Desporto

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Benfica-Atletico de Bilbao (0-2)

      Isto de perder, mesmo em jogo treino é muito chato. É preciso cuidado. Pior que o resultado foi a má qualidade de jogo em toda a partida. Tratou-se pois de um bom exercício contra uma equipa de um campeonato competitivo que, sem ser excecional, domina os fundamentais do jogo  e já está bem entrosada. Ao Benfica, porém,  falta-lhe o "tronco central"; guarda-redes, central, trinco, construtor e rematador. Parece-me que alguns jogadores estão a perder o comboio, mas ainda é cedo para juízos definitivos. Benito vai na frente para a sua posição com Eliseu a "roer-lhe" os artelhos. Luis Filipe é ainda uma incógnita e Sílvio continua lesionado, pelo que, parece-me, uma boa oportunidade para Cancelo que não está a sair-se mal - julgo eu - e tem grande margem de progressão. Parceiro de Luisão, ou Lisandro ou Jardel, César pode fazer-se mas ainda tem que "comer muita broa" e a Sidney parece continuar a faltar-lhe "qualquer coisa".  Para a construção, temos o Enzo ou o Gaitan - se ficarem -  e o Amorim; quanto ao Talisca, pode repartir a broa com o César. Trinco?, André parece ser hipótese mais consistente, com Teixeira à espreita - eventualmente Jardel ou Lisandro. Extremos?, John, Gaitan, Suleymani, Sálvio, Bébé, Candeias. E matadores; Lima, Cardozo e Derley não chegam; Oliveira parece estar a perder o "timbóio", o que é pena; mas que sei eu? Sei apenas que não queria estar na pele de Jesus nem do Presidente.  Enquanto isto os nossos rivais reforçam-se a bom reforçar e já meteram todos à bulha na Liga e na Federação, pois sabem que sem o seu pleno domínio não ganham. Desconfio que a decisão da ERC vai sair depois de Figueiredo fora da Presidência da Liga. Os hipócritas que tanto têm defendido a regeneração do futebol assistem a tudo impávidos e serenos a ver para que lado o poder vai cair. E no entanto, todos sabemos que Figueiredo tem toda a razão. Já agora refiro que eu mesmo, cerca de dois anos antes  de Mário Figueiredo, fiz a mesma participação à ERC e ao Ministério Público, tendo-me respondido os serviços daquela, não terem descortinado irregularidade alguma, tendo, apesar disso, reencaminhado o caso para o Ministério Público (algo que eu já fizera sem ter obtido qualquer resposta).  Seja como for, com a Sportinvest, "nas lonas" parece-me descortinar um novo financiador do sistema que anda por aí a colocar jogadores à consignação nos clubes relacionados com o dito cujo. Ou estou a ver mal, ou este, é o novo "dono" do futebol nacional e, como tal, com poder efetivo de condicionar as decisões que interessam. Isto é que está aqui uma açorda! 
      Quanto ao Benfica, cuidado; os maus negócios saem demasiado caros, o preço de dois jogadores medianos dá para comprar um dos bons. E o "graveto" não abunda! Continuamos a ver demasiados erros nas contratações. Assim não! 

domingo, 27 de julho de 2014

Eusébio-Cup 2014

Começa a desenhar-se o perfil do Benfica 2014-2015 pairando ainda algumas indefinições relevantes, tanto nas saídas - Gaitan e Enzo -  como nas entradas - guarda-redes, central, e avançado. Uma alteração e peras face ao plantel da época anterior, que me faz recordar as equipas de rua dos meus tempos de criança e temer a impossibilidade de o Benfica aspirar ao mais alto patamar do futebol europeu a que sempre estivemos habituados. Tal impõe-nos a reavaliação das estratégias internas, nomeadamente acerca das causas do endividamento e respetivas contrapartidas, e da conjuntura exterior, em concreto da transação de jogadores e capitais no futebol europeu, que, claramente, conduz ao crescente desequilíbrio competitivo e, em última análise, à decadência do próprio futebol, pelo risco crescente de afastamento do adepto ao perder a identificação com o seu clube.
 
Há muito que defendo a importância de  o Benfica encontrar financiadores alternativos ao BES, por razões diferentes das que hoje são públicas cujos impactos ainda desconhecemos. "Atacar" o passivo revela-se prioritário para concentração meios no negócio principal - os encargos financeiros anuais são da ordem dos 22 ME. Para tal seria apropriado alocar 50% da receita líquida da venda de jogadores para amortização do passivo, sem descurar a competitividade da equipa, sem a qual, o crescimento é inviável. Uma equação difícil num campeonato cada vez mais descredibilizado pelo atual estado dos organismos tutelares. Quando é que todos - incluindo governos - perceberão a importância de termos um campeonato competitivo e insuspeito?
 
Antes demais gostei da participação dos netinhos do nosso Eusébio; foi emotivo e bonito. O jogo foi um bom teste e não correu mal de todo, apesar da derrota. O Ajax, como sabemos, tem ótima cultura competitiva e tal esteve patente neste jogo no qual revelou bom domínio dos princípios técnico-tácticos, bom entrosamento e adiantada condição física. Quanto ao Benfica, surpreendeu-me pela positiva; não esperava a consistência demonstrada, nomeadamente no posicionamento, qualidade de passe e progressão. Até poderíamos ter marcado por mais que uma vez. Benito e Talisca não enganam enquanto Eliseu e Bébé são valores seguros, já quanto a César, são necessários mais jogos e ao lado de Luisão para avaliar mosa sua real capacidade para a posição. Teixeira e Cancelo são esperanças em vias de confirmação. Julgo que nos falta mais um trinco - Lisandro Lopez? - e um matador - Cardozo?, Derley? -, sem falar, claro no guarda-redes que, espero, seja o Romero, que nada fica a dever ao Oblack ou outro qualquer.
 
Trabalho, muito trabalho, e talento, é o que se espera de todos, para pôr esta equipa a jogar futebol de primeira. Esperemos que, com a aprendizagem, esta regressão proporcione novo e melhor estágio competitivo à equipa do que na época anterior, visto que os nossos rivais estão a apostar forte.

domingo, 6 de julho de 2014

Mário Figueiredo resiste!

Parece que "o sistema" está com grande dificuldade em expulsar Mário Figueiredo da LPFP!, a providência cautelar apresentada pelo Vitória de Guimarães e pelo Estoril Praia caducou por falta de apresentação do processo principal no prazo previsto na lei; 15 dias. Portanto, definitivamente, Mário Figueiredo mantém-se no cargo. E ainda bem, visto que tem um bom projeto para o futebol e para os clubes, tem competência jurídica abundante e, sobretudo, tem coragem para enfrentar os poderes instalados que parasitam clubes e adeptos. Porém, "o sistema" não esmorece; falhada a tentativa administrativo-jurídica, avança o estrangulamento financeiro agora pela mão da FPF que avançou com um processo de execução cível o qual poderá conduzir à penhora de património e receitas da Liga, consabido que é a quebra de financiamento por parte do histórico patrocinador, agora ameaçado pela possibilidade de perda de exclusividade num chorudo negócio monopolista que ameaça perpetuar-se, com reflexos na ordem desportiva nacional. Estranhamente, ou nem por isso, a ERC tarda em dar resposta à denúncia-participação apresentada por parte da Liga relativamente à situação de monopólio e abuso de posição dominante relativamente aos direitos desportivos dos clubes. Oxalá Mário Figueiredo continue a sua luta pela credibilização e progresso do futebol e dos clubes, sem se intimidar pelas constantes e múltiplas pressões de que é vítima, ao contrário do que se passou com Hermínio Loureiro, o qual, sob ameaças verbais publicamente relatadas, abandonou os seus colegas de direção à sua sorte refugiando-se no poder autártico, recentemente ocupando lugar de relevo na FPF, finalmente, sob as asas do "confortável" sistema. Oxalá os clubes percam o medo, acreditando no seu potencial e na transparência como fontes de promoção da competitividade, indispensável ao progresso da modalidade.