejudicou o seu jogo ofensivo por falta de amplitude. Ainda assim, um Gaitan mais lesto poderia ter desfeiteado Helton num lançamento em profundidade em que poderia tê-lo isolado.
 
   No segundo tempo, a música foi outra; os encarnados subiram no terreno, ativaram as suas faixas laterais e aumentaram a pressão à saída da área do adversário, impedindo-o de construir os seus lances ofensivos. Por várias vezes vimos os azuis aos "papeis" no seu meio-campo, tendo surgido nesta fase o lance em que Fejsa falhou o alvo por não ter dado desconto ao posicionamento do corpo no momento do remate. Lopetegui meteu a "artilharia" toda, Herrera e Quaresma, mas os encarnados não se desmancharam, percebendo-se o descontrolo emocional de alguns atletas portistas - Jackson e Quaresma.

   Jorge de Sousa não cometeu erros graves, mas equivocou-se nalguns lances, com prejuízo para os encarnados.

   O Estádio esteve lindo e o Público, a alma do jogo, esteve muito bem.

   Força Benfica, rumo à vitória final.

Despertar (foto de Aldus Huxley)

        
"A despesa sofreu um aumento de 45,7 milhões de euros face ao período homólogo (primeiro trimestre de 2015 - n.a), que se deveu, em grande medida, à evolução das despesas com pessoal (+18,1 milhões de euros), em resultado da reposição parcial dos vencimentos na Administração Pública e do acréscimo em outra despesa, relativamente a produtos farmacêuticos [medicamentos]", pode ler-se no documento." (O Económico)
 
   "...Quem poderá domar, este corcel..." Dizia o poeta, imortalizado pelo saudoso Adriano, referindo-se à compulsividade do pensamento. Apenas uma figura de estilo, pois o corcel deste caso é o da despesa pública que nada nem ninguém parece capaz de conter, apesar dos quatro anos de violenta austeridade!

   Mais uma vez os médicos estão na linha da frente, desta vez, na reversão dos cortes nos salários da função pública! Com novas formações políticas no horizonte ameaçando a hegemonia dos Partidos do tradicional "arco do poder", estes, vão "afinando os motores" para as Legislativas, esboçando as principais linhas orientadoras dos seus projetos. Mais uma vez desde o 25 de Novembro, a população será confrontada com dois conceitos opostos e inconciliáveis de organização socioeconómica; o socialismo "democrático" em que o Estado tudo controla e do qual todos dependem, e a democracia liberal, centrada no primado da liberdade individual em que cabe ao Estado, eminentemente, o papel de moderador. Como o demonstram os três episódios de resgate ocorridos nesta 3ª República, não há consenso possível entre dois projetos que se anulam mutuamente; Margaret Thatcher dizia ser uma política de convicções e não de consensos!, julgo que tinha a ver com isto e julgo que, desde Sá Carneiro, faltam políticos de convicções à Direita em Portugal.

   Aos cidadãos deve fazer-se perceber que não é tudo igual; não são todos "farinha do mesmo saco"! Em quarenta e um anos de liberdade política, sublinho, liberdade política - Liberdade é muito mais, mas muito mais que isso -, Portugal foi incapaz de definir um projeto económico e social coerente, desbaratando inutilmente demasiados recursos e que é a causa do atual ambiente de "terrorismo" fiscal e económico que é imposto aos cidadãos. A crueldade não é exclusivo dos regimes autoritários ou totalitários e as democracias, por vezes, não passam de meras formalidades constitucionais.

   O PS de António Costa,  perante a inesperada incapacidade de convencer o eleitorado, muito devido ao vazio de ideias demonstradas pelo seu atual Secretário Geral - talvez, também, devido à sua falta de carisma e da  imagem de colagem ao socratismo de que não se livra  -, acaba de revelar as suas propostas, elaboradas por uma equipa de "sábios", certamente daqueles que abundam nas "madrassas" socialistas em que converteram as escolas públicas, em que, no essencial, recupera a tradição socialista que aqui nos trouxe; maior rapidez na reversão dos cortes dos salários na função pública, aumento dos salários reais a troco de redução das pensões futuras, investimento público como motor da economia e agravamento do confisco do património dos cidadãos - agravamento do IMI  e taxação das heranças.

   É a isto afinal que chamam de socialismo democrático; confisco do património de quem trabalha e poupa, para sustentar a insaciável voracidade da administração pública, cativando-lhes, despudoradamente, o voto, em sequência do estado de pré-insolvência, a que o país foi conduzido e  tudo parece justificar. Comparativamente com a tradicional metodologia "revolucionária"  evidenciada no PREC que consistiu no domínio do aparelho de Estado e dos quarteis para impor um regime totalitário ao país, o "socialismo democrático" traduz apenas uma mudança de estilo para o mesmo propósito, como bem definiu Aldus Huxley. Um regime que os subjugados voluntariamente consentem falsamente convencidos da sua soberania.

   É hora de despertar do torpor pseudolibertário que Abril proporcionou!, de dar o salto de maturidade política que privilegie os projetos que, efetivamente, promovam o bem comum, a inclusão, a integração, e nada mais. É hora de cada um pensar pela sua cabeça, em si e nos outros, recusando a demagogia e a manipulação dos diversos poderes de facto que arruinaram o país, indiferentes ao sofrimento que causam aos cidadãos. É hora de penalizar, nas urnas, os charlatães e abrir, sem preconceitos, a mente, a novas propostas! É aqui que se exerce a soberania popular; não a desperdicemos, mais uma vez!

Sou de um clube lutador!