Desporto

domingo, 17 de fevereiro de 2019

O colapso da Controlinveste

  
Uma indecência!, agora percebo porque Filipe Vieira vendeu os direitos desportivos À MEO; foi para salvar o amigo Agostinho Oliveira - o maior inimigo do Benfica depois de Pinto da Costa e do PS -, e atenuar as perdas do Novo Banco com a amortização extemporânea de 100 milhões de capital. O banco que doou centenas de milhões de euros ao Sporting e que, Juntamente com o BCP tentou liquidar o Benfica congelando-lhes as contas no tempo de Vale e Azevedo. Agora, em conjunto, perderam 500 milhões de financiamento ao grupo Controlinveste. Demonstra o que sempre soube; que os motivos do congelamento das contas bancárias do Benfica não eram de natureza económica, mas política. Mais grave; proporcionaram a reestruturação do grupo de Joaquim Oliveira, transitando todos os ativos da Controlinveste para a Olivedesportos, antes de pedirem a insolvência daquela. Isto é, estes bancos, abdicaram do ressarcimento da dívida, ainda que parcial, facultando a fuga dos ativos, apresentando-se à insolvência uma empresa vazia. Um nojo. Se os Tribunais agirem em conformidade, confiscarão esses ativos à ordem da massa falida e pronunciarão os responsáveis por esta trafulhice. Aqui está uma das causas dos vouchers, das toupeiras, dos e-mails; manobras de diversão para espantar idiotas. Agora, veja-se quem são os parceiros de Joaquim Oliveira na Sport TV, para se perceber melhor a amplitude de toda esta teia.

Peniche, 17 de Fevereiro de 2019
António Barreto

 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A metáfora dos 10 a zero

   A goleada histórica do Benfica sobre o Nacional levantou um coro de indignação dos tradicionais detratores do clube encarnado, e de alguns "benfiquistas diferentes", considerando-o uma imoralidade inadmissível. Detratores que não se coíbem de invocar as derrotas daquele clube; de 7-1 com o Sporting e com o Celta de Vigo, ou de 5-o com o Porto, sempre que, desportivamente, a vida lhes corre mal, procurando assim, atenuar a frustração e humilhar o grande rival. O que os escandaliza, pois, não é a goleada em si mas ter sido o Benfica a dá-la numa magnitude histórica.
 
   O que se viu nesse pleito foi a mais pura essência do futebol, em que, uma equipa dum clube mítico transfigurou o futebol amorfo, triste, denunciado e vulgar que vinha praticando, num futebol alegre, dinâmico, com amplitude e verticalidade, velocidade, criatividade, força, determinação e...muitos e bonitos golos. Isso sim, é que deve ser enaltecido.
  
   Que o Treinador devia ter mudado a equipa. Disseram alguns. Não podia. Mas refrescou-a com jogadores menos rodados, baixando o ritmo e a eficácia do jogo. O resultado até poderia ter sido mais dilatado perante um adversário honrado, lutador, com conhecimento dos princípios de jogo, mas, naquele dia, incapaz de travar os "diabos vermelhos".
 
   Ora, as declarações dalgumas figuras políticas a propósito do evento tornou, mais uma vez, evidente algo que para mim é claro desde há largos anos; que o grande e mítico Benfica não é bem visto nalguns setores da sociedade portuguesa a que chamam "democrática". Benfica sim, mas pequenino, não vá alguém associar este regime ao de Salazar. Já a recente sucessão de ataques a que temos assistido ultimamente,  ao clube de Eusébio, além de agradar aos seus rivais diretos alimenta a aparência parola do empenho na defesa dos mais fracos. Proíbe-se e combate-se - e bem - todos os tipos de segregação,; em função da cor da pele, da religião, do género, da orientação sexual, do estatuto económico ou social, mas, é cada vez mais corrente assistirmos à segregação do Benfica e dos benfiquistas, seja com sanções desportivas excecionalmente duras e exclusivas, no caso do clube, seja com perseguição e espancamentos - nalguns casos conduzindo à morte -, no caso destes.
 
   Mas, a grande metáfora da goleada traduz uma das características degradantes das democracias socialistas, o nivelamento por baixo. Ora, se o adversário do Benfica não tem capacidade competitiva equivalente, em vez de se cuidar de o melhorar, removendo as suas causas, exige-se que o Benfica baixe o nível do seu desempenho. Para evitar a humilhação do adversário? Não!, para não evidenciar a sustentação podre da organização deste desporto em Portugal em que, para satisfazer os caprichos de caciques locais, da economia e, ou, da política, se incluem na primeira liga clubes sem autonomia económica consentânea, deixando-os à mercê dos grupos detentores de financiamento. Algo que Mário Figueiredo quis abolir, preparando um bom projeto, abortado pelos hipócritas de ontem e de hoje.
 
Peniche, 14 de Janeiro de 2019
António Barreto