Um convívio de âmbito profisional inadiável impediu-me de ver o jogo, cujo resultado porém, ia companhando via telemóvel.
Sendo a AC, um dos muitos clubes "controlados" pelo FCP que o Benfica tem, habitualmente, muita dificuldade em superar - devido ao sistemático anti-jogo que pratica e aos habituais erros arbitrais -, tendo em conta o atual nivel competitivo do clube da Luz, esperava-se tarefa mais difícil do que veio a revelar-se. Bloco baixo, muita pancada, mergulhos sistemáticos, transições rápidas e tudo o mais, característico deste apodrecido campeonato. Pelos vistos, tal não ocorreu, devido, eventualmente, ao golo "madrugador de Cardozo"; de facto, não faz sentido defender a derrota.
A crónica do dia seguinte do CM atribuía ao acaso a origem do golo de Cardozo; já o Record, fazia referência ao remate de 90 Km/h, de fora da área e com um defesa em cima! Vá lá a gente compreender alguns jornalistas; aqueles que vêm os factos conforme a sua circunstância pessoal e descredibilizam a profissão.
Foi então uma vitória tranquila, marcada pela eficácia de Cardozo e pelo magnífico lance do terceiro golo que, mais uma vez, evidenciou a excelente visão de jogo de Amorim e a irreverência e pragmatismo de Markovic. Muito bem!, a eficácia deve preceder a exuberância exibicional.
Este jogo consolida a ideia de que a formula com que JJ pensava superar o afastamento de Sálvio, falhou, e, apesar dos erros grosseiros dos árbitros, terá sido a principal causa da perda de pontos das primeiras jornadas. A ideia parecia boa mas não estava suficientemente testada; associado à obstinação, este é um erro recorrente de JJ que bem caro tem custado ao clube. Matic é um excelente trinco com pendor ofensivo, mas não é um armador de jogo, pelo menos por enquanto, embora, aqui e ali, possa fazer a posição. O regresso ao modelo da época passada, estabilizou o meio-campo e a equipa, graças também ao contributo de Cardozo cuja influência no conjunto parece não ter sido percebida a tempo pelos Dirigentes. E aqui temos dois excelentes exemplos, mas não únicos, de falta de perspicácia operacional, onde radica, em grande parte, os inêxitos desportivos do clube.
Mudando de conversa, fiquei pasmado ao dar conta do empate do FCP com o FCB!, francamente, esperava mais uma das habituais simulações competitivas que têm proporcionado fáceis vitórias aos aos primeiros. Apesar de surpreso, tal não muda a minha espectativa relativamente ao atual FCB dadas as ligações do seu atual Presidente a Joaquim Oliveira, FCP e ao Universo político, nomeadamente ao PS - RPS é sobrinho de Mário Soares -, tradicional aliado estratégico de longa data do FCP - como se viu , também agora, na CP. Estou certo de que se trata de "areia para os olhos" dos incautos, a fim de desfazer ou atenuar a suspeita de conluio; afinal, não faltam meios ao sistema para fazer valer os seus interesses. Esperemos é que, desta vez, haja demasiada areia na engrenagem, mas isto é conversa para outra crónica.
Jogo a jogo mais fortes até à otimização competitiva à qual ainda falta a histórica irreverência de Jorge Jesus, que se deseja, porém, temperada pela prudência e sabedoria.
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