Guerra Peninsular
Os portugueses
Numa época em que a falta de autoestima e a denegação dos méritos das antecedentes gerações lusitanas proliferam ameaçando instalar-se na nova ordem abrilina, reconforta conhecer testemunhos externos dos comportamentos daquelas em cenário de guerra. É o caso da Guerra Peninsular em que um tal General Margot discorre sobre algumas particularidades do conflito e seus intervenientes. Também aqui, o “Zé Cueca tuga”, demonstrou que, quando sob comando de bons líderes é tão bom como os melhores.
“...desde os inícios de 1808 até aos finais de 1813, os franceses perderam na Península Ibérica 200 ooo homens, que foram mortos a tiro ou que morreram nos hospitais, aos quais é preciso juntar os 60000 perdidos pelos nossos aliados das diferentes nações.
Os ingleses e os portugueses também sofreram perdas consideráveis, mas as dos espanhóis ultrapassavam todas as outras...Sem o apoio das tropas inglesas, os espanhóis nunca teriam podido resistir às tropas francesas perante as quais não ousavam manter-se em linha. Mas têm um mérito imenso, que é o de, ainda que vencidos, nunca desanimarem. …
No que respeita aos portugueses, não lhes foi feita justiça pelo contributo que deram à guerra na Península. Menos cruéis, muito mais disciplinados que os espenhóis e com uma coragem mais calma, eles formavam, no exército de Wellinghton várias brigadas e divisões. Dirigidos pelos oficiais ingleses, não ficavam a dever nada às tropas britânicas, mas, como eram menos gabarolas que os espanhóis, falaram pouco deles próprios e das suas façanhas e a reputação tornou-os menos célebres.
General Barão de Marbot
Guerra Peninsular
Museu Municipal Leonel Trindade-Torres Vedras
Peniche, 1 de Novembro de 2024
António Barreto