Desporto

sábado, 27 de dezembro de 2014

Actividade solar e clima na terra (por Rui Namorado Rosa, da Universidade de Évora em Página da Educação)

As manchas solares são manifestações visível da actividade magnética no Sol. A sua observação e registo remontam ao princípio do século XVII, logo após a invenção do telescópio. Assim se descobriu que o Sol exibe uma actividade magnética variável, onde é perceptível pelo menos um ciclo com onze anos de periodicidade. Essa actividade magnética, visível à superfície e que se projecta pelo espaço circundante e atinge os planetas terrestres, e para além destes até pelo menos Júpiter, é alimentada por fenómenos de convecção de massa e de energia magnética no interior dessa estrela.

Os raios cósmicos de muito alta energia, que emanam dos centros das galáxias, atingem a Terra e produzem transmutações nos elementos naturais - assim se forma, por exemplo, o Carbono-14 na atmosfera (bem conhecido por ser muito utilizados na datação de materiais arqueológicos). Ora como o campo magnético solar deflecte os raios cósmicos, ele modula a intensidade do correspondente fluxo que atinge a Terra, pelo que o ritmo de produção do Carbono-14 e o seu teor na atmosfera (e nos seres vivos) variam com a actividade magnética solar. Estudos recentes sobre o teor de Carbono-14 em materiais orgânicos (incluindo fosseis), para além de comprovarem uma pronunciada tendência de crescimento do número médio de manchas solares ao longo do século XX, revelam que o presente nível de actividade solar é o mais elevado desde há 8.000 anos.


Sendo o Sol a fonte de energia, sobretudo na forma de luz solar, que acciona o sistema climático terrestre, não há dúvida que a variabilidade da actividade magnética solar, que também se manifesta na intensidade da luz emitida pelo Sol, se repercutirá na variabilidade climática terrestre. Assim, estima-se que a variação da actividade solar poderá explicar até um terço da presente elevação global de temperatura à superfície da Terra.


Porém, a actividade solar influencia o clima terrestre também por outras vias. A variabilidade do fluxo de raios cósmicos que atinge a Terra, que é modulada pela actividade solar, parece também afectar o clima, designadamente através da variação do grau de ionização da atmosfera e de consequente formação de nuvens. Estas, por sua vez, influenciam fortemente a quantidade de luz solar que é absorvida na atmosfera e na superfície terrestre. A importância deste mecanismo na variabilidade climática é ainda incerta.

Mas o Sol emite também raios X e radiação ultravioleta extrema que também poderão influenciar o clima. A intensidade dos raios X acompanha o ciclo de actividade solar, mas com uma amplitude de variação muito maior que a da luz solar. Esses raios X são os principais responsáveis pela produção e aquecimento de uma camada atmosférica fortemente ionizada, a cerca de 100 km de altitude, a ionosfera. Essa camada da alta atmosfera afecta a propagação das ondas rádio; é responsável pela reflexão e o longo alcance de propagação de algumas gamas de frequência (ou de comprimento de onda), pelo que as perturbações na ionosfera interferem nas telecomunicações.


A radiação ultravioleta extrema emitida pelo Sol é absorvida a nível mais baixo da atmosfera, na estratosfera, produzindo ozono. A variação da sua intensidade acompanha o ciclo de actividade solar mas com maior amplitude que a luz solar. Como é sabido, esta camada de ozono, que resulta da absorção dessa radiação ultravioleta extrema, é, por sua vez, absorvente de outras gamas de radiação ultravioleta, actuando como uma blindagem para os seres vivos à superfície da Terra.


O Sol emite também radiação corpuscular, o vento solar, que é captada no campo magnético da Terra, sobre uma extensão de muitos milhares de km em altitude. Desta interacção resulta uma extensa magnetosfera terrestre, com suas cinturas de plasma. A magnetosfera assim formada funciona também como uma blindagem que protege a superfície da Terra do vento solar. Por via deste vento solar, a actividade solar repercute-se em actividade geomagnética observada à superfície do planeta.


Porém, o vento solar está sujeito a variações de grande amplitude, as tempestades magnéticas, que atingem a Terra e aqui geram tempestades geomagnéticas e auroras boreais. Estas tempestades exibem uma periodicidade que é a mesma da rotação do Sol, 27 dias. Em períodos menos previsíveis de muito intensa actividade solar, o vento solar atinge velocidade muito superior, e erupções da superfície do Sol projectam jactos de massa coronal que podem ocasionalmente atingir directamente a magnetosfera terrestre, o que acontece algumas dezenas de vezes por ano, provocando intensas tempestades geomagnéticas. Estes episódios distorcem acentuadamente a magnetosfera, afectam as órbitas de satélites e induzem forças electromotrizes nas redes de transporte de electricidade (podendo interromper o seu funcionamento).


Todos estes fenómenos de interacção entre o Sol e a Terra, com reconhecida periódica ou incerta variabilidade e, alguns deles, com elevada amplitude, contribuirão certamente para a variabilidade do clima no nosso planeta. Ainda há muito para aprender acerca das tão faladas alterações climáticas.


(sublinhados do Quase Curiosidades)

O Futuro do futebol nacional é a Controlinveste!

       Finalmente a Luz!, afinal, a salvação dos clubes nacionais vem...uau!...da Controlinveste!, agora sim, já os jogos da modesta Taça da Liga interessam à TVI!, quem diria, quando ainda há bem pouco tempo nem os jogos do "Campeonato" lhe interessavam!, que mágico poder é este que detém a Controlinveste, acionista de todas as SAD e da Sport TV, esta, agora presidida por Proença de Carvalho, que desbloqueia todas as portas?, que mágico poder é este que leva os dirigentes a abandonar o projeto de autonomia dos seus clubes defendido por Mário Figueiredo em favor da dependência relativamente ao Grupo que mais tem lucrado com o futebol?
      Perante a determinada e lúcida luta de Mário Figueiredo pela autonomia financeira dos clubes contra a obsceno monopólio que se instituiu no futebol nacional nas últimas décadas, perante o prolongado silêncio da Autoridade da Concorrência relativamente à queixa da Liga contra a Olivedesportos, perante as implícitas ameaças do Governo à Liga na sequência da alteração da Lei de Bases das Federações Desportivas, que até parece ter sido feita à medida, perante a "cega" reclamação de pagamentos em atraso por parte da FPF à LPFP apesar de conhecedora da total falta de meios para o efeito, os habituais patrocinadores das competições futebolísticas nacionais, revelando um medo cúmplice, não renovaram os seus apoios, induzindo o "afundanço" económico  daquela instituição e dos clubes, até à claudicação do próprio Benfica, o principal clube prejudicado pelo "sistema", cujos dirigentes, ingenuamente arvorados da responsabilidade de salvar o futebol, pensam ter alcançado um compromisso de cavalheiros com os dirigentes do Porto. Puro engano!, o "sistema" está de volta e muito bem arquitetado. Vamos vê-lo a funcionar em pleno já nesta 2ª volta!, o conselheiro matrimonial da paróquia anda já por aí a mandar recados!, regressará o velho padrão dos erros humanos dos árbitros e auxiliares enquanto os "queixosos" serão de novo apodados de "queixinhas".
      Este "fenómeno", não constituindo surpresa para ninguém, revela, afinal, o estado caótico e paradoxal a que chegámos enquanto Povo, permitindo ou compactuando com práticas que, manifestamente, violam os mais elementares princípios da doutrina democrática, por acaso...mas só por acaso, constitucionalmente consagrados. Revela a total falência dos clubes nacionais, que, incapazes de sobreviver sem a tutela dos "donos disto tudo"que se apropriaram das receitas antes provenientes dos adeptos que iam aos estádios, não hesitam em alienar a sua própria soberania, induzindo entre a população o nauseabundo e velho cheiro da suspeição. Não é apenas o futebol que está em causa!, são também as instituições que têm a obrigação de zelar pelos essenciais valores da sociedade. São os próprios valores democráticos!, é a própria Democracia!
      Afinal, como já sabíamos, Mário Figueiredo tinha razão na queixa apresentada pela Liga, mas teve que sair para que, finalmente, a AdC, se pronunciasse, impondo uma reformulação nos contratos da Olivedesportos, que, fundamentalmente, permitirá manter tudo como estava. Até porque, parece que é isto que os clubes querem. Sem Olivedesportos, sem Controlinveste e sem Sport TV , não haverá futebol em Portugal! Mas havia!
      Quanto a Luís Duque, acabou de dar um segundo tiro no pé!, o primeiro foi o de ter aceite o cargo apesar do ambiente de crispação com o seu próprio clube e do seu histórico de práticas hostis para com o Benfica. Ao aceitar os "bons ofícios" da Controlinveste na procura de patrocinadores para o "naming "da Taça da Liga, Duque revelou afinal a sua total incapacidade nas áreas financeira e de marketing, alienando grande parte da sua própria autonomia em favor do patrocinador primário. E isto é mau para o futebol! Muito mau!, o "milagre" de Duque consiste, afinal, em devolver o futebol a Joaquim Oliveira!
      Está assim explicada a razão pela qual Fernando Gomes, afirmou na entrevista que concedeu ao jornal oficioso do seu clube "crer" que só uma plataforma de entendimento entre Porto Benfica e Sporting - por esta ordem -, detentores de massas de adeptos consideráveis, poderá potenciar o futebol. É que, para Gomes, essencial...,mesmo, mesmo, essencial para o futebol é a Controlinveste, essa infatigável construtora de sonhos! os três grandes clubes , com o Porto à frente, claro, só poderão dar uma uma ajudinha, desde que estejam de acordo na distribuição dos despojos! Ora, com regras simples, claras e universais, não serão necessários outros acordos. Fernando Gomes, implicitamente, revela a sua incapacidade de as definir, implementar e fazer respeitar, A TODOS POR IGUAL!
     Percebo que os dirigentes do Benfica tenham cedido perante o crescente "buraco" nas contas da Liga - constou que seriam da ordem dos 9 ME -, que inviabilizaria a continuidade das competições profissionais e, em última instância, o equilíbrio financeiro do próprio clube. Mas não deveria ter permitido que as negociações decorressem numa conjuntura indutora de respostas favoráveis a umas das partes, impondo condições que garantissem o equilíbrio entre os intervenientes.
      É claro para mim desde há muito, que o painel de fundo do futebol nacional assenta na aspiração regionalista de alguns setores do Porto e talvez do Norte e do país, historicamente subjugados e revoltados pela prepotência destruidora do centralismo da Capital, que vêm no futebol um primeiro campo de emancipação, elegendo o Benfica como símbolo desse centralismo e alvo prioritário da sua acção. Julgo porém que esta é uma estratégia que tende a produzir efeitos contrários aos desejados na medida em que confunde o regionalismo com práticas indignas a que temos assistido no âmbito do futebol, com origem, precisamente, no seu seio, hostilizando todo o universo benfiquista, cerca de 50 % a 60 % da população. Não serão as práticas de manipulação de resultados das competições nem a pancadaria instigada que atrairão adeptos à causa. Pelo contrário, a "separação das águas"  política e desportiva, associada a práticas de racionalidade, cordialidade e lealdade no desporto, atrairá aderentes de todas as frentes, para a derradeira emancipação do país da asfixia lisboeta.
      E estamos nisto! neste atavismo que lentamente vai corroendo os alicerces do futuro.