Desporto

sábado, 28 de setembro de 2013

A frente política

Com a absolvição de Pinto da Costa e de Pinto de Sousa de todos os crimes de que eram acusados, respetivamente 6 e 144, (salvo o erro), o que os Tribunais nos vieram dizer, implicitamente claro, foi que, em matéria de futebol estamos entregues a nós próprios!  
Esta é a razão pela qual não acredito na eficácia da estratégia do consenso, da convergência, da persuasão. De facto, nem a imprensa, maioritariamente nas mãos de portistas, nem os partidos vinculados à regionalização, farão o que quer que seja para corrigir esta disfuncionalidade no futebol luso que nos têm imposto como normal, por via do eterno acerto de contas com Calabote. 
A exploração dos direitos desportivos pela BTV atinge em cheio e de múltiplas formas, o coração do sistema...mas não chega...é preciso mais! A direção do Benfica, estando-lhe estatutariamente vedada a ação política, tem que encontrar forma de fazer repercutir politicamente a realidade desportiva. Ninguém, jamais, poderá censurá-la por elaborar e propor, institucionalmente e publicamente, projetos de política desportiva para o país, entre os quais a imperatividade de fiscalização por parte da AR, através da constituição de uma Comissão para o Desporto. 
Ninguém, jamais, poderá censurar uma Direção que questione os agentes políticos acerca dos seus projetos para o desporto, que lhes sugira ideias alternativas e que informe particularmente e publicamente os investidores, acionistas, sócios, adeptos e simpatizantes do clube acerca da sua preferência. 
Só assim, e com toda a legitimidade poderemos equilibrar a balança política que desde há muito pende para o lado portista por via da regionalização e de velhas cumplicidades relacionadas com os primórdios da República (que brevemente abordarei em trabalho específico). 
Não defendo qualquer vínculo político da Direção do Clube ou Administração da SAD; nem pouco mais ou menos, mas tão-somente, a intransigente defesa política de um projeto desportivo para Portugal, para cujo efeito, o Benfica tem toda a legitimidade. 
É este o salto que falta dar!

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