As características particulares de algumas soluções
binárias como por exemplo, água - H2O - e amoníaco - NH3
-, ou água e brometo de lítio - BrLi -, permitem construir bombas de calor accionadas
por fonte térmica, usadas quer em refrigeração, quer em ar condicionado.
Estas unidades são constituídas por um circuito de
água quente e um circuito de água refrigerada. No primeiro, a água recebe o
calor no permutador da fonte motriz e entrega-o ao gerador da unidade
refrigeradora, no segundo, a água arrefecida no evaporador da unidade absorve o
calor do espaço refrigerado através de uma bateria de arrefecimento.
Esta unidade refrigeradora necessita de um condensador
- multitubular arrefecido a água, no caso das embarcações - e pode utilizar
qualquer fonte de calor nomeadamente renovável - solar, biomassa - ou rejeitado
- gases de exaustão dos motores diesel, caldeiras ou ar/água de arrefecimento
de ar comprimido.
A solução mais usada nestes equipamentos de
refrigeração é a de água-amoníaco e a configuração indicada acima permite
instalá-lo num espaço confinado e ventilado, obviando as consequências nefastas
do amoníaco no caso de eventual rotura.
A sua utilização é especialmente indicada em regiões
onde não haja energia elétrica disponível ou em unidades industriais com
efluentes térmicos significativos aumentando significativamente os ganhos
energéticos globais, com redução equivalente da fatura respetiva, num processo
designado por co-geração.
Tendo em conta que o amoníaco é um refrigerante
natural que não tem qualquer impacto no efeito de estufa não afeta a camada de
ozono e permite a recuperação de energia habitualmente rejeitada, o processo de
arrefecimento por absorção é ecológico e a sua utilização ganha maior
relevância na actualidade dada a importância cada vez maior do aumento da
eficiência energética dos sistemas.
Utiliza-se mais correntemente em caravanas, barcos de
recreio, ar condicionado industrial e doméstico e arrefecimento industrial de
água, prevendo-se a expansão do seu uso, nomeadamente a viaturas de transporte
e a navios, permitindo utilizar cerca de
80 % da energia química do respectivo combustível, em vez dos habituais 40 %.
AB