Desporto

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Insustentabilidade do futebol espanhol (e português)

Modelo econômico põe em risco maior parte dos clubes espanhóis:

(Em "O Povo online em 28.12.2012)
Os clubes espanhóis, salvo Real Madrid, Barcelona e talvez o Athletic Bilbao, correm o risco de fechar suas portas em consequência do atual modelo econômico da Liga Espanhola. O alerta foi feito pelo economista José Maria Gay de Liébana, que é professor da Universidade de Barcelona.
Em uma entrevista à revista espanhola Offside, o economista analisou a situação do futebol espanhol comparado com as ligas de Alemanha, França, Inglaterra e Itália. Em todos estes países, Liébana assegurou que os gastos dos clubes superam as receitas.
No entanto, o modelo espanhol foi considerado mais nocivo por conta de sua divisão desproporcional das cotas de TV entre os clubes. Os recursos da televisão podem corresponder, no país, a até 38% das receitas dos clubes.
Na Inglaterra, o Manchester United ficou na temporada atual com 13,1% de todo o valor pago pela TV. Já na Espanha, Barcelona e Real Madrid ficam com 49,3%, muito acima do Valencia que fica com 6,5%.
- A Espanha é o país com a pior divisão de receitas oriundas da TV. O problema radica na forma como o dinheiro está concentrado em alguns clubes, pois cada um negocia em separado. Não pode o Valencia receber menos em direitos de transmissão que o Wigan, que luta para não cair na Inglaterra - explicou o economista.
Liébana lembrou como o Campeonato Espanhol era mais equilibrado antes da nova forma de divisão dos recursos.
- O Villarreal conseguiu ser vice-campeão e o Valencia foi campeão. Hoje o Valencia comemora o fato de ter sido terceiro colocado em três temporadas seguidas - resume o professor.

O economista também criticou a forma como a Liga de Futebol Profissional da Espanha tenta expandir a sua marca para o mundo. Liébana acredita que os espanhóis estão buscando se firmar primeiro no mercado errado.

- A centralização dos esforços deveria ser para vender a Liga para os Estados Unidos e o Japão, onde as pessoas têm muito mais poder de compra que na China - analisou.

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