Desporto

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Benfica-Paços de Ferreira (3-0)

 
Só quem tem andado distraído pode estranhar a boa campanha do Paços esta época. Há muito que o anti-jogo, tão característico do futebol nacional, deixou de fazer parte da da equipa do Paços. Nota-se desde há uns anos que adotou um futebol positivo, assumindo o jogo em todo o terreno, olhos nos olhos, com garra, solidariedade e boa cultura técnico-tática, pondo os adversários em guarda. Há tempos dei comigo a reconhecer no Paços, vestígios da cultura Benfiquista! Tudo num são ambiente de cordialidade e respeito insubserviente, como apraz às gentes civilizadas. Daqui a minha saudação. Assim deverá ser o desporto.
 
Esperava pois uma postura cautelosamente aberta do Paços como veio a verificar-se, restando saber, se em consequência da rápida desvantagem no marcador. O que é certo é que se apresentou muito coeso, pressionando o adversário logo à saída da sua área tentando impedir a construção do seu jogo ofensivo, colocando quase sempre vários atletas na disputa da bola graças a um excelente posicionamento, trocando-a com qualidade e explorando bem as alas, faltando-lhe talento e massa muscular na zona de finalização, que não elementos, sempre muito bem apoiados por uma segunda linha ofensiva. Em situação de aperto defensivo recuava todos os jogadores para o seu meio-campo chegando mesmo a aglomerá-los a todos dentro da grande-área. É um modelo de jogo com uma exigência física muito elevada!
 
O Benfica entrou concentrado no seu, agora cada vez mais, futebol total, segurando o esférico, fazendo-o circular con inteligência e talento, apesar de algumas perdas imaturas, alimentando os extremos que procuravam Cardozo e Lima no eixo do ataque. E foi num desses movimentos que surgiu o primeiro golo, num lance que valeu o jogo, de bonito que foi! Tudo foi soberbo; os passes, a movimentação sincronizada e a concretização, envolvendo Lima, Sálvio e Enzo! Fantástico!
 
Entrou o Benfica em fase  de controle do jogo, que se ia desenrolando em todo o relvado, sempre com o Paços muito ativo. Apesar de o Benfica revelar grandes progressos neste capítulo, tão necessário às grandes equipas, ainda se verificam algumas perdas de bola comprometedoras. É preciso não esquecer que estes ciclos devem terminar em movimento ofensivo com finalização e não com perdas de bola a meio-campo, que serão fatais se contra melhores equipas.
 
Até à entrada de Martins, o nosso jogo aéreo ofensivo esteve muito fraco; só Cardozo ganhou uma bola da esquerda que cabeceou por alto. É uma especialidade decisiva nos jogos difíceis, onde o adversário impõe superioridade numérica na sua área e que só a precisão dos lançamentos ou o acaso, podem resolver. Com Martins, os cantos tornaram-se perigosos; foi dos seus pés que nasceu o 2º golo, com o apoio precioso da careca do Luisão e do sempre oportuno Cardozo. 
 
Durante algum tempo, a equipa do Benfica empastelou o jogo e desarticulou-se, o que poderia ter sido fatal, tendo-se reequilibrado com as entradas de Gaitan e Aimar. Aimar; era o jogo ideal para ele. Apesar de acusar falta de ritmo, ainda fez a assistência para o 3º tento. Quem sabe nunca esquece. Que falta nos faz um excelente Aimar para o resto da época!
 
 Luizinho tem que jogar mais, mas de forma controlada. Percebe-se que ainda não se sente à vontade; perdeu alguns lances que poderiam ter sido fatais. Mas sobe bem no terreno e faz bons cruzamentos.
 
Julgo que João Capela esteve bem; um ou outro lance duvidoso, nomeadamente as cargas de ombro, mas nada me pareceu grave. 
 
Agora é recuperar para o próximo confronto.
 
AB