Desporto

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Preguntitas sobre Dios

 
 
 
Atahualpa Yupanqui

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O FCP transformou o futebol Português numa casa de putas!

As Papoilas do Biscai@: COINCIDÊNCIAS... SEM DÚVIDA!: Os jogadores do Estoril correram na luz como cães enraivecidos, empataram uma partida que bem podiam ter ganho! Semanas depois, o Por...

Torna a Surriento

 
 
 
                                             Beniamino Gigli

terça-feira, 28 de maio de 2013

Marcelo Caetano

    A Porto Editora publicou, de Manuel Braga da Cruz e Rui Ramos a obra "Marcelo Caetano, Tempos de Transição". Trata-se de uma recolha de depoimentos de vários "protagonistas e contemporâneos da governação de Marcelo Caetano entre 1968 e 1974". Um trabalho muito interessante que nos ajuda a compreender, não só o  lado pessoal de MC, mas, sobretudo, as ideias que nortearam a sua ação governativa.  
 
   Considero MC o grande precursor do Portugal moderno, nomeadamente com a adesão à EFTA, o início das negociações com a CEE, a democratização e expansão do ensino, a criação e implementação das Caixas de Previdência, o desenvolvimento industrial - Siderurgia Nacional e Área do Porto de Sines -, e o desenvolvimento agrícola - Alqueva -. Mais espantoso...Marcelo Caetano defendia a autonomia progressiva das provincias ultramarinas através do  seu desenvolvimento sócio-económico! Aprendi-o nesta obra! E apendi que Portugal e MC foram derrotados pelos imperialismos em confronto na época; o soviético e o americano. Percebi finalmente a influência do PCP e de Álvaro Cunhal neste processo; percebo porque se consideram os grandes vencedores de Abril, apesar da derrota de Novembro. E percebo que continuam hoje prosseguindo os mesmíssimos propósitos do passado, usufruindo das prerrogativas que lhes são conferidas por um regime que lhes é odioso; a democracia! Uma descolonização caótica, cobarde, destruíu as vidas de milhões de pessoas, lançando as ex-províncias ultramarinas em guerras ainda hoje não totalmente debeladas. 

   Destaco, do discurso de Marcelo Caetano, no encerramento do Congresso da Ação Nacional Popular em Tomar, de 3 a 6 de Maio de 1973:

"A finalidade da nossa associação cívica, é, segundo a letra estatutária, promover a participação dos cidadãos no estudo dos problemas da Nação Portuguesa e a prática das soluções para esses problemas mais condizentes com os princípios fundamentais que professa....

   E o essencial é respeitar os princípios fundamentais ao redor dos quais nos reunimos: a subordinação ao interesse nacional, o respeito da personalidade humana entendida como inserção dos valores individuais na vida social cujas exigências não podem ser preteridas, a defesa da família e das comunidades locais e profissionais, o reconhecimento da propriedade privada e da livre empresa condicionado embora às exigências da sua função social, o acatamento do Estado em que o Poder exprima o interesse geral e disponha de autoridade para se sobrepor aos egoismos dos grupos ou das classes, o repúdio da violência e a luta pela melhoria progressiva das condições de vida do povo português mediante a educação e o acesso à cultura, o incremento da produção e a justa reparticipação dos rendimentos.
  
   ...Já ninguém duvida hoje de que a agitação universitária é comandada por interesses puramente políticos e não pedagógicos ou académicos. E de que as escolas superiores foram escolhidas por serem os alfobres dos quadros sociais e por gozarem de tradicionais imunidades que as transformaram em santuários de difícil acesso às autoridades civis. Mas onde a autoridade académica deixar de ser respeitada ou se mostre ineficaz, outra autoridade terá de se impor. E essa não pode ser a dos sovietes estudantis que fazem a lei e tirânicamente a impõem à massa dos alunos.

...Que não se esqueça que o progresso material, desacompanhado do progresso moral, não pode conduzir a esse apregoado estádio da evolução em que o super-homem assume toda a glória da condição divina. E que não vingue o materialismo que transforma os indivíduos em meros componentes de uma sociedade massificada, que pretensas leis naturais impõem inexoravelmente a sua norma tirânica.

...A democracia não é a confusa algaraviada das bases onde se repetem chavões doutrinários apressadamente aprendidos na literatura de propaganda para dar a impressão de que se comanda a cúpula.

...Vemos que, na ordem social se contesta toda a autoridade - na família, na escola, na profissão, na cidade -...

...Vemos que em países ditos civilizados é lícito aos trabalhadores de profissões de cujo exercício depende a proteção da saúde, da vida, da segurança da generalidade das pessoas, sobrepor os seus interesses, às vezes reduzidos a pequenas reivindicações egoistas, aos interesses coletivos.  E em nome desses interesses particulares abandonar doentes, sacrificar vidas e bens, impedir a circulação das mercadorias e o abastecimento das populações, multiplicar os riscos de sinistro...tudo em nome da soberania sindical que desconhece, repele ou nega a supremacia da solidariedade humana.

   Vemos que na ordem política se confrontam numa batalha decisiva duas concepções de vida: a do Estado onde se respeita o que há de essencial no homem, isto é, a sua iniciativa e a possibilidade de por via dela melhorar a própria condição e adquirir e dispor dos bens materiais, e a do Estado que tudo concentra e dirige, através de uma rede omnipresente e omnipotente de funcionários à qual estão submetidos, ainda que com enganadoras aparências de autonomia, indivíduos, comunidades, cooperativas e empresas públicas. Não falo na anarquia: porque essa exacerbação do liberalismo, sendo uma poderosa força de negação e de destruição não consegue ser uma fórmula de vida social, por intenso que seja o fascínio do sonho libertário, embriagador, como uma droga, de jovens, de idealistas e de românticos.

...Os próprios capitalistas e talvez, sobretudo eles, têm medo de defender a ordem de coisas que, bem ou mal os sustenta. Ninguém quer ver-se apodado de "fascista" com que os comunistas e seus asseclas designam quantos se atravessem no seu caminho.

Liberdade? Concerteza. Mas para manter o que constitui a essência de uma sociedade personalista, para conservar a dignidade do homem como centro de decisões e senhor dos seus destinos, para empenhar os indivíduos na construção do futuro por suas mãos - e não para deixar o caminho aberto a totalitarismos que só querem os direitos burgueses para exterminar a burguesia e instaurar a afrontosa ditadura materialista que, em nome de um falso humanismo, reduz o homem a mero produtor numa sociedade mecânica submetida a um poder despótico.

...E que desse procedimento desregrado de minorias ativistas - que, não nos iludamos, são, se nós as deixarmos, como sempre foram, condutoras da História - nascem métodos de violência em que os direitos dos outros são postergados e os interesses das maiorias espezinhados....

Não há muitos dias foi declarado a um jornal estrangeiro que a participação da Oposição nas próximas eleições não visava obter lugares na Assembleia Nacional, mas criar uma comoção interna, desencadear uma crise. E certo prócere pregava aos seus partidários, glosando uma frase proferida nos últimos tempos da Monarquia, ser necessário forçar o Governo "às concessões que o enfraquecem interiormente ou às violências que o degradem  e comprometam perante a opinião"....

Tenho dito, repetido, e insisto; se queremos salvar a liberdade do homem temos que distinguir o que nela é essencial e o que corresponde a formas acessórias e contingentes da sua realização social, as quais terão de ser condicionadas na medida em que pelo abuso possam conduzir à destruição dquilo mesmo que interessa preservar.
   Abrir o caminho à Revolução, facilitando-lhe sem reserva, todas as vias pelas quais ela possa inserir-se nos espíritos antes de destruir as instituições, só por inocência ou por conveniência....

Coniventes são os que, tendo vendido já a alma ao Diabo mas sem o confessar, conservam velhos rótulos para mais à vontade poderem prestar o seu auxílio à realização dos projetos revolucionários. 
   Eu, por mim, sempre me tive na conta de liberal: mas não pertenço ao número desses inocentes, e não se pode esperar que alinhe na conivência....

Estamos a trabalhar para que o nosso território na Europa não se converta numa faixa litoral activa com um interior deprimido e despovoado. A vitalização das zonas rurais tem de ser levada a cabo. Para isso se tem procurado animar a vida municipal e fortalecê-la pela federação dos municípios, aumentar a comodidade dos povos facilitando-lhes a justiça mediante a criação de novos tribunais - em vez de seguir a linha tecnocrática de concentração das comarcas -, promover o acesso à educação pela instituição de novas escolas primárias, preparatórias, secundárias e superiores, também enriquecedoras do Escol local, resolver o maior número possível de problemas de eletrificação local, abastecimento de águas, saneamento, viação, comunicações, transportes e equipamentos sociais, estudar a criação de incentivos para o desenvolvimento da província portuguesa, melhorar a assistência sanitária preventiva e curativa, e, sobretudo, apoiar os trabalhadores rurais de modo que a classe camponesa não fique atrás das outras classes nos benefícios do salário, do apoio à família e da previdência social.
   E enquanto esta ação dispersa e generalizada é conduzida de mãos dadas entre o Governo, as autoridades locais, as câmaras municipais, as juntas de freguesia e os próprios cidadãos, pensam-se, planeiam-se executam-se os grandes empreendimentos que aqui ouvistes enunciar e que o país conhece - os grandes empreendimentos que de norte a sul do território, e também em Angola, Moçambique, em todo o Ultramar, revelam uma surpreendente capacidade de realização e hão-de em breves anos, dar uma nova face à economia e à vida social portuguesas....

Não, porque nada de grande se faz sem penas, sem sacrifício e sem dor. Mas o meu optimismo vem da certeza de que, se o povo português não se deixar envenenar pelos fatores dissolventes da sua energia e da sua vontade, se continuar fiel à sua tradição, à sua têmpera e à sua alma, se mantiver o espírito de unidade e aliança vigorosa com os governantes, feita de mútua confiança, de entendimento recíproco, e de intrepretação constante, se tudo isto se verificar, senhores, Portugal vencerá.
   Vencerá inimigos externos, vencerá crises internas, vencerá tentações de descrença, de renúncia, de apatia, de abulia, de revolta - mas vencerá também a pobreza, a ignorância, a rotina, para que os Portugueses possam querê-lo mais e amá-lo sempre como Pátria estremecida e Mãe amorável dos seus filhos."

Por tudo isto, gostava dele e detesto os que de uma forma ou de outra traíram e, ou traem a nação Portuguesa! 

Master Groove: Última Jornada vista lá fora

Master Groove: Última Jornada vista lá fora:        link Video: Watch James Rodriguez go down OUTSIDE the box under a soft challenge to set Porto on their way to the title «Vão da...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

4R - Quarta República: Mais importante notícia económica...nem foi notíci...

4R - Quarta República: Mais importante notícia económica...nem foi notíci...: 1. Soube-se, na última 5ª Feira (Boletim Estatístico do BdeP, Maio), que a Balança Corrente com o exterior no 1º trimestre de 2013 fechou v...

domingo, 26 de maio de 2013

Benfica, Campeão Nacional de Basquete! PARABÉNS!

Parabéns a todos; equipa técnica e atletas.

Carlos Lisboa tem a mais-valia própria de quem ama e sofre pelo clube.

In sítio do Benfica:

Académica – Benfica, 77-91

Carlos Lisboa: “Conseguimos o Campeonato com atitude e vontade"

No final do encontro, frente à Académica, onde os “encarnados” se sagraram Bicampeões Nacionais, Carlos Lisboa era um técnico satisfeito e com sentimento de dever cumprido.

“O objectivo principal era o Campeonato Nacional e conseguimos atingir o objectivo com atitude e vontade”, começou por dizer.

O treinador não escondeu o orgulho no trabalho que toda a equipa fez desde o início da temporada. “Os jogadores fizeram um excelente jogo hoje e queria dar-lhes publicamente os parabéns. Nós formamos jogadores e homens que sempre que são chamados dizem ‘presente’”, assegurou.

Para Carlos Lisboa há um responsável máximo por todo este sucesso. “O Benfica é um Clube que aposta em todas as modalidade e nós agradecemos ao nosso presidente Luís Filipe Vieira que nos dá todas as oportunidades”, concluiu.

Fotos: Arquivo / SL Benfica

E tudo o vento levou!

Foi um Benfica deprimido, desmoralizado, descrente, trapalhão, que se apresentou hoje no Jamor! Uma equipa desgarrada, sem fio de jogo, desssincronizada que, com alguma sorte, se adiantou no marcador.  Mais uma vez faltou o criativo do meio-campo, o que recebe, protege, transporta, temporiza e concebe os lances ofensivos. Sem meio-campo não se ganham títulos. Não temos meio-campo! Essa é a verdade.
 
O Guimarães fez o seu jogo, normalíssimo, bom posicionamento, muita agressividade, raramente chegando à nossa área, ainda assim fazendo os golos suficientes para vencer. Parabéns ao Vitória de Guimarães e à bela cidade do Conquistador.
 
O Benfica não mereceu vencer, mas poderia ter vencido caso Jorge de Sousa tivesse assinalado o fora de jogo no primeiro golo dos vitorianos ou Artur não resolvesse colocar o esférico nos pés do avançado  em zona frontal à entrada da área.
 
São erros demais! Considero que Jorge Jesus não tem condições para continuar à frente da equipa técnica; perdeu definitivamente o capital de confiança que detinha, quer junto dos adeptos, quer junto dos atletas. Lamento dizê-lo, mas penso o mesmo relativamente a Artur. Cometeu erros decisivos demasiado grosseiros para um atleta de alto nível.
 
E assim se converteu uma época que poderia ter sido de sonho numa época de pesadelo.
 
Viva o Benfica!

sábado, 25 de maio de 2013

À guisa de balanço

O Benfica perdeu o campeonato por escasso ponto e, apesar das habituais vicissitudes, não faltam detalhes próprios, que poderiam ter determinado diferente desfecho. Importam, antes de mais, os que indiciam debilidades técnicas, táticas ou organizativas, enquanto  instrumentos  relevantíssimos de monitorização da qualidadade do trabalho efetuado e indicadores dos ajustamentos a introduzir no  aperfeiçoamento contínuo específico e global. O erro, além de constituir testemunho humanizante, suscita correção e, consequentemente, evolução; relativizá-lo ,conduz à estagnação e decadência.
 
Antes de prosseguir, reitero o respeito  e admiração que todos os Atletas, Técnicos e Dirigentes do meu clube me merecem.
 
A época foi muito exigente. As contrariedades começaram ainda na fase de preparação, com o célebre caso que nos haveria de custar a ausência de Luisão durante dois meses mais um de sub-rendimento, período em que perdemos alguns pontos, sabemos hoje, decisivos. Ainda agora não percebemos o que aconteceu!..., a celeridade da Federação e da UEFA no castigo atribuído deixou velhas suspeitas no ar. O que sabemos é que, todos os nossos atletas - toda a organização, afinal -, devem manter controlo emocional irrepreensível! Foi o que Luisão não teve, independentemente da inetencionalidade das consequências que se verificaram.  Além do mais, a provocação, seja no terreno de jogo, seja nos bastidores ou na comunicação social,  constitui um dos instrumentos estratégicos previlegiados dos nossos principais contendores. O antídoto é o controlo emocional e a determinação.
 
Ainda desconcertados com o castigo a Luisão, fomos surpreendidos com nova bateria de castigos, sempre com o objetivo da desmoralização, mostrando quem manda!...,quinze dias a Jorge Jesus, dois meses a Filipe Vieira e onze meses a Rui Gomes da Silva! Porquê? Por usarem de uma prerrogativa democrática vital; a liberdade de expressão! Por dizerem, apenas a verdade! E era no Estado Novo que havia censura! Isto, afinal é o que? Totalitarismo saloio, digo eu!  

Quando vi pela primeira vez Enzo Perez tocar na bola percebi de imediato que se tratava de um tecnicista de grande nível. Graças aos episódios relatados na comunicação social que o reconduziram à Argentina, cheguei a pensar tratar-se de alguém sem caráter; de alguém que tinha dado o chamado "golpe do baú". Enganei-me e estou em falta! Enzo Perez, além de excelente técnica tem um coração generoso, solidário, trabalha como um "mouro", não vira a cara à luta e...chorou pela camosola do meu clube..., com a minha camisola..., jamais o esquecerei! Mas não chegou! Não tivemos outras soluções para o "armador de jogo"; e foi necessário! Aimar, o nosso grande Aimar, esteve incapacitado quase todo o tempo, André Gomes, apesar de todo o potencial que apresenta é ainda uma esperança e Carlos Martins, sendo um excelente jogador, não revelou maturidade emocional. Esta sim, foi uma falha organizativa; o Treinador não conseguiu suprir a falta de Axel Witsel; com ele teríamos sido campeões e, estou convicto, teríamos ganho a Liga Europa! Não tenho dúvidas e nem é necessário justificar. Também Witsel ficou a perder. Poderíamos vendê-lo agora, não por 40, mas por 60 milhões! Aqui sim, foi uma falha da Direção Técnica.

Mas não foi a única. Tivémos em toda a época laterais esquerdos adaptados - mais uma vez - cuja falta de rotina na posição nos custou alguns dissabores, apesar de se tratarem de excelentes atletas; Melgarejo, Luizinho  e André Almeida. Também na direita faltou alternativa credível a Maxi Pereira o qual, apesar de toda a sua habitual garra, esteve abaixo do seu nível em grande parte da época. Também nestes casos, a Direção Técnica falhou! Falha esta que foi acentuada pela Equipa Técnica ao cometer, recorrentemente, o erro da deficiente marcação aos alas contrários! Impressionante! Mantivemos em toda a época o mesmo erro de deixar os alas adversários à vontade, quase sempre bem encostadinhos à linha. Um erro que vem de épocas anteriores e tem várias causas, a mais relevante das quais residindo na omissão do Técnico e dos Atletas. Não se comete o mesmo erro duas vezes! E nós fizémo-lo, não uma, mas duas, três..., e...quem muito erra, pouco acerta!

Erro tático foi, também em toda a época, a marcação à zona nos lances de bola parada, tão insistentemente apontado pelo nosso José Augusto - é bom que não esqueçamos, um dos melhores jogadores da história de futebol e um Treinador com obra -, que nos custou bem caro, nomeadamente na final da Liga Europa! Sendo, muitas vezes, a convicção confundida com teimosia, esta constitui um grave defeito quando não cede à evidência do erro, sobretudo do erro recorrente. É o maior defeito do nosso Treinador que alguns desgostos nos tem causado. Lucidez e humildade são duas qualidades imprescindíveis num líder de topo, que Jorge Jesus deve interiorizar.

Faltou controlo emocional ao Cardozo no jogo da Madeira com o Nacional; apesar da provocação -impune - do adversário e da determinação em marcar o tento da vitória - que se adivinhava -, Cardozo deveria ter-se controlado; poderíamos ter ganho o  jogo. Faltou controlo emocional ao Carlos Martins no jogo com o Estoril; aquele gesto tão infantil como inútil que pode ter decidido o desfecho do campeonato! Carlos Martins errou! Eu sei que em ambos os casos os árbitros pecaram por excesso de zelo, mas... bem sabemos que são todos assim perante o Grande, o Glorioso Benfica, afinal, condição de progressão das suas carreiras! Não devemos dar-lhes pretextos para tal.

Na Luz, oferecemos dois golos ao Porto, nenhum deles com justificação técnica! Não compreendo a omissão dos centrais no primeiro - ausência de Luisão  -, nem a irracionalidade de Artur no segundo - entrega a Jackson! Quem quer ganhar não comete erros destes! Entregámos o ouro ao "bandido"! Também Cardozo teve o título nas botas naquele tremendo remate que faria o 3-2, que Helton,"milagrosamente", desviou com a "ponta da unha" para a trave! Neste caso, houve diferencial técnico entre estes atletas. No jogo houve também, diferencial técnico entre guarda-redes! Em ambos os casos com vantagem dos Portistas. Eu sei que dói, mas..., é a verdade. Foi aqui que perdemos o campeonato! Teríamos ganho vantagem pontual e anímica para o resto da prova.
 
Também no Porto-Benfica - outro jogo do título -, cometemos um erro estratégico fatal; quisémos ganhar, e isso é louvável! "Garantido" o empate, que nos "daria" o título, tentámos a vitória subindo descontroladamente no terreno, deixando o meio-campo desprotegido, entregue ao, ainda imaturo, Roderick! Substimámos o adversário e perdemos. É dos livros! E não, não caiu do Céu! Aconteceu porque o adversário também queria ganhar e nunca desistiu. Foi por isso que, "não sei quem", mandou um balão para a frente, foi por isso que lá estava o Liedson para a receber e entregar com precisão e foi por isso que o "não sei quantos", rematou com grande classe ao 2º poste, deixando Artur pregado ao solo e apesar da oposição - inconsequente - do nosso defesa. Também aqui, houve nosso demérito em proporcionar um lance ofensivo que se revelou fatal, bem como permitindo o remate vitorioso. Não se constroem grandes equipas sem grandes jogadores.
 
Claro que, apesar destas menos-valias, teríamos sido campeões, descontados os evidentes casos de arranjo de jogos beneficiando o nosso principal adversário, bem como os benefícios de arbitragem de que este disfrutou ao longo da época, tal como dos erros grosseiros de que fomos vítimas  durante a mesma, desde o início. Lembremo-nos, que a nossa equipa perdeu pontos contra os "protegidos" do sistema, jogos em que, ano após ano, o nosso principal adversário ganha sem qualquer esforço, de forma sempre bizarra. 
 
Aqui, entramos noutras vertentes do jogo, infelizmente, bem mais importantes que o das quatro linhas! E é aqui que há um longo e profundo trabalho a fazer junto da opinião pública, em prol do espetáculo desportivo, desprovido de outros objetivos, nomeadamente políticos. É necessário um projeto desenhado por especialistas, com o apoio alargado e integrado de Benfiquistas com "peso" político-económico, empenhados na militância pela nobre causa do desporto. A diferença entre Benfica e Porto é que, enquanto o Benfica pratica desporto, o Porto não! É outro o seu jogo! O jogo dos caciques locais; os novos salazarinhos que todos espezinham a troco da sua ambição pessoal, manipulando os legítimos anseios dos adeptos do, outrora, nobre clube.
 
A este respeito, parece que andam por aí comentadores manifestando a sua perplexidade perante a fidelidade dos Benfiquistas ao seu clube, apesar da escassez de vitórias. Coitados; ainda não perceberam porque somos Benfiquistas! Julgam que o deveríamos ser pelas mesmas razões que eles são Portistas! Julgam que, ganhando como ganham, deveria haver adesão maciça ao seu clube e uma debandada do nosso lado! Pobres diabos! Ainda não perceberam que o Benfica é alegria, é desportivismo, é respeito, é espetáculo, é universalismo, é desportivismo, é competência, é festa! E claro, é também ganhar..., ganhar!
 

Mas, de que serve ganhar, quando o modo como o fazemos nos veda o respeito do adversário? 

 

Boa sorte para a final da Taça! Não se deixem impressionar pelo Jorge de Sousa; joguem o que sabem mantendo o controlo e ganharão.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Parabéns aos Benjamins do Benfica!



In sítio do Benfica
Derrotaram o Metz
Benjamins vencem Torneio do Luxemburgo
A equipa de Benjamins do Sport Lisboa e Benfica venceu o Metz, esta segunda-feira, na final do Torneio do Luxemburgo.
O resultado cifrou-se num triunfo “encarnado” por 3-0.

Benfica – Moreirense, 3-1

 
ESTES SÃO OS MEUS CAMPEÕES
In sítio do SLB
Jorge Jesus e a vitória na Luz: “Fizemos o que nos competia”
No final do triunfo sobre o Moreirense, por 1-3, Jorge Jesus era um treinador satisfeito pelo resultado, apesar de não ter sido suficiente para a conquista do Campeonato Nacional.
 
“Tem um sabor de vitória, só não tem o sabor do título do campeonato. Fizemos o que nos competia e fizemos uma segunda parte com muita qualidade”, começou por dizer.
 
O técnico não poupou ainda elogios a todos os benfiquistas que apoiaram os “encarnados” da primeira à última jornada. “Esta massa associativa é espectacular”, referiu.
 
Agora, Jorge Jesus e a restante equipa estão já focados no próximo objectivo, a Final da Taça de Portugal. “O Benfica tem, na minha opinião, crescido muito nestes últimos anos e estivemos em tudo o que é finais este ano. Domingo temos uma final que é uma festa e queremos muito a Taça para acabarmos a época com a conquista de um troféu”, concluiu.
 
 

sábado, 18 de maio de 2013

Benfica, Campeão Nacional de Juniores.

                                        João Cancelo

Juniores são Campeões Nacionais

João Tralhão: “O ambiente é de festa e de muito contentamento”

A equipa de Juniores do Sport Lisboa e Benfica sagrou-se, este sábado, Campeã Nacional e no final, à Benfica TV, o treinador João Tralhão era um homem feliz e elogiou todos os que contribuíram para este título.
“Este título é o resultado do trabalho de muitas pessoas. Há muitas pessoas que trabalharam para estas conquistas. O ambiente é de festa e de muito contentamento, pois isto é fruto do nosso trabalho e o objectivo foi cumprido”, reconheceu.
O triunfo em Vila do Conde foi difícil (1-2), mas para o técnico foi a melhor turma da temporada a vencer o Campeonato. “O jogo é reflexo do Campeonato. Este foi o Campeonato mais equilibrado dos últimos anos, com equipas muito bem organizadas. Todas as equipas eram fortes, mas nós fomos os mais fortes e materializámos a nossa superioridade”, sustentou.
 
 
Zaratustra:
Depois de todas as trafulhices a que temos assistido no campeonato nacional de juniores, não esperava este triunfo. Mostraram a raça Benfiquista; a força de querer vencer supera todos os obstáculos. Parabéns a todos.
 
Viva o Benfica!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Benfica-Chelsea (1-2); final da Liga Europa

Perante o campeão europeu em título com um orçamento cinco vezes superior, o Benfica honrou a sua história superiorizando-se em quase todos os momentos de jogo, batendo-se em todos os palmos do terreno, criando oportunidades de golo, obrigando o adversário a defender com tudo, praticando, enfim, um futebol de grande nível. Um grande abraço a todos os Atletas e Técnicos do meu clube pela galhardia com que se bateram. Perdemos o jogo mas acrescentámos dignidade.
 
O Chelsea, comandado por um treinador de créditos firmados na europa, ganhou, mais pela qualidade de alguns dos seus jogadores, de classe mundial - Peter Cech, David Luiz, Lampard, Ramirez, Fernando Torres -, que pelo seu jogo coletivo. No lance do 1º golo, Torres foi imparável em técnica, velocidade e força - estava mal marcado -, não fosse ele campeão do mundo e da europa de seleções. O obreiro do 2º tento foi o "escanzelado" Ramirez ao conseguir um canto com grande "ratice" donde resultou, mais uma vez, o golo fatídico ao 2º poste, já em tempo de compensação! Fantástica a execução do penalti pelo Cardozo; não é fácil enganar um guarda-redes do gabarito de Peter, sobretudo numa final.
 
Não podemos queixar-nos de falta de sorte pois foi o que tivémos naquele tiraço de Lampard ao poste esquerdo. Mas podemos vituperar Peter pela fantástica defesa à bomba de pé esquerdo de Cardozo que levava selo de golo e colocaria o Benfica na frente do marcador. E é verdade que tivémos azar na lesão de Garay! Quem sabe se não teria impedido o golo fatal? Mas temos que agradecer ao Artur aquela defesa tremenda, ainda na 1ª parte, a remate do mesmo Lampard. Como disse José Augusto, faltou-nos serenidade para otimizar todo o nosso futebol, sobretudo nos momentos de finalização; aquela serenidade indiciadora de um estádio de maturidade superior. Um campeonato decente em Portugal ajudaria a melhorar a competitividade da nossa equipa.
 
Gostei de saber que duas grandes referências do futebol mundial - Platini e Cruif -felicitaram o Treinador do Benfica pela qualidade do jogo que a nossa equipa apresentou. Afinal, não é qualquer uma que atinge a final da Liga Europa. Só as melhores.
 
António Rola referiu alguns erros grosseiros do árbitro; a anulação do golo do Cardozo - parece ter sido limpo - e o não sancionamento disciplinar do jogador que fez a falta do penalti. Terá sido designado por indicação do Aguiar?, julgo que, este, é, ou pelo menos foi, membro do comité de arbitragem da UEFA e, quem sabe, talvez o tenha conhecido na célebre marisqueira da Matosinhos.
 
É para mim claro que a equipa ainda está a ganhar maturidade para estas andanças; a diferença de orçamentos é brutal e a UEFA tem de alterar o modelo o financiamento dos clubes ou mata o futebol.
 
Ao ver a forma como a equipa se bateu, fiquei com a convicção de que fez gestão tática e de atletas no jogo com o Porto. Lima e Cardozo não fizeram o jogo todo, Melgarejo e Rodrigo não jogaram...e a intensidade foi moderada...
 
Haja desportivismo; perdemos hoje, ganharemosmos amanhã.

Mais importante que o desfecho do jogo é o que acontece durante o jogo.
 
Vivam os jogadores do Benfica!
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Porto-Benfica; divagações

A nomeação de Proença foi uma provocação ao Benfica, seus atletas e adeptos. Ao fazê-lo, o CA da FPF, quis mostrar que o Porto continua a mandar no futebol e suas instituições e com isso moralizou os seus jogadores e desmoralizou os do Benfica. Só os jogadores e o Treinador é que sabem, mas acredito que tal tenha influenciado a sua intensidade de jogo e, quem sabe, até a estratégia da equipa.

O Benfica deveria ter-se recusado a comparecer ao jogo exigindo um arbitro estrangeiro idoneo. Eu sei que era uma grande bronca, mas só com uma deste calibre ou maior o futebol português mudará. Alterava as regras do jogo e punha em pânico certas instituições como a UEFA. Esta, tolera a corrupção mas tem pavor do escândalo público, uma das mais poderosas armas do pinto, que vergonha não é com ele.

Afinal, o tempo de compensação efetivo foi inferior ao designado. Porque não foi permitida a execução da falta a favor do Benfica? O Proença teria medo do empate? Claro que sim! Bastam 10" para fazer um golo, não é assim?

A equipa do Benfica perdeu este jogo e talvez o campeonato porque quis ganhá-los no dragão. O lance do 2º golo do Porto resultou de um pontapé para a frente, feliz, quando o Benfica imprudentemente, mas corajosamente, procurava o golo da vitória. O mundo é dos ousados; desta vez calhou mal! Um abraço para todos!
 
O futebol português tem curiosidades bem interessantes, vejamos: Nacional, Braga e Académica, levaram 6 pontos ao Benfica. O Porto foi passear ao Nacional , a Braga e a Coimbra, o Nacional foi passear a Braga e o Braga ganhou a taça da Liga, eliminando...o Porto! Por sua vez, a Academica ganhou a Taça de Portugal na epoca passada, eliminando...o Porto! (Ate parece a historia do menino zequinha!).

Continuando: O Belenenses regressou à 1ª depois de um dragão de ouro ter assumido o controlo do clube. O Chaves regressa a 2ª pela mão de João Pinto. O Porto foi passear a Guimarães e comprou-lhe dois atletas. O Secretario de Estado do Desporto é adepto do Guimarães e parece ter-lhe proporcionado alguns benefícios enquanto vereador da cidade do conquistador. O Guimarães é finalista da Taça de Portugal com o...Benfica. Chega ou tenho que fazer um desenho?

Haverá algum ex-atleta do Benfica a treinar em Portugal? Simões, Diamantino, Alvaro, Mozer, Toni, Jose Luis, Carlos Manuel,  etc., não percebem de futebol? Jesualdo, Conceição & Cª  sabem mais? Claro que percebem de futebol, mas não devem perceber nada de fruticultura.

Nos jogos com o mostrengo e seus protegidos, o Benfica deverá exigir árbitros estrangeiros. No Portugal atual só os mal comportados são recompensados. Não sejamos mal comportados...nem tótós bem comportadinhos, como todos nos exigem.

O Benfica não deve pagar aos adversarios para facilitarem nos seus confrontos, mas deve pagar-lhes para se empenharem nos jogos com o Porto. Parece que isto já nao é considerado corrupção e há por aí pseudo-atletas e pseudo-clubes  que parecem precisar de motivação extra para fazer o que lhes compete; jogar futebol pelo futebol e seus adeptos.

Finalmente, se o Estado e as autoridades desportivas consentem a corrupção de alguns, têm de a consentir a todos. Ou há moralidade ou comem todos. 

Fónix! 

domingo, 12 de maio de 2013

Campeões de Voleibol; parabéns valentes!

A nossa equipa de voleibol teve que vencer o Espinho num jogo adicional para ser campeão nacional. É obra!
 
Abaixo os trafulhas do desporto!
 
Viva o Benfica!

Porto-Benfica (2-1)

E quando o empate e a vitória no campeonato pareciam certos, eis que...num belo lance de futebol o mostrengo deitou tudo a perder, precisamente quando o Benfica procurava segurar a bola no meio campo adversário. Os golos que sofremos resultaram de uma falha defensiva recorrente, nunca colmatada, nem no decurso de cada jogo, nem da época; falta de marcação aos extremos adversários. Quando se apanham bons jogadores pela frente...dá golo. Foi o que aconteceu; com azar no primeiro, com mérito adversário no segundo.
 
A equipa do Benfica fez um jogo eminentemente tático, contido, desta vez mais equilibrada no meio-campo, adiantando-se no marcador num lance de insistência onde Lima, fulgurante, apareceu a faturar. Todos somos esclarecidos depois dos acontecimentos, mas é dos livros; quem joga para o empate acaba por perder. Foi o que aconteceu, mesmo ao cair do pano. Foi quase, quase. É a vida, é o futebol verdadeiro.
 
Nenhuma das equipas criou oportunidades claras de golo; do nosso lado um remate de Cardozo com selo de golo a que Helton correspondeu com excelente defesa. Do outro lado, um ou dois cruzamentos perigosos, mais uns lances de bola parada estudados e forçados.
 
Enzo, o combatente que poderia ter feito a diferença no meio-campo, bem cedo levou, sem causa, o amarelo da ordem e com isso perdeu 25% da sua capacidade. Do outro lado, usou-se e abusou-se do jogo sujo; Gaitan e John sairam lesionados. Um artista este Proença.
 
Não contesto o resultado deste jogo nem tão pouco o do Estoril na Luz; contesto sim o Benfica-Braga, o Nacional-Benfica, o Académica-Benfica, o Académica-Porto, o Setúbal-Porto, o Braga-Porto e o Nacional-Porto. O resultado destes jogos foram decididos nos bastidores e não nas quatro linhas; é a minha convicção.
 
Qualquer marciano recém-chegado a um país, onde uma equipa para ganhar uma prova destas tem que vencer todos os jogos, conclui de imediato que algo está errado! Sabem-no todos; UEFA, FIFA e governos, mas limitam-se a tentar fazer crer que nada se passa ou a mostrar o seu - falso - empenho na luta contra a corrupção.
 
Mas ainda poderemos ser campeões; o Paços tem condições para empatar ou mesmo ganhar o jogo ao Porto. Pois podemos. Mas...e o Xistra?, e o Benquerença?, e o  Elmano?, e o Dias?, e a mala azul? Não acredito. Ou melhor, lá bem no fundo tenho uma fézita, até porque, últimamente, tenho andado a magicar cá umas coisas bem feias.
 
O Guimarães, não é novidade nenhuma, como quase todos os clubes nacionais da 1ª Liga está técnicamente falido; caíu em desgraça na sequência das posições que tomou, alinhando com o Benfica junto da UEFA no célebre caso do Apito onde, graças a malabirismos vários, o mostrengo acabou por passar incólume. Esta época, o mostrengo foi a Guimarães passear, goleando!,...meses depois, o mostrengo adquire duas jovens promessas deste clube, o qual, provávelmente, continuarão a representar! É assim que se compram jogos em Portugal. O Guimarães, junta-se ao Braga, Académica, Setúbal, Olhanense, Nacional e outros. Enquanto o Benfica tem que se empenhar a fundo em todos os jogos, ao mostrengo basta dar umas passeatas em muitos deles. E com isto estão a matar o jogo e a semear a descrença da população...no futebol e...no país. 
 
Os nossos Atletas e Técnicos foram briosos, bateram-se com denodo e não mereciam perder, apesar de terem cometido algumas falhas. Num campeonato decente seriam campeões há várias jornadas. Um abraço a todos. Há que aceitar a derrota sem lamúrias, aprender com os erros cometidos e atacar o próximo embate. Que tenham a sorte que todos merecem tal como nós, os Adeptos.
 
Viva o Benfica!
 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Benfica Estoril (1-1), que volta de mar!

O fantástico jogo do Estoril contrasta com as facilidades que o o mostrengo encontrou no recente jogo da Madeira, com o Nacional, onde, segundo rezam as crónicas, este clube apresentou três ex-júniores no lugar de outros tantos habituais titulares, no lance do 2º golo "meia equipa" do mostrengo estava em fora de jogo e o terceiro tento foi obtido numa grande penalidade "forçada". O empenho do Estoril é de louvar, até porque têm feito um excelente campeonato, mas...acredito que, hoje, tenham tido um incentivo extra. É dos livros.
 
A equipa do Benfica apresentou-se decidida a resolver o jogo cedo, e, ainda durante a primeira parte criou oportunidades suficientes para o vencer, inconcretizadas, fosse por azar, excesso de ansiedade ou pressão do adversário - na hora H sempre aparecia algo à frente; um pé, uma cabeça, uma canela, um corpo. E quem não marca...
 
E foi num lance de livre, oferecido pelo Paulo Batista, excelentemente executado ao primeiro poste, que Artur foi traído pelo ressalto da bola à sua frente. Que me recorde, em todo o jogo, o Estoril fez mais dois remates com algum perigo. Impressionante a condição física dos jogadores desta equipa! Impressionante! Tanto que até me perguntei se teriam tomado a tal amarelinha!
 
Aos jogadores do Benfica faltou meio-campo, ala esquerda, velocidade, controle emocional e racionalidade. Tudo isso "poderá" ser explicado pela eventual quebra física na sequência do exigente jogo com o Fenerbaçe. A concentração de jogos nesta fase da época é demasiado exigente. A expulsão de Carlos Martins poderá ter sido decisiva; o 2º amarelo foi mal mostrado pois pode ter decidido o campeonato e o primeiro foi por...palavras!
 
Paulo Batista cortou as pernas ao Benfica e não admira, visto que é um dos vários árbitros "malditos" para o meu clube! Já vem de longe!

Não posso reprimir um gracejo; mas porque carga de água é que o Treinador do Estoril não optou por rodar e valorizar meia-dúzia de júniores? Não era bonito? Pois era! E quem sabe, talvez o Benfica tivesse goleado em registo de passeio! É aqui que, tal como disse o "filósofo", me ocorre, que talvez seja verdade que, este, é um campeonato sujinho, sujinho, sujinho...talvez devido ao excesso de fruta...
 
Há que recuperar física e mentalmente para ir ganhar ao estádio do mostrengo. À campeão!

domingo, 5 de maio de 2013

Benfica é Campeão Nacional de Voleibol! Viva o Benfica!

In sítio do Benfica

Benfica é Campeão Nacional

Hugo Gaspar: “Oito meses a trabalhar para este título”

O capitão da equipa de Voleibol do Sport Lisboa e Benfica, Hugo Gaspar, era, naturalmente um homem feliz, mas iniciou a conferência de imprensa a analisar o que se passou na quadra.
“Foi uma final muito equilibrada com duas grandes equipas, mas no fim o Benfica foi melhor. Demonstrou durante a época, pois ganhou as duas fases regulares. Não pode haver dúvidas que fomos melhores”, sustentou.
O oposto revelou o estado de espírito vivido no seio do plantel benfiquista. “Estivemos oito meses a trabalhar para este título.
Demonstrámos em campo, fizemos mais pontos que o SC Espinho. Só temos que estar contentes, foram oito meses de trabalho com muitas complicações durante a época. Somos Campeões e estamos de parabéns”, realçou.
Tal como Roberto Reis, também Hugo Gaspar não esqueceu os que lhe são mais próximos no momento da celebração. “Dedico à minha mulher e à minha filha que saem muitas vezes prejudicadas pelo tempo que gasto no Voleibol. A todos aqueles benfiquistas que estiveram aqui a gritar. Este título é para eles. Para o nosso presidente que é um exemplo para o Desporto nacional com o apoio que dá às modalidades”, sublinhou.

Sporting – Benfica, 1-4

In site do SLB

Juvenis A começam Fase Final com vitória robusta em Alcochete

Os atletas comandados por Renato Paiva começaram da melhor forma a Fase Final do Campeonato Nacional, ao venceram em Alcochete, de forma robusta, o rival Sporting, por 1-4.

Numa Fase com apenas seis jornadas era importante começar bem e a equipa de Juvenis do Sport Lisboa e Benfica não podia ambicionar melhor entrada na prova.

O desafio teve um Benfica dominador e a querer chegar cedo à liderança no marcador. Logo aos 4’ minutos Diogo David conseguiu mesmo colocar o esférico dentro da baliza “leonina” inaugurando o marcador. Os jovens “encarnados” não abrandaram o ritmo com o golo obtido e perto da meia hora, Romário Baldé, dilatou a vantagem para 2-0, resultado com que se chegaria ao intervalo.

No segundo tempo, mais do mesmo. O jovem benfiquista Diogo David esteve em plano de destaque e voltou a encontrar, aos 50 minutos, o caminho da baliza “verde-e-branca”. Mas a vantagem não ficou por aqui, já que Iuri Gomes, aos 71’, aumentou mais os números em Alcochete.

Já perto do fim, o Sporting conseguiu o tento de honra colocando o marcador nos 1-4 com que terminou o desafio.

No outro encontro desta Fase Final, a equipa do FC Porto venceu, no Olival, o SC Braga por 0-2, colando-se com três pontos ao Benfica na liderança da prova.

Na próxima jornada os dois primeiros classificados encontram-se num jogo marcado para o Seixal.

 

sábado, 4 de maio de 2013

Era uma vez uma revolução; de José Manuel Fernandes, comentado por António Barreto

Aprecio o trabalho jornalístico de José Manuel Fernandes (JMF)  por revelar características de livre-pensador, que muito prezo, à semelhança, por exemplo, de Henrique Raposo, Henrique Monteiro,   Alberto Gonçalves, Vasco Pulido Valente, Maria de Fátima Bonifácio, João César das Neves, Medina Carreira e outros profissionais dos mais variados setores.
 
JMF envolveu-se intensamente na luta política estudantil no Liceu que frequentava em Lisboa, o Pedro Nunes, no período pré e pós 25 de Abril, jenuinamente crente na utopia socialista que, na época, alastrava nos estabelecimentos de ensino, alvo prioritário da "evangelização" comunista promovida pelo PCP, que transformou as escolas públicas naquilo que ainda hoje são; fabriquetas de guevarazinhos dependentes do erário público.
 
Com uma escrita cuidada e grande minúcia, JMF, dá-nos um panorama muito amplo das dinâmicas políticas no meio estudantil, das lutas entre as várias fações, do seu funcionamento interno e das características mais comuns dos respetivos militantes. Por lá andavam Zita Seabra na qualidade de dirigente da UEC - União de Estudantes comunistas -, a belíssima, malograda e esquecida Sita Vales - da célula da Zita -, Maria José Morgado, Saldanha Sanches e Durão Barroso - militantes do MRPP -, Nuno Crato, Jorge Costa Pinto, João Carlos Espada, Henrique Monteiro, Francisco Louçã, Miguel Portas...- PCP (R ou ML).
 
Uma das ilações que tirei deste testemunho, coincidente com a minha própria observação à época, é que, quem andava metido nestas molhadas eram predominantemente os filhos da classe média alta;  ou filhos de funcionários públicos ou de pequenos e médios comerciantes ou industriais. Suportados por famílias mais ou menos abastadas, eram, geralmente, meninos com mesada, muitos deles com pópó, e culturalmente, um passo à frente dos filhos da arraia miúda.  Operários, os grandes revolucionários da teoria marxista, eram espécie rara naqueles grupelhos. Porém, muitos deles pagaram corajosamente, bem caro, o preço da irreverência utópica. Muitos deles são hoje quadros partidários de relevo, alguns alcandoraram-se aos mais altos cargos políticos, outros são académicos de referência, ainda outros dedicaram-se ao jornalismo com distinção, escritores, poetas e até...mendigos! Hoje podemos ver, quer os seus atuais herdeiros políticos, quer alguns camaradas, debitando bastas baboseiras, cristalizados em conceitos retrógados, quase todos eles...professores universitários! Quem tinha de pôr o pão na mesa ou ajudar a fazê-lo, operários ou filhos pobres, preocupava-se em trabalhar  e não ir bater com os costados nas matas de África.
 
Dá-nos conta, JMF, da ditadura partidária que impunha a todos os militantes a total sujeição ao partido em nome dos tais amanhãs que iriam cantar; o tal paraíso na Terra que, ainda hoje, alguns "esclarecidos" esperam alcançar. Muitos deles, como JMF, acabaram por "abrir os olhos" a partir desta realidade e do conhecimento do tenebroso Estalinismo bem como do tremendo embuste da Revoluçãio Cultural Chinesa. 
 
Interessantíssimo o seu testemunho do 25 de Novembro que passo a citar, que muitos parecem ter esquecido e outros se têm encarregado de distorcer: (a partir da página 201)
 
"Os acontecimentos precipitaram-se quando, na madrugada do 25 de Novembro, os páraquedistas da Base aérea de Tancos se revoltaram e decidiram ocupar as bases aereas de Monte Real e do Montijo, e o Comando da Região Aérea de Monsanto. Houve também movimentações do RALIS, da EPAM (que ocupou a RTP) e da Polícia Militar (que toma a Emissora Nacional). O principal teatro do Drama foi contudo Belém, onde Costa Gomes manobra para evitar a guerra civil. O Estado de Sítio foi declarado na região de Lisboa e Otelo convocado pela Presidência da República, acabando detido em Belém e deixando o Copcon sem comandante. Ao mesmo tempo, as tropas fiéis aos moderados contra-atacavam. Os Comandos da Amadora, chefiados por Jaime Neves, retomavam, primeiro a Base de Monsanto e depois, o quartel da Polícia Militar, na Calçada da Ajuda, paredes meias com o Palácio de Belém. Foi aí que ocorreu o principal confronto. Houve tiros e vítimas mortais; dois homens dos comandos (o Tenente Coimbra e o Furriel Pires), um da Polícia Militar (o aspirante José Bagagem, que era militante da UDP e que nós tentaremos, mais tarde, transformar em herói).
 
Nessas horas, no momento decisivo, quando por todo o lado se antecipava a revolução, Álvaro Cunhal percebeu que a relação de forças não lhe era favorável e mandou parar as tropas que lhe eram mais favoráveis, com destaque para as da Marinha e, nestas, as de Fuzileiros. "Os Párequedistas tinham virado, tinham passado para o outro lado, os Comandos estavam na rua e só a Marinha se mantinha fiel à revolução - e só com a Marinha não se podia ganhar uma revolução", explicaram a Zita Seabra quando a mandaram desmobilizar as UECs que aguardavam ordem para avançar. Pouco depois, o próprio Álvaro Cunhal falaria aos principais funcionários do partido e disse duas coisas que a antiga dirigente da UEC guardou na memória: "que teve garantias de Melo Antunes de que não ia ser preso e que o PCP não ia ser ilegalizado. E recordou a obra de Lenine, "Um passo atrás, dois passos à frente" escrita nas vésperas da revolução de 1905. Íamos dar um passo atrás para no futuro podermos dar dois passos à frente"."
 
"Do nosso lado estava-se mais com as "Teses de Abril", pelo que ninguém deu ordem o major Tomé (que mais tarde viria a ser dirigente e deputado pela UDP) e aos outros responsáveis da Polícia Militar para não avançarem. Derrotados pelos Comandos, seriam presos e levados para a prisão de Custóias no Porto."
 
Ora com que então, o grande patriota Cunhal definiu a estratégia que perdura; "um passo atrás hoje para dar dois passos à frente amanhã"! Com o país falido, o primeiro passo à frente já foi dado pela mão dos sindicatos controlados pelo PCP; o segundo estão a tentar dá-lo agora, instigando a população à revolta. Haverá por aí algum herdeiro militar de Jaime Neves?  Não há Democracia sem democratas!
 
Retomando JMF: " Caso tivésemos tomado o poder - ou o PCP tivesse tomado o poder - não duvido que os nossos devaneios mais ou menos adolescentes em breve se tornariam num pesadelo totalitário. Pesadelo de que também nós seríamos vítimas."

"Eu não deixei de ser comunista para me tornar num socialista moderado. Eu não continuei a acreditar na bondade dos fins por que lutam os comunistas, fins que em boa parte são partilhados pelos socialistas e por todos os que se reclamam da herança marxista ou são de alguma forma seus herdeiros. Não me limitei a achar que os métodos estavam errados. A minha rotura questionou toda a doutrina e os seus fundamentos mais longínquos, e sinto que isso não aconteceu por acaso. Aconteceu porque não fui um mero companghon de route, fui antes um verdadeiro devoto, ou, como então se dizia, um devotado "soldado do proletariado"."

"Estes estudos, bem como o posterior desenvolvimento da ciência, a psicologia evolucionista, acabaram naturalmente por me fazer afastar da ideia de um homem puro original que a sociedade teria estragado. Sem querer entrar aqui nas longas e interessantes controvérsias sobre "nature versus nurture" (natureza versus educação), algo se tornou claro para mim; a natureza humana não é intrinsecamente boa, e não é a sociedade que a estraga. Pelo contrário, é a civilização que permite aos homens aprender a limitar características naturais que vemos como anti-sociais, tornando-os também capazes de viverem de forma pacífica e colaborativa em sociedade."

Interessante, porém, regressam, agora com chancela científica, as velhas teses fundadoras dos fundamentalismos racistas que tantos danos têm causado à humanidade!

António Barreto

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Benfica-Fenerbace (3-1); estamos na final!


Neste jogo, o Benfica mostrou, em definitivo, o famigerado e muitas vezes arredio, estofo de campeão. Sabíamos que a qualidade futebolistica do Benfica é superior à do Fenerbace, mas também sabemos que nem sempre ganha o melhor. E mais conhecemos como o futebol turco é difícil; agressivo, veloz, corajoso, apoiado, como o fator sorte por vezes é decisivo tal como o critério da equipa de arbitragem. Desta vez não houve buraco no nosso meio-campo; Enzo e Matic partiram a loiça toda dando luta sem tréguas ao adversário numa zona onde este fora muito forte no jogo anterior. Excetuando os minutos finais, o Benfica dominou por inteiro a partida chegando a mesmo a baralhar por completo a adversário, apesar de se pressentir a possibilidade do contragolpe.
 
Os nossos golos foram fantásticos! Todos! Jesus mudou a forma de Cardozo finalizar, passando este a previlegiar a precisão em vez da explosão como ficou bem patente nos dois golos que marcou. Bonito! Espetáculo! Porém, não menos soberbo foi o golo de Gaitan, o mágico que pede messas a qualquer Messi! Quem faz tal remate de trivela com a bola a sair na direção contrária à deslocação do alteta? Quem? Não conheço outro além de Gaitan! Isto é espetáculo! É benfica!
 
A equipa de arbitragem não esteve à altura, tendo feito demasiadas asneiras graves que poderiam ter decidido a eliminatória. Aceito a grande penalidade assinalada, tal como a bola na mão a passe de Lima, como aceitaria se a decisão fosse contrária. Dou-lhes o benefício da dúvida nestes lances mas não noutros; o fora-de-jogo não assinalado que antecedeu a GP, o puxão na camisola do Cardozo à entrada da área impedindo Cardozo de se fazer ao lance após ter ganho vantagem, o duplo derrube  ao Enzo na área, que o impediu de disputar a bola, outro derrube ao Gaitan à entrada da área ainda na 1ª parte...enfim..mais uma quantas faltas mal assinaladas e alguns cartões excessivos. Mas onde terão ido desencantar estes marmanjos?
 
Obstáculo ultrapassado, confiançpa reforçada e vamos ao próximo com...prego a fundo!
 
 Parabéns campeões!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A Capela do pinto

Mudar listas de árbitros

Por:Tânia laranjo, in CM:

 
Em janeiro de 2011, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão do tribunal de primeira instância. 
 
Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, e outros 15 arguidos eram absolvidos no processo relativo à viciação das classificações dos árbitros. As escutas reveladas pela CMTV – e que hoje voltarão a ser mostradas em exclusivo – eram a principal prova do Ministério Público, que defendia a condenação. Aí, Pinto de Sousa e outros dirigentes, como Francisco Costa, António Henriques e Azevedo Duarte (todos membros do órgão), acertavam as classificações. Os árbitros subiam e desciam de categoria conforme o interesse dos dirigentes e não diretamente devido às classificações dos jogos que apitavam. 
As escutas que a CMTV revelou mostram ainda que estas alterações também aconteciam nos árbitros de 1ª categoria. Uma outra conversa dá conta de que Pedro Henriques subiu um lugar de forma a justificar uma nomeação para a Taça de Portugal. Foi na época 2003/2004, quando o FC Porto ganhou à União de Leiria. Pinto da Costa queria aquele árbitro. 

Capelinha

 

 
 
O padrão de superioridade intelectual assimilado recentemente pelo treinador transmontano levou-o a não resistir ao sublinhado "limpinho" depois da vitória importante sobre o Nacional. Para os paladinos da verdade desportiva, um golo decisivo em evidente fora de jogo à Maicon não passa de uma pequena nódoa, facilmente disfarçável, quando comparada aos roubos de catedral ou de Capela. Um fora de jogo a valer três pontos ao Sporting é uma capelinha tão pequenina como a confraria que julga poder escrever a história diferente do que ela é.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Amália Rodrigues; romance de Sónia Louro comentado por António Barreto

Antes de ler a primeira vintena das 183 páginas deste romance, pensei que me esperava uma tremenda estopada. Enganei-me!, fui ganhando entusiasmo crescente até final. A autora soube gerir a espetativa do leitor com mestria.
 
É uma Amália amargurada que aqui é retratada; uma amargura profunda e constante parece ter acompanhado toda a vida da nossa diva. Uma amargura difícil de explicar mas que talvez tenha tido origem na sucessão de rejeições que sofreu; falta dos pais até aos 14 anos sofrendo depois com a sua austeridade, casada "à força" com o ambíguo torneiro-guitarrista o "Chico"  que mais tarde, cansada e despeitada,  abandonou, depois amante do enfatuado tenista-banqueiro "Pitta" que, cioso do seu ascendente social nunca lhe propôs casamento tendo-a tratado geralmente com desdém. Ostracisada por uma sociedade implacável para com as "imorais" mulheres enganadas na sua "virtude" e para com o marginal e decadente mundo "fadista", Amália nunca encontrou o amor que tão ardentemente desejava, apesar dos inúmeros e extraordinários pretendentes que teve; Ricardo Salgado, Charles Aznavour, Porfírio Rubirosa, Anthony Quinn, Onassis, Pablo Neruda...nenhum lhe acendeu a chama da paixão! A sua irmã Celeste dizia-lhe que tinha medo de amar, e talvez tivesse razão, mas, julgo eu, não totalmente. Julgo que Amália sempre sofreu com a falta de carinho e reconhecimento de seus pais, comum nas famílias das classes baixas de outrora; quando um dia mostrou com orgulho à mãe, a Grã-Cruz de Santiago da Espada, esta limitou-se a responder que ela, sempre tivera geito para bugigangas! Deve ter doído! Bem sabemos como certos pais detestam ser superados pelos filhos.
 
Dizia que a vida passara por ela e, de facto, Amália limitou-se a ser o que era; uma beleza discreta mas poderosa, uma voz invulgar, uma dor vivida que sabia transmitir e uma inteligência emocional fora do comum. A sua carreira foi compulsiva! Amália a todos encantava! Talvez tivesse medo de amar, sim, mas...talvez não soubesse amar. Só uma pessoa profundamente egoísta, paradoxalmente insensível, seria incapaz de amar quem a amparou e acarinhou com desvelo até ao fim dos seus dias; o seu marido e companheiro César. Um grande homem! Amália não percebia a indiferença de César pela música mas, simultaneamente,  não compreendia a paixão  dele por arquitetura! De certa forma, Amália foi uma mulher moderna, tendo sacrificado tudo à sua carreira, fumando compulsivamente,"comandando" os seus amores, controlando a sua carreira e adaptando-se com sucesso às variadas circunstâncias, apesar da sua baixa escolaridade! Surpreende a total falta de alusão ao designado "instinto maternal" em tudo o que li sobre ela, quer neste romance quer em outros escritos. Curioso como tem sido ignorada a sua passagem , ainda adolescente, pela pensão do seu tio no Fundão, onde terá passado as "passas do Algarve", antes de regressar definitivamente a Lisboa.
 
Só já no ocaso da vida Amália entendeu que o tal grande amor porque tanto ansiara era, afinal...o Público! Em toda a sua carreira parece não o ter percebido! Não dá para entender! Ou melhor; Amália amava-se demasiado; necessitava de companhia constante, ou...teria apenas medo, o terrível medo que dela se apoderava à noite. O reconhecimento da importância do amor do Público, quanto a mim, funcionou como uma espécie de compensação pelo sentido fracasso do amor definitivo! Cá para mim, o grande amor de Amália foi...Alan Ulman! Não físico, mas de alma! Havia uma sintonia total entre eles na forma de sentir - Alan ofereceu-lhe a pulseira da mãe que Amália usava com devoção e a sua mulher acabou por se divorciar.  
 
Amália e Alan revolucionaram o fado substituindo a tradicional passacalha por harmonias complexas e os textos de "faca e alguidar" pelos de grandes poetas; Camões, Bocage, Alberto Janes, Pedro Homem de Melo, David Mourão Ferreira, Alexandre O´Neil, Manuel Alegre...Interessante a justificação de Alan pela opção por poetas não vivos; os outros não teriam talento adequado! Isso conduziu-o à descoberta da literatura portuguesa, tendo arrastado Amália no processo. Alan, além de excelente compositor e pianista era editor de profissão, como tal, um homem de cultura por excelência. Engraçado; tal como atualmente na economia e no passado com a Ínclita geração, também no fado foi necessário um impulso externo para lhe proporcionar alguma grandeza! Também no traje fadista, Amália revolucionou! Foi dela a "invenção" do xaile e vestido negros sem grandes adornos além de um único brilhante, contra a, até aí habitual, vestimenta multicor com muito oiro à mistura das fadistas.
 
Estranhamente, tendo em conta a sua intuição e conhecimento do mundo, Amália só percebeu o verdadeiro sentido do "Fado de Peniche" quando o seu autor, David Mourão Ferreira, lho explicou zangado, apesar de o ter cantado muitas vezes. Nem o "Meu Amor Marinheiro" de Manuel alegre parece tê-la despertado para a realidade do País! O marido César, que financiara Humberto Delgado e Henrique Galvão, acusava-a de ter estado "demasiado tempo em cima do muro", aludindo à sua incapacidade de assumir denúncia do regime. Amália dizia-se apaixonada por Salazar ,mas não percebi que raio de paixão seria, a não ser a de adolescente pobre pelo chefe. Só a obcessão pelo fado e consigo própria terá justificado esta indiferença pela política, mas...não só; as diferenças sociais e políticas que teve oportunidade de vivenciar em todo o mundo seriam suficientes para despertar qualquer um que se preocupasse mais com os outros.
 
Contudo, Amália foi a grande embaixatriz de Portugal, tendo dignificado o Fado e o País por todo o lado! Graças a ela os nossos artistas de hoje têm facilitada a projeção internacional das suas carreiras, muitos deles, adotando parte do reportório amaliano; Mariza, Dulce Pontes, Kátia Guerreiro, Ana Moura...A propósito,  Amália dizia que não tinha clube mas simpatizava com o Benfica por causa do Eusébio, que "era quase tão famoso como ela".
 
Graças à sua Secretária Estrela, Amália editou um livro de poemas seus originais. Distraída, desprendida das coisas materiais como dinheiro e jóias,  adorava flores, entretendo-se a "roubá-las" à noite nos jardins de Lisboa, razão pela qual a Câmara local passou a enviar-lhe semanalmente, ramos de flores. Adorava o sossego da sua quinta do Brejão, conheceu e conviveu com quase todas as grandes celebridades da época; Gilbert Becaud, Edith Piaf, Cantinflas, etc. Queixou-se, no pós 25 de Abril, do abandono de alguns "grandes amigos" de outrora, como Ary dos Santos, com quem fizera grandes tertúlias, com outros grandes artistas, como Natália Correia, Maluda, Fontes Rocha, etc
 
Fiquei a conhecer os seus acompanhantes, os eternos quase ignorados; Armandinho, Jaime Santos, Raul Nery, José Nunes, Domingos Camarinha, Fontes Rocha, Carlos Gonçalves (guitarristas), Santos Moreira, Joel Pina e outros (violas) e o grande compositor Frederico Valério.
 
Façanhas foram muitas, as maiores das quais, quanto a mim, a sua atuação num concerto de música erudita em Roma no âmbito do programa Marshall, onde, tendo sido a única artista de música ligeira, sobrelevou todos os restantes e o seu triunfo avassalador no Olympia após início atribulado,  que a tornou muito querida dos parisiences, tendo sido condecorada por Mitterrand com a Legion d'Honeur. O tardio agraciamento das autoridades nacionais desgostou-a; Marcelo Caetano condecorou-a com a Ordem Militar de Oficial de Santiago da Espada em 1971 e Mário Soares em 1990 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada, no Coliseu dos Recreios, finalmente, em 1998 é condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

Silenciosamente, pelos anos 80, foi operada com êxito em Nova York a um tumor maligno no rosto, depois de ter recuado na  decisão de se suicidar. E eu que pensava que tinha cedido às patéticas operações plásticas agora em voga! Pobre Amália! Cerca de dez anos mais tarde, viria a ser operada, ainda em Nova York a outro tumor, desta vez num pulmão, graças ao empenho do seu dedicado marido César que, não confiando no diagnóstico dos serviços de saúde nacionais  remeteu os exames para os Estados unidos onde detetaram a maleita, que por cá passara despercebida!
 
Este livro, porém, deixou demasiadas pontas soltas, ignorando o destino das pessoas que foram ficando pelo caminho e descurando o enquadramento político-social da época. Mostra uma Amália doentiamente amargurada! Tanto que nem acredito! Não acredito que Amália tenha sido só amargura! Há certamente uma outra Amália que aqui não foi retratada, apesar de compreender que, tendo sido compelida a viver como viveu, por vezes, invadia-a a amargura de não ter podido escolher a sua vida; afinal o eterno dilema das opções que nos interpela a quase todos diáriamente.
 
Deixou um vazio impreenchível!


 
 FOI DEUS
de Alberto Janes