Desporto

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Cockteil parolo

      Num pedantismo comovente, um senhor do Vitória de Guimarães - de que não fixei o nome -, advertiu publicamente,  esta semana, não se percebe bem quem do universo benfiquista, para a não realização de festejos no estádio e no torquel considerando-os desde logo um ato provocatório, por inadequado, numa cidade onde não há filiais de qualquer dos grandes clubes. Logo de seguida, outro arauto vitoriano, certamente da "guarda pretoriana" avisou eventuais celebrantes para o risco que a celebração representará para eles, se tal ocorrer na "sua" cidade de Guimarães. Uma encenação patética a fazer lembrar as velhas cidades do Oeste Americano de há 200 anos, frequentemente subjugadas pela força por um qualquer bando de patifes, devido à ausência de lei, característica da colonização daquela região.  O paralelismo existe, apesar de excessivo, concordo.
 
   A democratização do país, a descentralização da administração pública e a perspectiva de regionalização, induziram certas pessoas na convicção errónea de que são donos das suas cidades e nelas podem fazer valer as suas leis informais, explícitas ou implícitas, excluindo, perseguindo e agredindo quaisquer dissidentes. Porto, Braga e agora Guimarães são os casos mais evidentes, mas não únicos, de utilização dos respetivos clubes de futebol para afirmação política regional ou local. Diga-se porém, em abono da verdade, que daí não viria mal ao mundo, não fora o condicionamento espúrio da liberdade de escolha dos respetivos cidadãos. Então, naquelas cidades, todos os que não forem, respectivamente, portistas, bracarenses ou vimaranenses são indesejados, às vezes perseguidos e até agredidos? Num país cuja lei fundamental exclui todas as formas de descriminação e contempla a liberdade de expressão e associação, ameaçam-se todos os que assumirem cores diferentes das dos clubes das respectivas terras? Um absurdo! 
 
 
   Num país que autoriza o casamento gay, o aborto, a mudança de sexo, a liberdade religiosa, não se pode ser benfiquista naquelas cidades? Claro que sim! Custe o que custar, porque..."não há machado que corte, a raiz ao pensamento, porque é livre como o vento, porque é livre.... O Benfica é um clube de homens livres, por isso, senhores, deixem de se pôr em bicos de pés como que a dar "prova de vida" apenas porque o Grande Benfica vos visita. Fazem figuras patéticas!
 
   E, mais uma vez, como que saído das páginas de "O Malhadinhas" lá veio o afamado "Bruxo de Fafe" dar fé das suas mezinhas contra o Benfica encomendadas por sofredor rival, supõe-se, numa derradeira e penosa tentativa de mobilizar forças ocultas para  reverter a classificação em seu favor. Pela mão do Correio da Manhã, que, desde sempre, não perde uma oportunidade de tentar induzir instabilidade na equipa encarnada, indiferente ao seu consequente descrédito.
 
   Et voilá!
 
   Concentração, determinação, inteligência, talento e humildade são os ingredientes da vitória...e estão lá todos, na equipa do Benfica.
 
   Para a frente Benfica!
 
   Um por todos e todos por um!  

(Aguarela de Alfredo Jorge Gameiro)