Desporto

sábado, 31 de março de 2018

Renascimento italiano..

 
 


Paolo Varonese

quarta-feira, 28 de março de 2018

Comportamento incorreto dos adeptos!

     
Noticiou há dias a imprensa que o Benfica em multas aplicadas pelo CD da Liga já pagou mais de 300 mil euros por...."comportamento incorreto dos adeptos"! É obra!, uma causa recorrente relativamente à qual as sansões pecuniárias não produzem qualquer efeito dissuasor. Assim sendo porque se insiste no método?, os clubes não têm a capacidade nem a competência para impor aos seus adeptos normas de conduta nos seus estádios e muito menos em estádios alheios.  Recomendações e o controlo possível, sim. No fundo trata-se de um estratagema de financiamento forçado da LPCF!, se houvesse uma genuína preocupação com a segurança outros métodos estariam no terreno, nomeadamente, a identificação e responsabilização individual dos autores. Porque é que estes hão-de alterar o seu comportamento se é o clube que paga?, na sua mente, as ações de pirotecnia são benéficas para a equipa! E como se identifica, sem margem para dúvida, o vínculo do autor dos distúrbios com um clube?, não se identifica; suspeita-se! Por outro lado, em que consiste o "comportamento incorreto dos adeptos"?, arremesso de objetos pirotécnicos ou outros no recinto do estádio?,sim!, provocação de desacatos com agentes desportivos, autoridades ou espectadores?,sim!, insultos pessoais?,sim!, fazer barulho?, não!, apoiar a sua equipa?, não!, insultar, difusamente, agentes desportivos, autoridades ou espectadores?, não! No caso do Benfica, às vezes parece que basta os adeptos irem ver o jogo para tal ser considerado comportamento incorreto! Em simultâneo, nos jogos fora, os adeptos encarnados não só têm de pagar preços exorbitantes para ver o seu clube jogar, como ainda são proibidos de usar adereços! Isto não configura um caso de discriminação social? Claro que sim. E é inaceitável. A sua prática continuada revela uma agenda contra o Benfica! Estão em cheque a LPFP bem como a FPF e o Governo.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Benfica; um alvo político

     
O desafio dos líderes faz parte do processo natural de evolução das sociedades animais, em especial, as humanas, promovendo, nestas, a renovação de líderes, ideias e métodos. São, pois, naturais, as permanentes atitudes provocatórias dos dirigentes dos clubes rivais do Benfica, aos dirigentes deste. Visam instalar a dúvida, a discórdia e dispersar meios ao líder e, simultaneamente, promover a união e motivação interna. Nas sociedades avançadas, como dos Estados de Direito Democrático, porém, não há lugar para o enxovalho público, a ofensa, a difamação, a perseguição civil ou pública, e, muitos menos, para a agressão. Desafortunadamente é o que se tem verificado nesta terceira República evidenciando um certo diletantismo judicial característicos dos regimes decadentes.
 
   Porém, desde muito cedo, pelos anos oitenta, ficou bem patente uma certa politização do futebol, transformado, por alguns players, em palco da afirmação regionalista; casos da Madeira, cujo Governo Regional financiava maciçamente os clubes locais, e da Câmara Municipal do Porto que durante anos funcionou em aparente promiscuidade com o Futebol Clube do Porto.
 
   Para os defensores da Regionalização, o Benfica, pela sua dimensão social e história recente e remota, representa o "centralismo alfacinha"; uma reminiscência do antigo regime necessariamente condenado à decadência como resultado da ascensão dos opositores enquanto consequência da difusão do progresso económico e social do país promovido pela nova ordem política.
 
   Efetivamente, entre sócios e adeptos, os benfiquistas representam mais de metade da população nacional; uma força socialmente agregadora inconveniente à estratégia em curso de desmantelamento das tradições culturais da população como condição para o estabelecimento de uma nova ordem cultural de forma a consolidar um novo paradigma político.
 
   Basta consultar a documentação pública do Futebol Clube do Porto para verificar a congregação naos seus órgãos sociais de figuras e instituições relevantes na economia regional e até no mundo político e financeiro nacionais. Tal, por si só, não tem mal absolutamente nenhum. Já suscita preocupação um certo estilo de funcionamento de certas instituições locais parecendo configurar a adopção da não-cooperação como método de afirmação local. Com efeito é neste âmbito que se compreende as recentes referências públicas de uma alta magistrada acerca da forma "caprichosa" como os Tribunais do Norte trataram e decidiram o processo conhecido por Apito Dourado.
 
   Parece-me evidente a recorrente procrastinação dos casos policiais, judiciais ou desportivos, que envolvem pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao FCP, acabando, invariavelmente, em arquivamento ou absolvição. Tal decorre do facto de a "tão ansiada" regionalização ter sido há muito, implementada no terreno graças a múltiplas cumplicidades. A mensagem, sucessivamente repetida - a mais recente, relativa a um caso envolvendo o líder da claque doa "dragões" -, é evidente: aqui, as leis da República estão condicionadas aos interesses locais definidos localmente.
 
   Neste contexto, o Benfica foi escolhido como alvo político, com consequências que o levaram à quase extinção no passado, e que, atualmente, os mesmos agentes procuram levar, mais uma vez, a cabo, com a complacência das autoridades públicas e da comunicação social.
 
   Talvez tenha chegado a hora de os dirigentes do Benfica usarem, no âmbito do seu enquadramento estatutário, a força política dos seus adeptos. Não falta matéria para tal, nomeadamente, no âmbito das políticas públicas desportivas; como o maior agente desportivo nacional e o mais representativo, o Benfica pode e deve, não só apresentar propostas de âmbito nacional, mas também escrutinar as políticas públicas e disso dar conta aos seus associados, adeptos e simpatizantes.
 
Só a estratégia do poder funciona.
 
Peniche, 25 de Março de 2018
António J. R. Barreto

terça-feira, 13 de março de 2018

Toupeira não é réptil

      
Nem a exiguidade democrática nem as vicissitudes da Justiça devem pôr em causa o Estado de Direito. Aplique-se pois a lei aos autores dos eventuais ilícitos cometidos no no âmbito do caso designado por e-toupeira. Porém, tenha-se em conta que, também a Justiça e a própria democracia estão, aqui, em causa. E porquê?, porque a Justiça não foi capaz de identificar e neutralizar com os seus próprios meios os casos de violação da sua plataforma informática. Só através de denúncia anónima os serviços da Justiça identificaram e atuaram no caso concreto do e-toupeira!

   Fica pois clara, mais uma vez, para o cidadão, a incapacidade de o Estado lhe assegurar um direito básico constitucional; o de confidencialidade e da presunção de inocência. Tanto mais que, desde que há Ministério Público, têm sido recorrentes as crises do "segredo de Justiça", havendo mesmo juristas que defendem a sua abolição. Não é necessário ir mais longe para se perceber que o próprio regime democrático está em causa.
 
   Porém, as próprias vicissitudes reveladas pelo aparelho judicial com decisões polémicas no caso dos e-mail obtidos fraudulentamente, permitiram que assuntos confidenciais da atividade de uma das  maiores instituições nacionais, tenham sido expostos na praça pública durante quase um ano, dando lugar a especulações ofensivas do seu bom nome com o fito de condicionar o desenrolar do campeonato nacional de futebol.  Isto não é compatível com um Estado de Direito. Parece que há magistrados que o ignoram.
 
   O diletantismo do aparelho judicial e a seletividade, por vezes suspeita, das suas ações,  não servindo de desculpa para quem quer que seja violar a lei, constituem, em si mesmo, duas das causas de corrupção correntemente referidas. Tal implica o reconhecimento da necessidade de uma profunda alteração do funcionamento do aparelho judiciário e até da refundação das estruturas do regime, exclusivamente orientadas pelos princípios básicos da democracia; liberdade e igualdade.

    Enquanto cidadão comum espero que este caso não constitua uma artimanha de mau gosto destinada à obtenção do apoio dos cidadãos a uma eventual não recondução da Procuradora Geral da República. O futuro dirá. Seria muito mau. Mau demais.

   Entretanto, os répteis continuam, impunemente, a aceder e publicar informação privilegiada e confidencial, enlameando pessoas e instituições indelevelmente. Quer isto dizer que o que está em causa no caso e-toupeira não são os ilícitos criminais, mas apenas, e tão só, o Benfica. E esta, é uma questão política.
 
(Quadro de Abel Manta)
 
Peniche, 10 de Março de 2018
 
António J.R. Barreto