Não gosto do conceito que Mourinho tem do futebol, embora me agrade que tenha sucesso graças sobretudo ao remanescente chauvinismozinho que por cá anda. Por outras palavras, agrada-me que um português tenha sucesso internacional ainda que não admire o conteúdo do seu trabalho. Gosto do futebol espetáculo, do que é praticado pelas equipas que deixam jogar o adversário concedendo-lhe espaço e tempo, equipas que confiam em si próprias, de que é exemplo o Manchester United de Fergusson. Detesto o futebol compacto, físico, directo, que se desenrola em cinquenta metros de terreno, cujo primeiro movimento consiste em impedir a todo o custo o jogo do adversário e o segundo em marcar, seja como for, como é o caso das equipas de Mourinho. Este tem, quanto a mim, uma visão errónea do desporto que consiste na obcessão da vitória, sem olhar a meios, observável na incapacidade de reconhecer mérito ao adversário quando aquela não lhe é favorável. Na sua já longa carreira desportiva, são muitos os casos de intolerância aos adversários. De facto, tenho para mim que, Mourinho, pertence àquela categoria de pessoas que julga rebocar o mundo, entrando em estado de intensa ansiedade sempre que sente ameaçada a visão que tem de si próprio.
Talvez seja esta, afinal, a razão da referência que fez ao caso Talisca, relativizando o mérito do departamento técnico do Benfica, considerando-o um acaso resultante de alegadas dificuldades burocráticas no Reino Unido relativamente ao atleta em causa. Pessoalmente, não acredito, porém, todos sabemos que o futebol português não tem como pedir meças ao inglês, cuja receita, com os direitos televisivos é só de mil milhões de euros esta época. Fora tudo o resto. Mas também poderá ser motivada por "dor de cotovelo" por causa de Markovic ou por alguma encomenda dourada dos seus "velhos amigos" do passado, atónitos com o desempenho dos vermelhos, já por eles considerados moribundos.
Mourinho tem formação superior, com um currículo notável é um dos melhores treinadores da atualidade e é frequentemente grosseiro com colegas e atletas. Jesus tem a escola da vida, dá pontapés na gramática e ombreia com os melhores na sua profissão, ao serviço de um clube com um orçamento cerca de vinte por cento do dos clubes que Mourinho tem representado. Este, preferiu o caminho fácil para o sucesso ao aderir ao sistema que tem feito de qualquer um campeão aquém e além fronteiras. Ao contrário, Jesus, com a suas limitações, incorrecções e erros, aderiu a um projeto, aceitando e enfrentando o risco do fracasso, dada a adversidade do ainda poderoso sistema vigente no desporto nacional. Escolheu o caminho mais difícil, levando a sua equipa a produzir um futebol que pela sua espetacularidade e determinação tem fascinado o mundo do futebol, apesar das vicissitudes cada vez mais perceptíveis no futebol europeu.
Nobreza de carácter é não renunciar às origens humildes, aos seus, nem pretender ser outro com trejeitos pedantes de novo rico e pretensões pseudointelectuais. Pobreza de caráter é diminuir o mérito dos outros com alusões insultuosas que nada têm a ver com a substância do tema em causa. Se, um dia amadurecer, Mourinho, finalmente, irá compreender isto.
Talvez seja esta, afinal, a razão da referência que fez ao caso Talisca, relativizando o mérito do departamento técnico do Benfica, considerando-o um acaso resultante de alegadas dificuldades burocráticas no Reino Unido relativamente ao atleta em causa. Pessoalmente, não acredito, porém, todos sabemos que o futebol português não tem como pedir meças ao inglês, cuja receita, com os direitos televisivos é só de mil milhões de euros esta época. Fora tudo o resto. Mas também poderá ser motivada por "dor de cotovelo" por causa de Markovic ou por alguma encomenda dourada dos seus "velhos amigos" do passado, atónitos com o desempenho dos vermelhos, já por eles considerados moribundos.
Mourinho tem formação superior, com um currículo notável é um dos melhores treinadores da atualidade e é frequentemente grosseiro com colegas e atletas. Jesus tem a escola da vida, dá pontapés na gramática e ombreia com os melhores na sua profissão, ao serviço de um clube com um orçamento cerca de vinte por cento do dos clubes que Mourinho tem representado. Este, preferiu o caminho fácil para o sucesso ao aderir ao sistema que tem feito de qualquer um campeão aquém e além fronteiras. Ao contrário, Jesus, com a suas limitações, incorrecções e erros, aderiu a um projeto, aceitando e enfrentando o risco do fracasso, dada a adversidade do ainda poderoso sistema vigente no desporto nacional. Escolheu o caminho mais difícil, levando a sua equipa a produzir um futebol que pela sua espetacularidade e determinação tem fascinado o mundo do futebol, apesar das vicissitudes cada vez mais perceptíveis no futebol europeu.
Nobreza de carácter é não renunciar às origens humildes, aos seus, nem pretender ser outro com trejeitos pedantes de novo rico e pretensões pseudointelectuais. Pobreza de caráter é diminuir o mérito dos outros com alusões insultuosas que nada têm a ver com a substância do tema em causa. Se, um dia amadurecer, Mourinho, finalmente, irá compreender isto.
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