"Quando aqui
cheguei a decisão já estava tomada pelo árbitro", observou, e negou
interesse em contratar Izmailov e Labyad (Sporting), mas não fez o mesmo em
relação ao central Reyes - está na rota do Benfica (ver pág. 32) -,
considerando-o "interessante". Abordou, ainda, as críticas às
arbitragens: "Fala-se sempre, enquanto existir o Gomes da Silva [vice do
Benfica]. Estar sempre a falar dos árbitros é ridículo e estúpido."
A preocupação de Pinto da Costa em
informar apressadamente os jornalistas de que nada tivera a ver com a decisão do
adiamento do jogo, revela a perfeita consciência que tem da convicção geral do
ascendente que detem sobre toda a estrutura do futebol, estrutura essa que não ousa contrariar
os seus explícitos ou implícitos desígnios. Revela ainda ser do interesse do
clube que dirige o adiamento do jogo com o Vitória de Setúbal, clube historicamente
amigo.
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A negação
do interesse nos atletas do Sporting não convence os que não reconhecem a tal
personagem nobreza de caráter suficiente para respeitar um adversário em grave
crise desportiva e financeira, convictos de que, qual abutre, não hesitará em
tirar partido da desgraça alheia para a qual, afinal, deu precioso contributo,
ainda que indireto. O interesse por Reys
faz parte da obsessão visceral que tem pelo Benfica, mais fazendo supor ser este
clube o verdadeiro amor da sua vida.
Indignado com a “inoportunidade” das
críticas ao desempenho das equipas de arbitragem a quem o clube
dos chocolatinhos tantos títulos deve, atribuidas a Rui Gomes da Silva, mas não ao
ponto, suponho, de o mandar castigar com 11 meses de suspensão nem de o mandar espancar à porta de um qualquer restaurante do "seu" território guardado a seu contento por uma diligente PSP, o Sr Pinto
parece ter-se esquecido de que, muito antes do Sr Rui Gomes da Silva, já ele
era “catedrático” na matéria.
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Faria bem o Sr Pinto, se esclarecesse as
dúvidas que pairam no espírito de muitos portugueses acerca das razões que o
levaram, há cerca de vinte a trinta anos, a recuar na sua decisão de abandonar o
futebol, que tão benéfica teria sido para quase todos.
É que, há quem recorde as notícias veiculadas na imprensa da época atribuindo
tal facto a um alegado pedido de última hora do Sr Guterres, por
escrito, propondo o estabelecimento de uma estratégia comum com vista à
regionalização, para a qual seria importante o seu contributo dada a sua
suposta capacidade de controle “politico-desportivo” dos adeptos do clube a
que preside e dos portuenses em geral. Eventos posteriores de natureza política parecem corroborar tal
tese e seria bom que esse assunto fosse esclarecido de uma vez por todas para
ficarmos a saber quem é quem, nesta debochada democracia.
Sr Costa, apesar de não faltar quem lhe
segure o chapéu, mais cedo que tarde a chuva cair-lhe-á em cima, libertando
finalmente o futebol do seu nefasto contributo.
AB
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