O jogo realizado na Luz com o Spartak de Moscovo mostrou a superioridade
do Benfica, apesar da qualidade técnico-tática e agressividade demonstrada pelo
adversário bem patente no jogo de Moscovo.
Depois do abalo resultante da
saída de última hora de jogadores nucleares, como eram Javi Garcia e Axel Witsel, agravado pelo castigo
“supersónico” ao esteio da equipa que é Luisão a que se somaram as inoportunas
lesões de Carlos Martins e Aimar, o
grupo de trabalho revelou considerável ganho de competitividade resultante de
melhor adequação da sua estrutura às
exigências das competições atuais.
De facto, começa a desvanecer-se
o pânico que sempre ocorria entre os adeptos, resultante do afastamento de
qualquer atleta da equipa, que se verificou também com o caso da adaptação de Melgarejo a defesa esquerdo, já
ultrapassado. Jardel mostrou estar muito bem entrosado na manobra do conjunto,
o mesmo sucedendo com Matic que já
faz esquecer o saudoso Javi.
Enzo Perez revela dotes surpreendentes; de facto, a sua excelência
técnica ficou bem patente desde o início, pela forma como tratava a bola, na
receção, finta e passe. A instabilidade que se seguiu à recuperação da grave
lesão, com a sua determinação em regressar ao clube de origem e lá permanecer,
fez-me duvidar do seu caráter, tendo-o considerando mais um caso perdido. Felizmente,
enganei-me; Enzo tem-se revelado um
atleta talentoso, empenhado, lutador e concentrado, assumindo a posição de
“armador de jogo”, varrendo o campo de área a área, com profundidade, amplitude
e assistências “mortíferas”, que se têm revelado decisivas. Um crédito devido
às Equipas Médica e Técnica, bem como à Direção Desportiva.
Mas, é na frente de ataque que se
verifica maior evolução relativamente à época anterior. Com Sálvio, Ola John e Lima, a equipa, não
só adquiriu profundidade de jogo na ala direita, como reforçou a ala esquerda e
o poder de fogo no eixo do ataque, ao juntar-se aos magníficos Nolito, Gaitan, Cardozo e Rodrigo. Os
resultados estão à vista; uma frente de ataque demolidora, capaz de fazer
tremer qualquer equipa.
Noutro plano, mais uma vez ficou
demonstrada a incompetência da UEFA para dirigir o futebol europeu; como é
possível que tenha permitido a realização do jogo em relvado sintético sabendo
que tal beneficiaria uma das equipas? Tal atitude, à semelhança, aliás, do que
sucedeu na época anterior no jogo com o Zénit
realizado num campo de “betão” onde Rodrigo se lesionou com gravidade para
o resto da época com prejuízo grave para si próprio e para o clube que
representa, alimenta a convicção cada vez mais generalizada entre os adeptos da
sua conivência com a corrupção que alastra no futebol, desacreditando as
competições e as instituições, ameaçando dessa forma a viabilidade do mesmo.
De facto, é imperioso criar uma
alternativa às atuais estruturas que gerem o futebol, que agem com total
impunidade, cientes de que ninguém lhes pedirá contas pelo que quer que seja,
por mais grave e grosseiro que seja.
Do jogo com o Rio Ave, só vi as
fotos e o resumo. Excelente vitória, num campo tradicionalmente difícil,
proporcionada por um golo de laboratório onde cada um dos atores conhecia
exatamente o seu papel, do qual destaco a “bomba” fulminante do Lima.
Extraordinária a última defesa do
Artur, revelando concentração e reflexos inigualáveis, apesar do lance ofensivo
irregular, “dizendo” aos colegas algo que já sabíamos; que podem contar com
ele. Fantástico.
Porém, pareceu-me que, durante a
primeira parte, faltou concentração na concretização de alguns lances, que
poderia ter resolvido o jogo mais cedo. Uma matéria a rever.
Uma palavra de simpatia para o
Rio Ave, equipa que não vira a cara à luta, para o João Tomás que continua a
perfumar os estádios com o seu futebol e para o seu Treinador que julgava capaz
de “alinhar” nos acordos de bastidores que têm proporcionado muitas vitórias
vergonhosas ao mostrengo.
Da jornada, destaco, o SCP-Braga,
no qual, mais uma vez, Proença mostrou quem manda. Porque não mudar o nome do
campeonato para Liga-Proença? Estaria mais de acordo com a realidade.
AB
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