Um dos maiores problemas estruturais da economia portuguesa reside no fraco contributo das exportações, cerca de 30% do PIB, muito abaixo dos 70% de referência das economias mais prósperas. É este um problema crónico cuja superação deverá constituir um dos pressupostos das tão propaladas reformas estruturais, sem a qual a volatilidade e a incerteza continuarão a caracterizar a nossa economia.
O processo de europeização, primeiro no âmbito da EFTA, depois através da associação com a CEE - iniciado ainda no governo de Marcelo Caetano - e com a adesão plena em 86, proporcionaram até 2000 um crescimento económico responsável pela invulgar subida de todos os indicadores sociais do país iniciada em 1950. Com a entrada na moeda única interrompeu-se este ciclo virtuoso em virtude da perda de competividade induzida pela imoderação salarial, nomeadamente, dos setores isentos de concorrência, onde a média salarial duplicava a dos outros, numa relação de €1800,00 para €800,00.
"Em economia o ajustamento ocorre sempre", disse o Dr Hernâni Lopes acerca da crise económica atual , referindo-se à ditadura da economia sobre a política. Estamos a assistir ao ajustamento de procura interna à oferta interna. Não há volta a dar! Pena que seja tão doloroso e injusto, sem esquecer que nem todos os indignados o são com justa causa.
O inevitável ajustamento interno em curso terá de ser complementado com uma alteração das circunstâncias económicas ao nível da UE. Um tecido empresarial maioritáriamente de PME de baixo índice tecnológico e gestão incipiente, não suporta os elevados padrões regulamentares impostos pela comissão europeia, dominada pelos nossos parceiros do norte.
Por outro lado, o desarmaneto alfandegário da UE, impôs dura concorrência à nossa economia tradicional, impondo a necessidade de salto tecnológico só alcançável com estratégias de médio prazo que os nossos governos, por enquanto, só conseguiram enunciar, pese embora alguns bons exemplos.
Por tudo isto, deve o nosso governo "virar a mesa" na UE exigindo moderação regulamentar e contrapartidas pela abertura dos mercados mundiais à alta tecnologia dos nossos parceiros razão da reciprocidade que tanto nos tem penalizado .
É neste contexto que a internacionalização diversificada das nossas empresas surge como prioridade. Também para o futebol. O Benfica aí está a dar o exemplo! Mas não se trata apenas de os clubes nacionais encontrarem "fontes de receita alternativas" como muito bem refere Domingos Soares de Oliveira; com o mercado interno saturado em todas as vertentes, a internacionalização dos clubes nacionais é um imperativo.
Entre estes, o Benfica, dada a sua invulgar popularidade, tem um papel a desempenhar neste processo, funcionando como "ponta de lança" no mercado externo, sarando feridas no mundo lusófono, sensibilizando a diáspora, desanuviando mentalidades fora da lusofonia, abrindo caminho para as nossas empresas difundirem os seus produtos. Angola e Índia são dois parceiros com enorme potencial humano e económico, potenciados pelos vínculos historico-culturais de que nos devemos orgulhar..
Restringindo-nos à economia do Benfica, passa por aqui o combate à redução do fosso económico com os seus pares europeus, comulativo com o potenciamento da formação, a exploração do canal televisivo e o aumento de competitividade da Liga Portuguesa.
Nesta última componente, a prioridade está no combate à corrupção ativa ou passiva, na mudança de mentalidades dos Treinadores e Dirigentes Nacionais e no saneamento financeiro dos clubes económicamente viáveis. A debilidade económica dos clubes é geradora de corrupção, degradando a relação do espetáculo futebolístico com o Público, que, no final,é quem paga! Um futebol de caceteiros, corruptos e terroristas está condenado ao fracasso!
A promiscuidade política que desde a alvorada abrilenha contamina e degrada o desporto em Portugal, deve igualmente ser banida de uma vez por todas! É tempo de acabar com a política ostensivamente encapotada manipuladora de alguns clubes, consentida e até fomentada pelos partidos do poder, razão primeira e última da impunidade a que temos assistido, que expande a aprofunda o lamaçal em que se tornou o desporto em Portugal, em particular o futebol. Vivemos em democracia onde cada um é livre de defender as suas ideias políticas com todos os abundantes meios legítimos. Não metam nisso os clubes de futebol! Ao futebol o que é do futebol e à política o que é da política!
A promiscuidade política que desde a alvorada abrilenha contamina e degrada o desporto em Portugal, deve igualmente ser banida de uma vez por todas! É tempo de acabar com a política ostensivamente encapotada manipuladora de alguns clubes, consentida e até fomentada pelos partidos do poder, razão primeira e última da impunidade a que temos assistido, que expande a aprofunda o lamaçal em que se tornou o desporto em Portugal, em particular o futebol. Vivemos em democracia onde cada um é livre de defender as suas ideias políticas com todos os abundantes meios legítimos. Não metam nisso os clubes de futebol! Ao futebol o que é do futebol e à política o que é da política!
Num contexto mais geral, a UEFA, deve rever o seu modelo de financiamento do futebol, sob pena de o reduzir à dúzia de equipas que a sequestraram, absorvendo a parte de leão das receitas e condenando todas as outras à periclitância, com inevitável perda de público. O conceito estratégico da UEFA de desenvolvimento do futebol no mundo, está desatualizado. É necessário dizê-lo, repetidamente, bem alto!
Benfica com academia em Angola:
O Sport Lisboa e Benfica planeia abrir seis Escolas de Formação de Futebol, em Mumbai, na Índia, depois de ter confirmado, esta quarta-feira, um acordo com um investidor indiano, Gauray Modwell, membro da Direcção da empresa India on Track. Na assinatura deste acordo estiveram presentes Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Gauray Modwell, investidor indiano e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas.
AB
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