Com a absolvição de Pinto da Costa
e de Pinto de Sousa de todos os crimes de que eram acusados, respetivamente 6 e
144, (salvo o erro), o que os Tribunais nos vieram dizer, implicitamente claro,
foi que, em matéria de futebol estamos entregues a nós próprios!
Esta é a razão pela qual não
acredito na eficácia da estratégia do consenso, da convergência, da persuasão.
De facto, nem a imprensa, maioritariamente nas mãos de portistas, nem os
partidos vinculados à regionalização, farão o que quer que seja para corrigir
esta disfuncionalidade no futebol luso que nos têm imposto como normal, por via
do eterno acerto de contas com Calabote.
A exploração dos direitos
desportivos pela BTV atinge em cheio e de múltiplas formas, o coração do
sistema...mas não chega...é preciso mais! A direção do Benfica, estando-lhe estatutariamente
vedada a ação política, tem que encontrar forma de fazer repercutir politicamente
a realidade desportiva. Ninguém, jamais, poderá censurá-la por elaborar e
propor, institucionalmente e publicamente, projetos de política desportiva para
o país, entre os quais a imperatividade de fiscalização por parte da AR,
através da constituição de uma Comissão para o Desporto.
Ninguém, jamais, poderá censurar
uma Direção que questione os agentes políticos acerca dos seus projetos para o
desporto, que lhes sugira ideias alternativas e que informe particularmente e
publicamente os investidores, acionistas, sócios, adeptos e simpatizantes do
clube acerca da sua preferência.
Só assim, e com toda a
legitimidade poderemos equilibrar a balança política que desde há muito pende
para o lado portista por via da regionalização e de velhas cumplicidades
relacionadas com os primórdios da República (que brevemente abordarei em
trabalho específico).
Não defendo qualquer vínculo
político da Direção do Clube ou Administração da SAD; nem pouco mais ou menos,
mas tão-somente, a intransigente defesa política de um projeto desportivo para
Portugal, para cujo efeito, o Benfica tem toda a legitimidade.
É este o salto que falta dar!
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