"As leis de Afonso Costa eram, sem sombra de dúvida, de
perseguição, de ataque à Igreja, ao clero e à própria religião. Eram leis
violentas, revolucionárias. Afonso Costa sabia bem que nenhuma revolução podia
ser levada a bom termo, escrever-se com R maiúsculo, sem destruir, primeiro, na
sua essência, o poder económico, político e psicológico das religiões
organizadas. É um facto que a história tem claramente demonstrado, nos últimos duzentos anos. Bem o
compreenderam os dirigentes de outras revoluções - no México, em Cuba, na União
Soviética. Onde as Igrejas poderosas não foram vencidas, as revoluções
fracassaram. Conciliar esta necessidade de perseguição com a tolerância poética
e romântica que constituía um dos tons da geração de 1890-1891, eis uma das
grandes contradições que os homens da República não puderam superar.."
(A.H. de Oliveira Marques, cadernos do FAOJ, Afonso Costa).
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